quinta-feira, 19 de março de 2015

Os 10 filmes que mais espero para 2015


Ok, ok... o tempo passa rápido e já estamos na metade de março de 2015! Os "filmes do Oscar" já estrearam quase todos, mas ainda tem coisa interessante vindo por aí. Abaixo, segue em ordem de estréia a minha lista dos 10 filmes que mais espero ainda para este ano. Confiram!




Vingadores: Era de Ultron ("Avengers: Age of Ultron")

Estréia: 23 de Abril (já assisti, veja a crítica)
Comentários: nem precisa falar, certo? Todo mundo conhece e está bastante ansioso para ver Vingadores 2. O vilão Ultron tem se mostrado - pelo menos nos trailers - bastante assustador, e com um visual bem bacana. Eu estava ultra empolgado com este filme até o mais novo trailer (do dia 4 de março) sair: me pareceu "grandioso e exagerado demais". De qualquer forma, me mantenho bastante interessado. A Marvel não errou filme até agora, difícil errar neste.




Mad Max: Estrada da Fúria ("Mad Max: Fury Road")

Estréia: 22 de Maio 14 de Maio (já assisti, veja a crítica)
Comentários: se você tem menos de 30 anos, é bem provável que não conheça Mad Max, o que é uma pena. A trilogia pós-apocalítica dirigida e escrita pelo diretor australiano George Miller é sensacional, e de quebra, apresentou o então desconhecido ator Mel Gibson para o mundo. 30 anos depois de seu último filme a franquia retorna, e agora é Tom Hardy que assume o personagem de Gibson: Max, o protagonista da série. Mad Max: Estrada da Fúria será "mais ou menos" um reboot. Embora não tenha nenhum compromisso com a trilogia original, ao mesmo tempo, é uma história completamente nova, que não remete aos filmes anteriores. Acreditem, está no meu Top 3 de filmes que mais aguardo neste ano.




Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível ("Tomorrowland")

Estréia: 28 de Maio 4 de Junho (já assisti, veja a crítica)
Comentários: um filme da Disney originalmente baseado em uma de suas atrações de seus Parques temáticos. Parece má ideia? As pessoas achavam a mesma coisa do tal de Piratas do Caribe (2003) antes dele estrear. De qualquer forma, após anos de desenvolvimento aparentemente pouco do conceito original se preservou. Conceitos a parte, o grande atrativo do filme é seu diretor, Brad Bird, que também assina o roteiro. Este estadunidense se consagrou na animação, dirigindo e escrevendo grandes filmes, como os ótimos Ratatouille (2007), Os Incríveis (2004) e O Gigante de Ferro (1999). Até agora ele fez apenas um filme live action, Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (2011), considerado por muitos como o melhor filme da franquia. Mas não foi seu roteirista, pouco participou de sua criação. Como será então seu primeiro trabalho "completo" com atores? Estou bastante curioso!




Divertida Mente ("Inside Out")

Estréia: 2 de julho 18 de Junho (já assisti, veja a crítica)
Comentários: desde que foi comprada pela Disney a qualidade da Pixar caiu e sempre fico na expectativa pela sua "volta". Surpreendentemente, o estúdio não lançou filmes em 2014, sendo sua última produção o apenas razoável Universidade Monstros, de 2013. Depois de várias continuações, a Pixar volta a trazer algo original: Divertida Mente é sobre cinco emoções personificadas de uma pequena garota (a Alegria, o Medo, a Raiva, o "Nojinho" e a Tristeza). Um conceito tão incomum para o público infantil me chama muito a atenção. Ah, a Pixar volta este ano em dose dupla: em 17 de Dezembro chega O Bom Dinossauro, que por não ter quase nenhuma informação divulgada para o mesmo, ainda não me chamou a atenção.




