sexta-feira, 29 de abril de 2016

Crítica - Capitão América: Guerra Civil (2016)

TítuloCapitão América: Guerra Civil ("Captain America: Civil War", EUA, 2016)
Diretor: Anthony Russo, Joe Russo
Atores principais: Chris Evans, Robert Downey Jr, Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Chadwick Boseman, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Tom Holland, Daniel Brühl
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=3p1d_6_ocEE
Nota: 8,0
Marvel muda o estilo, mas continua fazendo ótimos filmes

Capitão América: Guerra Civil é o décimo-terceiro filme do Universo Cinematográfico Marvel, iniciado em 2008 com o filme Homem de Ferro. Mais ainda, é o filme que reúne o maior número de super-heróis em toda a história: considerando todos os personagens apresentados pelo estúdio nesta fase de agora, só ficaram faltando aparecer Thor, Hulk e os Guardiões da Galáxia. Em contrapartida o filme introduz dois novos heróis bastante relevantes: o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o tão aguardado pelos fãs Homem-Aranha (Tom Holland).

Na história, os Vingadores tentam prender alguns bandidos e então um acidente acontece, matando civis. Após o incidente, os governos mundiais querem controlar o poderoso grupo via ONU. Enquanto os heróis discutem se aceitam ou não a intervenção, outro acontecimento acirra os ânimos: aparentemente o Soldado Invernal (Sebastian Stan) comete um ato terrorista. Então os heróis se dividem em dois grupos: o time liderado pelo Capitão América (Chris Evans), que não aceita a intervenção da ONU e considera o Soldado Invernal inocente; e o time liderado pelo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), que aceita o controle dos governos e que quer o Soldado preso ou morto. Não demora muito para que os dois times se enfrentem fisicamente.

Em primeiro lugar, ao contrário do que foi vendido, este não é um filme do Capitão América. É muito mais um filme dos Vingadores do que qualquer outra coisa, já que o futuro do grupo é discutido repetidas vezes e um número bem alto de personagens ganham destaque. É verdade que Capitão, Homem de Ferro e Soldado Invernal são os principais protagonistas, mas o Pantera Negra, a Viúva Negra (Scarlett Johansson), o Falcão (Anthony Mackie), a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e o vilão Barão Zemo aparecem (Daniel Brühl) bastante.

Depois de usar uma mesma fórmula em quase todos seus filmes - histórias leves, cheia de humor, e heróis lutando contra o monstro da vez - o estilo da produção mudou: estamos diante do filme mais sério da Marvel até agora. As piadinhas existem, mas são poucas, e de maneira bastante coerente são feitas apenas pelos personagens metidos a comediantes: Homem de Ferro, Homem Aranha e Homem Formiga (Paul Rudd).

Mas a grande mudança trazida neste filme pelos diretores, os Irmãos Russo, são as batalhas. Ao contrário de lutas épicas, o que temos aqui é um grande destaque para lutas "mano a mano" filmadas em close. Esta abordagem transforma Capitão América 3 em algo muito mais realista e muito mais intimista do que qualquer outro filme de super-herói.

Capitão América: Guerra Civil também é o filme da Marvel com maior tempo em cenas de ação, a maioria muito boas. As batalhas foram bem planejadas e utilizam muito bem a diversidade de poderes dos heróis. As tais lutas "mano a mano" que já citei anteriormente são repletas de golpes marciais e em velocidade alucinante. Entretanto, elas não são perfeitas: com o de abuso dos closes e cortes rápidos, as vezes perdemos toda a progressão de um golpe ou a visão global do que está acontecendo. Portanto, os Irmãos Russo são ótimos para filme da ação, mas ainda têm pontos a melhorar na sua técnica.

E lembram que em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) eu disse que para que os heróis brigassem entre eles o filme os distorceu, transformando-os em pessoas sombrias? Felizmente, em Capitão América: Guerra Civil isto não acontece, o que prova a força do roteiro. As motivações para a briga soam orgânicas e críveis. Ninguém precisou virar "mau" para o conflito acontecer... o mais anti-herói é o Homem de Ferro, mas como ele sempre foi um arrogante metido a valentão, tudo se mantém coerentemente dentro do universo já estabelecido.

Capitão América: Guerra Civil tem boas chances de ser o melhor filme da Marvel até agora. Entretanto não concederei a ele este título por alguns motivos. Primeiro, pelos leves problemas nas lutas que citei acima. Segundo, porque analisado do começo ao fim o plano do Barão Zemo não me pareceu fazer muito sentido... O vilão é fraco, não representa ameaça. O ato final de Capitão América: Guerra Civil não consegue estabelecer um bom clímax, que ficou ainda pior com o uso de uma certa gravação que não faz sentido nenhum existir.

Finalmente, outro probleminha é que este filme é de longe o menos independente dentre todos do Universo Cinematográfico Marvel. Para entendê-lo, no mínimo é obrigatório ter assistido antes o Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) e o Vingadores: Era de Ultron (2015). Sem conhecê-los previamente, não assista Capitão América 3.

Depois de muito se repetir, a Marvel traz em seu novo filme algumas boas novidades, se renovando. A minha esperança em que o Universo Cinematográfico Marvel continue empolgante por vários anos aumentou. Que venham os próximos filmes! Nota: 8,0


PS: Capitão América 3 possui DUAS cenas pós-créditos. A segunda é uma rápida propaganda do futuro filme do Homem-Aranha, portanto, nem vale a pena esperar para ver. Porém a primeira cena é importantíssima! Ela nem deveria estar após o filme, e sim dentro dele. Não a percam!

