Diretor: Alex Garland
Atores principais: Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Gina Rodriguez, Tessa Thompson, Tuva Novotny, Oscar Isaac, Benedict Wong
Enfim um thriller de ficção científica bom e assustador
Três anos após seu primeiro filme como diretor (onde também era o roteirista) - o ótimo Ex-Machina - Alex Garland retorna para dirigir e roteirizar outra ficção científica muito boa, porém bem diferente na temática. Se no primeiro filme o foco era formas de vidas artificiais, aqui vamos na direção oposta, onde o foco é na biologia.
Baseado no livro de mesmo nome escrito por Jeff VanderMeer em 2014 (aliás bem levemente, o filme é bastante diferente da obra escrita), o roteiro de Aniquilação não é excepcional; possui algumas pequenas falhas e repetições. Ainda assim, ele é muito bom: debate de maneira sutil sobre o sentido da Vida (sim, toda a Vida, não só a humana) e também sobre o desejo humano de autodestruição (para mim esta palavra representa mais o filme do que "Aniquilação"). Mas principalmente, o roteiro cria cenas e atmosfera realmente assustadoras e perturbadoras; algo realmente "alienígena" (no sentido de ser diferente de tudo que temos na nossa natureza). Há muito tempo eu não via um filme de ficção científica tão eficiente neste aspecto. E olha que não foi por falta de tentativas de Hollywood (como por exemplo Vida, Alien: Covenant e O Paradoxo Cloverfield).
Na história, algo cai do espaço e começa envolver suas redondezas com uma crescente e estranha névoa, chamada "o brilho". Após várias tentativas de exploração na área, ninguém retornara da mesma. Até que o marido da bióloga Lena (Natalie Portman) - o soldado Kane (Oscar Isaac) - retorna do misterioso local após 1 ano desaparecido, em péssimas condições de saúde e completamente desorientado. Então Lena se junta a próxima expedição (desta vez composta só de mulheres civis), para entrar no "brilho" e descobrir alguma maneira de ajudar seu marido.
Depois de passar os últimos anos em filmes medianos - inclusive um dos quais estreou como diretora - Natalie Portman volta a brilhar. Carismática, competente, mais uma vez convence como atriz de drama e de ação. O restante do elenco não tem grande participação, e não ajuda nem atrapalha.
Tecnicamente o filme encanta na fotografia - belíssima - e na trilha sonora; esta mesmo não sendo nada inovadora, é bastante competente em trazer os sentimentos dos personagens para o espectador. Mas é o design de produção que leva os maiores elogios, ao criar os "elementos" visualmente perturbadores (e em outras vezes, os elementos de rara beleza). As inserções de computação gráficas não são muito boas, mas são competentes, não chegam a comprometer em nada.
Há apenas dois pontos a se lamentar sobre este excelente filme. O primeiro é o fato dele não ter sido exibido nos cinemas nacionais. Aniquilação definitivamente é um filme que deveria ser visto nas telonas. Se de casa, na Netflix, já me senti tenso e envolvido com a história, imagina quão sensacional seria estar imerso dentro dele nos cinemas? Ah, embora lamentável a exibição apenas via Netflix, eu respeito o motivo: após fraco desempenho de opinião do público nas exibições-teste, a Paramount solicitou para que o filme fosse alterado para ser "menos intelectual e complicado". Mas o produtor Scott Rudin e o diretor Garland não aceitaram mudar nada; motivo pelo qual o filme então só foi para os cinemas do Canadá, China e EUA; com os direitos do filme vendidos para a famosa empresa de streaming para o restante do planeta.
O outro ponto que não gostei foi o desfecho. Não posso explicar isto sem dar spoilers, então só vou dizer que depois de tanta coisa surpreendente no filme, ele se encerra de um jeito um pouco inverossímil e de forma clichê (principalmente em sua cena final).
Aniquilação é o segundo filme de ficção científica de Alex Garland e ambos os filmes são diferentes, ousados, e de que gostei bastante. Mais do que nunca, acompanharei os próximos passos deste britânico nos cinemas com atenção. Nota: 8,0
Baseado no livro de mesmo nome escrito por Jeff VanderMeer em 2014 (aliás bem levemente, o filme é bastante diferente da obra escrita), o roteiro de Aniquilação não é excepcional; possui algumas pequenas falhas e repetições. Ainda assim, ele é muito bom: debate de maneira sutil sobre o sentido da Vida (sim, toda a Vida, não só a humana) e também sobre o desejo humano de autodestruição (para mim esta palavra representa mais o filme do que "Aniquilação"). Mas principalmente, o roteiro cria cenas e atmosfera realmente assustadoras e perturbadoras; algo realmente "alienígena" (no sentido de ser diferente de tudo que temos na nossa natureza). Há muito tempo eu não via um filme de ficção científica tão eficiente neste aspecto. E olha que não foi por falta de tentativas de Hollywood (como por exemplo Vida, Alien: Covenant e O Paradoxo Cloverfield).
Na história, algo cai do espaço e começa envolver suas redondezas com uma crescente e estranha névoa, chamada "o brilho". Após várias tentativas de exploração na área, ninguém retornara da mesma. Até que o marido da bióloga Lena (Natalie Portman) - o soldado Kane (Oscar Isaac) - retorna do misterioso local após 1 ano desaparecido, em péssimas condições de saúde e completamente desorientado. Então Lena se junta a próxima expedição (desta vez composta só de mulheres civis), para entrar no "brilho" e descobrir alguma maneira de ajudar seu marido.
Depois de passar os últimos anos em filmes medianos - inclusive um dos quais estreou como diretora - Natalie Portman volta a brilhar. Carismática, competente, mais uma vez convence como atriz de drama e de ação. O restante do elenco não tem grande participação, e não ajuda nem atrapalha.
Tecnicamente o filme encanta na fotografia - belíssima - e na trilha sonora; esta mesmo não sendo nada inovadora, é bastante competente em trazer os sentimentos dos personagens para o espectador. Mas é o design de produção que leva os maiores elogios, ao criar os "elementos" visualmente perturbadores (e em outras vezes, os elementos de rara beleza). As inserções de computação gráficas não são muito boas, mas são competentes, não chegam a comprometer em nada.
Há apenas dois pontos a se lamentar sobre este excelente filme. O primeiro é o fato dele não ter sido exibido nos cinemas nacionais. Aniquilação definitivamente é um filme que deveria ser visto nas telonas. Se de casa, na Netflix, já me senti tenso e envolvido com a história, imagina quão sensacional seria estar imerso dentro dele nos cinemas? Ah, embora lamentável a exibição apenas via Netflix, eu respeito o motivo: após fraco desempenho de opinião do público nas exibições-teste, a Paramount solicitou para que o filme fosse alterado para ser "menos intelectual e complicado". Mas o produtor Scott Rudin e o diretor Garland não aceitaram mudar nada; motivo pelo qual o filme então só foi para os cinemas do Canadá, China e EUA; com os direitos do filme vendidos para a famosa empresa de streaming para o restante do planeta.
O outro ponto que não gostei foi o desfecho. Não posso explicar isto sem dar spoilers, então só vou dizer que depois de tanta coisa surpreendente no filme, ele se encerra de um jeito um pouco inverossímil e de forma clichê (principalmente em sua cena final).
Aniquilação é o segundo filme de ficção científica de Alex Garland e ambos os filmes são diferentes, ousados, e de que gostei bastante. Mais do que nunca, acompanharei os próximos passos deste britânico nos cinemas com atenção. Nota: 8,0