Perdido em Marte ("The Martian")

Estréia25 de Novembro (EUA) 1 de Outubro
Comentários: na última vez que Ridley Scott fez um bom filme de ficção científica a Seleção Brasileira ainda era Tri. Mesmo assim, o que ele fez em Blade Runner (1982) e Alien (1979) é suficiente para que SEMPRE que este diretor fizer um filme do gênero, chamar minha atenção. O fato de ser a adaptação de um livro aumentam as minhas esperanças de que o roteiro não seja tão ruim como foi em Prometheus (2012). Como bônus, o elenco tem alguns nomes interessantes, como Jessica Chastain, Sean Bean, Kristen Wiig e Jeff Daniels.




A Travessia ("The Walk")

Estréia: 8 de Outubro
Comentários: fala sobre o francês Philippe Petit, que em 1974 fez sua tentativa para caminhar, através de um cabo no topo, entre as duas torres gêmeas do WTC. A história já foi um documentário recente, vencedor de Oscar (O Equilibrista, de 2008), mas agora é feita sob o formato de ficção. O diretor Robert Zemeckis - especialista em efeitos especiais - promete um visual revolucionário, recomendando o filme para ser assistido em 3D e em IMAX. O protagonista será vivido por Joseph Gordon-Levitt, que vem melhorando a cada filme. Outra boa chance dele para ele provar que é um bom ator.




A Colina Escarlate ("Crimson Peak")

Estréia: 16 de Outubro (EUA) 15 de Outubro
Comentários: após fazer sucesso em Hollywood, o diretor mexicano Guillermo del Toro volta as suas origens fazendo um filme de terror... e agora contando com bastante orçamento para isto. Ele também assina o roteiro, e tudo indica que teremos um filme do gênero bem diferente do tradicional. Crimson Peak também contará com alguns atores famosos, e dou destaque aos ótimos Jessica Chastain e Tom Hiddleston. Este último, famoso por interpretar Loki nos filmes da Marvel. Sim, como vocês devem ter percebido... a Chastain sempre é um atrativo para mim :)




Sr. Holmes (Mr. Holmes)

Estréia17 de Julho (EUA) 15 de outubro
Comentários: após interpretar os icônicos Gandalf e Magneto, agora é a vez do ótimo ator britânico Ian McKellen ser Sherlock Holmes. Imagino ser igualmente interessante e chocante vê-lo, do alto de seus 76 anos, enfim interpretando um personagem "velho". Desta vez ele será um Holmes aposentado e com mais de 80 anos investigando um crime sem solução há mais de 50 anos. As dificuldades decorrentes de sua velhice - em especial os problemas de memória - deverá ser o foco principal deste filme, baseados no livro A Slight Trick of the Mind do estadunidense Mitch Cullin.




Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força ("Star Wars: Episode VII - The Force Awakens")

Estréia: 17 de Dezembro
Comentários: outro filme que dispensa apresentações, sem dúvida o ponto alto do ano para a comunidade Nerd. O fato da franquia sair das mãos de George Lucas e ficar sob comando de J.J. Abrams é algo extremamente promissor, dado o que este último já conseguiu realizar no ótimo reboot de Star Trek. Mais ainda, a presença dos atores da trilogia clássica: Harrison Ford, Mark Hamill e Carrie Fisher é uma surpresa também bastante empolgante para os fãs. A Disney tem feito bastante mistério sobre o filme... mas o teaser lançado em novembro do ano passado traz indícios de que vem coisa boa por aí.



 

Os 8 Odiados ("The Hateful Eight")

Estréia13 de Novembro (EUA), sem data definida para o Brasil 14 de Janeiro de 2016 - infelizmente, o filme ficou definido apenas para 2016, contrariando o título desta lista
Comentários: o oitavo longa-metragem de Quentin Tarantino. Para quem, como eu, curte este cineasta isto já basta para empolgar. Novamente fazendo um filme de faroeste, desta vez entretanto a sinopse dá a entender que ao invés dos protagonistas sairem em uma "missão", vão brigar entre eles, a mesma coisa que aconteceu no primeiro filme do diretor, Cães de Aluguel (1992).


E aí, concorda com a lista? Quais são seus filmes mais aguardados? Comente!


