Diretor: Wally Pfister
Atores principais: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Kate Mara, Cillian Murphy
Estranho em estrutura e personagens, suposta ficção científica não empolga
Números ruins de bilheteria, massacrado pela crítica especializada, quando Transcendence: A Revolução chegou aos cinemas brasileiros não tive interesse em assisti-lo. Porém ao longo do tempo, um curioso evento ocorreu: amigos que vieram a mim recomendando o filme e/ou pedindo para que eu fizesse a crítica do mesmo.
Bem, após assistir Transcendence: A Revolução, desta vez minha opinião segue a dos críticos. Com decisões infelizes na estruturação da trama, personagens sem carisma, furos/exageros no roteiro e pouca ficção científica, o filme simplesmente não empolga, se consolidando numa experiência "morna".
Transcendence já começa de maneira estranha: em seu primeiro minuto, através do personagem Max (Paul Bettany), ele já nos conta bastante sobre como o filme termina. Esta decisão se mostra equivocada, pois diminui a tensão das (várias) cenas de ação que a história apresenta.
Logo após isto, somos apresentados a trama e aos demais personagens: o casal Will Caster (Johnny Depp) e sua esposa Evelyn (a bela Rebecca Hall) são grandes nomes mundiais da inteligência artificial. Will anuncia que o projeto em que trabalha poderá em breve criar uma mente artificial tão poderosa, que conseguiria superar em muito toda a mente humana acumulada desde o início da humanidade... ou como ele diz, alcançar a "Transcendência". A ser questionado sobre ele estar criando um "deus", ele não titubeia, respondendo um sonoro "sim".
Eis que entra então em ação um grupo terrorista, liderado por Bree (Kate Mara, irmã mais velha da Rooney Mara), que sai matando todo mundo do projeto de Will, sem dó nem piedade, em nome do "salvar a humanidade". Então entramos em um dilema: para quem devemos torcer neste embate? Will, o suposto "mocinho", é claramente o cientista louco que "mexe onde não deve". Já Bree, uma terrorista que assassina a sangue frio. Em suma, não dá para torcer por nenhum personagem, e todos eles perdem em carisma.
Não é nenhum spoiler (pois isto aparece no trailer) contar que depois Will é baleado mortalmente e então sua mente é copiada para dentro do super-computador de sua pesquisa, conseguindo então, ele mesmo, começar o processo de Transcendência. Teria Will morrido e o computador ser apenas uma cópia barata de suas idéias? Ou Will está realmente vivo dentro de um corpo artificial? O que define, efetivamente, o que é um ser vivo individualmente consciente? São estas as únicas perguntas que o roteiro não nos entrega de mão beijada e que certamente são as únicas partes relevantes de debate científico ao longo do filme.
Os "poderes" obtidos por Will devido sua transformação são muito exagerados, e mais ainda, pouco explicados. Tudo acontece fácil demais para ele. Além dos exageros, o roteiro possui vários furos. Por exemplo, após Will "transcender", ele é imediatamente caçado pelo governo e pela célula terrorista de Bree. E não é que embora todos saibam aonde Will se encontra fisicamente, eles levam 5 anos para efetivamente atacá-lo?
Mas há algumas outras coisas boas em Transcendence. A principal delas é o belo design de produção. A fotografia também é bastante elogiável, mas em teoria, deveria ser ainda melhor. Afinal, o estreante diretor do filme, o estadunidense Wally Pfister, é um excelente diretor de fotografia. Costumeiro colaborador dos filmes de Christopher Nolan, lá sua fotografia é bem mais impressionante que aqui.
Transcendence também apresenta algumas boas cenas de ação. E isto torna o filme em alguns momentos algo mais próximo de um thriller de espionagem do que de uma ficção científica. Se este "suspense" também é uma qualidade, por outro lado ele não potencializado ao máximo justamente pelo que já disse antes: o início da projeção "conta demais", já revelando partes cruciais da trama.
