domingo, 30 de setembro de 2018

Crítica Netflix - A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (2018)

TítuloA Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", EUA / França / Reino Unido, 2018)
Diretor: Mike Newell
Atores principais: Lily James, Michiel Huisman, Glen Powell, Jessica Brown Findlay, Katherine Parkinson, Matthew Goode, Tom Courtenay, Penelope Wilton
Trailer (em inglês)https://www.youtube.com/watch?v=vP9eDmX0ow0
Nota: 6,0

Um agradável e tocante romance sobre guerra, ou melhor, sobre sobreviventes

Se tem um assunto que considero desgastado em filmes, ele se chama Segunda Guerra Mundial. São vários filmes por ano sobre o tema e, pior, geralmente um ou dois são anualmente lembrados pelo Oscar.

Felizmente, entretanto, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata foge do comum. Baseada em um livro de mesmo nome publicado em 2008, a história não é sobre exatamente sobre a guerra, e sim pelas consequências dela: a reconstrução da vida das pessoas, e principalmente, como lidar com as perdas dos entes queridos que morreram durante o confronto.

A trama começa em 1946, e é contada acompanhando Juliet Ashton (Lily James), uma escritora de livros jovem mas que já desfruta de algum sucesso. Um dia ela recebe uma carta do desconhecido Dawsey Adams (Michiel Huisman), de quem descobre a existência da exótica "Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata", e logo se interessa para conhecer todo o grupo pessoalmente.

Então a trama vai aos poucos contando as perdas de cada uma das pessoas da Sociedade, o que acaba trazendo momentos verdadeiramente tocantes e emocionantes.

Em termos de direção e produção, nota-se bastante simplicidade, mas certa competência. Nada de diferente ou ousado, mas ao mesmo tempo sem grandes defeitos. A falta de investimento em figurino e fotografia é compensada pela beleza das localidades do filme; e talvez a minha maior crítica fique pela montagem no começo do filme, já que a apresentação dos personagens é rápida demais, não sendo tão clara como deveria ser, causando pequenas dúvidas.

Há de se lamentar também o uso de alguns clichês, como por exemplo, Juliet trocar a vida da cidade e o noivo rico e perfeito, pela vida no campo. Para piorar, o filme não explica de maneira convincente a opção da personagem. No livro isto também acontece, porém de maneira menos direta e melhor construída.

Com poucos filmes originais verdadeiramente bons em seu catálogo,  A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata é uma grata surpresa na Netflix. O filme é um romance agradável para todos os gêneros e idades, reforçado pela humanidade de sua história e carisma de seus personagens. Nota: 6,0

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Dupla Crítica animações: Os Incríveis 2 (2018) e Ilha dos Cachorros (2018)

Depois de várias semanas ausente, voltei! E esta é a primeira de várias críticas que publicarei nos próximos dias.

Ambas as animações desta dupla-crítica são bem recentes - estrearam em terras brasileiras há cerca de 3 meses - e possuem grandes nomes da indústria cinematográfica envolvidos. Será que os nomes famosos garantiram ótimos filmes? Confiram!


Os Incríveis 2 (2018)
Diretor: Brad Bird
Atores principais (vozes): Craig T. Nelson, Holly Hunter, Sarah Vowell, Huck Milner, Catherine Keener, Bob Odenkirk

Quando a Pixar trouxe em 2004 o ótimo Os Incríveis, não tive que pensar muito para afirmar que estava diante de um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. Precisava de continuação? Não. Opinião compartilhada por seu diretor, Brad Bird, que dizia que só faria um Incríveis 2 se tivesse uma história tão boa quanto a primeira.

Então, somente agora em 2018 um Incríveis 2 é enfim lançado. E, admito, Brad Bird não mentiu: a história é realmente tão boa quanto a primeira... pois é a mesma.

Em Incríveis 2 a trama volta literalmente de onde parou no filme anterior, com a família inteira lutando contra o Escavador, um espécie de toupeira humana. Depois disto, parece que o primeiro filme é esquecido e voltamos ao status quo do inicio da franquia: os super heróis continuam não sendo aceitos pelos governos e os pais da família "Incrível" continuam não confiando nos filhos para atuarem como super-heróis.

