segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O que vem por aí...


... em 2013, nos cinemas
Abaixo seguem duas listas de “50 filmes para não perder em 2013” para vocês terem uma idéia do que este ano nos espera. Optei por colocar as duas listas já que elas são consideravelmente diferentes uma da outra.

e

Uma ausência que senti nas duas listas foi o filme Hitchcock, que tenho bastante vontade de ver ( http://www.imdb.com/title/tt0975645/ ).

Das listas em questão, estou bastante ansioso para ver a todos os 9 filmes indicados a melhor filme do Oscar 2013. Além destes, meu lado nerd tem grandes expectativas para assistir Homem de Aço, Star Trek: Além da Escuridão e Pacific Rim.

... no Oscar
Domingo, dia 13, tivemos o Globo de Ouro, e os grandes premiados da noite foram: Os Miseráveis (Melhor filme de humor ou musical, Melhor ator em filme de humor ou musical, Melhor atriz coadjuvante) e Argo (Melhor filme dramático e Melhor diretor).

E eu disse que o Globo de Ouro serve como bom termômetro pro Oscar... Bem, não desta vez. Argo não vai ganhar o Oscar de melhor filme (confiem em mim) e sequer teve o seu diretor (Ben Affleck como um dos 5 indicados). Já para Os Miseráveis, em geral quando temos um musical que é forte concorrente, ele se destaca frente a qualquer comédia... mesmo no Globo de Ouro. Então, foi uma competição “injusta”.

Portanto, difícil fazer qualquer previsão quanto em relação a disputa de “gêneros unificados” do Oscar. Dos cinco prêmios acima, entendo que a maior chance de “repetição” é a Anne Hathaway levar seu Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Bem, mas se para os prêmios principais o Globo de Ouro não ajudou em relação ao Oscar, ele serviu apenas para confirmar três “barbadas”: o Oscar de melhor canção original irá para a Adele com seu "Skyfall" (007 - Operação Skyfall); o Oscar de melhor filme estrangeiro irá para Amor (Áustria) e o Oscar de melhor longa animado irá para Valente, da Pixar.

... e neste blog
Ano novo, vida nova. Ou melhor, formato novo. A partir de agora, minhas críticas de filmes terão um formato um pouco mais “profissional”. Irei colocar uma espécie de “ficha técnica” sobre os filmes, assim vocês conseguirão de maneira muito rápida ter mais informações sobre o filme em questão.
Além disto, resolvi mudar um pouco o critério das minhas notas. Nada mais de “nota e meio”. Ou seja, por exemplo. Um filme nunca mais receberá um 8,5. Será 8,0 ou 9,0.
Ainda nesta semana deverei postar críticas sobre dois filmes estreando o novo formato. Aguardem!

E você?
Qual é sua expectativa para o Oscar 2013? Quais são os filmes que você mais aguarda, e por que? Comentem a vontade! :)

sábado, 12 de janeiro de 2013

Os indicados para o Oscar 2013



Nesta última quinta-feira foram divulgados os indicados para o Oscar 2013, cuja cerimônia acontecerá dia 24 de fevereiro. Por enquanto, a lista de filmes indicados que assisti é bem pequena. Mesmo assim, isto não impede de eu fazer alguma análise.

Mais uma vez temos 9 indicados para melhor filme. São eles*:
  • Lincoln (12)
  • As Aventuras de Pi (11)
  • O Lado Bom da Vida (8)
  • Os Miseráveis (8)
  • Argo (7)
  • Amor (5)
  • Django Livre (5)
  • A Hora Mais Escura (5)
  • Indomável Sonhadora (4)
* = em parênteses o número total de categorias indicadas para cada filme

Sobre estes nove, a primeira coisa que me vêm a mente é que neste ano o “tema da vez” parece ser a política dos EUA. São três os filmes que abordam o assunto: Lincoln, Argo, e A Hora Mais Escura. Este último, que conta a história da captura de Bin Laden, para mim é uma grande surpresa. Nada do que li sobre ele dá conta de ser um grande filme.

