quinta-feira, 11 de junho de 2015

Crítica - Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

TítuloJurassic World: O Mundo dos Dinossauros ("Jurassic World", EUA, 2015)
DiretorColin Trevorrow
Atores principaisChris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D'Onofrio, Ty Simpkins, Nick Robinson
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=S2_aWPGZwhs
Nota: 6,0

Cópia piorada do filme de 1993

Não dá para negar que Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) fez história. O filme do diretor Steven Spielberg - ainda em seu auge de popularidade - era entretenimento de primeira para todas as idades: aventura, suspense, humor; um filme sobre uma família comum para famílias comuns assistirem. Porém o mais marcante foi o fato de apresentar para o mundo dinossauros digitais feitos com um realismo extremamente superior a qualquer coisa feita antes. Uma nova onda de interesse por estes bichos pré-históricos se espalhou pelo mundo, e não a toa, oito anos depois estreava o terceiro filme de uma bem sucedida franquia, fechando uma trilogia.

22 anos após o começo da saga, o quarto passo da franquia, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, é apenas uma cópia mal feita do filme original. Você já viu todo ele antes. E isto é uma triste ironia, já que como explicado anteriormente, o grande sucesso de Jurassic Park residiu principalmente no trazer algo novo.

Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros é muito parecido com seu "primeiro pai". Mesmo roteiro, mesma estrutura narrativa, mesmos dinossauros, a mesma história! Mais uma vez vemos o início de um ultra-seguro parque de dinossauros que dá errado, humanos "brincando de Deus" e sendo punidos por isto, crianças tendo que fugir sozinhas de "lagartos" gigantescos. Criatividade não é mesmo o forte aqui.

Mudanças? Apenas em pequenos detalhes, e em geral, as mudanças vieram para pior. Pela primeira vez temos efetivamente um casal na trama: os atores Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. Se isto traz um clima de romance que não vemos nos filmes anteriores, ao mesmo tempo nos entrega uma enxurrada de cansativos clichês. Ela é a executiva workaholic certinha e sem contato humano. Ele é o bad boy descolado que não segue as regras e ama os animais. E ficam naquele clima chato de "te amo mas não vou admitir isto" durante todo o filme.

Mas não é tão ruim assim. Apesar dos problemas citados, a dupla atua muito bem, possui muito carisma e são personagens mais marcantes e dominantes do que qualquer outro que já apareceu na franquia. Certamente tornam o filme bem mais interessante. Chatos meeeeeesmo são as crianças: os personagens vividos por Ty Simpkins e Nick Robinson são mais sem graça e estúpidos do que o normal. Só viram "gênios instantâneos" em uma cena, onde do nada aprendem a consertar um carro quebrado há vinte anos em questão de segundos...

Outra pequena diferença é sobre o "dinossauro fodão da vez". Criado artificialmente como uma mistura de vários dinossauros, na prática o tal Indominus Rex é simplesmente um Tiranossauro Rex maior e com braços longos. Não deixa de ser um monstro bacana. Mas não é tão bacana quanto o bom e velho T-Rex.

O roteiro é fraco e repleto de furos e absurdos. A trilha sonora, é em parte cópia da trilha clássica da franquia... mais uma vez nada de originalidade por aqui. Visualmente falando, a fotografia é boa, mas os personagens são filmados em um close tão próximo que chegou a me incomodar em alguns momentos. Já quanto ao seu 3D, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros consegue ter o pior e o melhor ao mesmo tempo: por um lado, o diretor aproveitou muito bem o recurso filmando belos planos longos. Por outro lado, há várias cenas onde os personagens centrais aparecem nítidos e todo o redor deles permanece desfocado. Isto é normal acontecer no 2D justamente por ser uma limitação visual... limitação esta que o 3D resolve... ou deveria resolver se fosse bem feito. Ah: pelo excesso de closes, as vezes é difícil de ler a legenda no 3D.

Apesar dos defeitos, as cenas de ação de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros são boas. E como o filme tem bastante cena de ação, consequentemente ele se torna agradável. Alerto entretanto que, embora as cenas sejam bem filmadas, em nenhum momento se tem uma sensação de tensão tão bem feita como nas do filme inicial. Este é um ponto onde se percebe nitidamente a diferença entre um Steven Spielberg e um Colin Trevorrow.

Finalmente... outro alento em Jurassic Park 4 são os dinossauros. Ele são sempre legais. E a luta final com eles é muito boa, uma dos pontos altos de toda a franquia. Aliás, o filme melhora muito em seus 30 minutos finais. O fato desta parte possuir menos closes e menos diálogos não é coincidência.

Comparando Jurassic Park 4 com os filmes anteriores, ele é claramente inferior aos filmes 1 e 2, e do mesmo nível que o filme 3. Mas isto não quer dizer que é um filme ruim. Somando prós e contras, é um filme divertido. Repito o que disse na frase anterior: dinossauros são sempre legais! Nota: 6,0

2 comentários:

Marcelo de Moraes disse...

Ivan, você não acha que JW é muito mais uma repaginada no velho parque apenas para tentar agradar velhos fãs e tocar os mais novos? Eu fiquei o tempo todo procurando por referências do primeiro filme e acabei encontrando muitas o que tornou a experiência do JW, para mim, muito mais divertida. Sobre o fato do roteiro ser fraco e cheio de furos (concordo com você) não acha que isso sofre influência da quantidade de informção/plots que poderiam ser usados mas acabam esvaziando o filme pelo fato de não ter espaço? Por exemplo, colocaram um par romântico efetivo no filme, mas foi só vomitado na gente essa informação, não há uma construção aparente do relacionamento deles, ou há?
TE convido a ler minhas impressões do JW no meu blog: https://deuvontadededizer.wordpress.com/2015/07/23/jurassic-world-o-mundo-dos-dinossauros/
Valeu

Ivan disse...

Olá Marcelo, tudo bem? Obrigado pelo comentário! Li seu blog, gostei do seu texto, e são as considerações que você fez lá que você traz aqui, vamos a elas: :)

Não tenho dúvidas de que o filme foi feito principalmente para trazer um novo público aos cinemas. E deu certo, aliás, já que o filme se tornou a 3a maior bilheteria de todos os tempos. Já para o "público velho", o filme tenta agradá-los "imitando" o primeiro filme e enchendo-o de referências. A tentativa pode ter funcionado para muitos, mas para mim, não. rs. Não gostei nem um pouco de ver "mais do mesmo".

Como você disse, esta enorme quantidade de informação/plots faz com que nenhum personagem seja desenvolvido adequadamente. E, o pior, nem temos muitos personagens... são poucos. É que tudo foi mal montado mesmo. No fundo, pela conclusão do filme, a "família" (e os filhos) são desnecessários para a trama. Como disse na minha crítica, o que salva mesmo são os dinossauros. Não tem como não gostar deles. :)

Abraços!

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