Diretores: Anthony Russo, Joe Russo
Atores principais: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Paul Rudd, Karen Gillan, Josh Brolin, Don Cheadle, Bradley Cooper (vozes)
Histórico, muito bom, mas não o ápice
Nunca antes tivemos uma saga cinematográfica tão grande: 21 filmes contando pedaços de uma mesma grande história, mais de uma centena de personagens (heróis e vilões) relevantes. E então, 11 anos após seu início, chega enfim o aguardado Vingadores: Ultimato: 22º filme e capítulo final da saga apresentada pelo MCU (Universo Cinematográfico Marvel).
Pela grandeza do evento, enorme orçamento, grande expectativa do público, era de se esperar que tivéssemos em Vingadores: Ultimato um filme épico, inesquecível. Entretanto, mesmo sendo um bom filme que irá satisfazer a grande maioria dos espectadores, Vingadores: Ultimato possui alguns erros de roteiro, é irregular emocionalmente, e na parte técnica traz mais do mesmo.
É verdade que por não ser um filme isolado, Vingadores: Ultimato tem o "fardo" de relembrar tudo o que aconteceu até ele. Neste aspecto, diretores e roteiristas fizeram um trabalho muito bom, ao resgatar muito (tanto em história quanto em personagens) do MCU de maneira orgânica, sem forçar a barra.
Ainda assim, nem tudo funcionou como deveria: dentre as dezenas de heróis existentes no filme, apenas os Vingadores originais (Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor, Viúva Negra e Gavião Arqueiro), e mais Homem Formiga e Nebula tem relevância na história. Todos os demais são coadjuvantes sem nenhuma importância. Não gostei. Filmes anteriores da Marvel conseguiram dar espaço com sucesso a um número maior de personagens que esse. Nota-se nesta lista uma ausência que me decepcionou bastante: a Capitã Marvel. Ao contrário de tudo que foi vendido pela Marvel - e inclusive pelas dicas deixadas no filme da heroína - Carol Danvers pouco aparece e é irrelevante. Fazer isso com o que considero a personagem feminina mais forte dentre todos os super-heróis do cinema me fizeram sentir frustrado e enganado.
Dividido em 3 atos espalhados durante longos 3h e 01min, Vingadores: Ultimato começa mostrando cada um dos seis Vingadores originais cinco anos depois da tragédia ocorrida em Guerra Infinita (2018). E haja mimimi: um bando de derrotados deprimidos cujas histórias durante esse meio tempo são enfadonhas e nada mais. Um porre. Além disto, não é falado em nenhum momento as consequências do ato de Thanos para o Universo. A vida melhorou? Piorou? Não sabemos; o que lamento muito pois isto "anula" o ato corajoso de trazer um tema sério (explosão populacional) no filme anterior. Enfim... diminuindo o tamanho deste ato melancólico, Vingadores: Ultimato melhoraria consideravelmente.
A partir da chegada do Homem Formiga, entretanto, as coisas melhoram muito no ato seguinte. O destaque aqui, entretanto, foi a maneira com que os roteiristas optaram para fazer os heróis lutarem contra Thanos: viagem no tempo. É difícil fazer qualquer filme de viagem no tempo sem falhas de lógica, ou que apresente um desfecho quase "mágico" no final. Vingadores: Ultimato utiliza deste recurso com prós e contras, como veremos a seguir.
As viagens no tempo permitiram que os heróis voltassem e se encontrassem com suas versões passadas, proporcionando vários momentos de tensão e piadas. É este 2º ato o melhor de Vingadores: Ultimato, onde (re)vemos o que mais nos acostumamos e gostamos dos filmes da Marvel: muita ação e humor. As cenas aqui são memoráveis não apenas pela qualidade do entretenimento, mas também por relembrar e homenagear de maneira inteligente muito do que aconteceu nos 21 filmes antes desse.
O terceiro e último ato, na grande batalha dos heróis vs vilões também é bem bacana, embora pouco original. Visualmente, em termos de efeitos especiais, ou ainda em termos de coreografias, tudo é uma cópia do foi visto em Os Vingadores (2012) e Vingadores: Guerra Infinita. Estamos falando em repetir algo muito bom, claro, mas não deixa de ser uma repetição.
