sábado, 23 de março de 2024

1670 e Poker Face - Duas séries de TV estreantes que você ainda não viu, mas deveria conhecer!


E o Cinema Vírgula segue recomendando boas séries de TV. Desta vez, são duas que estrearam em 2023 e que ficaram entre as minhas favoritas do ano passado. E felizmente, ambas já foram renovadas para uma segunda temporada. Vamos conhecer mais cada uma delas!



1670 (Netflix)

Esta série de comédia polonesa é uma produção original Netflix, e trata-se de um mocumentário que nos mostra a vida em uma pequena vila de nome Adamczycha (que por incrivel que pareça é um vilarejo que existe mesmo na Polônia), no ano de 1670.

O "documentário" existe pois o nobre que governa o local, Jan Pawel (Bartłomiej Topa), contrata pessoas para registrar sua vida, já que ele se acha merecedor de se tornar o "João Paulo" polonês mais famoso da história (em uma piada-referência ao futuro Papa João Paulo II).

A série ironiza os costumes medievais (eu sei que em 1670 já não estamos na Idade Média, mas espero que vocês tenham me entendido), religiões, a nobreza e os costumes poloneses, mas também faz piadas trazendo temas cotidianos e atuais em geral. Por exemplo os personagens tem sua versão "medieval" de um "celular", e a personagem Aniela (Martyna Byczkowska), filha de Jan Pawel, é feminista e bastante preocupada com o meio ambiente.

1670 lembra um bocado o seriado Norsemen, produção original Netflix norueguesa. Porém Norsemen, até por ter tema Viking, tem bastante cenas violentas, nudez, piadas com sexo. Já 1670 não. Seu humor é bem mais leve, menos chocante, e melhor. Sei que o humor polonês não é parecido com o humor britânico, porém, de certa forma, esta série também lembra um pouco as comédias "de história" do Monty Python, como Em Busca do Cálice Sagrado (1975) e A Vida de Brian (1979).

Para quem gosta de humor crítico e sarcástico, e também História, 1670 é uma ótima pedida. A segunda temporada está confirmada, porém só sairá em 2025. Por enquanto temos que nos contentar com seus 8 episódios de 30 minutos.



Poker Face (Universal+)

Poker Face poderia ser apenas mais um dentre os dezenas de seriados de detetive que existem por aí. Porém, dentre outras qualidades que citarei a seguir, ele possui uma característica bem diferente, que é a estrutura do seu roteiro. E talvez por isso, já na sua temporada de estréia a série recebeu muitas indicações nas principais premiações estadunidenses, como por exemplo o Emmy e o Globo de Ouro.

Na história de Poker Face, acompanhamos Charlie (Natasha Lyonne), garçonete em um cassino, e em cada episódio ela soluciona um crime diferente, geralmente um assassinato. O diferente aqui é que, com exceção do último dos 10 episódios da primeira temporada, primeiro vemos o crime acontecendo (e a protagonista Charlie sequer aparece em tela), e então, depois que o delito foi cometido, a história volta e iniciamos aquele dia sob a perspectiva de Charlie, acompanhando-a até que ela se depara com o crime e começa a resolve-lo.

Mas isto não quer dizer que não temos surpresas. Pois conforme Charlie vai entendendo o que aconteceu, o espectador pode passar pelas mais diversas reviravoltas... o que "vimos" pode não ter sido exatamente o que aconteceu... ou então o assassino não era tão mal assim... espere pelo inesperado!

Ah sim. Não podemos esquecer de Charlie / Natasha Lyonne. Na série, a personagem tem um "super poder", que é saber detectar sempre, com 100% de certeza, se uma pessoa está mentindo ou não. E isso ajuda Charlie nas mais diversas situações. E Natasha Lyonne, com seu jeito "louco / debochado", mais uma vez rouba a cena, sendo divertida mesmo estando em um programa sério. Assim como em Boneca Russa, ela é um grande atrativo em Poker Face.

Embora Poker Face tenha estreado na gringa no começo de 2023, a série só chegou no Brasil neste ano de 2024, através do streaming Universal+. E gostei muito da primeira temporada. Pela Natasha, e pelos roteiros, que não somente divertem na parte detetivesca, como também comovem na parte dramática.

Só tenho duas reclamações a fazer de Poker Face: não gostei do desfecho do episódio final, a "desculpa" para termos uma segunda temporada foi muito ruim, poderia ter sido bem melhor. E a outra reclamação - que nem é reclamação, é só um lamento - é que Poker Face foi criada (e teve inclusive alguns de seus episíodios dirigidos) por Rian Johnson, um diretor / roteirista que não gosto e que fez Star Wars: Os Últimos Jedi e a franquia Entre Facas e Segredos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Crítica - Em Ritmo de Fuga (2017)

Título :  Em Ritmo de Fuga ("Baby Driver", EUA / Reino Unido, 2017) Diretor : Edgar Wright Atores principais : Ansel Elgort, K...