PS 2: uma errata. Pensando melhor agora, Capitão América 2: O Soldado Invernal também é um filme bem sério, talvez até mais sério que este. Entretanto, Guerra Civil aborda assuntos mais complexos e não segue a estrutura padrão de "filme de origem contra o vilão da vez".

terça-feira, 26 de abril de 2016

Gosta de filmes de ficção científica "pra valer"? Você precisa conhecer Primer

Primer (2004) é um filme de baixíssimo orçamento (US$ 7 mil), produzido, escrito e dirigido por Shane Carruth, formado em matemática e ex-engenheiro de Software. Apesar de não ter feito sucesso comercial, o filme ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival Sundance de Cinema de 2004.

Carruth (o moreno da foto acima) nem sabe atuar muito bem... mas como sabe contar uma história! Em Primer temos dois engenheiros que acidentalmente criam uma máquina do tempo. Diferentemente da maioria dos filmes do gênero, os protagonistas não são estúpidos, irresponsáveis, nem querem dominar o mundo. Então, assim que eles percebem o que têm em mãos (a máquina do tempo), eles tentam ganhar dinheiro com isto tomando todo cuidado possível para não alterar a história nem prejudicar ninguém.

Será que eles conseguiram? Bem, vocês tem que assistir o filme para ver. Nele temos cenas em diversas linhas temporais (muitas vezes se repetindo) e a história é difícil para entender. Ou melhor, para quem está acostumado com filmes do gênero, prestando bastante atenção no que está acontecendo até dá para assistir o filme e entender uns 70% do que aconteceu ao seu final.

Os 30% restantes? Bem, se você os entendeu pela primeira vez você é um gênio rs. Um dos motivos do filme ser tão complexo é que cenas importantes para seu entendimento foram propositalmente retiradas da história. Mas existe na internet uma diversidade de textos e vídeos explicando tudo passo a passo. Este vídeo em inglês (clique aqui) é um exemplo deles.

Depois de tudo explicado, você perceberá que a história é brilhantemente sem erros, e tudo se encaixa. Primer é portanto um dos mais complexos - porém um dos melhores - filmes de viagem no tempo já feito. Gosta do assunto e quer dar um prazeroso nó na cabeça? Este é seu filme. :)

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Crítica - Mogli - O Menino Lobo (2016)

TítuloMogli - O Menino Lobo ("The Jungle Book", EUA, 2016)
Diretor: Jon Favreau
Atores principais (vozes): Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba, Lupita Nyong'o, Scarlett Johansson, Giancarlo Esposito, Christopher Walken
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=sxeRCEthd9o
Nota: 8,0
Com um espetáculo visual, Mogli concorre como um dos melhores filmes do ano

Mogli é um personagem que aparece em alguns contos do livro The Jungle Book (1894) de Rudyard Kipling. Talvez não muito conhecido pelas gerações mais novas, ele fez parte da infância das pessoas entre 30 a 50 anos graças à animação da Disney Mogli - O Menino Lobo, de 1967.

A Disney já fez algumas adaptações live-action desta mesma história. Uma em 1994 e outra em 1998. Mas desta vez ela resolveu jogar pesado. Gastando 175 milhões de dólares, temos um filme onde apenas um personagem - o menino Mogli (Neel Sethi) - é de carne e osso: todos os outros personagens (animais falantes) e a grande maioria das paisagens são feitas por animação de computador. Ah: e com um realismo de assustar qualquer um!

Na famosa história, Mogli é um menino que foi abandonado na selva e criado por lobos. Ele viva em paz e harmonia por lá até que um dia o malvado tigre Shere Khan (Idris Elba) descobre a existência da criança. Por medo e raiva dos humanos, Khan quer matar Mogli de qualquer jeito, o que leva nosso herói a uma jornada para voltar a civilização, evitando desta maneira o confronto.

Há várias cenas neste Mogli - O Menino Lobo que são quase idênticas ao do desenho de 1967. Entretanto, há várias cenas novas também, em geral, estas servem para deixar o filme mais assustador. Aliás, Mogli é um filme para "quase" toda a família. Passa pelo roteiro completo de emoções: do humor ao drama. Não é um filme sombrio, muito longe disto. Entretanto, há várias passagens tensas (aquelas em que Mogli é atacado) e portanto não recomendo o filme para menores de 8 anos. Mais do que qualquer coisa, Mogli é um filme de ação.

Como eu disse no passado, para Mogli - O Menino Lobo o diretor Jon Favreau havia prometido que seu filme seria um deslumbre visual. Ele não mentiu. Mogli é talvez o filme sobre natureza de imagens mais belas desde Avatar (2009). Antes que eu seja acusado de exagerado, explico melhor: vejam, Avatar continua sendo muito melhor visualmente e tecnicamente. Entretanto, Mogli possivelmente fica com um distante "segundo lugar", e assim como o filme de James Cameron, merece ser visto no cinema e em 3D.

Continuando com minhas recomendações, é óbvio que qualquer filme é muito melhor em seu idioma original. Mas especialmente para este Mogli - O Menino Lobo, procure pelas versões legendadas. Principalmente as vozes de Bill Murray, Idris Elba e Christopher Walken fazem muita diferença!

