Pela primeira vez em meu blog irei fazer duas críticas em um
mesmo post. São dois filmes divertidos que assisti neste fim de semana, mas não
me empolgaram o suficiente para fazer uma crítica detalhada de cada um deles
rs.
O primeiro é “Poder sem Limites” ("Chronicle"),
cuja história se trata de três adolescentes (Andrew, Matt e Steve) que após
entrarem em contato com uma estranha pedra brilhante desenvolvem super poderes.
Trata-se de um filme com muitos altos e baixos. A história é
filmada sempre do ponto de vista de “primeira pessoa”. Na grande maioria do
tempo as imagens são da câmera de Andrew (que resolve documentar a própria vida), mas também vemos algumas cenas pela
câmera da namorada de Matt, ou então, pelas câmeras de segurança das lojas ou
de repórteres de rua. Esta premissa nos entrega uma das melhores coisas do
filme: ao mover telepaticamente a câmera com seus poderes, Andrew nos garante
cenas de ação sob ângulos e perspectivas inéditas e extremamente interessantes.
Por outro lado, esta mesma abordagem de “primeira pessoa” atrapalha o enredo.
Dá para entender a motivação de Andrew em filmar muitas das cenas, mas em outras,
não. O que levou ao diretor optar por fazer os personagens em algumas momentos tentar
nos convencer em voz alta do porque estão filmando naquela determinada situação.
Um pena.
Outro ponto alto é o realismo de uma das “super-lutas” entre
eles. Ao contrário dos outros filmes (e gibis) da Marvel e DC Comics,
obviamente quando há este tipo de luta muito estrago é feito e muita gente inocente
deveria morrer. E aqui morrem. Porém voltando aos pontos negativos, temos um mau desenvolvimento dos
personagens. Andrew, Matt e Steve possuem claramente personalidades e histórias distintas e interessantes. Porém o diretor meio que “abandona” os dois
últimos e acaba focando apenas em Andrew, justamente o personagem sem carisma, pessimista,
que por estas características não nos comove com seu drama.
De tantos altos e baixos, “Poder sem Limites” (alías, que
tradução lamentável para o título do filme, hein?) só podia receber uma nota
próxima da média: nota 6,0.
Já o segundo filme, “Piratas Pirados!” ("The Pirates!
Band of Misfits"), é a mais
nova animação do estúdio inglês Aardman (criadora de Wallace & Gromit,
dentre outros), famosa por suas animações stop-motion com massinha.
Na história, vemos um grupo de piratas “comuns” cujo
capitão, de ordinário nome “Capitão Pirata”, sonha obter fama e reconhecimento vencendo o título de “Pirata do Ano”. Seu problema é que ele nem se compara com
os grandes piratas; mas vê a chance de vencer o prêmio quando recebe uma
curiosa proposta do naturalista Charles Darwin(??)!!
A impressão que fica é que todo o esforço de se fazer um stop
motion com massa de modelar foi desperdiçado num roteiro comum. Sim, a história
é redondinha, bacana, e com algumas piadas excelentes distribuídas ao longo do
filme. Mesmo assim não conseguem nos fazer esquecer que se trata de uma
história extremamente genérica, sem empolgar.
Faltou em “Piratas Pirados!” o poder de surpreender, que
tinha de sobra por exemplo no ótimo “A Fuga Das Galinhas” (2000), de mesmo
estúdio e diretor. Sim, nos surpreendemos com algumas das ótimas piadas e com a
presença de Darwin. Mas é muito pouco. Trata-se de um filme agradável e nada
mais. Nota: 6,0.