Obs: Atualizado em 08/06/15 aumentando a lista de 9 para 10 filmes e colocando novas informações a respeito dos filmes mais "distantes"
Obs2: Atualizado em 14/09/15 com datas de estréias atualizadas, lista reordenada por ordem de exibição e filmes já assistidos com link para a crítica

terça-feira, 17 de março de 2015

Crítica - A Entrevista (2014)

TítuloA Entrevista ("The Interview", EUA, 2014)
Diretores: Evan Goldberg, Seth Rogen
Atores principais: James Franco, Seth Rogen, Lizzy Caplan, Randall Park
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=1bCmE_DXW6M
Nota: 5,0

Fraco, mas consegue render algumas risadas

Finalmente assisti o filme mais polêmico de 2014, A Entrevista, que chegou até a gerar um conflito internacional entre EUA e Coréia do Norte. Conforme eu imaginava, muito estresse por pouca coisa: o filme - na melhor das hipóteses razoável - não faz nenhuma crítica ou ofensa muito fora do padrão de besteirol destas produções. Por outro lado, A Entrevista não é tão ruim como eu esperava, consegui rir em alguns momentos da trama.

Na história temos o apresentador Dave Skylark (James Franco) e seu produtor Aaron Rapaport (Seth Rogen), que são responsáveis por um programa de entrevistas de celebridades. Surpreendentemente, são convidados pelo líder Kim Jong-un (Randall Park) para entrevistá-lo em seu país. O motivo? O norte-coreano é grande fã do programa de Skylark. Sabendo disso, a CIA usa a dupla Dave e Aaron para aproveitar esta "oportunidade única" e assassinar Kim Jong-un.

A Entrevista segue bastante o padrão das comédias de Seth Rogen: muitas piadas de conotação sexual, drogas, um pouco de machismo, uma pitada de escatologia, e... bastante bromance. Rogen até me pareceu promissor quando estourou de vez em 2007 com Ligeiramente Grávidos e Superbad: É Hoje. Mas de lá pra cá, ele arriscou pouco, fazendo um humor sempre muito parecido. O resultado são filmes legaizinhos, mas que não impressionam.

E toda esta escrita se repete em A Entrevista. Aliás, as piadas que realmente funcionam no filme não são as suas costumeiras piadinhas sobre sexo, mas sim, as trapalhadas e burrices dos personagens Aaron e Dave, principalmente este último.

Vale a pena ressaltar que embora eu tenha rido de algumas das trapalhadas do personagem de James Franco, é bastante claro para mim que o engraçado vem dos diálogos e das situações que Dave participa, e não da atuação de Franco. Pelo contrário, a atuação dele pesa contra o filme. Absurdamente caricato, o maior problema em sua interpretação são suas tentativas de fazer caretas. Não sei se ele quer ser o novo Jim Carrey. Se quis, não conseguiu... e falhou miseravelmente.

Um parentese: admito que não gosto de James Franco. Aliás, entendo não ser a toa que ele foi o pior apresentador do Oscar de todos os tempos. Porém 2015 será o ano em que ele tem sua grande chance para calar a minha boca. Afinal, o ator estadunidense estará nos cinemas neste ano em pelo menos 3 filmes sérios sob a batuta de diretores consagrados: Queen of the Desert, de Werner Herzog, Everything Will Be Fine, de Win Wenders e I Am Michael, de Justin Kelly.

Outras boas piadas vêm das bizarrices das celebridades. Estas boas cenas acontecem no começo do filme e geram até algumas boas críticas, mas que infelizmente não se desenvolvem além dos primeiros minutos da projeção... gradativamente, o alvo das piadas vão passando para Kim Jong-un. Mesmo assim, as "acusações" contra o ditador não fazem rir pois são previsíveis: o fato dele gostar da cultura pop dos EUA, de que ele é visto como um deus, etc. Curiosamente, neste aspecto o filme nem pega pesado... a ofensa maior é fazer Kim Jong-un literalmente se borrar nas calças. E o simples fato dos roteiristas acharem que isto é engraçado já revela bastante sobre a (baixa) qualidade do filme.

