quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Crítica - Ford vs Ferrari (2019)

TítuloFord vs Ferrari ("Ford v Ferrari", EUA / França, 2019)
Diretor: James Mangold
Atores principais: Matt Damon, Christian Bale, Jon Bernthal, Caitriona Balfe, Josh Lucas, Noah Jupe, Tracy Letts, Remo Girone, Ray McKinnon
Mais do que um filme sobre corrida de carros

Tudo começou em meados dos anos 60. Henry Ford II, neto do fundador da Ford Motor Company, estava preocupado com o legado de sua empresa e decidiu então transformar sua marca numa vencedora em carros de corrida. Sua primeira tentativa foi comprar a Ferrari; porém após uma negativa constrangedora, a Ford então colocou como sua prioridade número um "se vingar" e construir um carro para vencer a multi-campeã Ferrari na prestigiadíssima corrida das 24hs de Le Mans. Para realizar o impossível em tão pouco tempo, eles contratam o ex-piloto e atual construtor de carros Carroll Shelby (Matt Damon) que traz consigo o excepcional porém genioso piloto Ken Miles (Christian Bale).

Ford vs Ferrari é um filme bem fiel aos fatos reais. As maiores "distorções" estão apenas no exagero do envolvimento pessoal dos donos da Ford e Ferrari nesta briga entre construtores. E além de verídica, a história é muito boa! Me surpreende que ela não tinha sido contada até hoje nos cinemas.

Ford vs Ferrari é mais do que um filme sobre corridas de carros. Aliás, a parte mais fraca do filme são justamente as corridas... as imagens nos eventos mostram apenas closes de ultrapassagens, tornando quase impossível visualizar a corrida como um todo. O forte da produção, portanto, é o mundo ao redor da corrida: os bastidores, a paixão pela velocidade, e ainda... o quanto as pessoas podem ser desonestas neste mundo.

Assistindo ao trailer, dá a impressão que em apenas poucos meses a dupla Shelby e Miles consegue derrotar a Ferrari. Mas assistindo a Ford vs Ferrari... não é bem assim. Se prepare para pelo menos três grandes surpresas/reviravoltas do roteiro; que aliás insisto, apenas reflete a vida real.

O diretor James Mangold nunca havia feito um filme de corridas antes, mas aqui o faz com maestria:  é impressionante como ele consegue fazer que uma história "mais ou menos conhecida" tenha tantos momentos de tensão. O perigo constante das insanas corridas do passado é transmitido de maneira muito forte. Sensacional!

Já em relação aos aspectos técnicos e as atuações, Ford vs Ferrari vai bem em ambos, mas não se destaca. Talvez o ponto mais positivo sejam os poucos efeitos especiais: os carros filmados são de verdade, aumentando o realismo. Ainda assim, é um filme que deve ser assistido nos cinemas para preservar toda sua emoção.

Ford vs Ferrari conta uma ótima história que todo fã de corridas de automóveis PRECISA ver. Mas além disto, graças ao tom bem humorado e ao carisma de seus atores, é um filme que pode ser assistido por qualquer público adolescente pra cima. E outra coisa boa, o filme dá o merecido reconhecimento a Ken Miles, que merecia ser mais famoso e agora será. Nota: 8,0

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Crítica - Parasita (2019)

TítuloParasita ("Gisaengchung", Coréia do Sul, 2019)
Diretor: Joon-ho Bong
Atores principais: Kang-ho Song, Sun-kyun Lee, Yeo-jeong Jo, Woo-sik Choi, Hye-jin Jang, So-dam Park, Ji-so Jung, Seo-joon Park
Pesado e surpreendente

Após fazer sucesso no Ocidente com os filmes O Hospedeiro (2006), Mother - A Busca Pela Verdade (2009), Expresso do Amanhã (2013) e Okja (2017), o cineasta sul-coreano Joon-ho Bong volta com Parasita, aquele que pra mim é seu melhor filme até agora.

