Diretor: Peter Jackson
Atores principais: Ian McKellen, Richard Armitage, Martin Freeman, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Benedict Cumberbatch
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=T304nbvLVBE
Nota: 6,0
Mais altos e baixos... e pouco Hobbit
Um ano após o primeiro filme da trilogia, Hobbit volta às
telas sob nome “O Hobbit - A Desolação de Smaug”. Bilbo Baggins (Martin Freeman),
Gandalf (Ian McKellen) e 13 anões se encontram no meio da viagem para a
Montanha Solitária, onde encontrarão o desejado tesouro dos Anões e... o dragão
Smaug.
Comparado com o filme anterior o novo Hobbit é mais
dinâmico, porém com muito mais invencionices de Peter Jackson e seus
roteiristas. Pasmem, mesmo com quase 3 horas de projeção o diretor mal
encontrou espaço para contar o Hobbit original em seu segundo filme.
Não satisfeito em inventar muita coisa fora do livro, Peter
Jackson exclui (!) ou altera muita coisa do original de J.R.R. Tolkien. Por
exemplo, já no começo vemos que o personagem Beorn – que no livro é um personagem importante a quem se dedica um
capítulo – tem apenas uma breve e irrelevante participação no filme.
Outra grande alteração da história original vem nos Orcs. Eles
são praticamente um fetiche do diretor. Afinal eles estão presentes em quase todas as cenas, bem diferentemente do livro, onde tem uma participação menor. A
presença desta maligna raça faz de Hobbit definitivamente um filme bem sombrio,
tornando agora a trilogia Hobbit mais sombria que a trilogia do Senhor dos
Anéis.
Mas nem toda mudança é um erro. Mesmo envolvida em um absurdo triângulo amoroso (que deve ter feito Tolkien rolar no túmulo), a personagem Tauriel (a bela elfa vivida pela bela Evangeline Lilly), criada específicamente para o filme, é fundamental
para dar um balanço no tom "dark" do filme, pois é ela a coisa mais próxima a "luz" que temos.
Tecnicamente o filme é muito bom. As cenas são filmadas nos
mais diversos ângulos e níveis de profundidade, tornando a narrativa visual
dinâmica e deslumbrante. A parte visual – seja dos cenários, monstros, ou
figurino – é extremamente bem feita, e só deixa de ser impecável nas cenas de
maior exagero do diretor: por exemplo na cena onde os anões fogem de Elfos e
Orcs (de novo!) através de barris em um rio, as cenas de ação são tão
exageradas, tão inverossímeis, que fica evidente que o Legolas (Orlando Bloom) que
lá vimos não é o ator real, e sim, um personagem de computação gráfica.
Este é um dos grandes problemas em Hobbit: os exageros. As
cenas de ação (que são muitas) são todas heroicas e grandiosas demais. Todos –
de elfos a anões – são como super-homens... com mira perfeita, destreza, força
e agilidade muito acima dos humanos. Todos estes absurdos definitivamente não
se encontram nos livros.
Quando não há o excesso, o filme flui bem. A cena onde Bilbo
dialoga com Smaug (Benedict Cumberbatch) é muito bacana, e o ponto alto deste
segundo Hobbit. O dragão, aliás, que me pareceu bem artificial no Trailler, no
filme está bem crível e é um vilão que rouba a cena.
Aprendendo com o filme anterior Peter Jackson substituiu o “enrolar
através de diálogos” por “enrolar através de ação”. E assim, uma
evolução, desta vez as 3 horas de projeção não cansam e quando a história acaba
(sim, e muito abruptamente - o filme não possui final), dá vontade de permanecer na sala para ver o filme “acabar”.
Em resumo, com altos e baixos, “O Hobbit - A Desolação de
Smaug” é uma boa diversão, porém desnecessariamente sombria e que pouco lembra
a obra original de J.R.R. Tolkien. Ironicamente, é um filme de cobiça (seja de Bilbo pelo anel, dos anões ou do dragão pelo tesouro) cuja própria existência se deve a cobiça dos executivos de Hollywood. Afinal, fica
claro que Hobbit não precisava ser uma trilogia.
Considero o 2º filme de Hobbit mais agradável de assistir que o anterior. Porém, como seu roteiro é bem inferior (não há desenvolvimento dos personagens, nem há uma tentativa de colocar um desfecho/final ao filme) sua
nota cai, ficando mais baixa: Nota: 6,0
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