O austríaco Amor também é uma surpresa... não pela indicação (afinal, é o atual vencedor de melhor filme em Cannes), mas por ser indicado como melhor filme e melhor filme estrangeiro ao mesmo tempo. É muito raro a Academia indicar para estas duas categorias simultaneamente. Para se ter uma ideia  isto só aconteceu cinco vezes, sendo a vez mais recente em 2000, com o chinês O Tigre e Dragão.

As ausências
Dentre as ausências, lamento não ver os excelentes Moonrise Kingdom e As Vantagens de Ser Invisível na lista dos melhores filmes. Na verdade, é muito pior que isto. Moonrise Kingdom recebeu apenas uma indicação. Já o As Vantagens... não recebeu nenhuma!

Curioso também ver que os três maiores blockbusters do ano só receberam indicações técnicas: Hobbit recebeu três (efeitos visuais, direção de arte e maquiagem), Os Vingadores recebeu uma (efeitos visuais), e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge ficou sem nenhuma. Nada disto é surpresa e nem muito injusto. Mesmo assim, dá pena ver um filme tão legal como Batman sem indicações. Até porque não vejo os efeitos especiais de Os Vingadores melhores do que os dele.

Um filme bastante querido pelo público (e que também ainda não assisti) é O Impossível, filme sobre uma família vítima de um tsunami na Tailândia. Só teve uma indicação, de melhor atriz para Naomi Watts. Tenho certeza que muita gente torceu o nariz para este número tão baixo. Em contrapartida, o tema "desastres" foi bem lembrado pela Academia. Afinal, As Aventuras de Pi (sobre um sobrevivente de um naufrágio) e Indomável Sonhadora (vitimas do furacão Katrina) somaram 15 indicações.

Por último, uma das ausências mais surpreendentes foi a não presença do francês Intocáveis na lista de melhor filme estrangeiro. O filme é ótimo e foi nada mais nada menos que o maior público de um filme francês fora da França. Mas será injusto? Não sei, e espero que não. Tenho que ver os cinco indicados primeiros para tomar uma opinião. Por exemplo, falam maravilhas do austríaco Amor e do chileno No.

Curiosidades
  • O Lado Bom da Vida é o primeiro filme desde Reds (1981) a receber indicações para as sete principais categorias: melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro e as quatro de atores.
  • A categoria de melhor atriz tem ao mesmo tempo, a indicada mais velha e a mais nova de toda a história do Oscar. Emmanuelle Riva, de Amor, tem 85 anos. Já Quvenzhané Wallis, de Indomável Sonhadora, possui 9 anos
  • Algo que jamais imaginava, é ver as animações stop-motion voltarem a fazer sucesso. Afinal, dos cinco indicados, três utilizam este recurso: Frankenweenie, ParaNorman e Piratas Pirados!
  • o apresentador do Oscar 2013 será um estreante: Seth MacFarlane, criador dos desenhos Family Guy e American Dad. Seu humor ácido e politicamente incorreto poderá fazer história na premiação... mas será que ele realmente vai ter coragem de aprontar?
PS: amanhã, domingo dia 13, será a cerimônia do Globo de Ouro 2013. Tenho certa curiosidade em ver os vencedores... A premiação costuma ser um termômetro razoável do que vai acontecer no Oscar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Crítica - As Aventuras de Pi (2012)

“Um espetáculo visual. E uma boa história.”

Baseado no livro best-selling de mesmo nome do escritor canadense Yann Martel, “As Aventuras de Pi” contam a história do jovem indiano Pi, que na adolescência foi vítima de um naufrágio em um navio onde também estavam sua família e alguns animais do zoológico de seu pai. Como resultado, ele ficou meses abandonado em um pequeno bote juntamente com alguns animais e um tigre, de nome Richard Parker, co-protagonista do filme.

