Conforme prometido, mais duas produções originais Netflix analisadas nesta semana. Desta vez filmes com conteúdo mais sério, baseados em fatos reais, e ambas produções recentíssimas, de 2019. Confiram as críticas!
Diretor: Chiwetel Ejiofor
Atores principais: Maxwell Simba, Chiwetel Ejiofor, Aïssa Maïga, Lily Banda, Joseph Marcell, Noma Dumezweni, Lemogang Tsipa, Philbert Falakeza
Baseado no livro de memórias de mesmo nome, O Menino que Descobriu o Vento conta a história real de William Kamkwamba (Maxwell Simba), um garoto de uma aldeia em Malawi, pequeno país do sudeste africano. Em uma época de fome e seca, William montou através de peças descartadas em um lixo uma bomba d´água movida a energia eólica. Com isto, sua aldeia conseguiu irrigar plantações e se salvar dos problemas do clima.
Ao que parece, a Netflix tem atraído atores relacionados ao Oscar dando-lhes a oportunidade de dirigir seu primeiro filme. Assim foi com Brie Larson e sua Loja de Unicórnios e agora temos Chiwetel Ejiofor com este O Menino que Descobriu o Vento.
Chiwetel faz um bom trabalho na direção, e acertadamente ele prioriza dar foco na inspiradora história de William e sua família. Atores, momentos dramáticos, tudo isto fica em segundo plano... e ainda assim temos atuações excelentes de um elenco muito bom.
A se criticar em Chiwetel Ejiofor, eu citaria sua pouca ousadia nas filmagens e narrativa, mas principalmente, em dar um pouco mais de destaque a seu próprio personagem (que no filme é o pai de William), do que ao próprio garoto-herói. Mas nada que comprometa, pelo contrário: O Menino que Descobriu o Vento é muito bom! Digamos, apenas, que um diretor inexperiente como ele perdeu a chance de tornar o filme memorável.
Felizmente longe do vitimismo, mas bem realista, O Menino que Descobriu o Vento é inspirador, e um pequeno tapa na cara em todos aos brasileiros que não vivem na pobreza, pois comparando com toda população do planeta, ainda somos bastante privilegiados. Nota: 7,0.
Ao que parece, a Netflix tem atraído atores relacionados ao Oscar dando-lhes a oportunidade de dirigir seu primeiro filme. Assim foi com Brie Larson e sua Loja de Unicórnios e agora temos Chiwetel Ejiofor com este O Menino que Descobriu o Vento.
Chiwetel faz um bom trabalho na direção, e acertadamente ele prioriza dar foco na inspiradora história de William e sua família. Atores, momentos dramáticos, tudo isto fica em segundo plano... e ainda assim temos atuações excelentes de um elenco muito bom.
A se criticar em Chiwetel Ejiofor, eu citaria sua pouca ousadia nas filmagens e narrativa, mas principalmente, em dar um pouco mais de destaque a seu próprio personagem (que no filme é o pai de William), do que ao próprio garoto-herói. Mas nada que comprometa, pelo contrário: O Menino que Descobriu o Vento é muito bom! Digamos, apenas, que um diretor inexperiente como ele perdeu a chance de tornar o filme memorável.
Felizmente longe do vitimismo, mas bem realista, O Menino que Descobriu o Vento é inspirador, e um pequeno tapa na cara em todos aos brasileiros que não vivem na pobreza, pois comparando com toda população do planeta, ainda somos bastante privilegiados. Nota: 7,0.
Diretor: John Lee Hancock
Atores principais: Kevin Costner, Woody Harrelson, Kathy Bates, John Carroll Lynch, Thomas Mann
Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas, filme de 1967 é um dos grandes clássicos da história do Cinema. Indicado a 10 Oscars, sucesso de bilheteria, o filme contava a história do casal Clyde Barrow e Bonnie Parker, jovens criminosos reais que durante a década de 30 ficaram famosos nos EUA como assaltantes de banco. Por serem jovens, ousados, roubarem em casal e apenas "dos ricos", a dupla conquistou considerável empatia popular, virando heróis para muitos apesar dos seus crimes.
Mais de 50 anos depois, enfim surge uma produção de peso para dar uma "resposta" ao filme de 67: agora, ao invés de ver a história sob o ponto de vista dos "bandidos", em Estrada Sem Lei vemos a história da caçada à famosa dupla sob o ponto de vista de seus captores, os aposentados rangers (guardas florestais) Frank Hamer (Kevin Costner) e Maney Gault (Woody Harrelson).
Para fazer este Estrada Sem Lei foram trazidos alguns grandes nomes. Além dos dois atores protagonistas, há também a presença da atriz Kathy Bates, do diretor John Lee Hancock (Fome de Poder, Walt nos Bastidores de Mary Poppins, Um Sonho Possível) e do roteirista John Fusco (O Reino Proibido, Mar de Fogo, Spirit o Corcel Indomável).
E o resultado, em todos os aspectos, é que Estrada Sem Lei é um bom filme. Sem nada espetacular, mas com bom roteiro, boas atuações, boa fotografia, bom design de produção, boa trilha sonora. Sua maior qualidade, talvez, é apresentar ao espectador de maneira dinâmica e interessante uma fiel representação dos anos 30: um mundo mais inocente, simples, e materialmente mais pobre que hoje.
Misturando filme de época com filme policial com um road movie, Estrada Sem Lei recebe meus cumprimentos por deixar claro que Bonnie e Clyde não eram boas pessoas, e que portanto, jamais podem servir de inspiração. Nota: 7,0.