sábado, 4 de agosto de 2012

Crítica - Os Vingadores - The Avengers (2012)

Marvel entrega um ótimo filme onde seu ponto forte – quem diria – são os diálogos.

Após 4 anos de planejamento – que se iniciou com o filme “Homem de Ferro”, em 2008 - enfim chega as telas o maior projeto da Marvel, “Os Vingadores”, que agrupa alguns de seus principais super-heróis (e atores) em um mesmo filme. Confesso que fui assisti-lo sem muitas expectativas; embora já soubesse de antemão que “Os Vingadores” também não seria ruim, pois utilizaria a fórmula padrão com que já a Marvel já está bem acostumada a produzir: apresentação dos personagens, seguida de várias tiradas de humor e muita ação.

E não deu outra... ou quase. A apresentação básica esteve lá, e de maneira positiva, já que houve o bom senso de apresentar o mínimo possível de cada personagem (ou seja, quer saber mais sobre alguém? - assista seu filme solo). O humor também esteve presente, aliás, melhor do que nunca. E a ação? Bem, surpreendentemente, até chegarmos à batalha final a ação é deixada de lado e o que mais vemos são as interações e diálogos – inspiradíssimos – entre os personagens.

Não só temos as melhores piadas em filmes Marvel dos últimos tempos, mas também temos vários diálogos inteligentes, e até alguns diálogos heróicos que foram criados com o grande mérito de não soarem ridículos.

O enredo base não é lá grande coisa, e resumidamente, vemos os heróis brigarem entre si o tempo todo (não gostei da batalha entre heróis na floresta, é pura enrolação) até enfim se unirem no final contra o inimigo comum. Mesmo assim, não deixa de ser uma abordagem compatível  (e funcional) com o que se vê em todos os quadrinhos da Marvel desde sua fundação. Mais ainda, o roteiro é redondinho, sem nenhuma falha (ok, há apenas uma, que comentarei no final).

Outro ponto positivo foi a habilidade do diretor Joss Whedon em distribuir e desenvolver o grande número de personagens de maneira eficiente ao longo da história. Todos participam, todos são relevantes, e alguns casos muito bem desenvolvidos (dá gosto acompanhar as manipulações feitas por Loki e Viúva Negra, por exemplo).

Conduzida de maneira acelerada, a história prende a atenção do espectador o tempo todo, até nos levar finalmente à prometida batalha final. É o clímax do filme, e também seu ápice. A ação “aprisionada” até então explode na tela com diversas cenas acontecendo simultâneamente. E mais uma vez, todos os personagens são mostrados ao mesmo tempo de maneira bem eficiente. Soma-se à isto efeitos especiais irretocáveis e algumas tomadas baixas que parecem nos inserir dentro da batalha. Embora curta, a batalha sozinha já vale os 4 anos de planejamento que “Os Vingadores” teve.

Do que se vê na cena pós-créditos, claramente teremos um Vingadores 2. O que é muito bom, já que a Marvel provou ser capaz de quebrar o mito de que focar muitos astros em um mesmo filme não funciona.

Nota: 8,0.

PS: a falha do roteiro, que citei anteriormente, se trata do Hulk 100% consciente das suas ações na batalha final. Como isto é possível? É radicalmente contrário ao que se vê nos 2 filmes Hulk mais recentes, além de ser contrário ao que o próprio “Vingadores” mostra em 2 cenas anteriores. Já vi a explicação que nestas cenas “Hulk estava sendo influenciado por Loki, por isto o descontrole”. Mas não concordo por não encontrar nenhuma “pista” convincente do fato. Sinceramente, acho possível que haveria alguma cena em que veríamos Hulk aprender a se controlar, mas ela deve ter sido cortada da edição final...

Um comentário:

marcos.moreti disse...

Eu daria uma nota 9, porque também achei o roteiro meio fraco, embora seja realmente bem fechadinho. A desculpa da luta na floresta não é das melhores, mas espantosamente soou orgânica dentro do universo apresentado e, como citaram, é mais do que típico dos quadrinhos que quando um herói encontre o outro primeiro role uma pancadaria básica.
Para mim, a questão do Hulk não foi problemática, porque no final o Banner explica que descobriu o 'segredo' para se manter, se não com o controle total, pelo menos parcialmente. No final do último filme do Hulk já dá a entender que ele conseguiu dominar a transformação, que é o que ocorre também no filme dos Vingadores: o Banner 'solta' o Hulk e tendo sido solto espontaneamente, ele é mais focado no que precisa ser feito.

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