Mogli - O Menino Lobo possui bom roteiro, embora peque pelo raso desenvolvimento dos personagens, principalmente Mogli. Só há um detalhe no filme que realmente me incomodou: toda a sequência do macaco Rei Louie. Nesta parte temos o único momento em que os animais computadorizados não convencem, devido ao exagero. Nenhuma proporção está correta. Nem a de Louie, nem a de seus asseclas. Uma pena. Esta sequência transforma as cenas em uma dispensável cópia de King Kong.

Interessante do começo ao fim Mogli - O Menino Lobo já nasce como um dos melhores filmes do ano e felizmente sua qualidade tem sido refletida nas bilheterias. A Disney tem transformado suas animações em live-action com certa freqüência nos últimos anos. E Mogli é a melhor destas adaptações até agora. Nota: 8,0


PS: neste ótimo vídeo (em inglês) vemos como o filme foi feito. É muito bacana ver o menino sendo filmado nas telas azuis e você ver que o pessoal da produção já consegue visualizar o resultado com os efeitos especiais em tempo real. Confira!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Crítica - Ave, César! (2016)

TítuloAve, César! ("Hail, Caesar!", EUA  / Japão / Reino Unido, 2016)
Diretores: Ethan Coen, Joel Coen
Atores principais: Josh Brolin, George Clooney, Alden Ehrenreich, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Frances McDormand, Channing Tatum, Jonah Hill
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=2sf7T3heCxg
Nota: 7,0
Mesmo longe de ser brilhante, é a melhor comédia dos irmãos Coen desde 2000

Durante toda sua carreira cinematográfica os irmãos Ethan e Joel Coen sempre alternaram filmes de drama e de comédia. Alguns de seus dramas estão entre os melhores filmes deste século (por exemplo, Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)). Já as comédias... bem, no início os Coen entregaram filmes divertidíssimos como Arizona Nunca Mais (1987) e E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000). Mas suas comédias posteriores perderam qualidade.

O que aconteceu? As comédias pós-2000 de Ethan e Joel continuaram explorando personagens estranhos, o nonsense, e um humor repleto de ironias. O que mudou foi o tom: O Amor Custa Caro (2003), Matadores de Velhinhas (2004), Queime Depois de Ler (2008) e Um Homem Sério (2009), todas estas comédias apenas razoáveis possuem um humor muito mais sutil do que os Coen usavam no passado. Sutil até demais; as vezes nem percebemos que estamos diante de uma piada.

A boa notícia é que com Ave, César! os irmãos enfim trouxeram uma comédia bem interessante mesmo mantendo a antiga sutileza das piadas. Talvez a prática leve ao melhoramento; ou então, talvez agora eles tenham um terreno bem mais fértil para humor do que das vezes anteriores: o mundo do cinema nos anos 50.

A história é conduzida acompanhando a vida de Eddie Mannix (Josh Brolin), um diretor do estúdio Capitol Pictures cuja principal atribuição é corrigir/evitar escândalos de suas grandes estrelas. Eis então que seu maior ator - Baird Whitlock (George Clooney) - é sequestrado em plena filmagem. Vemos então os curiosos desdobramentos deste episódio.

O filme traz boas piadas relacionada a bastidores do cinema. Principalmente, explora a abrupta diferença de comportamento de todas as pessoas em estúdio antes de serem filmadas; após o grito de "ação!"; e após o grito de "corta!". O roteiro também brinca com o superficial mundo das celebridades e fofocas e ironiza diversos filmes de gênero.

O humor de Ave, César! entretanto, não é tão evidente. Como dito anteriormente, é bem sutil e bem diferente do que o público brasileiro está acostumado. Ele está "disfarçado" em pequenos detalhes visuais, em rápidas situações irônicas, ou ainda, em trocadilhos. Infelizmente, alguns destes trocadilhos não funcionam bem no Português (alguns na música dos marinheiros, por exemplo), o que dificulta ainda mais para o nosso público apreciar o filme.

A história de Ave, César! é bem interessante. Entretanto, tem problemas de ritmo, se tornando bem monótono em alguns momentos. Isto ocorre principalmente por dois motivos: um desnecessário e aborrecido narrador "em off" e o excesso de personagens. São tantos atores famosos que aparecem no filme (veja a lista bem acima) que cenas talvez dispensáveis foram criadas para comportá-los. De qualquer forma, a surpresa que tive ao ver Christopher Lambert fazer uma ponta já compensou boa parte deste deslize.

Ah, e como sempre nos filmes da dupla de irmãos, a fotografia em Ave, César! é excelente. O filme fictício em que a estrela Baird Whitlock filma sobre Jesus e a Roma Antiga (daí o nome desta produção) tem visual melhor do que muito filme verdadeiro feito por aí.

Ainda não foi desta vez que os irmãos Coen voltaram a fazer uma grande comédia. Mas chegaram bem perto. Com um humor refinado e diferente, desta vez temos uma história agradável e divertida. Nota: 7,0


PS: os personagens do filme parodiam estrelas reais de Hollywood. Por exemplo, o Burt Gurney interpretado por Channing Tatum imita Gene Kelly. Porém, para o caso de Eddie Mannix seu nome real foi preservado. Ele de fato existiu, era realmente este "conserta-escândalos" e foi alto executivo da MGM. Curiosidade: ele foi um dos suspeitos pela estranha morte de George Reeves (o primeiro ator da história a interpretar o Superman, no caso em uma série de TV); morte esta oficialmente declarada como suicídio e cuja história pode ser vista no filme Hollywoodland - Bastidores da Fama (2006).

