domingo, 19 de junho de 2016

Crítica - Voando Alto (2016)

TítuloVoando Alto ("Eddie the Eagle", Alemanha / EUA / Reino Unido, 2016)
Diretor: Dexter Fletcher
Atores principais: Taron Egerton, Hugh Jackman, Tim McInnerny, Jo Hartley
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=FNg0-IQIjRQ
Nota: 7,0
Leve, divertido e inspirador

Passando quase desapercebido pelo público brasileiro nos cinemas em Março deste ano, Voando Alto é baseado na história real do inglês Eddie "The Eagle" Edwards (Taron Egerton), uma pessoa tímida e excluída socialmente que sempre teve o sonho de ser um atleta olímpico. Ajudado pelo treinador em busca de redenção Bronson Peary (Hugh Jackman), a dupla treina para conseguir disputar as Olimpíadas de Inverno de 1988. O título do filme foi traduzido de maneira bem estúpida para Voando Alto, mesma tradução para o nome de um péssimo filme de 2003 estrelado por Gwyneth Paltrow e Mike Myers. Não os confunda: o novo Voando Alto é muito, muito, muito melhor.

Voando Alto lembra razoavelmente o clássico familiar Jamaica Abaixo de Zero (1993), e não foi a toa: o produtor Matthew Vaughn afirma que a idéia para o filme surgiu quando ele viu suas crianças se divertindo com a história dos jamaicanos.

Entretanto Voando Alto possui algumas características distintas do filme que o inspirou. Ele é um filme bem mais leve, colorido e divertido. E ainda assim, consegue trazer para a trama um assunto sério que o filme de 1993 pouco comenta: o perigo da morte. Curiosamente, tanto Eddie "The Eagle" Edwards quanto o time de Bobsled da Jamaica disputaram na vida real a mesma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Fazendo um personagem inocente, bastante carismático, e com os mesmos trejeitos do Eddie real, o ator Taron Egerton é a grande atração do filme. E por falar em inocência, ver a relação dos pais do protagonista com seu "filhinho" é outra novidade que encaixou muito bem neste tipo de filme de "superação esportiva".

Se Voando Alto agrada por ser bem leve, fica o alerta que na vida real as coisas não foram tão fáceis para Eddie. O filme não mostra, mas o inglês real chegou a dormir em uma instituição mental para economizar, era uma pessoa muito solitária, e principalmente seus 2 anos de treinamento (muito mais que os 6 meses que o filme cita) foram de muito sofrimento e dor. Aliás, Voando Alto tem bastante fantasia, já que tanto os personagens de Hugh Jackman quanto de Christopher Walken são fictícios.

Pelo menos em termos de resultados Olímpicos, e pela maneira em que imprensa, público e atletas o trataram por lá o filme é bem preciso, o que é muito bacana para quem curte esporte. E apesar de tantas mudanças, há de se reconhecer que elas acabaram tornando o filme bastante inspirador.

Um resumo do espírito de Voando Alto é este trecho, extraído de um diálogo do filme: "... não se trata de habilidades dadas por Deus, trata-se de nunca desistir, aconteça o que acontecer; sabendo que fazer seu melhor é a única opção, mesmo se terminar em fracasso.". Nota: 7,0


PS: na vida real a história de Eddie desagradou muitos atletas de primeira linha, que receberam menos atenção do que ele. Mais ainda, o inglês foi acusado de não levar o esporte a sério (e de certa forma ele só queria mesmo se divertir). Então em 1990 o Comitê Olímpico Internacional (COI) criou a regra apelidada de The Eddie "The Eagle" Rule que obriga que para disputar os jogos um atleta precisa ter marca entre as 30% melhores, ou ser um dos 50 melhores atletas do mundo. Curiosamente esta regra não impediu que o nadador guinéu-equatoriano Eric Moussambani ficasse mundialmente famoso nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 quando nadou "cachorrinho" a eliminatória dos 100 metros livres. Eric foi aos jogos devido a uma concessão da Federação Internacional de Natação (FINA), que permitia a entrada de alguns atletas sem índice para motivar o esporte em países com a "natação em desenvolvimento".

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