O enredo começa com um Pi já adulto recebendo a visita de um escritor para ouvir sua fascinante história de vida. E os interesses do visitante não eram apenas literários. Segundo ele, lhe contaram que seria “uma história para se convencer que Deus existe”.

Este começo me decepcionou duplamente. Primeiro, por temer que o filme se tornasse uma espécie de pregação (e felizmente isto não ocorre, religião é abordada de maneira apenas superficial). E principalmente, porque fazendo o narrador do filme ser um Pi já adulto, obviamente concluímos que ele sobreviveu ao naufrágio e a quaisquer perigos que enfrentara.

Mas então é aí que entra o grande trabalho do diretor Ang Lee. Posso afirmar que as tais “aventuras” de Pi são tão bem executadas que te deixam preocupado com a vida do protagonista mesmo que seja ele contando a história. As cenas de ação são críveis e bem interessantes. Grande parte do filme se baseia na difícil (e improvável) convivência entre Pi e Richard Parker dentro de um bote. E é muito bom!

Tecnicamente o filme também impressiona. O visual é incrível, o tempo todo. Não somente as paisagens, mas também os efeitos especiais. Saiba que o tigre é 100% computação gráfica. E não será assistindo “As Aventuras de Pi” que você iria conseguir descobrir isto.

Confesso que Ang Lee nunca me chamou muita atenção, mas desta vez ele me impressionou. Não é só a fotografia. A trilha sonora é sóbria e adequada. As atuações dos atores, muito boas. E tecnicamente, é apenas no uso do 3D que tenho alguns "poréns" a comentar.

Lee usa o 3D em sua melhor maneira, ou seja, com planos bem longos, onde estes sim dão sensação verdadeira de profundidade. Mas ele poderia usar este recurso mais vezes (como fez Scorsese em seu "A Invenção de Hugo Cabret"). O diretor também usa os tais truques de “objetos saírem fora da tela” com parcimônia e de maneira inteligente. O que é bom. A grande falha dele foi exibir várias cenas onde o fundo estava desfocado. Isto é um recurso desnecessário. Afinal, a diferença de foco é justamente pra nos dar a sensação de profundidade no 2D. Se é 3D, usar pra que?

O desfecho da história de Pi é parte fundamental do filme. Após uma breve cena tocante (são pouquíssimas as que emocionam ao longo da projeção), a narrativa muda de tom e se discute, nos fazendo refletir. O final é inteligente. E só então percebemos que usar o Pi adulto como narrador faz todo o sentido. Porque o filme não é “realmente” sobre naufrágio, nem sobre religião, nem sobre homem vs natureza. É sobre saber contar uma história. E "Pi" é um grande contador. De uma história realmente boa.

Nota: 8,5

domingo, 30 de dezembro de 2012

Crítica - "Argo" (2012)


"Sóbrio e historicamente interessante".

Baseado em uma história real, "Argo" possui sem dúvida uma premissa curiosa. O ano é 1979, no Irã. Com a recusa do governo dos EUA em entregar o xá Reza Pahlevi, recém deposto pela população, os iranianos invadem a embaixada estadunidense fazendo de seus funcionários reféns. Entretanto, seis americanos conseguiram escapar, se refugiando na embaixada canadense.

O dilema: se tentarem sair do país, serão identificados e provavelmente mortos. A solução: com a ajuda de uns figurões de Hollywood, a CIA monta um plano de criar "Argo": filme de ficção científica a ser rodado no Irã. A idéia é incorporar os seis refugiados como integrantes da produção do filme, e trazê-los sãos e salvos no retorno do elenco aos EUA.

O filme (este, de 2012) começa muito bem. De cara acompanhamos a invasão da embaixada, em cenas tensas, barulhentas, e muito bem executadas. Aliás, o filme é bem executado em geral. Bastante sóbrio, sem apelar para sentimentalismo, consegue mostrar em paralelo diversas ações (acontecendo em diversos locais dos EUA e do Irã) com competência. Tecnicamente o filme também impressiona, principalmente na fotografia, excelente.

