Mais dois filmes bem recentes da Netflix, ambos do mundo dos "assassinos" ou "ladrões" de aluguel, e com mais semelhanças entre eles do que pode parecer em um primeiro momento. Um filme é estadunidense, o outro, francês. Qual dos países levou esta disputa? Confira abaixo!
Diretor: David Fincher
Atores principais: Michael Fassbender, Tilda Swinton, Charles Parnell, Arliss Howard, Sophie Charlotte, Sala Baker
Após fracassar em público com seu primeiro filme na Netflix, Mank (2020), o ótimo diretor David Fincher está de volta ao streaming com O Assassino, baseado em uma pouco conhecida série de quadrinhos franceses de mesmo nome (Le Tueur, no original).
Na história, o personagem vivido por Michael Fassbender é apresentado como um frio e ultra competente assassino profissional, que mata as vítimas apenas pelo dinheiro, sem se importar com qualquer condição ética ou moral. Porém, após falhar em uma de suas missões, e ser penalizado por isso, o Assassino sai em busca de vingança contra todos que participaram de sua punição.
Para quem gosta de filmes policiais que misturam ação e suspense, O Assassino é um programa que vai certamente agradar, sem dúvidas. As cenas de tensão são bem feitas, as cenas de ação idem (e como bônus, de uma forma bastante realista), e tecnicamente o filme também é muito bom, contando com boa fotografia, locações e ângulos de câmeras bem variados.
Repito, para quem gosta de filmes do gênero, assistir O Assassino não tem erro. Porém, apesar de várias qualidades, a produção também tem seus defeitos. Para começar, seu roteiro não é lá essas coisas... a "vingança" aplicada contra o Assassino não faz sentido; a personalidade oscilante do protagonista não combina com a imagem de "máquina perfeita" que o próprio filme tenta nos apresentar. Michael Fassbender também não ajuda muito, sendo pouco expressivo, e mais fazendo caretas de "cansado" e "assustado" do que qualquer outra coisa.
E, encerrando os pontos ruins, O Assassino não traz nada realmente novo. Se o filme tivesse sido feito por um diretor de pouca expressão ele receberia mais elogios, porém, como ele foi feito pelo mesmo diretor que já nos entregou Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995), Clube da Luta (1999), Zodíaco (2007) e Garota Exemplar (2014) dentre outros, dele eu espero bem mais, então apesar de ser um bom filme a sensação final é de uma leve decepção. Conclusão: a melhor maneira de desfrutar O Assassino é gostar de filmes de ação de vingança e esquecer que ele foi feito por Fincher. Nota: 6,5.
PS: Sophie Charlotte, a atriz que faz o papel de Magdala, a namorada do Assassino, é brasileira e já participou de várias novelas por aqui, como por exemplo Malhação, Babilônia e Todas as Flores.
Diretora: Mélanie Laurent
Atores principais: Adèle Exarchopoulos, Mélanie Laurent, Manon Bresch, Isabelle Adjani, Félix Moati, Philippe Katerine
Se o filme anterior pecou pela falta de originalidade, felizmente não podemos dizer o mesmo deste francês As Ladras. O filme, que traz um grupo de assaltantes para fazer seu "roubo da vez", mistura ação, humor, aventura, mas foge do comum por ter como protagonistas um grupo de mulheres. O filme é mais voltado para o público feminino, e também traz algumas cenas mais tocantes; a troca de homens por mulheres é realmente bem vinda, com piadas e situações engraçadas e curiosas.
Mélanie Laurent, que é uma das protagonistas, também dirige As Ladras, este que é seu nono longa metragem como diretora. E assim como O Assassino, este filme também é uma adaptação de história em quadrinhos, no caso, da história A Grande Odalisca (2012), de Jérôme Mulot. Na trama, Carole (Melanie Laurent) e Alex (Adèle Exarchopoulos) são competentes ladras que há muito tempo trabalham para a Madrinha (Isabelle Adjani), e agora querem se aposentar, pedido rejeitado pela chefona. A dupla topa fazer um "último trabalho", onde outras coisas além da futura aposentadoria estão em jogo.
Apesar de ter várias cenas de ação, tiroteios e mortes, o forte de As Ladras acaba sendo mesmo o humor e a relação entre as ladras Carole, Alex e Sam (Manon Bresch), sendo assim, dá para dizer que é um filme "leve". Com bastante diálogos (como boa parte dos filmes franceses), a qualidade e carisma das atrizes também contribui para a produção funcionar bem. As Ladras também conta com uma trilha sonora curiosa, com várias músicas latinas cantadas.
Dando destaque principalmente à liberdade e força feminina, As Ladras é um filme divertido, que me surpreendeu positivamente, e só me decepcionou um pouco no seu final, mas não comprometendo o resultado como um todo. Nota: 7,0.
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