Diretor: Ron Howard
Atores principais: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ee35ZJ4KGVw
Nota: 8,5
Um dos melhores filmes de corrida já feitos. E um
dos melhores filmes do ano.
Rush é uma grata surpresa nos cinemas. Não só pela sua alta qualidade,
mas por ser um filme de Hollywood a contar uma história da Fórmula 1. Coisa
rara.
Na verdade, a F1 acaba sendo apenas o pano de fundo para a
verdadeira história, que é a história da rivalidade entre o piloto austríaco
Niki Lauda e do piloto inglês James Hunt. O grande trunfo de Rush é que não
importam as corridas, e sim os dois personagens Lauda (Daniel Brühl) e Hunt (Chris
Hemsworth) e a relação entre eles. Esta abordagem torna o filme bastante
interessante tanto para os fãs de automobilismo quanto para os homens e
mulheres que não se importam pelo esporte.
Conduzida com maestria pelo diretor Ron Howard (Uma Mente
Brilhante), a história começa em 1970, ainda pela Fórmula 3 - aonde a
rivalidade começou, e termina junto com o ano de 1976, ano em que Lauda sofreria
seu grave acidente nas pistas.
O ator espanhol Brühl convence e impressiona como o ríspido
Lauda e é uma das grandes atrações do filme. Já Hemsworth representa seu “papel
de sempre” com a diferença que aqui, como Hunt, sua atuação cai como uma luva e
é muito boa, contrastando com o que acontece quando ele representa Thor, que
chega a ser constrangedor em alguns momentos.
Apesar de ter 2h de duração, Rush é desenvolvido em um ritmo
tão rápido e tão enxuto que definitivamente não se vê o tempo passar. A bela
fotografia (as cores são bastante carregadas, mas eu gostei do efeito produzido), e principalmente os efeitos sonoros, contribuem para que a
experiência de assistir o filme seja alucinante, mesmo não mostrando quase nada
de corrida no filme todo!
O pai da bela Bryce Dallas Howard acerta a mão ao não tornar
os personagens sob seu comando reles opostos maniqueístas. Sim, Lauda é o
antipático e rígido ultra profissional, mas ao mesmo tempo, sabe fazer rir e
tem sentimentos. Sim, Hunt é o mulherengo louco que vive cada dia como se fosse
o último, mas mesmo assim, também demostra medo e coração. E outro grande acerto
é conseguir mostrar todo o drama dos personagens sem ser piegas.
Para completar o pacote, nos pequenos detalhes, há o bônus
para o amante da F1. É um prazer ver espalhadas pelo filme, mesmo que em pequenos relances, curiosidades da F1 de 40 anos atrás, como por exemplo pistas com mais de 20 Km de
extensão, uma mortalidade de 2 pilotos por temporada, ver uma Tyrrell com 6
rodas, ver a “loucura” de Fittipaldi deixar a McLaren para ir para se arriscar
na Copersucar, e etc.
Finalizando, Rush é uma bela história de rivalidade,
coragem, vida, morte, inimizade e amizade. E é difícil encontrar defeitos nele.
Mesmo assim, como sou chato, Rush não leva uma nota ainda maior porque, fora
alguns pequenos erros e exageros, acaba herdando
um pouco da característica de Lauda e é pragmático demais... nos dando pouco
tempo para reflexão, ou ainda, sem conceder tempo para nos surpreender – tudo o
que acontece tem uma causa e efeito imediatos.
Infelizmente, Rush tem chamado pouca atenção nos cinemas
brasileiros, o que é uma pena. Repito que é um dos melhores filmes de corrida de todos os tempos, e um dos melhores filmes do ano. Nota: 8,5.
PS: mais uma vez, deixo aqui minha “homenagem” aos imbecis
que “traduzem” os nomes dos filmes. Desta vez nem houve tradução na verdade...
de apenas “Rush”, no original, virou o piegas Rush: No Limite da Emoção. Com um
nome de sessão da tarde como este, dificilmente eu assistiria este filme nos
cinemas. Talvez isto justifique, em partes, porque o filme não está chamando
tanta atenção.