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Crítica - Rua Cloverfield, 10 (2016)

TítuloRua Cloverfield, 10 ("10 Cloverfield Lane", EUA, 2016)
Diretor: Dan Trachtenberg
Atores principais: John Goodman, Mary Elizabeth Winstead, John Gallagher Jr.
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=M5-feV2zeIE
Nota: 7,0
Um duplo mistério muito bom

Rua Cloverfield, 10 é um duplo mistério. Primeiro, porque se trata de um filme de suspense e mistério bem bacana. E segundo, porque toda sua produção foi praticamente secreta. Filmado em pouco mais de 30 dias, o filme foi rodado com o pseudônimo de The Cellar ("O Porão"), os atores só recebiam os roteiros durante as filmagens para evitar vazamentos, e quando o filme foi enfim anunciado, pegou todo o público de surpresa.

Em uma época em que todos os filmes são contados em detalhes meses antes do lançamento, a estratégia feita para Rua Cloverfield, 10 é uma agradável surpresa. Mesmo assim, não foi uma surpresa perfeita. Todo este clima de enorme mistério envolvendo o filme é em boa parte quebrado com o segundo trailer lançado, que revela partes cruciais da história. NÃO O ASSISTAM de jeito nenhum!! (como sou legal, o trailer cujo link coloco acima é o primeiro, livre de spoilers, podem assistir sem medo).

Na história, Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sofre um grave acidente de carro e quando desperta, ela se encontra presa em um abrigo subterrâneo em companhia de Howard (John Goodman) e Emmett (John Gallagher Jr.). Howard explica a situação: "houve um ataque, mas não sabemos direito o que é"... "se sairmos daqui, todos morreremos". Em se tratando de um filme chamado Rua Cloverfield, 10, a primeira associação que fazemos é que o tal "ataque" se trata do monstro gigantesco que devastou Nova York em Cloverfield: Monstro (2008). Porém, conforme a história se passa, fatos vão colocando esta associação em dúvida. E então... não contarei mais nada da trama para não estragá-la! :)

Rua Cloverfield, 10 conta com atuações muito boas, principalmente de John Goodman e Mary Elizabeth Winstead. É a primeira vez que vejo Mary como protagonista (a tinha visto antes como coadjuvante em Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010)) e gostei do que vi. Além de muito bonita, é uma atriz muito competente e versátil.

O filme conta com um clima de suspense muito bem executado. Ponto positivo para o diretor Dan Trachtenberg, em sua estréia em longa-metragens. Rua Cloverfield, 10 é inteligentemente adepto a montar seu suspense com base no desconhecido. Somos apresentados ao que está acontecendo de maneira bem lenta.

Além disto, Rua Cloverfield, 10 é um filme bem enxuto, sem nenhuma cena desnecessária e praticamente sem furo no roteiro. É verdade que ele é bem sucedido por utilizar técnicas já bem conhecidas do cinema de suspense... mesmo assim, sua conclusão apresenta boas novidades.

Filmado o tempo todo dentro do pequeno abrigo onde o trio se encontra, para quem não se incomoda com filmes assim e gosta de um bom suspense, Rua Cloverfield, 10 é uma ótima pedida. Que J.J. Abrams e sua produtora Bad Robot continuem a fazer filmes diferentes e de baixo orçamento como este. Nota: 7,0

terça-feira, 29 de março de 2016

Crítica - Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)

TítuloBatman vs Superman: A Origem da Justiça ("Batman v Superman: Dawn of Justice", EUA, 2016)
Diretor: Zack Snyder
Atores principais: Ben Affleck, Henry Cavill, Amy Adams, Jeremy Irons, Gal Gadot, Jesse Eisenberg
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=RtFFXs3nN40
Nota: 5,5
Filme corajoso, sombrio demais, com virtudes e muitos defeitos

Após quase 80 anos de espera para as telonas, enfim surge o filme que reúne os dois mais famosos super-heróis do planeta: Batman e Superman. Seu visual é bastante inspirado na clássica história de quadrinhos O Cavaleiro das Trevas (1986) - da qual algumas cenas foram copiadas quadro a quadro - porém aqui a história é bastante diferente: continuação direta do filme O Homem de Aço (2013), vemos um Batman (Ben Affleck) ressentido com a destruição que Superman (Henry Cavill) causou à Metrópolis e vemos Lex Luthor (Jesse Eisenberg) intervir com algumas ações que resultarão no histórico embate entre os dois heróis.

Batman vs Superman causou uma rara divisão de críticas: enquanto os fãs em geral gostaram do filme, a crítica especializada detestou, no que sinceramente acredito que não haveria este "ódio" se fosse um filme da Marvel. Para mim, nem oito nem oitenta: o filme é bem irregular, com seus vários altos e baixos. Passarei a apresentá-los a partir de agora, com um alerta: irei comentar várias coisas sobre a trama - o que pode ser um spoiler para alguns -  mas eu não revelarei NADA relevante além do que já foi contado nos vários trailers desta produção, ok?

