quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #046 - Freddie Mercury o "bom", Michael Jackson o "mau" e outras histórias

Daqui a poucos dias, mais exatamente nesta sexta-feira dia 29 de agosto, comemoraremos a data de nascimento de Michael Jackson. Então aproveitando o momento, vamos a mais um artigo de curiosidades, desta vez apenas com histórias envolvendo ao mesmo tempo estes dois grandes gênios da música contemporânea: o próprio MJ e Freddie Mercury, imortal vocalista e líder da banda inglesa Queen.

Comecemos com o "causo" para explicar o título do artigo. Em entrevista publicada no começo deste ano na revista britânica Mojo, o guitarrista Brian May recordou de uma peculiar passagem, quando a banda procurava por um nome para seu próximo álbum (aquele viria a ser o álbum The Miracle, de 1989).

Um dia Freddie chegou e disse: "Tenho uma ideia incrível. Você sabia que Michael Jackson acabou de lançar um álbum chamado Bad? Vejam... então o que vocês acham de chamarmos nosso próximo álbum de Good?". Então, segundo May, o restante da banda se entreolhou e eles responderam: "bem, talvez devêssemos pensar sobre isso, Freddie...", sem quererem confrontá-lo diretamente.

A "sugestão" de Mercury, claro, não foi adiante. Porém curiosamente a decisão para o nome do disco não foi fácil e um mês antes de The Miracle ser lançado, o disco ainda estava com o nome de The Invisible Men (ambos os nomes são de músicas presentes no álbum).


De fã a Another One Bites the Dust

Tanto Michael Jackson quanto Freddie Mercury eram conhecidos como artistas vaidosos e de personalidade forte, mas apesar da "concorrência" que havia entre eles no mundo da música, ambos nutriam grande respeito e admiração um pelo outro e eram amigos. A amizade começou em 1980, quando Michael, que era fã do Queen, começou a ir nos shows da banda que estavam acontecendo em Los Angeles. Não demorou muito para que eles fossem apresentados um ao outro, e Michael começou a ser figura frequente nos bastidores das apresentações.

Michael, Freddie e John sabiam o que estavam fazendo

Em uma destas visitas ao backstage do Queen, a banda apresentou a Michael Jackson uma música que eles acabavam de ter finalizado. Criada pelo baixista John Deacon, a música era mais "funk" e menos "rock" do que eles costumavam fazer, e além disto, o baterista Roger Taylor simplesmente não a aprovava. Assim que Michael a ouviu, ele começou a balançar a cabeça para frente e para trás, e animado, afirmou que a música deveria ser lançada como um single, que seria sucesso garantido.

A música em questão era Another One Bites the Dust. Nenhum dos quatro integrantes da banda sequer havia cogitado lançar a canção como single, e apesar da desconfiança dos outros dois do grupo, Freddie Mercury e John Deacon ouviram Michael e compraram a aposta.

Another One Bites the Dust foi lançado como single em Agosto de 1980 e virou sucesso mundial, se tornando o single mais bem sucedido do Queen em todos os tempos, além de ter sido fator fundamental para popularizar a banda nos EUA. A música ficou 15 semanas consecutivas no Top 10 da Billboard, e vendeu mais de 7 milhões de cópias pelo mundo.


Um dia e 3 músicas (ou quase)

Foi de Michael a iniciativa de que ele e Freddie gravassem músicas juntos. Porém, a vida corrida de ambos nunca permitia que a dupla se encontrasse para gravar, até que um dia em 1983, eles se reuniram na casa de Michael, em Encino, Califórnia, onde havia um estúdio. Lá, durante cerca de 8 horas juntos, trabalharam em 3 canções. A primeira, State of Shock, foi trazida por Michael, que queria fazer dela um dueto e usá-la no seu próximo álbum com os The Jacksons. A dupla gravou os vocais, mas faltaram os "retoques finais".

A segunda música foi trazida por Freddie, era There Must Be More to Life Than This, a qual ele ainda não tinha conseguido gravar com sua banda. Freddie Mercury foi para o piano e Michael começou a cantar, inclusive improvisando algumas letras, que não estavam todas prontas. Finalmente, a terceira música foi Victory, uma música que a dupla queria criar junto desde o início; ela não avançou muito além do que sua batida base, e o que foi gravado naquele dia provavelmente foi até perdido.

Michael esperava que Freddie voltasse para finalizar State of Shock, mas como ele não o fez, chamou Mick Jagger, dos Rolling Stones, para fazê-lo. A música então saiu no álbum Victory, dos The Jacksons, de 1984. Não há nenhuma música "Victory" dentro deste disco, mas o nome escolhido não foi uma coincidência. Michael gostou do nome da música incompleta iniciada por ele e Freddie e resolveu usá-la como título do álbum.

Já There Must Be More to Life Than This virou uma música cantada apenas por Freddie Mercury, lançada em seu primeiro álbum solo, Mr. Bad Guy (1985). Porém, em 2014 a banda Queen lançou parte do material gravado naquele histórico dia através do remix There Must Be More To Life Than This (William Orbit Mix) no álbum de coletâneas Queen Forever (ouça acima).


Fim da amizade?

Se você procurar na internet sobre estes duetos de Freddie Mercury com Michael Jackson, verá histórias de que Freddie resolveu abandonar a parceria porque Michael trouxe uma lhama para o estúdio, por outro lado, também encontrará que Michael ficou chateado porque Mercury teria consumido drogas em sua casa. Porém, tudo isso é muito mais fantasia do que realidade. Conforme este breve documentário (em inglês), Freddie até teve momentos de irritação, mas no fundo, a breve pareceria entre estes dois gênios só não foi mais longa por falta de tempo em suas corridas vidas profissionais.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

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