quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Crítica - Infiltrado na Klan (2018)

TítuloInfiltrado na Klan ("BlacKkKlansman", EUA, 2018)
Diretor: Spike Lee
Atores principais: John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier, Topher Grace, Jasper Pääkkönen, Ryan Eggold, Robert John Burke
Não é uma comédia

Infiltrado na Klan é um filme promovido como comédia, mas que não faz rir em nenhum momento. Embora tenha um tom "descolado" e sarcástico, o filme trata sobre racismo, e o assunto é tão pesado que em nenhum momento me peguei rindo durante a projeção.

Na história baseada em fatos reais, somos apresentados a Ron Stallworth (John David Washington), que se torna o primeiro policial negro da cidade estadunidense de Colorado Springs. O filme se passa nos anos 70, e conta a história de Ron se infiltrando dentro da Ku Klux Klan mesmo apesar de sua cor.

Infiltrado na Klan é em geral um bom filme, sem muitos altos nem muitos baixos. Por isso mesmo, das 6 indicações ao Oscar que o filme recebeu, não concordo com nenhuma. A indicação para Melhor Trilha Sonora é a que melhor aceito, já que as músicas são bacanas e compatíveis com o clima do filme. Spike Lee faz questão de dar uma ambientação Blaxploitation, o que não deixa de ser curioso e interessante.

Em termos de atuação, a dupla principal John David Washington e Adam Driver não entregam nada demais. Aliás, John David é bem fraco... e olhe que ele é filho do excelente ator Denzel Washington! As melhores atuações ficam por conta dos coadjuvantes Laura Harrier e Jasper Pääkkönen.

Até mesmo em termos de roteiro - um dos pontos fortes de Spike Lee - o filme derrapa. A história é de média para boa, porém seu ato final é meio absurdo... tem sua pitada de Deus ex machina.

Dentre todos os filmes indicados ao Oscar de 2019 que denunciam o racismo, Infiltrado na Klan é o que menos gostei, e que também para mim menos defende sua causa. O foco aqui não é tanto mostrar o preconceito sofrido pelos Afro-americanos, mas sim, em mostrar o quanto os brancos racistas são idiotas, estúpidos.

Dizem que quando ofereceram este filme para Spike Lee dirigir, ele respondeu que toparia sob duas condições: que pudesse fazer comédia, e que pudesse relacionar o filme com o mundo atual. Bem, então primeiramente acho que Lee tem um humor realmente diferente; já da parte de relacionar o filme com o atual, é aí que reside a maior força de Infiltrado na Klan. Assim que o filme acaba, vemos imagens reais dos protestos pró-racismo ocorridos nos EUA no ano passado. A comparação dos "longínquos anos 70" com 2018 (em que vemos que nada mudou afinal) é um soco no estômago. Apenas por essa mensagem, Infiltrado na Klan deve ser visto e divulgado.

Para quem quiser ver um filme de razoável a bom sobre o assunto racismo, mas que NÃO é comédia, Infiltrado na Klan acaba sendo uma boa pedida. Mas não vai além disto. Nota: 6,0

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