Diretor: Christopher Nolan
Atores principais: Fionn Whitehead, Aneurin Barnard, Mark Rylance, Tom Hardy, Kenneth Branagh, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden, Harry Styles
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=hDfPdL50VNc
Nota: 7,0
Nota: 7,0
Belo, diferente, mas muito, muito barulhento
Em seu primeiro filme que não é 100% ficção, o cineasta Christopher Nolan nos mostra as praias de Dunquerque (Dunkirk em Português), na França, no ano de 1940 e em plena 2ª Guerra Mundial, onde cerca de 400 mil homens Ingleses, Frances e Belgas estavam cercados pelas tropas Alemãs e prestes a serem exterminados.
Vemos então, através de 3 histórias diferentes (e também 3 perspectivas distintas: na água, terra e ar), os eventos da histórica Operação Dínamo, evacuação quase milagrosa que salvou mais de 300 mil soldados.
As 3 histórias são interessantes (embora entreguem pouco conteúdo), e revelam algumas surpresas quando se encontram; além do curioso fato de não serem temporalmente lineares entre elas.
A abordagem de Nolan para a guerra não deixa de ser interessante: os horrores das batalhas estão bastante presentes, mesmo com pouco sangue na tela. Outro ponto bacana foi sua maneira de mostrar como as pessoas são insignificantes diante de batalhas tão grandes: praticamente nenhum personagem de Dunkirk tem seu nome apresentado durante a projeção. Isto também faz que os personagens mal tenham tempo para ganhar alguma personalidade. Apenas os atores Kenneth Branagh e Mark Rylance conseguem fugir desta regra, de tão bons que são atuando.
Como sempre nos filmes deste diretor britânico, a fotografia é belíssima. Mesmo com um diretor de fotografia "novo" (Nolan trocou o estadunidense Wally Pfister pelo suíço Hoyte Van Hoytema desde Interestelar (2014)), as imagens são grandiosas e feitas para impressionar no formato IMAX. Se aproveitando do fato de que boa parte das cenas serem na praia, temos imagens que são como pinturas de tirar o fôlego. O mesmo pode ser dito das batalhas aéreas em "primeira pessoa", deslumbrantes!
Porém, apesar de todas as qualidades acima, Dunkirk tem um problema gravíssimo em seu ritmo: o filme simplesmente não tem um "clímax"... ou melhor, ele é inteiramente um único e gigantesco clímax. Do primeiro ao último de seus 106 minutos de duração, tudo em Dunkirk é épico, repleto de tensão, com uma trilha incidental absurdamente alta e barulhenta.
Sem variações de ritmo e sem descanso para os ouvidos, assistir Dunkirk se torna uma experiência desagradável em alguns momentos. É muito barulho o tempo todo, e além disto, cada uma das 3 narrativas se desenvolve de maneira tão lenta que chega a cansar. Dunkirk é uma provação para mente e ouvidos.
Dunkirk continua confirmando minha teoria de que desde A Origem (2010), Christopher Nolan ficou com a idéia de que quanto mais grandioso e épico for um filme, melhor. Porém, nisto Nolan está equivocado... é só ver o que as irmãs Wachowski fizeram em O Destino de Júpiter (2015) pensando da mesma maneira. Nolan continua trazendo um cinema interessante e diferente, belíssimo visualmente, mas está se perdendo nos excessos. Desta vez entregou um filme que é bom, mas que não é nada fácil de assistir. Nota: 7,0
Vemos então, através de 3 histórias diferentes (e também 3 perspectivas distintas: na água, terra e ar), os eventos da histórica Operação Dínamo, evacuação quase milagrosa que salvou mais de 300 mil soldados.
As 3 histórias são interessantes (embora entreguem pouco conteúdo), e revelam algumas surpresas quando se encontram; além do curioso fato de não serem temporalmente lineares entre elas.
A abordagem de Nolan para a guerra não deixa de ser interessante: os horrores das batalhas estão bastante presentes, mesmo com pouco sangue na tela. Outro ponto bacana foi sua maneira de mostrar como as pessoas são insignificantes diante de batalhas tão grandes: praticamente nenhum personagem de Dunkirk tem seu nome apresentado durante a projeção. Isto também faz que os personagens mal tenham tempo para ganhar alguma personalidade. Apenas os atores Kenneth Branagh e Mark Rylance conseguem fugir desta regra, de tão bons que são atuando.
Como sempre nos filmes deste diretor britânico, a fotografia é belíssima. Mesmo com um diretor de fotografia "novo" (Nolan trocou o estadunidense Wally Pfister pelo suíço Hoyte Van Hoytema desde Interestelar (2014)), as imagens são grandiosas e feitas para impressionar no formato IMAX. Se aproveitando do fato de que boa parte das cenas serem na praia, temos imagens que são como pinturas de tirar o fôlego. O mesmo pode ser dito das batalhas aéreas em "primeira pessoa", deslumbrantes!
Porém, apesar de todas as qualidades acima, Dunkirk tem um problema gravíssimo em seu ritmo: o filme simplesmente não tem um "clímax"... ou melhor, ele é inteiramente um único e gigantesco clímax. Do primeiro ao último de seus 106 minutos de duração, tudo em Dunkirk é épico, repleto de tensão, com uma trilha incidental absurdamente alta e barulhenta.
Sem variações de ritmo e sem descanso para os ouvidos, assistir Dunkirk se torna uma experiência desagradável em alguns momentos. É muito barulho o tempo todo, e além disto, cada uma das 3 narrativas se desenvolve de maneira tão lenta que chega a cansar. Dunkirk é uma provação para mente e ouvidos.
Dunkirk continua confirmando minha teoria de que desde A Origem (2010), Christopher Nolan ficou com a idéia de que quanto mais grandioso e épico for um filme, melhor. Porém, nisto Nolan está equivocado... é só ver o que as irmãs Wachowski fizeram em O Destino de Júpiter (2015) pensando da mesma maneira. Nolan continua trazendo um cinema interessante e diferente, belíssimo visualmente, mas está se perdendo nos excessos. Desta vez entregou um filme que é bom, mas que não é nada fácil de assistir. Nota: 7,0