Diretor: Lenny Abrahamson
Atores principais: Brie Larson, Jacob Tremblay, Sean Bridgers, Joan Allen, William H. Macy
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=IeM5qJp2v8Y
Nota: 7,0
Nota: 7,0
Ainda que irregular, filme é emocionante e brilhantemente angustiante
O Quarto de Jack é uma história sobre um menino de 5 anos, Jack (Jacob Tremblay), que passou toda sua vida dentro de um quarto, em cativeiro, junto com sua mãe (Brie Larson). Entendo que para curtir melhor o filme, o ideal seria não saber de mais nada da trama além do que acabei de dizer. Entretanto, para poder fazer esta crítica, terei que expor fatos além disto. Portanto, decida se vale ou não a pena ler meu texto antes de ver o filme. De qualquer forma, não estarei dando spoilers relevantes e eu comentarei muito menos da trama que o próprio trailer, que revela quase tudo.
Indicado para 4 Oscars, dentre eles o do Melhor Filme, O Quarto de Jack é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito pela irlandesa Emma Donoghue (que também assina o roteiro). A grande novidade desta história é que Jack e mãe escapam da "prisão" no meio do filme; portanto, boa parte do mesmo é sobre as descobertas e adaptação de Jack no "gigantesco mundo além do quarto".
Existem três coisas que em O Quarto de Jack que são excelentes. Primeiro, as atuações de Brie Larson e Jacob Tremblay. O maior destaque fica para o menino - que tinha 8 anos nas filmagens - e atua como gente grande.
O segundo grande ponto positivo é simplesmente tudo o que acontece enquanto os dois estão confinados dentro do quarto. O suspense é bem construído, o sentimento de opressão e angústia é palpável; comportamento e motivações de mãe e filho são críveis, e é impossível não se emocionar e não se importar com a dupla.
Finalmente, toda a parte do roteiro dedicado a mostrar os "estranhamentos" de Jack ao conhecer o mundo exterior é muito bem elaborada. É uma experiência única parar para pensar sob o ponto de vista do garoto.
Fora destas qualidades, entretanto, O Quarto de Jack possui consideráveis problemas de roteiro e ritmo. Primeiro, que a maneira em que a dupla é libertada é algo quase "mágico", de tão rápido e inverossímil. Mas, principalmente, a história não sabe como se encerrar de maneira apropriada. Ok, Jack saiu do quarto e está se maravilhando com o mundo: o que mais podemos mostrar a partir disto? O roteiro não encontrou esta resposta, mas ainda assim insistiu em mais de meia hora de filme. É então que entram alguns dramas muito exagerados que também não me convenceram (a jornalista fazer aquelas perguntas tão malvadas para uma vítima bem protegida por advogados é uma delas). Já o problema no ritmo de O Quarto de Jack é que seu clímax ocorre na metade da projeção.
De qualquer forma, esquecendo o racional e se importando com a emoção, O Quarto de Jack impressiona. Devido principalmente a boa direção do irlandês Lenny Abrahamson, nos sentimos tão angustiados quanto os personagens, e alguns momentos, é preciso fazer algum esforço para não soltar lágrimas. Isto tudo sem absolutamente nenhum pieguismo ou trilha sonora exagerada (viu, Spielberg?).
O Quarto de Jack traz para as telas uma boa experiência emocional e uma história bem diferente. Alias, o diretor Lenny Abrahamson tem se envolvido em projetos incomuns. Seu filme anterior foi o estranho Frank. Abrahamson merece que continuemos acompanhando seu trabalho. Nota: 7,0
Indicado para 4 Oscars, dentre eles o do Melhor Filme, O Quarto de Jack é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito pela irlandesa Emma Donoghue (que também assina o roteiro). A grande novidade desta história é que Jack e mãe escapam da "prisão" no meio do filme; portanto, boa parte do mesmo é sobre as descobertas e adaptação de Jack no "gigantesco mundo além do quarto".
Existem três coisas que em O Quarto de Jack que são excelentes. Primeiro, as atuações de Brie Larson e Jacob Tremblay. O maior destaque fica para o menino - que tinha 8 anos nas filmagens - e atua como gente grande.
O segundo grande ponto positivo é simplesmente tudo o que acontece enquanto os dois estão confinados dentro do quarto. O suspense é bem construído, o sentimento de opressão e angústia é palpável; comportamento e motivações de mãe e filho são críveis, e é impossível não se emocionar e não se importar com a dupla.
Finalmente, toda a parte do roteiro dedicado a mostrar os "estranhamentos" de Jack ao conhecer o mundo exterior é muito bem elaborada. É uma experiência única parar para pensar sob o ponto de vista do garoto.
Fora destas qualidades, entretanto, O Quarto de Jack possui consideráveis problemas de roteiro e ritmo. Primeiro, que a maneira em que a dupla é libertada é algo quase "mágico", de tão rápido e inverossímil. Mas, principalmente, a história não sabe como se encerrar de maneira apropriada. Ok, Jack saiu do quarto e está se maravilhando com o mundo: o que mais podemos mostrar a partir disto? O roteiro não encontrou esta resposta, mas ainda assim insistiu em mais de meia hora de filme. É então que entram alguns dramas muito exagerados que também não me convenceram (a jornalista fazer aquelas perguntas tão malvadas para uma vítima bem protegida por advogados é uma delas). Já o problema no ritmo de O Quarto de Jack é que seu clímax ocorre na metade da projeção.
De qualquer forma, esquecendo o racional e se importando com a emoção, O Quarto de Jack impressiona. Devido principalmente a boa direção do irlandês Lenny Abrahamson, nos sentimos tão angustiados quanto os personagens, e alguns momentos, é preciso fazer algum esforço para não soltar lágrimas. Isto tudo sem absolutamente nenhum pieguismo ou trilha sonora exagerada (viu, Spielberg?).
O Quarto de Jack traz para as telas uma boa experiência emocional e uma história bem diferente. Alias, o diretor Lenny Abrahamson tem se envolvido em projetos incomuns. Seu filme anterior foi o estranho Frank. Abrahamson merece que continuemos acompanhando seu trabalho. Nota: 7,0