Outro ponto bacana é o fato do roteiro não esquecer de contextualizar o momento histórico em questão. Então temos algumas transmissões de TV da época, vemos que enquanto acompanhamos esta crise há outra em curso (a invasão do Afeganistão pela URSS), etc.

Todos estes fatores pesam a favor do diretor (e ator principal) Ben Affleck. Entretanto, mesmo com todas estas qualidades, o filme não empolga tanto, principalmente pela falta de carisma de seus personagens. Os atores são todos frios, distantes. Nenhum personagem (nem o principal, interpretado pelo ator-diretor) tem sua história aprofundada. A tal sobriedade que elogiei anteriormente também tem sua contrapartida.

Mas outro problema do filme, ironicamente, é justamente quando ele tenta dar mais emoção à história. São vários os momentos em que os seis estadunidenses não são pegos em flagrante por questão de um mísero segundo (literalmente). Mesmo com este bom trabalho na direção, Affleck parece não conseguir escapar dos clichês Hollywoodianos.

Eu não tenho dúvidas que "Argo" receberá várias indicações ao Oscar, e poderá levar algumas estatuetas pra casa. Não que mereça, mas faz parte do modus operandi da Academia prestigiar filmes que homenageiam Hollywood. E querem maior homenagem que esta? Uma história real onde eles se envolvem em resgate de vidas?

Bem feito, porém sem grandes passagens ao longo do enredo, "Argo" distrai e certamente vale a pena assisti-lo como curiosidade histórica. Nota: 7,0.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Crítica - "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" (2012)


"Quando mais é menos".

Agora sim, a aguardada crítica sobre o filme, ignorando seus 48 fps (se quiser ver minhas impressões sobre o HRF, clique aqui).

Temos em "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" mais uma adaptação dos livros de J.R.R. Tolkien. Na verdade, Hobbit é o primeiro livro do autor dentro do universo da Terra Média, escrito cerca de 17 anos antes de "A Sociedade do Anel". Aqui o herói que dá nome à aventura é o hobbit Bilbo Bolseiro, tio de Frodo.


Se pararmos para pensar: o roteiro original vem de J.R.R. Tolkien, que dispensa comentários. A direção vem de Peter Jackson, que já mostrou bastante competência com a trilogia do Senhor dos Anéis. Com esta dupla, era pouco provável que Hobbit desse errado. E não deu. "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" é um bom filme, no pior dos casos um bom entretenimento. Todo o encanto, aventura, e qualidade técnica que vimos nos filmes do Senhor dos Anéis está de volta.

Aliás, tecnicamente, temos duas novidades bem interessantes: primeiro, a filmagem a 48 fps; e segundo, várias cenas com tomadas aéreas "de curta/média distância". Desta maneira, conseguimos desfrutar as paisagens e as batalhas de uma maneira inédita e privilegiada, onde temos uma completa noção de onde/como se passam as ações.

Tudo isto serve para agradar os olhos. E "O Hobbit" também é eficiente em agradar o coração, pois nele também temos as esperadas cenas com dose certa de emoção e heroísmo. Para fechar o pacote, só faltaria a parte de agradar a mente (roteiro). E é aí que a aventura de Bilbo falha, e bastante.

A ganância dos envolvidos com a trilogia nos cinemas fez que um livro infantil fosse dividido em TRÊS longos filmes. Obviamente, muita coisa extra livro precisaria ser acrescentada para preencher três produções. E é uma pena que são exatamente as partes "extra livro" que enfraquecem a trama.

Logo de cara, temos DUAS introduções ao filme. A primeira, totalmente irrelevante, só serve para mostrar Frodo, ou seja, fazer uma ponte entre as duas trilogias. Ainda para reforçar a ligação entre as duas trilogias, temos aparições de personagens extra-Hobbit, como por exemplo Saruman, Galadriel e o mago Radagast. A participação destes personagens sob justificativa de uma "grande e misteriosa força do mal" descaracterizam a obra original, dando a Hobbit um tom muito mais sombrio do que a aventura "leve" do livro.