Depois, temos a repetição de toda a trama, com única diferença que o papel dos pais se inverte: agora é o Sr. Incrível quem fica em casa cuidando dos filhos e é a Mulher Elástica quem sai combatendo vilões.

Portanto, por ser uma "cópia", assim como o primeiro filme Incríveis 2 é muito bom e muito divertido. Entretanto, infelizmente, seu impacto não chega aos pés do filme original. Primeiro, por que a história não é mais original (!!), e segundo, porque nestes 14 anos de hiato os filmes de super-heróis de qualidade começaram a aparecer aos montes. Nota: 7,0


Ilha dos Cachorros (2018)
Diretor: Wes Anderson
Atores principais (vozes): Bryan Cranston, Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Bob Balaban, Kunichi Nomura, Koyu Rankin, Frances McDormand, Scarlett Johansson

Pela segunda vez o diretor Wes Anderson se aventura para a animação - a primeira vez foi com o bom O Fantástico Sr. Raposo, de 2009 - e agora com um resultado ainda melhor.

Na história, após um surto de “gripe canina” uma cidade do Japão resolve banir todos seus os cães para uma ilha remota, usada até então como depósito de lixo.

O que a primeira vista parece ser um simples conto sobre cachorros versus gatos, na verdade é uma bela história sobre amizade, lealdade, com críticas a regimes totalitários, a facilidade da manipulação das massas, e aos maus tratos do homem aos animais e a natureza.

Repetindo o mesmo estilo gráfico da animação do filme de 2009, os 9 anos entre eles fizeram diferença. As animações de Ilha dos Cachorros possuem melhor resolução, exploram mais o espaço ambiente e impressionam bem mais visualmente.

E, como sempre, também temos em Ilha dos Cachorros as bem conhecidas "manias" de Wes Anderson: o principal personagem da cena centralizado na tela, quadros simétricos, múltiplos personagens esquisitos e inocentes (e múltiplos atores famosos), boa música e bom humor.

Mais um ótimo filme de Wes Anderson, e que injustamente passou praticamente despercebido pelos cinemas brasileiros. Nota: 8,0

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Crítica - Missão: Impossível - Efeito Fallout (2018)

TítuloMissão: Impossível - Efeito Fallout ("Mission: Impossible - Fallout", EUA, 2018)
Diretor: Christopher McQuarrie
Atores principais: Tom Cruise, Henry Cavill, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Sean Harris, Angela Bassett, Vanessa Kirby, Michelle Monaghan, Frederick Schmidt, Alec Baldwin
Um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos

Ethan Hunt está de volta pela 6ª vez. Em uma continuação direta do filme anterior, aprendemos que o grupo terrorista Sindicato ainda sobrevive através de um pequeno grupo chamado Os Apóstolos. Ao mesmo tempo, um novo e desconhecido anarquista de nome John Lark desponta no cenário mundial. Ao descobrirem que Lark pretende vender 3 ogivas de plutônio para Os Apóstolos, Hunt (Tom Cruise) e sua equipe entram em ação para evitar que isto aconteça. Como se não bastasse a enorme dificuldade da missão, Ethan e seus amigos da IMF foram forçados a trabalhar em conjunto com a CIA, com o mortífero agente Walker (Henry Cavill) os acompanhando o tempo todo.

Achou o enredo acima longo e confuso? Pois é, o ponto mais fraco de Missão: Impossível - Efeito Fallout é seu roteiro, consideravelmente inferior que o do filme anterior. Mas sabem a boa notícia? É que aqui o roteiro pouco importa. Com muitas e variadas cenas de ação simplesmente espetaculares, nem é preciso prestar muita atenção na história.

Para quem gosta de filmes de espionagem e, principalmente, filmes de ação, Missão: Impossível - Efeito Fallout é imperdível, e ainda, certeza absoluta que vai agradar. Depois que a história base da vez é contada, a ação corre solta em ritmo muito acelerado e durante o filme todo. O espetáculo começa em uma excelente cena de luta corpo-a-corpo dentro de um banheiro. E depois disto temos tiroteios, quedas livres, escaladas, perseguições a pé, uma perseguição entre motos e carros de tirar o fôlego, tem até perseguição de helicópteros(!)... e tudo de excelente qualidade!