Mudando um pouco de assunto, sei que não é correto e ao mesmo tempo arrogante de minha parte criticar um outro crítico, mas não vou resistir hehe. Há um certo crítico do Uol que para descrever este filme, usou palavras como "inteligente", "sensacional", "comédia de primeira" e "quase revolucionário". Na verdade A Entrevista passa bem longe de tudo isto. Não há sequer uma crítica ou piada política inteligente, isto sem contar que a maioria das piadas são sexistas ou homofóbicas. De "revolucionário", só se fora a maneira com o filme se promoveu: a Sony utilizou o ataque de hackers sofrido em benefício próprio para divulgar este filme esquecível. Nota: 5,0

sexta-feira, 13 de março de 2015

Crítica - Golpe Duplo (2015)

TítuloGolpe Duplo ("Focus", EUA, 2015)
Diretores: Glenn Ficarra, John Requa
Atores principais: Will Smith, Margot Robbie, Rodrigo Santoro
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=xv7tlO-4kEg
Nota: 6,0



Pouco Santoro em um filme que começa mal... mas que engrena em seu final

Com um título pessimamente traduzido, Golpe Duplo (ou Focus, no original) é mais um filme cujo marketing tenta explorar para nós brasileiros a presença do ator Rodrigo Santoro. E também mais uma vez a propaganda soa um pouco enganosa, já que a participação do brasileiro é pequena. Não se enganem: este é um filme de Will Smith e Margot Robbie.

Na história, Nicky (Smith) é um golpista profissional de sucesso, que acaba se encontrando com Jess (Robbie), uma golpista iniciante. Ao se encontrarem, ela pede para que ele a aceite em seu bando, o que acaba acontecendo. Após alguns golpes juntos, Nicky acaba sendo contratado pelo milionário argentino Garriga (Santoro) para ajudá-lo a aplicar um golpe em seu maior rival.

De maneira bastante comum, o roteiro se utiliza da "técnica do novato" para nos introduzir a todo o universo comandado por Nicky. Igualmente comum, não demora muito para a "aluna" e "professor" se envolverem. Toda esta parte clichê só acaba quando o personagem de Santoro aparece, e isto acontece apenas na segunda metade do filme. A primeira parte, portanto, é bastante ruim. Os constantes e repetitivos flertes existentes entre o casal não empolgam em momento nenhum; pelo contrário, aborrecem.

Em sua segunda parte, o filme melhora bastante, mais especificamente em seu final. Esta é a grande qualidade de Golpe Duplo: do meio para o fim, somos apresentados a várias reviravoltas, o que surpreende e agrada bastante ao espectador. Mesmo que algumas destas "surpresas" sejam um pouco "exageradas", não comprometem o resultado.

Tecnicamente falando, a grande qualidade de Golpe Duplo é a fotografia, bem bonita - ainda mais quando o que se está sendo "fotografado" é a belíssima atriz australiana Margot Robbie, que já arrancou suspiros em O Lobo de Wall Street (2013). Outro ponto técnico digno de atenção, porém negativo, é a trilha sonora, que curiosamente é muito bonita, composta de músicas blues, folk e latina. O problema portanto não são as músicas, e sim o seu excesso. Quase toda cena tem fundo musical - e isto é mais forte no início do filme - o que apenas serve para reforçar o aborrecimento ao assistir o primeiro ato.

Will Smith e Margot Robbie atuam muito bem, tenho que reconhecer. Já Rodrigo Santoro... é difícil fazer qualquer avaliação devido seu pouco tempo na tela. De qualquer forma, não deixa de ser curioso ver ele falar em um inglês com sotaque espanhol. Certamente muita gente dos EUA, assistindo a Golpe Duplo, vai achar que ele realmente é argentino.

O resultado final de Golpe Duplo acaba sendo o "padrão" dos filmes dirigidos pela dupla de diretores Glenn Ficarra e John Requa, que também fizeram O Golpista do Ano (2009) e Amor a Toda Prova (2011), ou seja, são filmes legais, mas nada muito além disto. Talvez a principal diferença entre Golpe Duplo e os dois filmes anteriormente citados é que este tem menos humor, embora insista em algumas piadas. Algumas funcionam, outras não.