A melhor parte da batalha final de Vingadores: Guerra Infinita (2018) são seus "momentos PQP", onde vemos os heróis realizarem coisas fodonas que seriam o sonho de qualquer fã dos quadrinhos da Marvel. E por falar em fãs... afirmo com tranquilidade que Vingadores: Ultimato é o filme que traz o maior número de fan services de maneira condizente com a narrativa, em toda a história do Cinema. Parabéns aos diretores e roteiristas!
E no final, antes de tudo terminar... os defeitos do início do filme voltam a aparecer. A última cena do Capitão América contradiz tudo o que o filme explicou (e de maneira bem confusa) sobre viagem no tempo. O roteiro diz repetidamente que viagens no tempo criam realidades paralelas. Mas quando o Capitão "retorna" para nosso tempo sem usar a máquina do tempo, algo está errado. Os diretores até explicaram em entrevistas depois do filme que o Capitão foi sim pra outra realidade. Entretanto, isso não importa. O que vale é o que está dentro do filme e lá a cena derradeira de Steve Rogers é sim um pequeno furo de roteiro. O pior é que a cena é totalmente desnecessária... só apareceu para mais uma vez trazer drama e "emoção" ao filme. Por diversas vezes Vingadores: Ultimato exagera no melodrama e ironicamente isso me fez lembrar dos piores filmes da editora rival DC Comics.
Devido seus defeitos, Vingadores: Ultimato falhou em ser o ápice da saga da Marvel nos cinemas, título este que fica com Vingadores: Guerra Infinita, que não foi superado. Ainda assim, Vingadores: Ultimato é um filme muito bom, com vários momentos empolgantes (principalmente para os fãs), e que tem como grande mérito fechar esta grande saga de uma maneira bastante admirável. Nota: 7,5
PS 1: desta vez, e pela primeira vez no MCU, não há cenas pós-créditos.
PS 2: ainda sobre as viagens no tempo. Seguindo as regras de viagem no tempo definidas pelo roteiro, para alterar a nossa realidade os heróis acabaram criando várias realidades novas, sendo que pelo menos 3 delas foram bastante alteradas. Sinceramente? Isso para mim é mais egoismo do que heroísmo.
Atualização em 04/05: após debater o filme nos dias seguintes à minha crítica original, percebi que não tivemos os tais 3 erros de continuidade de viagem no tempo. Tivemos apenas um, e pequeno. Por isto, aproveitei para reescrever todo este antigo parágrafo (que é o penúltimo do texto) e aumentei um pouco a nota do filme.
Pela grandeza do evento, enorme orçamento, grande expectativa do público, era de se esperar que tivéssemos em Vingadores: Ultimato um filme épico, inesquecível. Entretanto, mesmo sendo um bom filme que irá satisfazer a grande maioria dos espectadores, Vingadores: Ultimato possui alguns erros de roteiro, é irregular emocionalmente, e na parte técnica traz mais do mesmo.
É verdade que por não ser um filme isolado, Vingadores: Ultimato tem o "fardo" de relembrar tudo o que aconteceu até ele. Neste aspecto, diretores e roteiristas fizeram um trabalho muito bom, ao resgatar muito (tanto em história quanto em personagens) do MCU de maneira orgânica, sem forçar a barra.
Ainda assim, nem tudo funcionou como deveria: dentre as dezenas de heróis existentes no filme, apenas os Vingadores originais (Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor, Viúva Negra e Gavião Arqueiro), e mais Homem Formiga e Nebula tem relevância na história. Todos os demais são coadjuvantes sem nenhuma importância. Não gostei. Filmes anteriores da Marvel conseguiram dar espaço com sucesso a um número maior de personagens que esse. Nota-se nesta lista uma ausência que me decepcionou bastante: a Capitã Marvel. Ao contrário de tudo que foi vendido pela Marvel - e inclusive pelas dicas deixadas no filme da heroína - Carol Danvers pouco aparece e é irrelevante. Fazer isso com o que considero a personagem feminina mais forte dentre todos os super-heróis do cinema me fizeram sentir frustrado e enganado.