Radagast aliás, é um dos pontos mais baixos do filme. Sua participação abrupta não somente quebra totalmente o ritmo da história, como é um personagem exageradamente caricato, deslocado do mundo apresentado.

A necessidade de "fazer o tempo passar" fica evidente nos diálogos - alguns repetitivos e desnecessários - e principalmente nas batalhas. Sim, batalhas com trolls, orcs, gigantes de pedra... tudo isto está no texto de Tolkien. Mas o que deveriam ser batalhas simples foi realizado de maneira tão grandiosa, tão inverossímil,  tão carregada de efeitos especiais que remetem aos piores momentos da nova trilogia do Star Wars de George Lucas.

Curiosamente, este "inchaço" não pode ser creditado exclusivamente à ganância de Hollywood. Parte da culpa é do diretor Peter Jackson. Afinal, o lucro com três filmes já estava definido e garantido, e ele poderia simplesmente fazer cada filme com cerca de uma hora e meia. Mesmo assim Jackson fez questão de fechar o primeiro filme da trilogia com absurdos 169 minutos! (E isto não é surpresa pra mim... Lembram?).

Apesar de seus defeitos repito que "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" ainda consegue ser um bom filme, e vai agradar quem gostou de "O Senhor dos Anéis". Devido sua longa duração, a história chega a cansar um pouco, mas isto é amenizado devido ao constante encantamento que temos explorando novos trechos do universo de Tolkien. O primeiro filme Hobbit é definitivamente inferior a qualquer um dos três "Senhor dos Anéis", mesmo assim, ainda diverte. Nota: 7,0.

Assisti! Hobbit a 48 fps!!


"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" já entrou para a história do cinema  Não pela sua qualidade (a crítica sobre o filme virá ainda hoje, no meu próximo post), mas por ser o primeiro filme comercial a exibir cenas em 48 fps. (Quer saber mais sobre o 48 fps? Clique aqui).


A nova trilogia de Peter Jackson foi concebida para ser exibida em 3D a 48 fps, e foi sob este formato que fiz questão de assistir "Hobbit 3D HFR" (High Frequency Rate, é como estão vendendo o 48 fps no Brasil). Seguem então minhas impressões:

A grande diferença (e vantagem) em relação ao tradicional, conforme se esperava é a qualidade das imagens; ou melhor ainda, seu detalhamento. Não é exagero: na telona do cinema você consegue ver nos closes cada poro da pele dos atores, ou cada fibra de suas roupas. Toda esta precisão absurda deverá se tornar o grande desafio (ou seria pesadelo?) dos maquiadores e figurinistas daqui para frente. Uma ideia aproximada da qualidade das imagens é o que você encontra assistindo Blu-Ray em TVs LED de alta resolução.

Em termos de 3D - se isto é consequência do 48 fps ou não eu não sei - aqui vemos uma claridade e uma quantidade de cores incomuns (o 3D atual deixa as imagens naturalmente mais escuras, opacas). Tudo é um grande deleite para os olhos, realmente impressionante!

Nem tudo funciona bem, entretanto. Quando o filme começa, as imagens estão em velocidade acelerada, como se estivéssemos apertado um botão "FF". E esta sensação "ruim" se reforça graças à infeliz escolha de cenas pelo diretor: temos de cara sequencias de muita ação, com a câmera em total movimento, o que obviamente amplia a sensação de "correria".

Gradualmente, entretanto, as imagens vão voltando a "velocidade normal". Provavelmente porque sua mente vai se acostumando ao que vai vendo. Depois de uns 15 min já está tudo bem menos acelerado... mas acho que levei cerca de 1h para que as imagens estivessem "100 %" normais em termos de aceleração.