Começo com uma constatação: o diretor Zack Snyder é ótimo em imagens, conceitos visuais... mas é bem ruim em desenvolvimento de personagens. Basta dizer que este é seu segundo filme com o Superman e ele ainda, em nenhum momento, mostra o Azulão como aquela pessoa inocente, otimista e bondosa que deveria ser. Seu Superman é sombrio e insosso.

Nada, entretanto, é pior que sua versão para Lex Luthor. Esta versão completamente surtada do vilão não me agrada, mas é até aceitável perto da seguinte pergunta: qual é sua motivação na história? Nos quadrinhos e filmes anteriores, Luthor quer matar Superman por um destes dois motivos: ou porque o herói sempre atrapalha seus planos, ou por inveja: Lex acha que ele deveria ser o "salvador da humanidade", e não o alienígena.

Batman vs Superman deixa bem claro não se tratar de nenhum destes casos. O que nos leva a terceira hipótese: Luthor quer matá-lo pois Superman é tão poderoso que representa um perigo para a humanidade. Se é esta a resposta, então por que Lex cria o monstruoso Apocalipse (que é mais forte e não pode ser controlado) para matar o Homem de Aço (que pode ser controlado)? Não faz o menor sentido... o que nos leva a conclusão que o Lex Luthor de Zack Snyder é apenas um doido varrido. Claro, Lex mostra uma grande inteligência no filme, mas fora isto, ele é responsável por vários furos de roteiro. Não bastando ser quase onisciente na história, a ridícula maneira com que ele cria o Apocalipse é provavelmente o ponto mais baixo de Batman vs Superman.

Por outro lado, ainda que com alguns problemas, as caracterizações de Batman (o verdadeiro protagonista da história) e da Mulher Maravilha agradam bastante. Aliás, a princesa amazona está excelente no filme. Ela é uma personagem feminina mais forte e mais interessante do que qualquer mulher que apareceu até hoje, por exemplo, nos filmes de super-herói da Marvel.

Se peca em personagens e roteiro, Batman vs Superman é bem melhor no visual e na ação. A cena em que Batman aparece pela primeira vez - onde a assistimos sob o ponto de vista de primeira pessoa de um policial de Gothan - é excelente! Essa sequencia é apenas uma de várias onde temos as câmeras posicionadas em ângulos bem incomuns e de tomadas aéreas bem interessantes.

As duas grandes lutas do filme também agradam bastante. O duelo do Batman contra o Superman é bem bacana, tendo como único defeito ser longo demais, ficando um pouco repetitivo. Já o duelo dos heróis com o Apocalipse também é bom (em contrapartida, poderia ser maior).

Apesar de todas as críticas que fiz até agora, Zack Snyder e seus roteiristas merecem um elogio: eles foram bastante corajosos, trazendo um filme bem diferente do senso comum. Por exemplo, a maneira com que ele lida com as identidades secretas é surpreendente (mesmo que eu não tenha gostado). Mas principalmente, o diretor faz sim de Batman vs Superman um mundo muito mais próximo do mundo real do que os outros filmes do gênero. Se Superman realmente existisse, a vida dele seria sim este inferno público. A mídia sensacionalista iria sim explorá-lo, incitar raiva (isso não lembra o momento atual de certo país que conhecemos?), e o kryptoniano iria sim passar toda a sua vida tendo que convencer uma considerável parcela do mundo de que não é uma terrível ameaça.

Mas como Batman vs Superman é repleto de altos e baixos, não seria diferente que até a tal "coragem dos idealizadores" tivesse falhas: ao contrário do filme anterior do Superman, o diretor e sua trupe desta vez fizeram questão de mostrar que nenhum inocente foi atingido, ao posicionar explicitamente as lutas em lugares desabitados (por falar em lugares, acho que Gothan virou bairro de Metrópolis, dado a bizarra rapidez que os personagens se deslocam entre elas). Além disto, tirando um pequeno corte na boca do Batman, não vemos sangue em mais nenhum momento da projeção.

Resumindo todos os altos e baixos, entendo que Batman vs Superman não é um filme feito para agradar todos os públicos. Acredito que ele agradará os fãs de quadrinhos, mas ainda assim, não os deixarão exultantes com o que vão ver. Já para o público "não fã", o cenário é pior, entendo que a maioria não vai gostar.

E tudo isto porque o filme é sombrio demais, os próprios heróis são sombrios demais. Por mais que o roteiro tente, os motivos que Batman e Superman tem para brigar entre eles não convencem (o motivo criado para o Superman é patético). Então, para tentar deixar o conflito mais crível, o roteiro transforma a dupla em pessoas intolerantes, distorcidas... fica difícil torcer para qualquer um dos heróis já que ambos estão errados (aliás, esse é o mesmo problema que a Marvel vai ter que enfrentar em Capitão América: Guerra Civil e quero só ver como eles vão resolvê-lo).

Por outro lado, tirando o início - que é bem monótono - assisti todo o resto do filme com bastante interesse, ele não me cansou apesar de suas 2h30min de projeção. Este é outro bom sinal de que as críticas que o filme vem levando são injustas e exageradas.

