Diretor: Alfonso Cuarón
Atores principais: Sandra Bullock, George Clooney
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=kC3rHl_US4Q
Nota: 9,0
Um filme excepcional, que te lembra do porque precisamos ir aos cinemas
Bastou eu assistir um filme do diretor mexicano Alfonso
Cuarón – Filhos da Esperança, de 2006 – para que eu me tornasse grande fã de
seu trabalho. Afinal, cenas tão incríveis e tão longas de ação feitas em tomada
única (sem cortes) eu nunca havia visto igual.
Seu filme seguinte, Gravidade, é ainda melhor. Na trama, os
astronautas Ryan Stone (Sandra Bullock) e Matt Kowalski (George Clooney) estão
fora de seu ônibus espacial, acoplados no telescópio Hubble onde estão instalando
nele uma nova atualização. Eis que então eles são golpeados por destroços de
outros satélites, que destroem o ônibus e os deixam à deriva no espaço. Agora,
eles precisam arrumar um jeito para voltar para casa.
E não é que toda a cena descrita acima é feita sem cortes?
São quase 20 minutos ininterruptos, desde que o filme começa, a nave explode e
os astronautas estão girando como doidos no espaço como consequência da
explosão. Tudo isto feito com um grau inédito de realismo, efeitos especiais e
beleza de imagens. É simplesmente fantástico, de cair o queixo. Depois desta
cena, caberia a nós reles mortais levantarmos, aplaudirmos, e ir embora muito satisfeitos
para casa. Mas felizmente ainda há muito mais filme por vir.
E o que vem a seguir, ouso comparar dizendo ser parecido com
o que vimos em Apolo 13 – filme de
1995 do diretor Ron Howard. Porém com
uma diferença fundamental: os astronautas estão fora da nave (sem contar que
visualmente Gravidade está mil anos luz na frente).
O filme é feito sob o ponto de vista da personagem da Sandra Bullock, uma astronauta em primeira
missão de voo. Se alguém ainda não respeitava o trabalho da atriz, agora é o
momento. Além dela convencer atuando no correto limiar entre estar
assustada/inexperiente com ser uma astronauta capaz e bem treinada, o esforço
dela para este filme é louvável: foram horas e horas de filmagens com Bullock pendurada
por cordas dentro de um quarto escuro, não vendo absolutamente nada.
Já Clooney – que tem pequena participação e mesmo assim é o
único outro ator do filme sem ser a Bullock – está bem como sempre e nos
permite os poucos momentos de humor da trama.
Sim, há pouco humor pois o sentimento constante da história
é a tensão, o desespero da solidão, ou de morrer a qualquer momento. Gravidade é disparado a experiência mais
próxima que se pode ter de como é “caminhar no espaço” sem estar de verdade lá em
cima. É este o mérito máximo do filme: a imersão total do telespectador dentro
da tela, é como se nós mesmos fôssemos a personagem Ryan Stone e estivéssemos
em sua pele vendo o mesmo que ela vê!
Gravidade é um
filme bem diferente devido seu alto grau de realismo. Com pouca trilha sonora
(no espaço não há som, e isto é simulado), e sem gravidade. Isto é mostrado de
maneira forte e impressionante: nunca há um chão. Tudo sempre gira, e nunca
sabemos onde é o “cima” e onde é o “embaixo”. Estes conceitos não existem. E
isto é mostrado brilhantemente aqui. São tantos giros e falta de referência
espacial que entendo ser possível o incômodo de alguns assistindo. Acontece.
Mas mesmo para estes imagino que o filme valha a pena.
Gravidade é muito
muito bom. Só não leva 10
porque a sua história – repleta de metáforas de nascimento e crescimento – é demasiado simples e um pouco exagerada nos seus acontecimentos. Faltou ao enredo a perfeição dos efeitos
visuais. Mas nada que comprometa, claro.
Para finalizar, um alerta: Gravidade é um filme que PRECISA ser visto nos cinemas. Assisti-lo em casa, mesmo que você tenha uma TV de 75 polegadas, não faz sentido pois você perde toda a experiência (3D inclusive) que o filme propõe. Na sua casa, o filme levaria uma nota 7 ou 8 no máximo.
Para finalizar, um alerta: Gravidade é um filme que PRECISA ser visto nos cinemas. Assisti-lo em casa, mesmo que você tenha uma TV de 75 polegadas, não faz sentido pois você perde toda a experiência (3D inclusive) que o filme propõe. Na sua casa, o filme levaria uma nota 7 ou 8 no máximo.
Corra para os cinemas! A obra genial de Alfonso
Cuarón precisa ser conhecida. Nota: 9,0.