Temos outro problema na computação gráfica. E não se enganem. Em Hobbit, os efeitos via computador são excepcionais, um trabalho brilhante, um dos melhores que já vi. Entretanto, passando pela prova do incrível detalhamento do 48 fps, algumas cenas se tornam "artificiais demais". Nas tomadas nas florestas esta sensação não existe, tudo funciona muito bem. Porém, em construções (sejam imagens internas ou externas) e batalhas gigantes a sensação de artificialidade é maior do que se costuma ver nos filmes atualmente.

Entendo que vale a pena todos experimentarem o 48 fps pelo menos uma vez. É uma "revolução" menor que eu esperava, confesso, mas mesmo assim inesquecível para os olhos. Imagino que em pouco tempo, após conhecer melhor esta nova tecnologia, os problemas vistos em "O Hobbit" serão resolvidos. Em contrapartida não imagino ver o 48 fps substituindo o 24 fps. Mas assim como vale a pena assistir determinados filmes especificamente em 3D, certamente serão produzidos mais filmes onde o 48 fps faça a diferença.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ficção científica as vésperas do fim do mundo

Como todos sabem – a menos que você seja muito desinformado – o mundo acabará em breve, no dia 21 de dezembro de 2012. :)

Mas antes que o mundo acabe, faço duas indicações para passar o tempo até lá. São obras de ficção científica que entendo nos fazer refletir sobre o assunto, e por isto irei aproveitar a oportunidade para ler (um livro) e rever (um filme) estas obras para "entrar no clima" deste evento vindouro rs.

A primeira indicação é de um livro que nunca li. Por isto não sei se é bom ou não. Mas promete. E comecei a ler ele ontem.


Se trata de “O Cair da Noite” (“Nightfall” no original), livro escrito a quatro mãos por Isaac Asimov e Robert Silverberg. E que acaba de ser republicado no Brasil, pela editora Arte & Letra (não, não estou recebendo jabá por isto, quem dera).

A premissa é a seguinte. Estamos no planeta Kalgash, onde existem seis sóis e consequentemente, nunca há noite. Então, duas descobertas científicas mudam tudo o que se pensava por lá. Primeiramente, arqueólogos descobrem evidências de que sua civilização vêm constantemente sendo destruída e reconstruída a cada 2 mil anos. Segundo – e talvez ainda mais chocante - astrônomos descobrem que a órbita do planeta não é regular, e que em breve não somente estarão orbitando apenas um sol, como ainda, irão experimentar um eclipse solar total. Pela primeira vez, portanto, eles verão a escuridão.

Querem algo mais relacionado ao fim do mundo que isto? E aparentemente, o pessoal de Kalgash está numa situação bem pior que a nossa. :)

A segunda indicação é sobre um filme clássico. “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, do diretor Stanley Kubrick. Se não é sobre o fim do mundo, é sobre um momento crítico da história da humanidade. E nos questiona o "de onde viemos", "por que viemos".


Para várias pessoas, “2001” é como se fosse “o filme mais chato de todos os tempos”. De fato, é um filme absurdamente lento, difícil de assistir, e difícil de entender.

De minha parte, minha visão sobre este filme de Kubrick nunca foi assim extrema. Considero-o um bom filme, porém, que me frustra – confesso - pelo seu final “confuso” que nunca entendi muito bem.
O que mudou, para eu querer assistí-lo novamente? Bem, em primeiro lugar, eu só o assisti uma vez, e tinha uns 15 anos. Acho que mudei um pouco de lá pra cá. :)

E em segundo lugar, assisti semana passada um ótimo vídeo do crítico Pablo Villaça analisando “2001”. O vídeo é antigo, mas vi só agora. E além de dar aula sobre as técnicas usadas pelo diretor, ele explica o final. Agora, vou assistir o filme novamente e verificar se compartilho de suas conclusões ou não. Para quem se interessar pelo assunto, segue o link para o vídeo do Pablo, publicado em duas partes.


O bacana de “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, é que ele é um bom contraponto ao livro que citei. Afinal, é um filme otimista. Para ele, a humanidade evolui. E ainda vai evoluir bastante antes do fim do mundo. :)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Retomando discussões / impressões

Desculpem minha ausência. Na verdade, a falta de filmes “realmente interessantes” no cinema me fez ficar em casa. Por isto, aproveito para dar novas opiniões sobre alguns temas já comentados por aqui.