Com início clichê e um bom final, Golpe Duplo deverá agradar o público principalmente porque sua conclusão é inteligente e satisfatória o suficiente para levar as pessoas saírem do cinema com um sorriso no rosto. Nota: 6,0

quinta-feira, 12 de março de 2015

Morre Terry Pratchett. Vale a pena conhecer seus livros


Definitivamente 2015 não começa bem. Poucas semanas após eu publicar meu primeiro post devido a um falecimento, o de Leonard Nimoy, morreu hoje o escritor inglês Terry Pratchett.

Pratchett, que tinha 66 anos, faleceu devido a complicações de um raro tipo de Alzheimer, que foi diagnosticado nele em 2007. Defensor da eutanásia, parentes e editores afirmam que a morte ocorreu de forma natural, em sua casa.

O escritor é principalmente conhecido pela sua série de livros Discworld, que mistura fantasia medieval com muito humor e inteligentes críticas comportamentais e sociais.

É uma pena que Terry Pratchett não fez muito sucesso entre os brasileiros. A série Discworld, que possui mais de 40 livros, começou a ser publicada pela editora Conrad no início dos anos 2000, e parou sua publicação com o 12º volume: Quando as Bruxas Viajam, em 2008.

Não sei dizer por que a série não "pegou" por aqui... talvez por não ser uma editora grande, ou talvez, porque suas capas não atraíssem o público adulto (veja duas delas no final deste post, e falem pra mim se não concordam). De qualquer forma, em 2015 a editora Bertrand tentou mudar o cenário, retomando as publicações, e trazendo para o Brasil os livros 13 a 15 (respectivamente de nomes Pequenos Deuses, Lordes e Damas e Homens de Armas). Porém, depois de 2017 mais nenhum livro da série voltou a ser publicado por aqui. A obra mais conhecida de Terry Pratchett para os brasileiros acaba sendo Good Omens: Belas Maldições, escrito em conjunto com Neil Gaiman. O título ficou conhecido não pelo livro, mas pelo seriado de mesmo nome, exibido desde 2019 na Amazon Prime. É muito pouco.

Para se ter uma idéia da importância de Terry Pratchett, ele foi o escritor que mais vendeu no Reino Unido na década de 90. E suas vendas sempre foram bem sucedidas por lá. Por exemplo, em 2001 ele só perdeu em vendas para J. K. Rowling, de Harry Potter. Em 2013, seu livro Snuff foi o terceiro que "mais vendeu em sua primeira semana" na história das ilhas britânicas.

Discworld = Senhor dos Anéis + O Guia do Mochileiro das Galáxias

Sobre Discworld, eu disse que são mais de 40 livros? Pois é, são 41. Finalizado em 2014, como o "último esforço" do escritor, o último livro da série se chama The Shepherd's Crown e foi lançado em Agosto de 2015. De acordo com seus herdeiros, mais nenhum trabalho inédito escrito por Pratchett ou continuando sua obra terá autorização para ser publicado.

Não há melhor maneira de descrever esta série como sendo uma mistura de O Guia do Mochileiro das Galáxias com Senhor dos Anéis. É exatamente isto: todo humor irônico, inteligente, e as vezes non-sense de Douglas Adams também aparece nos livros de Discworld... mas ao invés do espaço, estamos em um mundo de fantasia medieval. Vou mais além: ouso dizer que em alguns de seus livros, Pratchett é melhor que Douglas Adams!

O universo fantástico criado por Pratchett é riquíssimo! Cidades, raças, personagens... muita criatividade bem descrita dentro de um mundo que é um disco sustentado por 4 elefantes gigantes, que por sua vez estão em cima de uma tartaruga gigante voadora, que flutua pelo universo (!).

O Discworld

Até hoje, eu li 7 dos 8 primeiros livros da série Discworld. Meus personagens preferidos são: Rincewind - um mago que embora inteligente, é um completo inútil em termos de magia... além de ser bastante atrapalhado; e o Morte. Sim, "o", pois no inglês a Morte é considerada de sexo masculino. O Morte é um personagem sombrio, mal-humorado, QUE SÓ FALA EM LETRAS CAIXA ALTA, e que ao mesmo tempo é bastante curioso em relação à vida humana e a mortalidade. E é uma figuraça, proporcionando situações bastante engraçadas.

