Diretor: Guillermo del Toro
Atores principais: Charlie Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Wcw7T6RSENo
Nota: 6,5.
"Muito bom na ação e no visual. No resto nem tanto”
Círculo de Fogo era um dos filmes que mais aguardava em 2013. A possibilidade de ver um filme de “robôs gigantes contra monstros gigantes” em um filme de orçamento superior a US$ 200 milhões de dólares, com o bom Guillermo del Toro (Hellboy, O Labirinto do Fauno) na direção fazia meu lado nerd ficar bem atiçado.
Em clara homenagem / inspiração nos Tokusatsu japoneses (literalmente "filme de efeitos especiais" - que se referem a Godzilla, Jaspion, Changeman, Power Rangers, etc), aqui o tema “monstros” aparece sob uma roupagem científica-militar, lembrando bem em estilo e estrutura o filme de alienígenas “Independence Day”.
Círculo de Fogo (cujo nome remete a região do Pacífico de onde os monstros aparecem) se incia com um contra e um pró. O negativo: a preguiçosa narração em 1ª pessoa explicando didaticamente tudo o que está acontecendo. O positivo: a narração é curta, eficiente, e rapidamente se encerra para nos levar a primeira pancadaria de robô vs monstro.
E que luta! Não há como negar, o design dos robôs (chamados Jaegers) e dos monstros (chamados Kaiju), os efeitos especiais... tudo é impecável. Nisto os milhões de dólares foram bem investidos. As batalhas, belíssimas, se mostram bem críveis. Até fisicamente críveis eu diria. Afinal, diferentemente dos filmes dos Transformers, aqui você percebe nitidamente o “real” – que seres de 40m de altura são pesados, lentos e não aquela coisa ultra rápida, quase “líquida”.
Porém o que começa bom não se mantém. Se o filme acertou por ir direto às cenas de ação, logo após elas chegamos nas costumeiras apresentações dos personagens e explicações da trama que haviam sido descartadas no começo.
Não que a história seja ruim, nem que os personagens sejam ruins. Na verdade, em todos estes aspectos Círculo de Fogo é satisfatório. O problema é que existem clichês demais. Basta você bater o olho num personagem – de tão caricatos – que você não precisa mais de explicação nenhuma. "Ah, este é o herói fracassado buscando redenção”, “este é o valentão filho de papai”, “este é o cientista louco que ninguém ouve”, e etc... Bastaria um relance para entender, mas o filme insiste não só em mostrar, mas também explicar detalhadamente o que você já sabe. Tudo isto significa um filme mais longo, as vezes cansativo, e com menos espaço para as lutas de robôs.
Felizmente, em meio a tanta coisa “comum”, existem situações divertidamente fora de lugar. Em algumas raras vezes os personagens principais nos surpreendem fugindo da ação “esperada”. Mas quem mais roubam as cenas são os coadjuvantes. Ron Perlman (Hellboy) faz um mafioso surreal e bem engraçado, já Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe) surpreende ao fazer um cientista que é igualzinho ao produtor/diretor J.J. Abrams (?!?)!
Um outro ponto negativo é o péssimo uso de trilha incidental. Todo aquele “longo desenvolvimento de personagens” que descrevi acima é feito sob uma trilha de “fique emocionado porque é algo bonito ou heroico”. A trilha sonora não dá tréguas. E torna tudo muito artificial... parece que os atores estão declamando uma peça, e não sofrendo os perigos que o filme tenta apresentar.
Resumindo: o filme é muito bom durante as curtas batalhas que se distribuem ao longo da história e apenas mediano fora delas. E é com este desenvolvimento irregular de altos e baixos que o filme segue até o fim, onde ironicamente as coisas se invertem: a batalha final é feita dentro do mar, e pela primeira vez a luta não é bem executada: as cenas são escuras e rápidas demais, prejudicando o entendimento do que está acontecendo; em contrapartida, trilha sonora e atores se portam de maneira eficiente, em agradável sintonia.
Irregular, mas divertido, Círculo de Fogo está longe de ser o filme definitivo de Tokusatsu mas ainda assim mostra uma evolução às tentativas anteriores de longa-metragens do gênero feitas por Hollywood. É o melhor que fizeram até agora. Nota: 6,5.