Muito elogiado pela crítica, Parasita chamou a atenção mundial ao ser o grande vencedor de Cannes 2019, levando a cobiçada Palma de Ouro. E é aposta para receber mais indicações ao Oscar além do tradicional "Melhor Filme Estrangeiro".

É difícil descrever Parasita. Mas não consigo deixar de associá-lo com o italiano A Vida É Bela (1997). Claro, ambos são muito diferentes em tema e estilo; porém ambos compartilham de uma característica bem incomum: ser "dois filmes em um", onde temos em sua primeira metade uma comédia, e uma segunda parte bem chocante, com um drama psicologicamente bem pesado.

Na história conhecemos Ki-woo (Woo-sik Choi) e sua família, que vive em condições precárias e sobrevive fazendo pequenos bicos, ainda que nenhum deles se esforce "de verdade" para mudar de condição de vida. Devido a um amigo em comum, Ki-woo consegue um emprego para ser professor de inglês da adolescente Da-hye (Ji-so Jung), filha de um jovem e inocente casal milionário. Com o passar do tempo, Ki-woo e sua família fazem armações para que o casal rico empregue todo o restante da casa: pai (Kang-ho Song), mãe e filha. E é claro que o serviço da trupe não é o que eles dizem fazer...

Parasita conta com ótimas atuações e fotografia, porém é seu excelente roteiro que faz a diferença. A parcela "comédia" de Parasita não é muito engraçada nem original, principalmente - acredito eu - para nós aqui do Brasil. Trapalhadas e trambiques no estilo "jeitinho brasileiro" (ou seria "jeitinho coreano"?) são comuns até demais para nós.

É no drama, portanto, que Parasita surpreende. Fora o violento desfecho, o filme é brilhante ao mostrar de maneira velada o explosivo conflito de classes entre ricos e pobres. Aqui, ao contrário de Coringa, os ricos são "boas pessoas", e ainda assim o conflito acontece e é muito real. Joon-ho Bong fez seu Expresso do Amanhã - que não gostei - para explicitar a luta de classes... e seis anos depois, em um filme onde a mesma luta é muito mais sutil, quase implícita, o cineasta enfim consegue passar seu recado de maneira surpreendente e poderosa. Sendo ele também o roteirista desta produção, arrisco a dizer que Bong beirou o genial.

Parasita não é um filme fácil de assistir e só por isso não levou maior nota. Mais demorado do que deveria (2h e 12min de projeção), com uma primeira metade sonolenta e com várias situações que incomodam o espectador, não prevejo que o filme caia no gosto do público geral. Ainda assim, Parasita é um filme forte, diferente, e com potencial para gerar vários debates sociais, morais e comportamentais. Para quem também busca no Cinema fazer reflexões, aí Parasita passa a ser bastante recomendável. Nota: 7,0

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Homenagem a Space Harrier


Começo com um desafio para vocês: o jurássico Atari 2600, console de 2a geração, foi lançado em 1977 (e em 1983 no Brasil). O NES ("Nintendinho") foi lançado em 1983 (chegando nos EUA em 1985 e no Brasil só em 1989); já o Mega Drive foi lançado em 1988 e chegou aqui em 1990. Dado este histórico, de que ano vocês acham que é o jogo das imagens acima??

Pois saibam o jogo das imagens acima é Space Harrier, e ele foi lançado nos arcades japoneses em 1985! Ok, é verdade que na década de 80 as máquinas de fliperama eram muito superiores aos consoles caseiros; ainda assim, Space Harrier estava muito acima do seu tempo. Ver um jogo naquela época com gráficos simulando 3D com tanta qualidade e velocidade chegava a ser assustador. Outra prova do quanto este jogo foi incrível é que uma versão praticamente "idêntica" ao arcade original só chegou aos consoles de mesa em 1994 - longos nove anos depois - sob título Space Harrier 32X, que como o próprio nome já entrega, rodava pelo Mega Drive somente com o Mega 32X embutido.

