segunda-feira, 12 de março de 2012

Crítica – “John Carter - Entre Dois Mundos” (2012)

“Apesar das falhas, filme termina com gosto de quero mais.”

John Carter foi criado ha exatos 100 anos por Edgar Rice Burroughs (o mesmo criador de Tarzan, e que também é personagem do filme). Ficção científica, a história do terráqueo que virou herói em Marte geraria uma série de 11 livros que inspirou Jerry Siegel, George Lucas e James Cameron a respectivamente criar o Super-homem, Star Wars e Avatar. Só por este histórico o filme já chamaria minha atenção. Porém, o que realmente me empolgou foi que este seria o primeiro filme live-action da Pixar.

Então vou ao cinema e eis que para minha surpresa, nada de Pixar! De fato, os créditos vão apenas para Disney. Seria isto um indício que o filme seria tão ruim que optaram por não associarem uma “bomba” com o estúdio de animação?

Não necessariamente. John Carter é um filme repleto de clichês e falhas que vão do roteiro às atuações. Mesmo assim, o filme consegue entreter e prender a atenção do expectador.

Já no início vemos o narrador explicar a atual situação de Marte. Minutos depois o filme corta para o planeta vermelho e vemos a princesa local ensaiando a mesma história em voz alta (!?!?). Outra repetição chata é termos testemunhado como John (Taylor Kitsch) chega a Marte e posteriormente acompanhar a Princesa (e que princesa!) Dejah (Lynn Collins) passar por todo o processo de descoberta deste fato que já sabemos.

O casal romântico citado acima atua mal. Oras, de um lado temos a Princesa em apuros que vê em John seu herói salvador. Do outro, digamos que qualquer homem que a olhasse aquela mulher de longe já se apaixonaria perdidamente. E MESMO assim a história de amor deles não parece verossímil. Brigas inúteis pra lá, reconciliações forçadas pra cá, e nenhuma emoção no rosto dos atores... o pouco da comoção vem apenas via trilha sonora. E apesar destas falhas, nada, mas nada foi pior do que o clichê do “vilão contar seu plano ao herói ao invés de matá-lo”.

Bem, depois das críticas, vamos às defesas. Parte das falhas acima com certeza vem da ingenuidade dos contos de 100 anos atrás. E mesmo com defeitos, há vários pontos em que o roteiro funciona muito bem. Por exemplo, o jeito que os poderes do vilão são revelados ao herói é muito bem construído. E o final do filme, que é uma ponte para seu início, é realmente bem inteligente e bacana.

Mais ainda, embora Marte seja um planeta desértico, quase monocromático, suas paisagens são muito bonitas. Ponto positivo para a Fotografia. O “universo” da franquia é bem legal de se conhecer. Personagens e as diversas cenas de ação são resultado de efeitos especiais muito bons; e o mais importante, é que ao contrário de muitos filmes que se vê por aí, em John Carter não há aquelas batalhas com milhares de pessoas na tela onde ninguém consegue realmente ver o que acontece. A ação acontece de perto, sob diversos ângulos e cenários, e é outro atrativo (a única exceção é a batalha final, que admito, é uma bagunça).

Comparando com Avatar, o filme erra mais porém é mais curto e mais dinâmico. Os minutos passaram rapidamente e após o fim (não, o filme não acaba, é pra ser uma trilogia) a primeira coisa que pensei foi o desejo de ver a continuação da história. Infelizmente isto não será muito fácil. Com gastos de US$ 250 milhões, em seu primeiro fim de semana o filme arrecadou mundialmente apenas US$ 100 mi. Aliás, é uma pena mas não é uma surpresa. Sem nomes famosos associados, pelo menos no Brasil John Carter é um grande desconhecido para muita gente.

Nota: 7,5.

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