Hobbit a 48 fps

O primeiro tema é justamente a solução para o “não ter nada de interessante pra assistir nos cinemas”. Estamos há 10 dias da aguardada estréia de “O Hobbit - Uma Jornada Inesperada” (em  14 de dezembro de 2012).

E eu já comentei aqui que Hobbit foi filmado a 48 fps e temia que esta novidade não chegaria ao Brasil (para entender mais, leia: http://cinemavirgula.blogspot.com.br/2012/03/48.html e http://cinemavirgula.blogspot.com.br/2012/04/48-2-capitulo.html )


Felizmente, teremos 48 fps no Brasil! E a lista das salas que já confirmaram a novidade pode ser encontrada aqui: http://omelete.uol.com.br/hobbit/cinema/o-hobbit-48-quadros-por-segundo-vira-no-brasil-confira-salas/

Novo Robocop – há esperança

As primeiras imagens do novo Robocop me decepcionaram bastante. E não perdoei:  http://cinemavirgula.blogspot.com.br/2012/09/o-novo-robocop-jose-padilha-fernando.html

Porém, como se nota abaixo, a armadura “final” deverá ser bem próxima à armadura original. Menos mal.


Na verdade, José Padilha explica que ao longo do filme, a armadura de Robocop vai sendo “atualizada”, ficando mais moderna com o passar do tempo. A imagem acima seria da armadura original.

Elementary – até que não é ruim

Finalmente, mais uma retificação em relação a meu mal humor. :)

Eu fiquei revoltado ao ver uma nova série nos EUA, Elementary, alterar tanto Sherlock Holmes a ponto de fazê-lo morar em Nova York e o Dr. Watson virar Doutora Watson, representada por Lucy Liu: http://cinemavirgula.blogspot.com.br/2012/02/sherlock-holmes-esta-virando-palhacada.html .

Mas, não posso criticar sem conhecer. Portanto, fiz questão de assistir a série. E passados já oito episódios (assisti todos), posso dizer que a série não é ruim. Ela não chega nem aos pés do Sherlock Holmes atualmente exibido pela inglesa BBC. Entretanto, sob o batido formato “série policial onde em cada episódio se prende o vilão da vez”, é um dos seriados menos ruins do gênero produzido atualmente nos EUA.


Assim como na BBC, vemos um Sherlock Holmes transportado para os dias atuais. E menos mal que se trata do Sherlock “de verdade”. Ele é Inglês, e pelo que a história insinua, toda a sua carreira que conhecemos dos contos realmente “aconteceu” lá em Londres. Porém, após todo seu sucesso no velho continente, ele acabou virando viciado em ópio, foi rejeitado pela Scotland Yard, e vindo para os EUA se tratar. É onde conhece a Doutora Watson, ex-médica que hoje trabalha como acompanhante/tutora de ex-drogados.

Não é um conceito absurdo. Afinal, nos livros de Conan Doyle, Holmes enfrentou diversas recaídas pelo uso da droga, que ele usava para “expandir a mente” em casos extremamente difíceis.

Há alguns episódios fracos. Previsíveis. Mas na média, até agora tem sido interessante acompanhá-lo. Apesar de todas as mudanças em Holmes e Watson, suas características são preservadas. Ele mantém seu aguçado poder de observação, sua obsessão pela solução de problemas, e explica sempre suas conclusões. Ao mesmo tempo, Watson é companheira leal e inteligente, como nos livros.

E é isto. Pra compensar minha ausência, amanhã tem outro post!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Crítica: 007 - Operação Skyfall (2012)

“James Bond retoma a boa forma, ainda que em crise temporal”

Com Cassino Royale, em 2006, a franquia de James Bond teve um grande recomeço. Não apenas estreava um novo ator para o papel do famoso espião, o britânico Daniel Craig, mas também pela trama trazer simplesmente “a” primeira missão de Bond como 007.