Voltando à versão original, Space Harrier foi lançado nos arcades em 3 formato diferentes de cabine: a versão mais simples, onde o jogador jogava em pé, a versão intermediária, onde o jogador se sentava em uma pequena poltrona estática, e finalmente, a versão "avançada", onde o jogador entrava numa espécie de cockpit com total movimentação. Para ter uma idéia de como esta última versão funcionava, só olhar este vídeo aqui. Particularmente, acho seria uma experiencia bem ruim rs.


Space Harrier teve como criador/desenvolvedor o genial Yu Suzuki, que foi por 18 anos o diretor/líder do time de desenvolvimento de jogos da SEGA de nome "AM2". Segundo ele o visual "estranho" do jogo, que incluiu bastante fantasia, veio principalmente de três fontes, o mangá Cobra, o filme A História Sem Fim (1984) e os trabalhos do artista Roger Dean (que naquela época era mais famoso por artes em capas de discos, porém justamente a partir de meados da década de 80 passou a trabalhar em MUITOS jogos de videogames, e futuramente seria inspiração para os filmes Avatar (2009)).

Durante sua longa passagem pela SEGA, Suzuki e sua equipe também produziram clássicos como Hang-On, Enduro Racer, Out Run, After Burner (em todos estes ele também foi desenvolvedor), e posteriormente jogos como Dynamite DüxSword of Vermilion, Virtua Racing, Virtua Cop, Virtua Fighter 2 e Daytona USA (já nesses últimos ele era apenas o diretor responsável pelo time).

Como curiosidade, em seu início Space Harrier não tinha um protagonista humano, e sim, foi pensado como um simples avião. Porém, segundo Yu Suzuki, desenhar o veículo em todas as projeções seria bem difícil e ocuparia muita memória; já desenhar uma pessoa era muito mais simples e não precisaria ser muito realista. Então, a necessária troca foi feita. Leia mais detalhes sobre esta curiosidade no "Extra 2" ao final do texto.

Além das adaptações para consoles da SEGA (Master System, Game Gear, 32X e Sega Saturn), Space Harrier teve conversões para mais de uma dezena de consoles e computadores, inclusive para dispositivos da rival Nintendo, sendo que até o NES recebeu sua versão. Com a chegada de coletâneas de jogos antigos da SEGA nos consoles mais modernos, o super-clássico Space Harrier não poderia ficar de fora(!), sendo publicado também para o Game Boy Advance, Nintendo 3DS, os PlayStations 2 e 3, Nintendo Wii, Xbox 360 e Nintendo Switch.


A versão para o Switch, lançada há apenas alguns meses (Agosto de 2019), possui uma funcionalidade inédita (acima), a Komainu Barrier Attack, que permite o jogador a contar com um "escudo" de duração limitada, deixando o jogo um pouco mais fácil. Este port também conta com modo widescreen e a presença do chefão final Haya Oh (composto por dois "dragões de fogo" simultâneos) que não entrou no arcade original mas que esteve presente pela primeira vez na versão do Master System, e depois na versão do Nintendo 3DS.

Mas talvez a mais surpreendente maneira de se jogar Space Harrier foi via Dreamcast, DENTRO do jogo Shenmue, um dos jogos mais complexos e revolucionários de todos os tempos. Lançado no final de 1999, Shenmue (Que foi criado adivinhem por quem? Yu Suzuki!) era um jogo de mundo aberto que interagia com um mundo real e dava ao usuário uma liberdade sem precedentes. Nele, o protagonista podia ir numa casa de Fliperamas, comprar fichas e jogar alguns jogos... dentre eles o arcade Space Harrier original, na íntegra!


Depois desta incrível homenagem, ela foi repetida em vários outros jogos como por exemplo na seqüência Shenmue II, e jogos da franquia Yakuza, como por exemplo Yakuza 0 e Yakuza 6: The Song of Life, estes dois últimos já para o PlayStation 4.