Se você gosta de Senhor dos Anéis e de O Guia do Mochileiro das Galáxias, fica a recomendação: você PRECISA conhecer Discworld, não vai se arrepender. Para iniciar sua leitura, sugiro, obviamente... começar pelo começo! Leia os dois primeiros volumes: A Cor da Magia e A Luz Fantástica, pois juntos contam uma única história que acaba tendo a primeira parte no livro um, e o desfecho no livro dois. 

Descanse em paz, Terry Pratchett. E muito obrigado pelos seus ótimos livros! Chegou sua vez de conversar com O Morte; certamente, o diálogo será bastante interessante para vocês dois!

O Volume 1
O Volume 2



Atualização em 24/05/20: acrescentadas novas informações sobre as publicações de Pratchett aqui no Brasil desde a data original do post até agora.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Crítica - Para Sempre Alice (2014)

Título: Para Sempre Alice ("Still Alice"EUA / França, 2014)
Diretores: Richard Glatzer, Wash Westmoreland
Atores principais: Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart, Kate Bosworth, Hunter Parrish
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=1j_ZWDt764g
Nota: 7,0



Bonito, interessante, contido

Para Sempre Alice (ou Still Alice, no original), é baseado em um livro de mesmo nome escrito em 2007 por Lisa Genova. A história conta a vida de Alice (Julianne Moore), linguista e professora universitária com seus 50 e poucos anos. Casada com o também professor John (Alec Baldwin) e com três filhos já adultos: Anna (Kate Bosworth), Tom (Hunter Parrish) e a caçula Lydia (Kristen Stewart), ela leva uma vida feliz e bem sucedida até que começa a ter problemas de memória. O diagnóstico: Alzheimer.

É então que passamos a acompanhar Alice ao longo de sua trajetória contra a doença: desde o diagnóstico, passando pelos primeiros sintomas relevantes, e por fim, o constante agravamento do mal e o como isto afeta sua vida, sua personalidade, seus familiares.

O mais chocante em Para Sempre Alice é justamente o fato da protagonista ser uma pessoa jovem e muito inteligente, bastante entendedora do funcionamento do cérebro e dos impactos da doença. Ela é bem familiarizada com tecnologia, mas mesmo com o auxílio da mesma, não consegue progressos significativos. E pior: Alice tem plena consciência que não vai perder apenas memórias, mas que também irá perder quem ela é. Isto é o mais trágico e devastador.

A história é basicamente esta, vemos cena após cena as novas maneiras de esquecimento que Alice sofre. Em algum certo ponto no meio do filme isto fica levemente repetitivo, mas não é algo que incomode, até porque o roteiro é bom o suficiente para nos apresentar certo suspense e também, mostrar outras coisas, como por exemplo a interação dela com seus familiares mais próximos.

Por esta atuação, Julianne Moore venceu o Oscar de Melhor Atriz 2015 e ela é, de fato, muito boa intérprete. Foi portanto um prêmio merecido, apesar que suas concorrentes também estivessem no mesmo nível. Ela é a melhor coisa do filme, mas mesmo assim, não posso dizer que ela "carrega o filme nas costas", pois tanto sua atuação quanto o roteiro são de certa forma contidos. Não há grandes dramas... tanto a atriz quanto o roteiro parecem estar em constante reflexão e contemplação.

Ainda sobre atuações, Alec Baldwin e Kristen Stewart competem por quem é menos expressivo na tela. Ok, a eterna Bella até dá alguns sorrisos no final do filme. Já o senhor Baldwin realmente me intriga: a sensibilidade digna de um tronco de árvore que ele apresenta é mesmo uma atuação, ou seria pura incapacidade de se expressar? Educadamente, não vou dizer o que acho.

O final é um bocado abrupto, mas no entanto, não deixa de ser interessante ao nos dar insumos para comparar os sonhos que Alice tinha para ela e sua família no início do filme, e o que destes sonhos foram realizados ou não até o desfecho do longa.