Dividido em 3 atos espalhados durante longos 3h e 01min, Vingadores: Ultimato começa mostrando cada um dos seis Vingadores originais cinco anos depois da tragédia ocorrida em Guerra Infinita (2018). E haja mimimi: um bando de derrotados deprimidos cujas histórias durante esse meio tempo são enfadonhas e nada mais. Um porre. Além disto, não é falado em nenhum momento as consequências do ato de Thanos para o Universo. A vida melhorou? Piorou? Não sabemos; o que lamento muito pois isto "anula" o ato corajoso de trazer um tema sério (explosão populacional) no filme anterior. Enfim... diminuindo o tamanho deste ato melancólico, Vingadores: Ultimato melhoraria consideravelmente.
A partir da chegada do Homem Formiga, entretanto, as coisas melhoram muito no ato seguinte. O destaque aqui, entretanto, foi a maneira com que os roteiristas optaram para fazer os heróis lutarem contra Thanos: viagem no tempo. É difícil fazer qualquer filme de viagem no tempo sem falhas de lógica, ou que apresente um desfecho quase "mágico" no final. Vingadores: Ultimato utiliza deste recurso com prós e contras, como veremos a seguir.
As viagens no tempo permitiram que os heróis voltassem e se encontrassem com suas versões passadas, proporcionando vários momentos de tensão e piadas. É este 2º ato o melhor de Vingadores: Ultimato, onde (re)vemos o que mais nos acostumamos e gostamos dos filmes da Marvel: muita ação e humor. As cenas aqui são memoráveis não apenas pela qualidade do entretenimento, mas também por relembrar e homenagear de maneira inteligente muito do que aconteceu nos 21 filmes antes desse.
O terceiro e último ato, na grande batalha dos heróis vs vilões também é bem bacana, embora pouco original. Visualmente, em termos de efeitos especiais, ou ainda em termos de coreografias, tudo é uma cópia do foi visto em Os Vingadores (2012) e Vingadores: Guerra Infinita. Estamos falando em repetir algo muito bom, claro, mas não deixa de ser uma repetição.
A melhor parte da batalha final de Vingadores: Guerra Infinita (2018) são seus "momentos PQP", onde vemos os heróis realizarem coisas fodonas que seriam o sonho de qualquer fã dos quadrinhos da Marvel. E por falar em fãs... afirmo com tranquilidade que Vingadores: Ultimato é o filme que traz o maior número de fan services de maneira condizente com a narrativa, em toda a história do Cinema. Parabéns aos diretores e roteiristas!
E no final, antes de tudo terminar... os defeitos do início do filme voltam a aparecer. A última cena do Capitão América contradiz tudo o que o filme explicou (e de maneira bem confusa) sobre viagem no tempo. O roteiro diz repetidamente que viagens no tempo criam realidades paralelas. Mas quando o Capitão "retorna" para nosso tempo sem usar a máquina do tempo, algo está errado. Os diretores até explicaram em entrevistas depois do filme que o Capitão foi sim pra outra realidade. Entretanto, isso não importa. O que vale é o que está dentro do filme e lá a cena derradeira de Steve Rogers é sim um pequeno furo de roteiro. O pior é que a cena é totalmente desnecessária... só apareceu para mais uma vez trazer drama e "emoção" ao filme. Por diversas vezes Vingadores: Ultimato exagera no melodrama e ironicamente isso me fez lembrar dos piores filmes da editora rival DC Comics.
Devido seus defeitos, Vingadores: Ultimato falhou em ser o ápice da saga da Marvel nos cinemas, título este que fica com Vingadores: Guerra Infinita, que não foi superado. Ainda assim, Vingadores: Ultimato é um filme muito bom, com vários momentos empolgantes (principalmente para os fãs), e que tem como grande mérito fechar esta grande saga de uma maneira bastante admirável. Nota: 7,5
PS 1: desta vez, e pela primeira vez no MCU, não há cenas pós-créditos.
PS 2: ainda sobre as viagens no tempo. Seguindo as regras de viagem no tempo definidas pelo roteiro, para alterar a nossa realidade os heróis acabaram criando várias realidades novas, sendo que pelo menos 3 delas foram bastante alteradas. Sinceramente? Isso para mim é mais egoismo do que heroísmo.
Atualização em 04/05: após debater o filme nos dias seguintes à minha crítica original, percebi que não tivemos os tais 3 erros de continuidade de viagem no tempo. Tivemos apenas um, e pequeno. Por isto, aproveitei para reescrever todo este antigo parágrafo (que é o penúltimo do texto) e aumentei um pouco a nota do filme.