As três continuações

Space Harrier teve poucas continuações. A primeira delas, Space Harrier 3-D, foi lançada em 1988 de maneira exclusiva para o Master System e feito principalmente para promover o Óculos 3D do console (ainda que seja possível jogar em 2D, graças a um truque que ensino mais adiante neste post). Sendo uma sequência do jogo original, o jogo traz novas fases e inimigos em um tom mais dark (algumas fases são até noturnas). Mas sua grande vantagem em relação ao jogo anterior do mesmo console de 8 bits é que aqui os gráficos estão um pouco mais refinados, a movimentação do jogador é mais rápida, e o jogo ainda tem suporte para som FM.


A próxima continuação, Space Harrier II, também foi lançada em 1988, e também é jogo exclusivo de um console, neste caso o Mega Drive, sendo um dos primeiros jogos que a SEGA desenvolveu para seu console de 16 bits. Com gráficos muito superiores ao do Master System, mas ainda bem inferiores aos do arcade de 1985, Space Harrier II trazia como maior novidade a possibilidade de escolher em qual das 12 fases/cenários começar a jogar. Além disto, gosto mais da jogabilidade deste jogo aqui do que o da versão fliperama.


Já a última continuação é uma especie de spin-off, de nome Planet Harriers. Lançado em 2000, infelizmente esta pequena maravilha apenas saiu nos fliperamas. Apresentado em uma máquina de cabine dupla, o jogo trazia muitos aperfeiçoamentos que nunca estiveram em Space Harrier: seleção de personagens (dentre 4 possíveis), dois tipos diferentes de armas (o tiro normal e mísseis teleguiados - ambos disponíveis via dois botões distintos em um controle no formato manche), e até barra de vida (hit points). Uma outra diferença que estranhei bastante é que quando não estão tocando os pés no chão, os personagens voam "deitados". Planet Harriers recebeu muitos elogios da crítica especializada em seu lançamento, destacando os gráficos e velocidade acima dos outros arcades da época. Como "defeitos", Planet Harriers tinha dois: a curta duração (apenas 5 fases) e o fato de parecer mais com Panzer Dragoon do que o próprio antecessor Space Harrier.


De certa forma a versão de Space Harrier para o Playstation 2, que remodela o jogo original em gráficos verdadeiramente 3D e foi lançada em 2003 (três anos depois), é um meio termo entre a versão inicial arcade e o Planet Harriers. Afinal, aqui também temos o jogador voando "deitado", dois tipos de tiros, e mais alguns power-ups para serem capturados. Esta versão do PS2 não ficou tão boa para se jogar, mas se ficaram curiosos para ver suas imagens, são as duas últimas fotos, no final da galeria deste artigo.


E vocês? Gostam de Space Harrier? Qual versão? De qual console? Conte suas experiências com o jogo nos comentários!!



Extra 1: truques / cheats para os Space Harriers do Master System e Mega Drive

Space Harrier (Master System)
Continue (até 3x):
-- Na tela de Game Over, aperte Diagonal(Esq+Baixo) + Botão 1 simultaneamente.
Continue (até 9x):
-- Na tela de Game Over, aperte Esq, Dir, Esq, Dir, Baixo, Cima, Baixo, Cima.
Continue (infinito):
-- Na tela de Game Over, aperte Cima, Cima, Dir, Dir, Baixo, Baixo, Esq, Esq, Dir, Dir, Esq, Esq, Baixo, Baixo, Cima, Cima. Você poderá usar este código quantas vezes quiser.
Sound Test:
-- Na tela inicial, aperte Dir, Esq, Baixo, Cima.
Menu de Opções Extra:
-- Dentro da tela do Sound Test, toque as músicas na ordem: 7,4,3,7,4,8,1.

Space Harrier 3D (Master System)
Modo 2D:
-- Termine o jogo com um placar que te qualifique no mínimo nas 6 primeiras posições na tela de High Score. Digite o nome "THREE" na tela de High Score com o Controle 2. Obs: as letras não irão aparecer no nome enquanto digitadas.
Continue:
-- Para continuar o jogo após perder todas as vidas, pressione os botões 2,1,2,1,1 na tela de Game Over. Essa dica funciona duas vezes.