A conclusão é que apesar dos problemas Batman vs Superman não deixa de ser um filme interessante para os fãs; seu problema é ser muito irregular, trazendo defeitos difíceis de perdoar. E o filme traz um dilema difícil para os executivos da DC: seus filmes precisam mudar, serem menos sombrio para agradar o público; por outro, fazendo isto, pode-se quebrar a continuidade dos filmes criados até agora. É a resposta para esta questão que será o fator decisivo para o futuro de Batman, Superman e companhia a partir de agora. Nota: 5,5


PS: (adicionado em 07/04) após duas semanas de exibição, a bilheteria mundial de Batman vs Superman foi abaixo do esperado. Porém, é uma bilheteria lucrativa, alcançando centenas de milhares de dólares a mais do que o filme gastou. No Brasil, entretanto, os resultados são muito positivos. Com a marca de R$ 4 milhões de bilheteria ultrapassada, Batman vs Superman se tornou o filme mais lucrativo da Warner em terras brasileiras. Ou seja, não só teve maior bilheteria que antigos filmes do Batman, Superman, etc, como também supera cada um dos Harry Potter! Nunca duvidem da força dos heróis da DC no Brasil!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Crítica - Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (2016)

Título: Zootopia: Essa Cidade é o Bicho ("Zootopia", EUA, 2016)
Diretores: Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush
Atores principais (vozes): Ginnifer Goodwin, Jason Bateman, Idris Elba, Shakira
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=prct6AB5tR8
Nota: 7,0

Filme mistura animais fofinhos com trama policial

A mais nova animação da Walt Disney Animation Studios se passa em... Zootopia, uma cidade fictícia onde todos os personagens são animais antropomorfizados. Na trama, conhecemos a coelhinha Judy Hopps (Ginnifer Goodwin), que acaba de se formar policial, seu sonho desde criança. Apesar de todo o preconceito gerado por seu diminuto tamanho, ele se envolve na investigação mais importante da cidade - o sumiço de dezenas de cidadãos - e para isto conta com a ajuda do trambiqueiro raposo Nick Wilde (Jason Bateman).

Como se pode ver pelos trailers e pela imagem acima, os desenhos em Zootopia são bem bonitinhos, infantis. Mas o visual pode enganar um pouco: mesmo sendo um filme para todas as idades, a história é uma trama policial, e portanto, melhor compreendida por adultos. Além de tratar de uma investigação criminal, o roteiro trata pontos como discriminação e racismo.

Vou dizer mais uma vez: Zootopia é para todas as idades. Mas ainda assim é um desenho que não faz tanta força para fazer rir. A maior parte da graça no filme vem das adaptações do mundo humano para o mundo animal da cidade. Portanto, em Zootopia, a maior qualidade humorística vem de seu universo, não de piadas. A única piada realmente muito boa do roteiro é dada em uma longa cena que aparece INTEGRALMENTE no primeiro trailer do longa (ver o link acima). Uma pena entregar o melhor já na divulgação.

Se Zootopia carece de piadas (mas não de humor), também faltam sentimentos. Apesar de algumas tentativas para trazer drama ao enredo, nenhuma funciona adequadamente. Mas isto tudo não faz o roteiro ser ruim. Pelo contrário, ele está repleto de ação, aventura, reviravoltas... Definitivamente, estamos diante de um bom roteiro, que foge um bocado do comum e é uma das duas principais qualidades do filme. A história é quase irretocável... a meu ver só comete um erro: que é dar pistas fortes demais, perto do final do filme, de quem é o vilão da vez.

A segunda qualidade é a animação propriamente dita... o cuidado de toda a produção em humanizar os animais. A cidade foi cuidadosamente criada para comportar harmonicamente todos os diferentes tipos de bichos. E foram 18 meses estudando os animais reais para emular com perfeição seus movimentos e... pelos. Cada animal tem pelos de texturas, cores e tamanhos bem distintos e ficaram bem convincentes.

Contando com uma protagonista bastante carismática, Zootopia consegue manter um bom nível por toda a sua projeção, e talvez este seja seu grande "defeito": ele é bom o tempo todo mas em nenhum momento alcança o "ótimo". Nota 7,0


PS 1: a versão dublada perde um pouco da graça devido a personagem-cantora "Gazela" ter as vozes da Shakira no original. Menos mal que as músicas da Shakira no filme não são dubladas, porém também não são legendadas, o que não foi portanto a solução ideal.

PS 2: se não fosse John Lasseter (produtor e chefe criativo da Disney Animation e da Pixar), Zootopia poderia ser bem menos interessante: foi ele quem sugeriu para que os animais do desenho respeitassem as proporções reais de tamanho. Estas diferenças são responsáveis por muita coisa bacana de design de produção no filme.

PS 3: sabiam âncora do jornal da TV de Zootopia muda de acordo com o país onde é exibido? Abaixo segue como eles são em algumas nações. No Brasil o animal escolhido não é nenhum destes quatro: é um jaguar (e não vou mostrar aqui pra vocês irem vê-lo nos cinemas).



quinta-feira, 10 de março de 2016

Os 10 filmes que mais espero para 2016 (e +5 de bônus)


Seguindo outra tradição do Cinema Vírgula, agora que "os filmes do Oscar" já estrearam todos, posso fazer minha lista dos 10 filmes "restantes" que mais espero ainda para este ano. A maioria dos meus diretores preferidos não estão lançando filmes em 2016... então a lista está repleta de blockbusters. Mas isto não quer dizer que a lista não é boa! Confiram, os primeiros filmes já estreiam em Março!!