É muito prazeroso ver cenas de ação tão bem coreografadas, e com a câmera sempre de perto, de ângulos e tomadas variadas, porém sempre passando para o espectador a visão do "todo", tornando possível entender perfeitamente o que está acontecendo na tela.

Certamente, outro aspecto que torna o filme tão interessante na ação é seu realismo... com menos efeitos especiais, e muitos dublês e Tom Cruise's se arriscando por aí. O astro estadunidense continua com suas loucuras de filmar as cenas perigosas. Em Missão: Impossível - Efeito Fallout, por exemplo, é ele quem realmente pilota a moto em algumas das cenas dentro do trânsito de Paris, além de pular entre dois prédios e quebrar o tornozelo na queda (a cena do "acidente" foi mantida no filme: note que após cair, quando Tom se levanta ele o faz mancando), fazer malabarismos de helicóptero e saltar de um avião em grande altitude.

Ainda que o roteiro não seja tão bom, além da ação outra qualidade do filme é a química entre os personagens/elenco. Depois de 6 filmes, parece que a franquia finalmente encontrou o time "ideal": dos heróis principais, cada um tem sua utilidade bem definida. E claro, com muito carisma, todos conseguem unir humor com a aventura.

Missão Impossível continua em ótima fase e é provavelmente a melhor franquia de ação da atualidade. E com o contínuo sucesso de público e crítica, a franquia só deverá acabar quando Tom Cruise não tiver mais idade para ser o "corredor com sofrência mais espetacular de Hollywood". Já com 56 anos, toda a entrega física que faz da franquia um sucesso não deverá resistir mais do que um ou dois filmes. Nota: 6,0

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Crítica - Feliz! (Netflix) - primeiras impressões da primeira temporada (2018)


Mesmo aqueles que assistem as dezenas de seriados de TV baseados em quadrinhos de super-heróis da DC e da Marvel podem não saber que Feliz! também veio das HQs: se trata da adaptação de Happy!, mini-série em 4 edições criada pelo famoso escritor Grant Morrison e o desenhista Darick Robertson.

Na história, conhecemos Nick Sax (Christopher Meloni), um ex-policial em desgraça que acabou se tornando um matador de aluguel. Após quase morrer em um de seus trabalhos, Nick começa a ver um pequeno unicórnio azul voador de nome "Happy", que constantemente lhe pede ajuda. Segundo o animalzinho, o ex-policial é a única esperança para resgatar uma garota sequestrada por alguém vestido de Papai Noel.

A primeira temporada constitui de 8 episódios de cerca de 42 min cada, e é outra das várias produções do canal SyFy compradas pela Netflix. No momento em que escrevo este texto, parei na metade da série, ou seja, assisti seus 4 primeiros episódios.

Feliz! lembra os filmes do Tarantino, principalmente por fazer humor através da ação e violência. Ainda assim, o seriado é mais violento que os filmes do Quentin (por ter cenas mais explícitas), porém ao mesmo tempo é menos sério, com uma apresentação mais próxima do mundo dos quadrinhos. Isto é feito principalmente com algumas "brincadeiras" com imagens ou som, que quebram o ritmo das cenas de ação, nos permitindo respirar e ao mesmo tempo nos passar a impressão que não estamos exatamente no mundo real, e sim em uma versão levemente mais caricata do mesmo.

Feliz! traz personagens loucos e grotescos, mas ao mesmo tempo o faz com vários atores excelentes, sendo este talvez o ponto alto da série.

Do que vi até agora, tenho gostado bastante de Feliz!. Diria que seu público são os leitores de quadrinhos que gostam também de filmes policiais com bastante sarcasmo, humor e violência.

Ainda não tenho idéia de como a temporada termina, e se ela vai cobrir toda a história da graphic novel que a inspirou. Mas sei que no começo deste ano a série já foi renovada para uma segunda temporada: Feliz! já colhe os frutos da boa aceitação de público e crítica.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crítica - O Vazio (Netflix) - primeira temporada (2018)


O Vazio (The Hollow no original) estreou na Netflix Brasil neste dia 08 de junho, e por enquanto não tem recebido muita atenção da empresa de streaming. Como o seriado é bem bacana, o Cinema Vírgula entra em ação para corrigir esta injustiça. ;)

Sendo (este sim!) uma produção original Netflix, esta animação tem em sua primeira temporada 10 episódios com cerca de 24 minutos cada.