PS: assisti o filme em 2D, porém conheço quem assistiu Círculo de Fogo em 3D no IMAX, para aonde o filme foi planejado para ser visto. E o que me relataram é que a experiência durante as batalhas é incrível. Um dos 3Ds mais impressionantes já feitos, onde você realmente se sente no meio do oceano, no meio da luta. Para quem puder, faça questão de assistir este filme neste formato!
Em clara homenagem / inspiração nos Tokusatsu japoneses (literalmente "filme de efeitos especiais" - que se referem a Godzilla, Jaspion, Changeman, Power Rangers, etc), aqui o tema “monstros” aparece sob uma roupagem científica-militar, lembrando bem em estilo e estrutura o filme de alienígenas “Independence Day”.
Círculo de Fogo (cujo nome remete a região do Pacífico de onde os monstros aparecem) se incia com um contra e um pró. O negativo: a preguiçosa narração em 1ª pessoa explicando didaticamente tudo o que está acontecendo. O positivo: a narração é curta, eficiente, e rapidamente se encerra para nos levar a primeira pancadaria de robô vs monstro.
E que luta! Não há como negar, o design dos robôs (chamados Jaegers) e dos monstros (chamados Kaiju), os efeitos especiais... tudo é impecável. Nisto os milhões de dólares foram bem investidos. As batalhas, belíssimas, se mostram bem críveis. Até fisicamente críveis eu diria. Afinal, diferentemente dos filmes dos Transformers, aqui você percebe nitidamente o “real” – que seres de 40m de altura são pesados, lentos e não aquela coisa ultra rápida, quase “líquida”.
Porém o que começa bom não se mantém. Se o filme acertou por ir direto às cenas de ação, logo após elas chegamos nas costumeiras apresentações dos personagens e explicações da trama que haviam sido descartadas no começo.
Não que a história seja ruim, nem que os personagens sejam ruins. Na verdade, em todos estes aspectos Círculo de Fogo é satisfatório. O problema é que existem clichês demais. Basta você bater o olho num personagem – de tão caricatos – que você não precisa mais de explicação nenhuma. "Ah, este é o herói fracassado buscando redenção”, “este é o valentão filho de papai”, “este é o cientista louco que ninguém ouve”, e etc... Bastaria um relance para entender, mas o filme insiste não só em mostrar, mas também explicar detalhadamente o que você já sabe. Tudo isto significa um filme mais longo, as vezes cansativo, e com menos espaço para as lutas de robôs.
Felizmente, em meio a tanta coisa “comum”, existem situações divertidamente fora de lugar. Em algumas raras vezes os personagens principais nos surpreendem fugindo da ação “esperada”. Mas quem mais roubam as cenas são os coadjuvantes. Ron Perlman (Hellboy) faz um mafioso surreal e bem engraçado, já Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe) surpreende ao fazer um cientista que é igualzinho ao produtor/diretor J.J. Abrams (?!?)!
Um outro ponto negativo é o péssimo uso de trilha incidental. Todo aquele “longo desenvolvimento de personagens” que descrevi acima é feito sob uma trilha de “fique emocionado porque é algo bonito ou heroico”. A trilha sonora não dá tréguas. E torna tudo muito artificial... parece que os atores estão declamando uma peça, e não sofrendo os perigos que o filme tenta apresentar.
Resumindo: o filme é muito bom durante as curtas batalhas que se distribuem ao longo da história e apenas mediano fora delas. E é com este desenvolvimento irregular de altos e baixos que o filme segue até o fim, onde ironicamente as coisas se invertem: a batalha final é feita dentro do mar, e pela primeira vez a luta não é bem executada: as cenas são escuras e rápidas demais, prejudicando o entendimento do que está acontecendo; em contrapartida, trilha sonora e atores se portam de maneira eficiente, em agradável sintonia.
Irregular, mas divertido, Círculo de Fogo está longe de ser o filme definitivo de Tokusatsu mas ainda assim mostra uma evolução às tentativas anteriores de longa-metragens do gênero feitas por Hollywood. É o melhor que fizeram até agora. Nota: 6,5.
PS: assisti o filme em 2D, porém conheço quem assistiu Círculo de Fogo em 3D no IMAX, para aonde o filme foi planejado para ser visto. E o que me relataram é que a experiência durante as batalhas é incrível. Um dos 3Ds mais impressionantes já feitos, onde você realmente se sente no meio do oceano, no meio da luta. Para quem puder, faça questão de assistir este filme neste formato!