Diretor: Pawel Pawlikowski
Atores principais: Agata Kulesza, Agata Trzebuchowska, Dawid Ogrodnik
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Fi7C0_T7z64
Nota: 7,0
Nota: 7,0
Um belo e forte road movie sobre os fantasmas da Segunda Guerra
Bastante elogiado, e premiado em alguns Festivais pela Europa, o filme polonês Ida surpreendeu ao ser indicado, além do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, também ao Oscar de Melhor Fotografia.
Na trama - que acontece aparentemente no início dos anos 60 - conhecemos Ida (Agata Trzebuchowska), uma jovem que passou toda a vida em um orfanato de freiras católicas e está há poucas semanas de fazer seus votos para ser ordenada. Eis que ela recebe uma carta de sua tia Wanda (que nunca havia se apresentado antes para a sobrinha), pedindo para que Ida fosse até sua casa, conhecê-la. Ao chegar na casa de sua única parente, Ida e Wanda saem em busca dos pais da garota - provavelmente mortos na Segunda Guerra - já que eram judeus.
É então que temos um road movie com cenas fortes, comoventes e visualmente marcantes. Filmado em branco e preto, passeando por uma Polônia fria e sucateada, Ida também é bastante silencioso: são poucos diálogos e uma trilha sonora quase inexistente. Só ouvimos música quando, por exemplo, a tia toca música clássica em sua vitrola, ou quando elas ouvem uma banda tocando John Coltrane.
A maneira sóbria com que o filme é contado, não apenas dando destaque aos personagens, mas também ao ambiente em seu redor, é bastante impressionante. Oras de maneira explícita, oras de maneira sutil, vemos os impactos que a caça aos judeus e a chegada do comunismo causaram na vida da dupla protagonista.
Além dos fantasmas da Segunda Guerra, Ida também não deixa de ser uma história de autoconhecimento. Não vou dar mais detalhes da trama para não estragar as surpresas do roteiro, ainda que o trailer o faça (particularmente, eu não assistiria o trailer antes de ver o filme...).
A forte e comovente história transcorre em ritmo lento, pouco dela nos é revelada a cada cena. Entretanto, nos últimos 15 minutos tudo muda, com os fatos acontecendo muito rapidamente. É tão rápido que isto atua contra o filme, "quebrando" um pouco seu clima e tornando-o razoavelmente inverossímil.
Ida tem sim uma bela fotografia, o que justificaria sua indicação ao Oscar. Mesmo assim, como as imagens já costumam mesmo ser mais fortes e bonitas em branco e preto, não deixo de brincar que se utilizar desta técnica não deixa de ser uma forma de trapaça. Ainda sobre o assunto, interessante citar que em boa parte das cenas a câmera está fixa ao chão, deixando as mesmas estáticas. E o filme foi rodado sob o formato 1,33:1 (aquele formato quadradão, usado antigamente ainda na época do cinema preto-e-branco, mesmo recurso utilizado em O Artista (2011)).
Curiosidade: a jovem e bela Agata Trzebuchowska fez em Ida sua primeira e provavelmente última participação em um filme. O diretor Pawel não encontrava a pessoa certa para o papel principal, até que uma de suas amigas viu Agata em um café, tirou uma foto dela e a enviou para ele, que então a chamou para testes. Por gostar dos filmes de Pawlikowski e por ter gostado do roteiro, Agata topou o desafio e até hoje, ainda que de maneira um pouco indecisa, mantém que não seguirá a carreira de atriz.
Mesmo com um final não tão inspirado, a "viagem" através de Ida vale a pena. Tanto seu roteiro quanto seu visual impressionam. Nota: 7,0
Na trama - que acontece aparentemente no início dos anos 60 - conhecemos Ida (Agata Trzebuchowska), uma jovem que passou toda a vida em um orfanato de freiras católicas e está há poucas semanas de fazer seus votos para ser ordenada. Eis que ela recebe uma carta de sua tia Wanda (que nunca havia se apresentado antes para a sobrinha), pedindo para que Ida fosse até sua casa, conhecê-la. Ao chegar na casa de sua única parente, Ida e Wanda saem em busca dos pais da garota - provavelmente mortos na Segunda Guerra - já que eram judeus.
É então que temos um road movie com cenas fortes, comoventes e visualmente marcantes. Filmado em branco e preto, passeando por uma Polônia fria e sucateada, Ida também é bastante silencioso: são poucos diálogos e uma trilha sonora quase inexistente. Só ouvimos música quando, por exemplo, a tia toca música clássica em sua vitrola, ou quando elas ouvem uma banda tocando John Coltrane.
A maneira sóbria com que o filme é contado, não apenas dando destaque aos personagens, mas também ao ambiente em seu redor, é bastante impressionante. Oras de maneira explícita, oras de maneira sutil, vemos os impactos que a caça aos judeus e a chegada do comunismo causaram na vida da dupla protagonista.
Além dos fantasmas da Segunda Guerra, Ida também não deixa de ser uma história de autoconhecimento. Não vou dar mais detalhes da trama para não estragar as surpresas do roteiro, ainda que o trailer o faça (particularmente, eu não assistiria o trailer antes de ver o filme...).
A forte e comovente história transcorre em ritmo lento, pouco dela nos é revelada a cada cena. Entretanto, nos últimos 15 minutos tudo muda, com os fatos acontecendo muito rapidamente. É tão rápido que isto atua contra o filme, "quebrando" um pouco seu clima e tornando-o razoavelmente inverossímil.
Ida tem sim uma bela fotografia, o que justificaria sua indicação ao Oscar. Mesmo assim, como as imagens já costumam mesmo ser mais fortes e bonitas em branco e preto, não deixo de brincar que se utilizar desta técnica não deixa de ser uma forma de trapaça. Ainda sobre o assunto, interessante citar que em boa parte das cenas a câmera está fixa ao chão, deixando as mesmas estáticas. E o filme foi rodado sob o formato 1,33:1 (aquele formato quadradão, usado antigamente ainda na época do cinema preto-e-branco, mesmo recurso utilizado em O Artista (2011)).
Curiosidade: a jovem e bela Agata Trzebuchowska fez em Ida sua primeira e provavelmente última participação em um filme. O diretor Pawel não encontrava a pessoa certa para o papel principal, até que uma de suas amigas viu Agata em um café, tirou uma foto dela e a enviou para ele, que então a chamou para testes. Por gostar dos filmes de Pawlikowski e por ter gostado do roteiro, Agata topou o desafio e até hoje, ainda que de maneira um pouco indecisa, mantém que não seguirá a carreira de atriz.
Mesmo com um final não tão inspirado, a "viagem" através de Ida vale a pena. Tanto seu roteiro quanto seu visual impressionam. Nota: 7,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário