quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Crítica - Vidro (2019)

TítuloVidro ("Glass", EUA, 2019)
Diretor: M. Night Shyamalan
Atores principais: Bruce Willis, Samuel L. Jackson, James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Sarah Paulson, Spencer Treat Clark, Charlayne Woodard
Shyamalan quase encerra sua trilogia de maneira digna

Para quem ainda não sabe, Vidro é o último capitulo da trilogia do diretor Shyamalan, composta também por Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016). Embora Vidro tenha explicações suficientes para que não seja necessário assistir os filmes anteriores, é muito recomendado que os dois primeiros títulos da série sejam vistos com antecedência para aproveitar totalmente a experiencia desta nova produção.

Na história, que se passa algumas semanas após o final de Fragmentado, Kevin (James McAvoy) continua na ativa, recolhendo vítimas e as matando, enquanto David Dunn (Bruce Willis) passa a atuar como um vigilante, e em paralelo se mantém em seu encalço. Após alguns eventos, a dupla eventualmente acaba sendo presa e colocada em um instituto psiquiátrico, o mesmo onde o Sr. Vidro (Samuel L. Jackson) já se encontra confinado. É então que a doutora Ellie (Sarah Paulson) tenta "curar" o trio convencendo-os de que eles são seres humanos comuns.

Para um filme que deveria "unir" dois filmes passados bem distintos, o roteiro de Vidro me impressionou ao conseguir juntar os dois universos anteriores de maneira detalhada e convincente. O único ponto a desejar desta junção é Casey (Anya Taylor-Joy), cujo retorno à trama não parece fazer muito sentido, além de proporcionar momentos piegas.

Comparando Vidro com Corpo Fechado e Fragmentado, o novo filme do diretor indiano lembra muito mais o primeiro, ao ser mais lento, com poucas cenas de ação, e principalmente, por trazer no roteiro muitos diálogos sobre a mitologia das histórias de super-heróis dos quadrinhos.

Como ponto forte, mais uma vez as cenas de suspense são filmadas com maestria por M. Night, que por sua vez, tem como seu grande erro em Vidro o exagero: o filme é longo demais, há diálogos e explicações demais. O ponto fraco do filme acaba sendo mais uma vez - assim como já foi em Fragmentado - o desfecho de sua história. Após uma tradicional "revelação surpreendente" que achei bacana, logo em seguida vem o exagero de mostrar outra "revelação-bomba", que considerei pretensiosa demais.

Voltando as qualidades de Vidro, se na média a atuação dos personagens não empolga, acho que Samuel L. Jackson e James McAvoy estão ainda melhores em seus papéis neste filme. McAvoy consegue se transformar de maneira mais evidente e impressionante entre seus diversos alter-ego.

Vidro não é um filme ruim, pelo contrário é até bom. Entretanto seus defeitos o tornam certamente o filme mais fraco da trilogia. Tivesse sido filmado há uns 10 anos atrás e com um final mais inspirado, talvez a trilogia de Shyamalan entrasse para história como algo mais memorável. Nota: 6,0

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