Diretor: Clint Eastwood
Atores principais: Bradley Cooper, Sienna Miller, Kyle Gallner, Luke Grimes, Jake McDorman
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2cZJaj93XLg
Nota: 6,0
Nota: 6,0
Um filme de guerra um pouco diferente e com um pouco de propaganda
Um tipo de filmagem mais realista, com a câmera acompanhando os soldados entre as apertadas e empoeiradas ruas do Iraque, ver os estadunidenses caindo às moscas em perigosas missões, mostrando o quanto as guerras recentes destroem a maioria dos indivíduos que participam dela. Isto tudo até pode ser relativamente novo, porém, também foi explorado - e com mais propriedade - em Guerra ao Terror (2008) e A Hora Mais Escura (2012).
O pouco que resta então de novidade em Sniper Americano é mostrar a vida do soldado como profissão: o protagonista vai e volta ao Iraque várias vezes, e nos intervalos de "descanso", vemos ele se comporta em relação a família. É meio estranho até, ver a guerra acontecendo e você indo e voltando pra lá com datas de chegada e saída já pré-determinadas.
A história, também uma biografia, conta a vida de Chris Kyle (Bradley Cooper), tido como "o sniper mais letal da história militar dos EUA" (inclusive, o filme é baseado na auto-biografia do próprio Kyle, que usou este "título" para se promover). Vemos então um breve relance de sua infância, e sua vida pré, pós e durante a recente "guerra ao terror" terminada há poucos anos atrás no Iraque.
O diretor Clint Eastwood consegue ser bem sucedido nas cenas de ação e tornar o filme com a ambientação correta em termos de tensão e suspense. Um único porém é que a história poderia ser um pouco mais curta: são mais de 2h de projeção e após 1h eu já estava um pouco cansado.
Sniper Americano não faz propaganda "pró-EUA" descaradamente, mas certamente o faz. Mais do que defensor do "american way of life", Clint defende fortemente o estilo "texano" de vida: "Deus, pátria e família", segundo seu ponto de vista. Chris Kyle é retratado, mesmo dentro de suas fraquezas, como um herói perfeito.
Infelizmente o roteiro não foca tanto nos dilemas morais de Chris conforme o trailer deixa a entender: em geral, o patriotismo responde a maioria das dúvidas do protagonista. O amor a Pátria, aliás, está bem presente no filme. Não a toa vemos diversas bandeiras dos EUA (e até uma do Texas) ao longo da projeção.
Se Clint não declama abertamente quem que são os "mocinhos" e quem são os "bandidos" (inclusive mostra os iraquianos civis como vítimas), ao mesmo tempo não deixa dúvidas de que ele está defendendo seu país e sua religião. Além disto, Eastwood insiste no maniqueísmo a ponto de criar um inimigo sniper tão bom quanto Kyle para confrontá-lo. Sempre com "cara de mal", geralmente debaixo de sombras e com a trilha sonora sombria apontando que ele é sim, "o malvado", o tal Mustafa e sua história (de ser um ex-atleta Olímpico) são sim verdadeiras. Porém, na vida real, as histórias dele e Chris Kyle jamais se cruzaram; eles nunca se enfrentaram na vida real. Esta é apenas uma das "mentirinhas" contadas para aumentar o heroísmo do protagonista.
Ainda sobre o trabalho do diretor, há duas cenas que são inacreditavelmente ruins: uma em que Bradley Cooper carrega no colo o que é claramente uma boneca ao invés de um bebê; e outra que é justamente o desfecho do duelo entre Kyle e Mustafa. Eu até ri quando assisti aquilo.
Por falar em Bradley Cooper, sua atuação é competente e prova que o rapaz também consegue fazer filmes de drama. Porém, conforme eu já imaginava, sua atuação está muito longe de merecer a indicação para o Oscar de Melhor Ator recebida. Não adianta, ele é o queridinho atual de Hollywood sabe-se lá por que. A atuação de Sienna Miller - atriz que desconhecia - embora curta me agradou mais.