O Vazio lembra um pouco o seriado Lost, um pouco o filme Cubo (1997), mas provavelmente sua maior referência é a saudosa e excelente animação dos anos 80 Caverna do Dragão. Afinal, se tratam de adolescentes que vão parar em um mundo perigoso e estranho (mas que ao invés da temática medieval, aqui se misturam muitos cenários da cultura pop), que possuem habilidades especiais (mas que ao invés de serem garantidas por armas, cada um possui um super-poder), e cujo único objetivo é encontrar o caminho para casa.

Na história, os três adolescentes Adam, Mira e Kai acordam trancados em uma sala, sem lembrar de como foram parar lá, ou ainda, sem lembrar de quem são! Na história, bastante dinâmica, o trio precisa constantemente resolver enigmas para sair dos locais onde se encontram. Neste aspecto, a história de O Vazio lembra bastante os jogos de computador de gênero adventure de click-and-point dos anos 90. Também destes jogos foram herdados o humor e o non-sense.

O Vazio se mantem em ritmo alucinante e bastante instigante (ficamos o tempo todo tensos querendo saber o que está acontecendo, e o que vai acontecer) durante praticamente toda a temporada. Não é um desenho infantil, mas deve agradar especialmente o pessoal dos 10 aos 40 anos.

Talvez o único ponto fraco de O Vazio seja seu desfecho, que dividiu opiniões. Eu não achei o final ruim, porém, definitivamente faltou criatividade. De qualquer forma, o encerramento questionável não diminui a qualidade da série como um todo, e já há uma legião de fãs pedindo para que a Netflix produza uma segunda temporada. Que ela seja feita!

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Crítica - Ascension (Netflix) - primeira temporada (2014)


Com tanto seriado sci-fi atual que simplesmente são reboots ou "cópias" de seriados do passado, foi uma grata surpresa encontrar esse Ascension na Netflix, já que conta com uma história original.

Ascension é outro seriado que embora esteja na Netflix, não é uma de suas produções. Na verdade, não se trata nem de um seriado propriamente dito: em seu formato original, Ascension foi uma mini-série de 3 capítulos do canal Syfy, que agora foi dividido em 6 episódios de uma hora cada.

Na interessante história, temendo que a Guerra Fria levasse à destruição da Terra, ainda mesmo na década de 60 os EUA lançaram secretamente ao espaço a nave Ascension. Com cerca de 350 voluntários homens, mulheres e crianças (em sua maioria militares e cientistas), eles têm a missão de completar uma viagem de 100 anos até Proxima Centauri, onde pousarão em um planeta para colonização.

No ano 51 da viagem (o que nos leva aos nossos dias atuais), uma jovem é assassinada, naquele que é o primeiro homicídio desde o lançamento da nave. Este é o ponto de partida para descobertas que colocarão a missão em risco. A investigação do crime, mais a instabilidade do modo de vida dentro da nave - sejam por fatores humanos ou externos - são os principais temas da história.

Ascension possui um elenco numeroso, porém pouco famoso e digamos até de baixa qualidade técnica. As exceções são os nomes mais conhecidos da série: a bela Tricia Helfer (da versão mais recente de Battlestar Galáctica) e Gil Bellows (da série Ally McBeal).

As críticas sociais acabam sendo um ponto forte da trama. Chega a ser estranho para espectador ver uma sociedade "do futuro" ter "parado no tempo" em termos de costumes: assim como era nos anos 60, a mulher ainda não ganhara seu espaço, e há menos respeito pelos direitos humanos. E como "bônus", a cada 2 episódios (ou seja, ao término de cada capítulo original) temos revelações realmente surpreendentes.

Ascension termina sua primeira temporada fechando um arco. A história tem um fim; entretanto, são várias as "pontas soltas" que ficam. O seriado foi planejado para ser continuado, mas a audiência insatisfatória da série no SyFy não permitiu que isto acontecesse.

