terça-feira, 8 de julho de 2025

Crítica Netflix - The Old Guard 2 (2025)


Título: The Old Guard 2 (idem, EUA, 2025)
Diretora: Victoria Mahoney
Atores principais: Charlize Theron, KiKi Layne, Matthias Schoenaerts, Marwan Kenzari, Luca Marinelli, Chiwetel Ejiofor, Veronica Ngo, Henry Golding, Uma Thurman
Nota: 4,0

Seqüência não faz nada certo e enterra franquia (que a Netflix quer continuar)

Após quase exatos 5 anos depois da estréia de The Old Guard (2020) na Netflix, temos sua continuação, com praticamente mesmo elenco mas com nova diretora. The Old Guard 2 até tinha alguma razão para existir, já que o filme anterior deixou alguns ganchos enormes que justificariam sua continuação.

Mesmo retornando justamente por esses "ganchos", The Old Guard 2 já começa errando em não se preocupar em explicar o que aconteceu antes, o que deixa tudo bastante confuso para quem não viu o filme anterior, e em menor escala, para quem viu mas já esqueceu dos detalhes (afinal, repito, já se passaram 5 anos!).

Então eu ajudarei a relembrar: estamos em um universo onde nossos personagens são os "Imortais", pessoas com milênios de idade, que não morrem por ter uma recuperação a ferimentos ultra rápida (eles podem até ter a cabeça decepada que não tem problema) e que atuam nas sombras ajudando a humanidade em situações de injustiça.

Porém no filme anterior, Andrômaca, ou "Andy" para os íntimos (Charlize Theron), a líder e mais velha do grupo, perdeu sua imortalidade. Além disso, Booker (Matthias Schoenaerts), outro imortal de seu grupo, os traiu e foi banido. O filme começa com Quynh (Veronica Ngo), outra imortal, sendo resgatada do fundo mar após 500 anos em um eterno ciclo de morrer e reviver afogada por uma mulher misteriosa (interpretada por Uma Thurman). Basicamente a partir daí Quynh e Uma Thurman se unem para fazer o mal contra a humanidade e destruir o grupo de Andy.

A verdade é que mesmo com o primeiro filme feito para se ter uma continuação, pelo que vimos do roteiro, esta não estava muito bem planejada, já que a nova história nos traz alguns retcons (bem ruins aliás) e um argumento fraco, que para ser interessante deveria ter sido contado em no máximo uma hora. Porém The Old Guard 2 tem quase 2 horas de duração, e é preenchido com diálogos piegas e cenas de ação apenas medianas que não fazem o menor sentido. Por exemplo, perto do final do filme, o grupo de heróis invade um local fortemente protegido e com seguranças fortemente armados. Assim que eles chegam, todos os inimigos jogam as armas no chão e resolvem "sair no braço" (?????). A explicação que o roteiro dá? "O líder deles é um babaca". Não vou mais comentar por respeito à sétima arte.

Meu horror ao roteiro só não é maior pois The Old Guard não é uma obra original, e sim, a adaptação de uma série de quadrinhos. E se há uma mídia onde retcons são comuns são nas HQs. Portanto, talvez essas várias decisões ruins tenham vindo da obra original e não dos "roteiristas".

E como não há nada que seja ruim suficiente que não possa piorar, a história The Old Guard 2 não acaba ao final do filme! Será necessário ter um filme 3 para concluir o que se começou aqui. Por enquanto The Old Guard 2 vai bem de audiência, mas estamos na sua semana de estréia. Após as pessoas lerem (as justas) críticas detonando o filme, talvez isso mude. Vamos ver se no final das contas a audiência será suficiente para justificar ou não um fim da trilogia e continuar a alimentar a indústria da quantidade ao invés da qualidade. Nota: 4,0

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