Com uma história interessante, e em linhas gerais um filme tecnicamente bem feito, Sniper Americano deve agradar a quem se interessa pelo tema de guerra. A história de Chris Kyle é mais uma que vale a pena conhecer e depois, nos fazer refletir. Ainda assim, sua longa duração, seus pequenos erros citados acima e sua pequena propaganda jogam contra. Nota: 6,0
O pouco que resta então de novidade em Sniper Americano é mostrar a vida do soldado como profissão: o protagonista vai e volta ao Iraque várias vezes, e nos intervalos de "descanso", vemos ele se comporta em relação a família. É meio estranho até, ver a guerra acontecendo e você indo e voltando pra lá com datas de chegada e saída já pré-determinadas.
A história, também uma biografia, conta a vida de Chris Kyle (Bradley Cooper), tido como "o sniper mais letal da história militar dos EUA" (inclusive, o filme é baseado na auto-biografia do próprio Kyle, que usou este "título" para se promover). Vemos então um breve relance de sua infância, e sua vida pré, pós e durante a recente "guerra ao terror" terminada há poucos anos atrás no Iraque.
O diretor Clint Eastwood consegue ser bem sucedido nas cenas de ação e tornar o filme com a ambientação correta em termos de tensão e suspense. Um único porém é que a história poderia ser um pouco mais curta: são mais de 2h de projeção e após 1h eu já estava um pouco cansado.
Sniper Americano não faz propaganda "pró-EUA" descaradamente, mas certamente o faz. Mais do que defensor do "american way of life", Clint defende fortemente o estilo "texano" de vida: "Deus, pátria e família", segundo seu ponto de vista. Chris Kyle é retratado, mesmo dentro de suas fraquezas, como um herói perfeito.
Infelizmente o roteiro não foca tanto nos dilemas morais de Chris conforme o trailer deixa a entender: em geral, o patriotismo responde a maioria das dúvidas do protagonista. O amor a Pátria, aliás, está bem presente no filme. Não a toa vemos diversas bandeiras dos EUA (e até uma do Texas) ao longo da projeção.
Se Clint não declama abertamente quem que são os "mocinhos" e quem são os "bandidos" (inclusive mostra os iraquianos civis como vítimas), ao mesmo tempo não deixa dúvidas de que ele está defendendo seu país e sua religião. Além disto, Eastwood insiste no maniqueísmo a ponto de criar um inimigo sniper tão bom quanto Kyle para confrontá-lo. Sempre com "cara de mal", geralmente debaixo de sombras e com a trilha sonora sombria apontando que ele é sim, "o malvado", o tal Mustafa e sua história (de ser um ex-atleta Olímpico) são sim verdadeiras. Porém, na vida real, as histórias dele e Chris Kyle jamais se cruzaram; eles nunca se enfrentaram na vida real. Esta é apenas uma das "mentirinhas" contadas para aumentar o heroísmo do protagonista.
Ainda sobre o trabalho do diretor, há duas cenas que são inacreditavelmente ruins: uma em que Bradley Cooper carrega no colo o que é claramente uma boneca ao invés de um bebê; e outra que é justamente o desfecho do duelo entre Kyle e Mustafa. Eu até ri quando assisti aquilo.
Por falar em Bradley Cooper, sua atuação é competente e prova que o rapaz também consegue fazer filmes de drama. Porém, conforme eu já imaginava, sua atuação está muito longe de merecer a indicação para o Oscar de Melhor Ator recebida. Não adianta, ele é o queridinho atual de Hollywood sabe-se lá por que. A atuação de Sienna Miller - atriz que desconhecia - embora curta me agradou mais.
Com uma história interessante, e em linhas gerais um filme tecnicamente bem feito, Sniper Americano deve agradar a quem se interessa pelo tema de guerra. A história de Chris Kyle é mais uma que vale a pena conhecer e depois, nos fazer refletir. Ainda assim, sua longa duração, seus pequenos erros citados acima e sua pequena propaganda jogam contra. Nota: 6,0
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