Space Harrier II (Mega Drive)
Seleção de Fases:
-- Não é exatamente um truque, mas perceba que ao aparecer a tela "Stuna Area", é possível selecionar as fases clicando para Esq ou Dir. Observação: não importa em que fase você comece, será necessário passar por todas elas para vencer o jogo.

Space Harrier 32X (Mega Drive)
Cheat Mode:
-- Aperte A + C + Start no no Controle 2 quando aparecer o logo da SEGA. NÃO solte os botões!, e quando a tela-título aparecer, aperte A + B + C e duas vezes o botão Start no Controle 1. Só agora você pode soltar todos os botões dos dois controles. Se o truque deu certo, aparecerá na tela opções para alterar a dificuldade, número de vidas e números de continues no jogo.
Continues:
-- Aperte A + C + Start no Controle 2 quando aparecer o logo da SEGA. A frase "Insert Coin" irá aparecer na tela-título caso o truque tenha funcionado. Isto lhe dará 3 continues.



Extra 2: Jet mode no Master System e no Arcade

Lembram do tal "avião" que no início dos tempos seria o personagem controlável de Space Harrier? Pois bem. Existe uma imagem que circula pela Internet que mostra uma versão jogável desta versão demo em arcade. Difícil, entretanto, dizer se é verdadeira ou não.


Porém, a história de que o jogo era para ser de "navinha" no começo é verdadeira, e tanto é real que na versão de Space Harrier para Master System ela existe sob forma de homenagem. Lembra do Menu de Opções Extra que ensino a fazer acima como truque? Pois então, ele permite a opção do "jet mode", que por sua vez, permite jogar no modo "nave", conforme as imagens abaixo.




Galeria




domingo, 27 de outubro de 2019

Crítica - Zumbilândia: Atire Duas Vezes (2019)

TítuloZumbilândia: Atire Duas Vezes ("Zombieland: Double Tap", EUA, 2019)
Diretor: Ruben Fleischer
Atores principais: Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Emma Stone, Abigail Breslin, Zoey Deutch, Avan Jogia, Rosario Dawson, Luke Wilson, Thomas Middleditch
Divertido, e com a mesma qualidade do filme inicial

Exatamente 10 anos atrás estreava nos cinemas Zumbilândia, um filme despretensioso, de baixo orçamento, que trazia Woody Harrelson como grande estrela e os jovens desconhecidos Abigail Breslin, Jesse Eisenberg e Emma Stone para dar suporte. De lá pra cá muita coisa mudou... todos envelheceram, a carreira de Abigail (que na época era a mais prestigiada do trio pela indicação ao Oscar por Pequena Miss Sunshine (2006)) não decolou, mas Jesse Eisenberg e Emma Stone ganharam suas próprias indicações posteriores ao Oscar, sendo que Emma a venceu e se tornou uma grande estrela Hollywoodiana.

Mas houve uma coisa que o tempo não mudou: Zumbilândia. Estão de volta os atores principais, mesmo diretor, os mesmos roteiristas... em suma, a trupe toda. Se geralmente as continuações são piores que os filmes originais, Zumbilândia: Atire Duas Vezes mantem o mesmo estilo e a mesma qualidade, pro bem e pro mal.

A história continua o filme anterior, onde o quarteto principal viveu feliz nos últimos anos morando dentro da luxuosa Casa Branca. Então, agora adulta, Little Rock (Abigail) resolve abandonar o grupo para encontrar outra companhia. Sabendo que ela corre perigo, o trio Tallahassee, Columbus e Wichita (respectivamente Harrelson, Eisenberg e Stone) saem em busca da fugitiva.

O humor sarcástico, os acontecimentos surpreendentes, as mortes de vários coadjuvantes humanos... tudo o que esteve presente no primeiro filme e o tornou sucesso voltou. Se você gostou do Zumbilândia original, não tem erro: Zumbilândia: Atire Duas Vezes continua um bom passatempo.