Para Sempre Alice não é um filme tão fácil para assistir devido seu tema: doença terminal. Mas ao mesmo tempo, por ser contido, ele leva o espectador mais a reflexão do que ao sofrimento. Por isto, não deixa de ser uma história interessante e educativa. Nota: 7,0.

domingo, 1 de março de 2015

Crítica - O Abutre (2014)

TítuloO Abutre ("Nightcrawler", EUA, 2014)
Diretor: Dan Gilroy
Atores principais: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton, Riz Ahmed
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=Wf8-E7S99ag
Nota: 8,0



Jake Gyllenhaal brilha como um dos psicopatas mais impressionantes dos últimos anos

O Abutre marca a estréia do estadunidense Dan Gilroy como diretor. Outrora apenas roteirista (de Gigantes de Aço (2011) e O Legado Bourne (2012) por exemplo), aqui ele também assina o roteiro, e faz um trabalho muito bom tanto no seu script quanto na direção.

Mas não é só Gilroy que agrada em O Abutre. Rene Russo está muito bem, e não perde em nada pra qualquer uma das indicadas ao Oscar de Atriz Coadjuvante deste ano. Mas o grande destaque fica mesmo para Jake Gyllenhaal, em mais uma grande atuação. É mesmo um absurdo o Oscar ter indicado seu queridinho Bradley Cooper e te-lo deixado de fora.

Na história, conhecemos o desempregado Louis Bloom (Gyllenhaal), que vive de pequenos furtos nas noites de Los Angeles. Ao testemunhar um cinegrafista amador filmando um acidente - e cujas imagens serão vendidas para alguma TV - Bloom se depara com uma nova maneira de ganhar dinheiro, e investe tudo nisto. Em sua nova carreira, ele conhece a diretora de um jornal matinal televisivo, Nina Romina (Rene Russo), que passa a ser sua cliente exclusiva. Ávidos por notícias cada vez mais chocantes e violentas, a dupla se arrisca cada vez mais para obter as reportagens.

Graças a ótima atuação de Gyllenhaal, em poucos minutos de filme já percebemos que estamos diante de um psicopata. Alguém indiferente ao "certo e errado", completamente insensível aos sentimentos das outras pessoas. É perturbador ver seu enorme sorriso de simpatia quando ele tenta obter um favor, e depois, ver o contraste de sua expressão ameaçadora e impiedosa quando ele está chantageando alguém para atingir seus propósitos.

Ao mesmo tempo que nos impressiona com a frieza de Louis, em paralelo o bom roteiro também critica o jornalismo sensacionalista de hoje, que infesta os telejornais mostrando a violência de maneira cada vez mais chocante, muitas vezes desprezando limites éticos; vale tudo em busca da audiência. Louis é inteligente, calculista, e a maneira com que ele manipula seu empregado Rick (Riz Ahmed) também é uma bela e sutil cutucada ao capitalismo.

Há ainda mais coisas a se elogiar em O Abutre. Seu ritmo é muito bom: direção, roteiro e montagem são bem sucedidos ao transmitir uma sensação de tensão crescente... O Abutre é um daqueles filmes que "grudam" o espectador na poltrona. A trilha sonora é bem pertinente com o que está sendo exibido na tela e, principalmente, temos uma fotografia magnífica... o que aliás não é surpresa, já que Gilroy chamou o ótimo diretor de fotografia Robert Elswit (de Sangue Negro (2007) e Boa Noite e Boa Sorte (2005) entre outros) para este trabalho.

Dos filmes lançados em 2014, O Abutre é um dos melhores que assisti, e só não levará uma nota ainda maior porque, digamos assim, o final poderia ser mais elaborado e detalhado, para desta maneira se tornar mais crível (reforço que o desfecho é satisfatoriamente verossímil, mas poderia ser melhor neste aspecto).

Lamento ter demorado tanto para ter assistido O Abutre. E agora que o vi, posso dizer que ele foi mais um dos vários injustiçados pelo Oscar 2015. Recebeu apenas uma indicação (de Roteiro Original - que merecia ter vencido mas não levou), e poderia ter recebido várias mais. Nota: 8,0

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...