Batman Vs Superman: A Origem da Justiça ("Batman v Superman: Dawn of Justice")

Estréia: 24 de Março
Comentários: este é meu filme de super-herói mais aguardado do ano. Não só por ter dois de meus personagens preferidos (Batman e Superman), mas por tudo que ele representa para a DC Comics dentro da indústria do cinema: um fracasso aqui e todo seu plano cinematográfico pode ir por água abaixo. O filme também terá bastante espaço para a Mulher Maravilha e está repleto de pontas de outros super-heróis, já que ele também serve de base para o futuro filme da Liga da Justiça. A Warner exagerou nos trailers e já revelou praticamente tudo da trama... uma droga isto. De qualquer forma, é esperar para ver se todos os pedaços juntos formam ou não um grande resultado.




Ave, César! ("Hail, Caesar!")

Estréia:14 de abril
Comentários: sou bastante fã dos Irmãos Coen. Seus filmes de drama (recheados de humor negro e sarcasmo) são excepcionais. Porém, quando fazem comédias o resultado não tem sido tão bom... Não me empolgo com uma comédia deles desde E Aí, Meu Irmão, Cadê Você, de 2000. Será que agora vai? O filme está repleto de estrelas (George Clooney, Scarlett Johansson, Channing Tatum, Tilda Swinton, Joseph Fiennes, Frances McDormand e Josh Brolin dentre outros) e ao contrário do que a imagem acima pode induzir, não, não se trata de um filme do mundo Romano, e sim, de atores de Hollywood na década de 50.




Mogli - O Menino Lobo ("The Jungle Book")

Estréia: 14 de Abril
Comentários: a Disney promete uma revolução em termos de efeitos especiais, e é nisto que reside meu interesse no filme. Aqui temos a história de Mogli, novamente, mas em live-action. Apenas  o menino é um personagem de carne e osso; todos os demais (os animais), são feitos por computação gráfica. Tanto CGI assim pode resultar em uma tragédia ou em um espetáculo. Estou aguardando pela segunda opção.




Capitão América: Guerra Civil ("Captain America: Civil War")

Estréia: 28 de Abril
Comentários: uma espécie de "Vingadores 2,5", este filme promete a maior reunião de super-heróis da Marvel Comics até agora. O desafio é justamente colocar tanta gente junto de maneira orgânica e coesa. Diferentemente dos demais filmes da Marvel Studios, este Capitão América: Guerra Civil terá um tom menos humorístico e apresentará pela primeira vez o Homem-Aranha em seu universo. Empolgante!




Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos ("Warcraft")

Estréia: 9 de Junho
Comentários: os quadrinhos já encontraram seu lugar ao Sol nos cinemas, e formam uma indústria bilionária; já os videogames, ainda não. Até surgiram algumas adaptações razoáveis, porém nenhuma realmente boa e convincente. Warcraft tem a chance de mudar isto. Aumentando as chances do filme ser bom, o diretor é Duncan Jones (filho do músico David Bowie), um jovem que já dirigiu as ótimas ficções científicas Lunar (2009) e Contra o Tempo (2011). Por outro lado, o filme pode fracassar por ser grandioso demais. Repleto de seres fantásticos e batalhas épicas - ao estilo Senhor dos Anéis - será que os seus US$ 100 milhões de orçamento serão suficientes para efeitos visuais bons e críveis? Descobriremos em Junho.




Procurando Dory ("Finding Dory")

Estréia: 30 de Junho
Comentários: este é o filme de 2016 da Pixar, continuação de um dos seus maiores sucessos de público e crítica, Procurando Nemo (2003). Após as recentes derrapadas do estúdio, não estou tão confiante na produção, que tem boas chances de ser uma simples cópia do filme anterior. Mesmo assim, a Pixar ainda chama a minha atenção o suficiente para colocá-la no meu Top 10 de expectativas do ano.




Star Trek: Sem Fronteiras ("Star Trek Beyond")

Estréia: 21 de Julho
Comentários: Star Trek é uma de minhas franquias favoritas, e mesmo após trazer dois ótimos filmes para o cinema recentemente, a tal Jornada nas Estrelas volta repleto de incertezas e responsabilidades: trata-se da comemoração dos 50 anos da franquia e pela primeira vez pós reboot o filme não tem J.J. Abrams na direção (ele foi para Star Wars). Também pela primeira vez teremos uma história realmente inédita, que não é baseada em filmes anteriores. Ou seja, muita coisa nova em um filme que é essencial para a continuação da franquia. Ainda não há muitas informações sobre a trama, exceto que o ótimo Idris Elba será o vilão da vez.




Esquadrão Suicida ("Suicide Squad")

Estréia: 4 de Agosto
Comentários: além dos filmes "principais" de super-herói, a indústria do cinema descobriu que filmes "zoeiros" de personagens coadjuvantes também são altamente lucrativos, como por exemplo Guardiões das Galáxias e Deadpool. Esta é a tentativa da DC Comics de também abocanhar parte deste novo filão. O filme aposta em grandes nomes, como Margot Robbie, Will Smith, Jared Leto e Viola Davis. Por falar em Leto, ele será a nova versão do Coringa, sucedendo o falecido Heath Ledger. Estariam personagem e ator a altura do desafio? Pelo menos em termos de loucura, é provável: adepto da metodologia de "se tornar" o personagem enquanto atua, nos bastidores Jared presenteou Margot Robbie com um rato e uma carta de amor; durante um período em que ele não estava nas gravações, Leto enviou ao estúdio uma carcaça de um porco como presente ao elenco.