Porém, ser "igual" ao filme anterior também tem seu lado negativo. Agora que já nos acostumamos com os personagens, com universo do filme, ou ainda mesmo com o estilo de suas piadas, esta falta de novidade faz com que a experiencia de assistir Zumbilândia: Atire Duas Vezes seja inferior à de 10 anos atrás.

Chega até ser um pouco "preguiçoso" trazer um filme sem nenhuma novidade. Sendo bem específico, há apenas uma coisa diferente em Zumbilândia 2: um bom e longo plano-sequencia de ação, envolvendo todos os principais atores do filme. Porém mesmo estas cenas só tem qualidade técnica: pouco empolgam ou acrescentam em termos da história do filme.

Trazendo um "mais do mesmo", dá para se divertir com Zumbilândia: Atire Duas Vezes já que o "mesmo" é bom. Nota: 6,0.


PS: o filme conta com duas cenas pós-créditos. Uma bem no começo dos letreiros (maior) e outra ao final de tudo (bem curta). A primeira cena vale bem a pena ver; a segunda... não.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Crítica - Coringa (2019)

TítuloCoringa ("Joker", Canadá / EUA, 2019)
Diretor: Todd Phillips
Atores principais: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy, Brett Cullen, Shea Whigham, Bill Camp, Glenn Fleshler, Leigh Gill, Sharon Washington
Um dos melhores estudos de personagem já feitos

Quando Joaquin Phoenix foi anunciado como protagonista do filme solo do Coringa - o maior vilão do Batman - fiquei bastante empolgado. Pois além de ser comprovadamente um ator muito bom e versátil, Joaquin sempre me pareceu um bocado doido e assustador na vida real. Um grande exemplo dessa "loucura" é o documentário (?) autobiográfico Eu Ainda Estou Aqui (2010), onde Phoenix mostra o período de sua vida onde ele tenta deixar de ser ator e virar um rapper. O meu "?" é que até hoje não sei dizer o que é real e o que é atuação neste filme; só sei que vemos um Joaquin completamente errático e surtado. É bem impressionante.

Então, Coringa, o filme, chegou. E algo raro aconteceu... minhas altas expectativas foram correspondidas! Coringa é um filme tão bom que é mais do que seu personagem principal. Ainda assim, o Arthur Fleck/Coringa de Joaquin Phoenix é sensacional, e a melhor coisa do filme. Não apenas temos uma atuação marcante, complexa, quase perfeita, como também a história do personagem é magistralmente contada. Ao longo do filme vemos o desenvolvimento do "Coringa" de maneira muito verossímil e convincente. Sofremos com ele desde o primeiro segundo, e entendemos com facilidade a transição de uma pessoa "boa" à um assassino.

Igualmente elogiáveis e impressionantes são o figurino e a maquiagem do personagem. Só de bater o olho em Arthur - transformado em palhaço ou não - e já conseguimos captar sua tristeza, sua (baixa) condição social, ou ainda, sua raiva contida e sua dor.

Em vários aspectos Coringa, me lembra bastante a HQ Batman: A Piada Mortal (1988) do genial Alan Moore. A história - uma das melhores do Batman em todos os tempos - também mostra a origem (mas bem diferente do filme) do Coringa, também mostra de maneira convincente como ele "quebra" como pessoa e, também possui uma cena final espetacular que para ser entendida, é necessário prestar bastante atenção. No caso do final da HQ, a humanidade levou mais de 25 anos para entendê-lo; mas fiquem tranquilos, o final do filme é bem mais rápido e fácil de entender rs.

Outra inspiração - óbvia aliás - deste Coringa é o filme O Rei da Comédia (1982), de Martin Scorsese. Nele, Robert De Niro faz um papel razoavelmente parecido com o de Arthur Fleck, e portanto, não foi à toa que De Niro apareceu atuando também neste filme. Porém uma grande diferença entre estas duas obras é que este novo filme não foca apenas na psicose de seu personagem principal.

