domingo, 13 de março de 2022

Crítica - O Beco do Pesadelo (2021)

Título: O Beco do Pesadelo ("Nightmare Alley", Canadá / EUA / México, 2021)
Diretor: Guillermo del Toro
Atores principaisBradley Cooper, Cate Blanchett, Toni Collette, Willem Dafoe, Richard Jenkins, Rooney Mara, Ron Perlman, Mary Steenburgen, David Strathairn, Holt McCallany, Tim Blake Nelson
Nota: 8,0

Um filme "clássico" com grande elenco e produção impecável

O Beco do Pesadelo é um filme Neo-noir dirigido, produzido e adaptado por Guillermo del Toro, baseado em um livro de mesmo nome escrito em 1947. Ele não chega a ser um filme noir "padrão" por não ser em preto-e-branco (embora seja bem escuro e com poucas variações de cores), e não ser uma aventura de detetive/policial (mas têm crimes envolvidos), mas certamente preserva muitas características deste subgênero de filmes, como o pessimismo e os personagens de caráter questionável. Para quem está acostumado com os filmes deste grande diretor mexicano (Hellboy, O Labirinto do Fauno, A Forma da Água), irá reconhecer de imediato seu estilo visual, mas irá estranhar a falta de elementos fantásticos.

Na história, que se passa em 1941, acompanhamos a vida de Stan Carlisle (Bradley Cooper), um "ninguém" que não tem nada e resolve começar sua vida trabalhando em um circo itinerante. O filme se divide em duas partes: a vida de Stan no circo, onde ele conhece e se apaixona por Molly (Rooney Mara) e começa a aprender truques de Mentalismo; e a parte final, onde ele e Molly deixam o circo e saem em tour pelos EUA para viver dos seus truques. É em uma destas viagens que Stan conhece a psicóloga Lilith Ritter (Cate Blanchett), que o ajuda a tornar seus "golpes" mais sofisticados e lucrativos.

Mesmo sendo um filme bom e interessante, entendo que o maior encanto em O Beco do Pesadelo vai para o cinéfilo, já que a produção é realmente espetacular. A fotografia é excelente, assim como o design de produção, a maneira com que a câmera passeia em meio dos personagens e objetos, apresentando-os. Tudo muito bom! Fora o verdadeiro desfile de vários atores e atrizes famosos; a lista é bem grande, e embora não tenhamos aqui nenhuma atuação de "tirar o fôlego", é um prazer ver que  temos várias boas atuações, e que todos os atores são bastante competentes e críveis no que fazem, especialmente a genial Cate Blanchett.

Mas apesar de tantas qualidades, e de um roteiro bem escrito, acredito que o espectador em geral não vá sair de O Beco do Pesadelo "bastante empolgado" com o que viu. A história é boa, mas é um bocado previsível, além de melancólica e demorada, sem qualquer alívio cômico ou ironia. Temos aqui um conto interessante, porém sem muita ousadia, e sem o dinamismo presente nos filmes de hoje no qual os espectadores estão acostumados. É como se um diretor e roteirista dos anos 50 pegasse um bom texto da época e filmasse com a tecnologia atual.

Em resumo, como história e diversão O Beco do Pesadelo é bom; e tecnicamente ele é ótimo. Fazendo um balanço entre estas duas coisas, e com meu lado cinéfilo sendo bem ouvido, o filme leva Nota 8,0.

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