Quem sabe se Ascension bombar de público no Netflix este cenário mude? Ascension está longe de ser brilhante, mas é uma ficção científica diferente, bacana, e que merecia uma segunda chance.

sábado, 16 de junho de 2018

Crítica - The Good Place (Netflix) - 1a e 2a temporadas (2016-17)


The Good Place não é uma produção da Netflix (pertence à rede de TV NBC), mas está disponível no Brasil desde o final de 2016. É uma comédia bem divertida, que já teve 2 temporadas de 13 episódios. A 3a temporada - com mais 13 episódios - já está em produção e embora nenhuma data tenha sido anunciada, o provável é que a mesma faça sua estréia nos EUA em Setembro deste ano.

Na história, Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) acaba morrendo e acorda no "Lugar Bom". Na verdade, segundo lhe explicam, ela foi para um dos muitos "condomínios" do Céu, onde as pessoas que se comportaram bem passarão a eternidade tendo tudo o que sonharam.

O local é administrado pelo arquiteto Michael (Ted Danson), e outra curiosidade do "Lugar Bom" é que lá as pessoas conhecem sua alma gêmea para viverem em casal, que no caso de Eleanor é o jovem filósofo Chidi (William Jackson Harper). Tudo parece maravilhoso, não? O problema é que demora apenas alguns minutos para Eleanor descobrir que está no "Lugar Bom" por engano: ela, que não foi nada boa em vida, foi confundida com outra Eleanor Shellstrop, uma advogada conhecida pela sua luta pelos direitos humanos.

A primeira temporada de The Good Place é excelente. Kristen Bell se sai bem como protagonista, e o seriado é bem engraçado, doido, e em ritmo bem acelerado. Mas a maior qualidade desta temporada é que quase todo episódio se encerra com uma revelação que muda algo importante do que "achávamos" que sabíamos sobre a história.

Todas estas deliciosas surpresas culminam na "grande surpresa" do episódio final da temporada. A revelação é forte o suficiente para encerrar o seriado... mas isso não acontece; então vamos à segunda temporada...

Ainda que continue engraçada e permanecendo como bom passatempo, a segunda temporada de The Good Place é consideravelmente inferior a temporada inicial. Se a constante mudança do status quo era a principal qualidade da série, agora ela inexiste. A história avança muito pouco com o passar dos episódios. Ao invés da trama avançar, ela vai para "o lado", se focando muito mais em explorar os personagens coadjuvantes e trazendo mais detalhes de como o "pós morte" funciona. Kirsten Bell se torna praticamente uma coadjuvante, o que é uma pena já que ela é sem dúvida a pessoa mais carismática do elenco.

Será que na terceira temporada o seriado se recupera? Saberemos em breve. Pelo menos o desfecho do último episódio traz novas possibilidades ao programa que são promissoras. Que The Good Place volte à boa forma.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Gosta de suspense e terror? Você deveria conhecer Locke & Key


Locke & Key é uma série de HQs de terror/suspense que já de cara deveria chamar a atenção devido ao nome de seu escritor: Joe Hill. Não conhece? E se eu lhe contar seu nome de batismo: Joseph Hillstrom King? Humm... acho que ajudou só os mais fanáticos.

Pois bem, Joe Hill é filho do famoso escritor de Stephen King, e com Locke & Key dá pra dizer que talento pode ser transmitido de pai para filho.

Na história, após ter seu marido assassinado, Nina Locke e seus três filhos resolvem mudar de cidade para se esquecer da tragédia. Eles acabam se mudando para a mansão Keyhouse, antiga residência da família de seu esposo, na fictícia cidade Lovecraft, em Massachusetts.

Não demora muito para que o caçula Bode, de seis anos de idade, começar a ouvir vozes e descobrir uma porta que, se atravessada, faz o espírito da pessoa sair de seu corpo físico. Na verdade este é só o começo de uma trama que possui centenas de anos e que envolve dezenas de pessoas que se envolveram com a magia presente em Keyhouse, que possui várias chaves e portas mágicas, cada uma causando em seu usuário um efeito diferente.