Como disse antes, o roteiro de Coringa vai além de mostrar a vida do protagonista. Ele questiona fortemente a estrutura da sociedade atual. E de duas formas: econômica e comportamental. Se você nasce miserável, não teve educação, quais são suas chances reais de ser alguém, de ter alguma voz no mundo atual? Que político do planeta irá se importar com você, qual a esperança que você pode ter no futuro? E - uma pergunta ainda mais difícil - se você age e pensa de maneira diferente... se você não se "encaixa" no que a sociedade define como correto e aceitável, o que lhe resta? Em Coringa, a resposta é clara: se entupir de remédios entorpecentes e/ou ir para o Asilo Arkham, um manicômio.

Porém, apesar do elogiável e poderoso questionamento, é justamente aí - ao apresentar os problemas da sociedade - que Coringa tem seus defeitos. A começar, a denúncia destas mazelas da sociedade são "jogadas" no filme pelo diretor/roteirista Todd Phillips sem muita estruturação, de modo confuso...  outro ponto que desgostei foi a dicotomia "pobre bom, rico mau" apresentada. O filme exagera ao mostrar que todo rico, sem exceção, não é boa pessoa.

E finalmente, outro aspecto que não gostei - e certamente o mais polêmico - é a "mensagem final" que o filme passa. Em Coringa, o personagem encontra respostas satisfatórias às perguntas que fiz no quinto parágrafo acima, e o filme não deixa claro para o espectador que a solução encontrada pelo protagonista NÃO funciona para todos e não é a correta! Vejam, o que aconteceria se todos os oprimidos passassem a se comportar como o Coringa? Seria simplesmente o fim da humanidade. Para um mundo tão ignorante e violento como o de hoje, eu temo de verdade que algumas pessoas interpretem o filme para o mal. (Ah, e sabem a HQ que citei mais acima? Ela não compartilha deste defeito. Alan Moore é mesmo foda!).

De longe um dos melhores filmes do ano, fica apenas o alerta que Coringa é um filme bem lento, bem melancólico, bastante pesado psicologicamente, e por tudo isto ele certamente não é recomendado para todo tipo de público e idades. Outro ponto que joga contra é que pra aproveitar o filme você precisa obrigatoriamente conhecer o básico da história do Batman e do Coringa. Mas se você não é afetado por nenhuma destas "restrições", corra para os cinemas ver esta obra prima! Nota: 9,0.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Você conhece Hokuto no Ken mais do que imagina... e agora pode conhecer ainda mais!


Graças à explosão de publicações de mangás iniciada no Brasil nos anos 90, hoje em dia quase todas as grandes obras de quadrinhos japoneses já foram publicadas por aqui. Quase. Faltava Hokuto no Ken, que estreou no Brasil pela editora JBC meses atrás, e felizmente chegou em terras brasileiras.

Hokuto no Ken foi publicado entre os anos 1983 a 1988 na revista Weekly Shonen Jump, em 245 capítulos. E serviu de base / inspiração para várias obras posteriores, como por exemplo, Berserk e Cavaleiros do Zodíaco.

A história diz que o escritor Buronson (Yoshiyuki Okamura, que usava este nome artístico em homenagem a Charles Bronson) procurava escrever uma série de artes marciais "diferente" de todas as outras, e teve então a idéia de criar a Hokuto Shinken, uma arte marcial violenta baseada em derrotar seus inimigos ao tocar em pontos de pressão vitais no corpo humano. Já o ilustrador Tetsuo Hara queria que o protagonista lembrasse muito Bruce Lee, e, ao mesmo tempo encantado pelo filme Mad Max 2, "copiou" o mundo apocalíptico do filme para ambientar a trama.

Foi assim então, que nasceu Hokuto no Ken (conhecido internacionalmente como Fist of the North Star), e que se você tiver entre 25 a 45 anos, é uma obra que você certamente conhece bastante através dos videogames.

O quê? Não lembra de nenhum "Hokuto no Ken"? E se você olhar as imagens abaixo?


Hokuto no Ken teve jogos em quase todos os consoles de videogame já feitos, mas no Brasil ele ficou bastante famoso com suas versões do Master System e do Mega Drive, respectivamente Black Belt e Last Battle.