Sully ("Sully")

Estréia: 01 de Dezembro
Comentários: Clint Eastwood já dirigiu ótimos filmes, mas em suas últimas tentativas não foi tão genial. Desta vez, entretanto, ele tem um reforço de peso: dirige pela primeira vez o grande Tom Hanks. A história é sobre o piloto que em 2009 salvou a vida de 155 pessoas ao aterrissar emergencialmente seu avião no Rio Hudson. O filme deverá ira além da aterrissagem heroica, e também mostrar o que aconteceu após o evento, onde o piloto foi alvo de investigações que ameaçaram sua carreira.




Star Wars - Rogue One ("Rogue One: A Star Wars Story")

Estréia: 15 de Dezembro
Comentários: é o primeiro derivado de Star Wars, em um filme sobre a tentativa de roubo dos planos da Estrela da Morte. Ou seja, ele se passa antes do Episódio IV. Depois de reimaginar a história do Episódio IV em seu Episódio VII, está na hora da Disney provar que consegue fazer algo realmente inédito em termos de Star Wars. Será que consegue? Os boatos dão conta de que Darth Vader estará de volta as telonas, o que tornaria tudo mais empolgante.



Bônus: +5 filmes que "quase" entraram na minha lista. Saiba porquê

Zootopia ("Zootopia") - Estréia 17/03 - essa animação da Disney repleta de animais antropomorfizados me pareceu bem engraçada, certamente vou assistir. Ainda assim, como já coloquei a Dory na lista, optei por deixar esta animação de fora.

Rua Cloverfield, 10 ("10 Cloverfield Lane") - Estréia: 07/04 - Uma "continuação" do ótimo Cloverfield (2008). Bem, na realidade, não é bem uma continuação pois o filme é sobre os mesmos eventos da história original, agora sob o ponto de vista de uma estranha família. O trailer é bem assustador. Por que o filme não está na lista acima? Porque ele é um grande mistério, pouco se sabe sobre o mesmo, então é difícil dizer se ele será bom ou não.

X-Men: Apocalipse ("X-Men - Apocalypse") - Estréia: 19/05 - Fiquei tão decepcionado com X-Men: Dias de um Futuro Esquecido que estou mais cético em relação a este filme. Mas a Fox investe pesado no mesmo, veremos o que vai acontecer.

Silence - Novo filme de Martin Scorcese, sobre dois jesuítas católicos que desembarcaram no Japão do Séc XVII para tentar catequizá-los. Como não é garantido que ele fará sua estréia em 2016, fica fora da lista.

The House That Jack Built - outro filme do dinamarquês Lars von Trier, e que pra variar deve gerar polêmica: a história de um serial killer sob o ponto de vista do mesmo. Assim como Silence, não é garantido que ele saia em 2016, ficando também fora da lista.

terça-feira, 8 de março de 2016

Crítica - Kung Fu Panda 3 (2016)

TítuloKung Fu Panda 3 ("Kung Fu Panda 3", China / EUA, 2016)
Diretores: Alessandro Carloni, Jennifer Yuh
Atores principais (vozes): Jack Black, Angelina Jolie, Dustin Hoffman, J. K. Simmons, Jackie Chan, Lucy Liu, Seth Rogen, David Cross, Bryan Cranston, Kate Hudson, James Hong
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=q75bGipJzIg
Nota: 6,0
Franquia volta a melhorar e encerra a trilogia com dignidade

Após um bom filme inicial e um segundo filme burocrático e apenas mediano, o simpático urso Po volta as telas com Kung Fu Panda 3. Na história, acontecem duas coisas relevantes: Po finalmente conhece seu pai biológico, o panda Li; e também conhece um vilão muito malvado - o búfalo de nome Kai - que volta do mundo dos mortos para dominar o universo. Claro que está nas mãos do "escolhido" Po salvar a pátria mais uma vez.

A trama, portanto, é bem simples e clichê, e lhe falta lógica em alguns momentos (por exemplo nas lutas, a relação de poder entre os adversários não faz o menor sentido). Mas o que não falta de jeito nenhum são piadas e bom humor. Sem nenhum exagero, quase o filme todo é feito de piadas. E apesar do enorme número de gracinhas, elas não cansam e entretém; o que é um enorme ponto positivo para o filme.

Desenhos e músicas praticamente não evoluíram ao longo da franquia - o que mostra certo comodismo - mas isto não é tão ruim já que a série Kung Fu Panda já tinha bons gráficos e som originalmente. A única novidade áudio-visual aqui são as cenas no "mundo espiritual", com belas cores vivas, e ambientação bem oriental.

O mais importante, entretanto, é que o filme encerra a história de Po com dignidade. Tanto em termos de humor quanto emoção Kung Fu Panda 3 se despede de maneira apropriada. Algo que me deixa feliz é que a Dreamworks teve o bom senso de realmente terminar a franquia por aqui. Algo corajoso e raro neste mundo onde "dinheiro vale tudo" e são feitas infinitas continuações e reboots. Enquanto não surgir algum produtor muito ganancioso e idiota, o panda Po terá aqui a sua despedida derradeira, que merece ser conhecida por todos que tem simpatia pela franquia. Nota: 6,0

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...