Locke & Key é uma série fechada, já encerrada: na verdade, se trata de 6 mini-séries, cada uma composta de 6 edições. O primeiro encadernado, ou seja, a primeira mini-série - Locke & Key: Bem-vindo a Lovecraft - já está disponível no mercado brasileiro desde ano passado, via editora Geektopia, e pode ser encontrada nos sites das principais livrarias nacionais.

Por enquanto, o primeiro encadernado foi tudo o que li do título, mas fiquei bastante empolgado: é uma das melhores histórias de suspense/terror que leio em um HQ em muitos e muitos anos! A reclamar desta publicação, apenas uma coisa: muito pouco dos mistérios e trama são revelados. A história passa bem rápida e dá aquela frustração de "ah, mas já acabou?".

Mas estou confiante de que a história continuará em alto nível. Não a toa a série teve 6 indicações ao Eisner Award, uma das quais foi vencedora (Joe Hill levou prêmio de melhor escritor, em 2011). Outro sinal de que o material é bom é que ele já quase foi para a TV em duas oportunidades: um episódio piloto foi gravado para a FOX em 2011, e no ano passado um novo piloto foi gravado à pedido da Hulu (serviço de vídeo sob demanda). Mas ambas não deram certo... até agora.

Para encerrar, segue abaixo uma foto da revista versão nacional, retirada da página do Facebook da editora.


quinta-feira, 17 de maio de 2018

Crítica - Deadpool 2 (2018)

TítuloDeadpool 2 ("Deadpool 2", EUA, 2018)
Diretor: David Leitch
Atores principais: Ryan Reynolds, Julian Dennison, Josh Brolin, Morena Baccarin, Stefan Kapicic, Zazie Beetz, Karan Soni, T.J. Miller, Eddie Marsan
Deadpool volta com a mesma fórmula

Deadpool 2 não perde um mísero segundo (re)apresentando seus personagens ou universo (então vejam o primeiro filme!), indo diretamente para a nova história, que é: o mutante Cable (Josh Brolin) volta ao passado para matar o adolescente mutante Russell (Julian Dennison), que Deadpool (Ryan Reynolds) conheceu recentemente. A pedido de sua namorada Vanessa (a brasileira Morena Baccarin), o herói assume como missão salvar a vida do garoto.

Para o bem e para o mal, Deadpool 2 repete (e bastante) a mesma fórmula do humor louco e politicamente incorreto do primeiro filme, que o tornou sucesso de crítica e público. A boa notícia disso, é que Deadpool 2 continua bastante divertido. É um alívio ver que Ryan Reynolds e a dupla de roteiristas do filme original venceram a queda de braços com o estúdio, que já estava querendo mudar a franquia para um filme de ação de alto orçamento.

O lado negativo... bem, é que com a repetição as muitas piadas do filme já não são novidade. Deadpool 2 realmente poderia ter sido menos igual ao primeiro filme... até os coadjuvantes são os mesmos, encabeçados por Colossus (Stefan Kapicic). Uma grata exceção é a nova personagem Dominó (Zazie Beetz). Bonita e com poderes bem originais, ela acrescenta um pouco aqui e tem potencial para render bem mais em eventuais filmes futuros.

Com menos história, Deadpool 2 investe em todo o resto: traz mais ação (que aliás nada acrescenta ao filme, sendo bem pior do que no filme anterior), mais piadas (e com muito mais carga sexual), mais participações especiais (tanto em termos de personagens quanto atores) e mais referências a cultura pop em geral, especialmente em músicas, HQs e filmes de super-heróis.

A se lamentar é que Deadpool 2 desperdiça a oportunidade de desenvolver seus personagens e expandir sua própria mitologia, além de perder uma de suas principais qualidades, que era surpreender o público. Ainda assim, nas poucas vezes que o faz, é muito engraçado!

Para quem gostou do primeiro filme, não tem erro: Deadpool 2 continua muito insano e divertido! E apesar de minhas críticas acima, o filme sem dúvida continua muito bom; ele só é inferior ao primeiro... mesma sina sofrida por quase toda continuação. Nota: 7,0


PS: o filme traz duas cenas pós créditos, sendo a segunda absolutamente imperdível (talvez seja a melhor coisa de Deadpool 2). E a boa notícia é que as cenas aparecem na metade dos créditos, não sendo necessário, portanto, ficar até o final de todas as letrinhas.

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...