Concluindo então, Transcendence: A Revolução desperdiça um conceito científico base interessante e atores talentosos. Por exemplo, Morgan Freeman e Cillian Murphy são atores famosos que só citei agora no texto pois no filme eles são elementos apenas figurativos. Faltou roteiro e direção para estruturar de maneira inteligente os atores e as ideias que o filme queria apresentar. Uma pena. Nota: 4,0
Bem, após assistir Transcendence: A Revolução, desta vez minha opinião segue a dos críticos. Com decisões infelizes na estruturação da trama, personagens sem carisma, furos/exageros no roteiro e pouca ficção científica, o filme simplesmente não empolga, se consolidando numa experiência "morna".
Transcendence já começa de maneira estranha: em seu primeiro minuto, através do personagem Max (Paul Bettany), ele já nos conta bastante sobre como o filme termina. Esta decisão se mostra equivocada, pois diminui a tensão das (várias) cenas de ação que a história apresenta.
Logo após isto, somos apresentados a trama e aos demais personagens: o casal Will Caster (Johnny Depp) e sua esposa Evelyn (a bela Rebecca Hall) são grandes nomes mundiais da inteligência artificial. Will anuncia que o projeto em que trabalha poderá em breve criar uma mente artificial tão poderosa, que conseguiria superar em muito toda a mente humana acumulada desde o início da humanidade... ou como ele diz, alcançar a "Transcendência". A ser questionado sobre ele estar criando um "deus", ele não titubeia, respondendo um sonoro "sim".
Eis que entra então em ação um grupo terrorista, liderado por Bree (Kate Mara, irmã mais velha da Rooney Mara), que sai matando todo mundo do projeto de Will, sem dó nem piedade, em nome do "salvar a humanidade". Então entramos em um dilema: para quem devemos torcer neste embate? Will, o suposto "mocinho", é claramente o cientista louco que "mexe onde não deve". Já Bree, uma terrorista que assassina a sangue frio. Em suma, não dá para torcer por nenhum personagem, e todos eles perdem em carisma.
Não é nenhum spoiler (pois isto aparece no trailer) contar que depois Will é baleado mortalmente e então sua mente é copiada para dentro do super-computador de sua pesquisa, conseguindo então, ele mesmo, começar o processo de Transcendência. Teria Will morrido e o computador ser apenas uma cópia barata de suas idéias? Ou Will está realmente vivo dentro de um corpo artificial? O que define, efetivamente, o que é um ser vivo individualmente consciente? São estas as únicas perguntas que o roteiro não nos entrega de mão beijada e que certamente são as únicas partes relevantes de debate científico ao longo do filme.
Os "poderes" obtidos por Will devido sua transformação são muito exagerados, e mais ainda, pouco explicados. Tudo acontece fácil demais para ele. Além dos exageros, o roteiro possui vários furos. Por exemplo, após Will "transcender", ele é imediatamente caçado pelo governo e pela célula terrorista de Bree. E não é que embora todos saibam aonde Will se encontra fisicamente, eles levam 5 anos para efetivamente atacá-lo?
Mas há algumas outras coisas boas em Transcendence. A principal delas é o belo design de produção. A fotografia também é bastante elogiável, mas em teoria, deveria ser ainda melhor. Afinal, o estreante diretor do filme, o estadunidense Wally Pfister, é um excelente diretor de fotografia. Costumeiro colaborador dos filmes de Christopher Nolan, lá sua fotografia é bem mais impressionante que aqui.
Transcendence também apresenta algumas boas cenas de ação. E isto torna o filme em alguns momentos algo mais próximo de um thriller de espionagem do que de uma ficção científica. Se este "suspense" também é uma qualidade, por outro lado ele não potencializado ao máximo justamente pelo que já disse antes: o início da projeção "conta demais", já revelando partes cruciais da trama.
Concluindo então, Transcendence: A Revolução desperdiça um conceito científico base interessante e atores talentosos. Por exemplo, Morgan Freeman e Cillian Murphy são atores famosos que só citei agora no texto pois no filme eles são elementos apenas figurativos. Faltou roteiro e direção para estruturar de maneira inteligente os atores e as ideias que o filme queria apresentar. Uma pena. Nota: 4,0