Mais ainda, o estilo mudara. Cassino Royale trouxe muito mais realismo para a franquia. Vilões caricatos, apetrechos exóticos (leia-se bizarros), tudo isto ficou de fora. E além do realismo, muita ação, claro. Com direito a uma enorme sequência inicial de parkour de tirar o fôlego. A estréia de Craig como Bond foi excelente, facilmente um dos melhores filmes do espião já feitos.

Dois anos depois veio Quantum of Solace, ainda menos parecido com os Bond clássicos, e com história confusa e ruim. Pelo menos eles tiveram a desculpa de terem sido atrapalhados pela greve de roteiristas que rolava na época.

Chegamos então a 2012, com Operação Skyfall  e sua missão de provar que a grande qualidade de Cassino Royale não foi um golpe do acaso. E assim como seu antecessor, o novo filme de Bond também começa com uma longa e ótima cena de ação. Mas agora a perseguição não é apenas a pé, e sim também com carros, motos, e até trem.

Em pouco tempo vemos que a história também é um pouco diferente. Não se trata de alguém querendo dominar o mundo, e sim, de vingança pessoal contra a M (Judi Dench) e a MI6. Este sentimento de “algo dentro de casa” é reforçado com maestria pela filmagem feita o tempo todo em plano fechado (e as vezes até em primeira pessoa). Aliás, a fotografia é muito boa e a variedade de cenários,  ângulos e tomadas de câmera feitas ao longo do filme impressiona.

O roteiro, se não é brilhante, agrada. É balanceado, simples, e sem falhas. E outro grande ponto positivo do filme é o vilão intrepretado pelo espanhol Javier Bardem. Sem dúvida o vilão mais interessante que o Bond-Craig já enfrentou. Ainda sobre atuações, Judi Dench está muito bem. O mesmo não pode se falar de Daniel Craig. Se em Cassino Royale ele conseguiu nos mostrar que tinha sentimentos, não se pode falar o mesmo por aqui. Craig convence como ator de ação. Mas como ator dramático, desta vez perdeu até pro cigano Igor.

Se parássemos aqui, Operação Skyfall seria de nível semelhante à Cassino Royale. Mas não é. Sob justificativa de comemorar os 50 anos da série, passado e presente se misturam de maneira confusa. Personagens clássicos, ausentes desde 2006, como o inventor Q e a secretária Moneypenny retornam a franquia. Porém retornam de maneira desfigurada.

Outro elemento estranho é ver Bond em vários momentos se lembrar dos “velhos tempos”, sentindo saudades dos apetrechos espalhafatosos que recebia para completar uma missão. Oras... os dois filmes anteriores mostraram James em seu primeiro ano como 007, se passando nos dias atuais (e sem as bugigangas). Como Bond ficou “tão velho” de uma hora para outra? Soa artificial demais.

Há também um retrocesso no realismo conquistado com Cassino Royale. Até quando vamos ver vilões com arma de fogo na mão, e ao invés de atirar a distância, encostar ao lado do mocinho para atirar, porém apenas para ser desarmado? Será que nenhum vilão sabe que um revolver funciona diferentemente de uma faca? E se isto acontecesse uma vez só, tudo bem. Mas acontece uma, duas, três...

Somando prós e contras o resultado final é um filme com falhas, mas ainda sim bom e de ritmo intenso. Operação Skyfall não alcança Cassino Royale, mas é bem superior a Quantum of Solace.
Nota: 7,0.

PS: mais uma vez, minha “homenagem” aos idiotas que “traduzem” os nomes dos filmes. Originalmente apenas “Skyfall”, aqui no Brasil o título foi estendido para “Operação Skyfall”. Faltou avisar ao “jênio” que fez isto que "Skyfall" não é o nome de nenhuma operação, e sim de outra coisa (que não vou contar para não dar spoiller). Lamentável.

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...