Por que os nomes mudaram? É que por questões de licenciamento, a Sega não podia usar o nome do mangá no ocidente, sendo então necessário não apenas mudar o nome do jogo, como também alterar seus personagens e desenhos.


Videogames: Oriente vs Ocidente

No caso de Black Belt, as mudanças foram consideráveis, sendo que o jogo na versão japonesa é mais difícil de vencer. Vejam nas imagens abaixo alguns exemplos de alterações. O protagonista original Kenshiro e seu primeiro rival Shin tiveram os nomes alterados respectivamente para Riki e Ryu, sendo que para transformar Shin (o primeiro "chefão") em Ryu seu visual foi bastante alterado:


As maiores mudanças foram nas batalhas finais de cada fase. Já as partes iniciais de cada capítulo - com gráficos mais simples - continham bem menos alterações, basicamente mudavam as cores dos inimigos e o cenário ao fundo (e no caso de uma fase em específico, era possível subir em plataformas):


A maior mudança em todo o jogo foi para o chefão da terceira fase: o personagem conhecido no mangá (e no jogo japonês) como "Demônio" era um gigante com ataques de fogo, que foi transformado em um bem menos impressionante lutador de sumô de nome Gonta:


Particularmente, em termos de gráficos eu prefiro bem mais a versão japonesa. Os cenários de fundo são bem mais legais, e me empolgaram ainda mais quando descobri a obra original. Para jogar, entretanto, ainda fico com a versão ocidental, pois nele o jogo é mais fácil e a jogabilidade levemente melhorada.

A versão japonesa também busca - através de breves textos que aparecem após derrotar cada boss das fases - contar a história do mangá. A trama contada é fiel aos quadrinhos, ainda que seja diferente em relação ao destino da namorada do protagonista. Curiosidade: embora o "chefão" final da sexta e última fase deste jogo do Master System, de nome Raoh (ou Wang na versão ocidental) seja de fato o maior e mais frequente rival de Kenshiro, ele não é o último adversário do herói no mangá. Este seria Kaioh, não presente no jogo.

No caso de Last Battle as mudanças foram bem menores. Até a trama principal foi mantida. Mudaram-se apenas o nome dos personagens, a cor de seus uniformes e mais alguns pequenos detalhes. Mas principalmente, e infelizmente, o jogo se tornou menos "violento". Veja na imagem abaixo que na versão ocidental (a direita) não temos sangue:



E mais sobre este ótimo mangá

Hokuto no Ken foi muito importante para a história do Mangá. Ele foi o primeiro grande sucesso de vendas no Japão do gênero Shōnen, que no caso, são os mangás de luta dedicados ao público jovem masculino. Se não fosse Hokuto no Ken, talvez hoje nunca tivéssemos um Dragon Ball, um Yu Yu Hakusho, um Rurouni Kenshin, ou qualquer outro Shōnen posterior famoso.

No Japão a obra original foi dividida em 27 volumes. E para nossa alegria a JBC trouxe para o Brasil a versão Extreme Edition do mangá, lançada no Japão a partir de 2013 em comemoração dos 30 anos uma edição do lançamento inicial. A versão Extreme Edition é composta por 18 volumes, tem um tamanho um pouco maior (20 x 13cm) que o mangá padrão, papel de melhor qualidade, possui algumas páginas coloridas e todas as capas inéditas. Mas talvez o maior destaque fique por conta do capitulo inédito intitulado "Hokuto no Ken: Last Piece", publicado dentro do volume 11.

Já foram publicadas as 3 primeiras edições de Hokuto no Ken aqui no Brasil. Li todas elas e gostei bastante. Para quem quer matar saudades de clássicos da Sega, ou ainda, apenas aprender - e se divertir - com o começo dos Shōnen , Hokuto no Ken é uma ótima pedida!

domingo, 6 de outubro de 2019

Crítica - Rambo: Até o Fim (2019)

TítuloRambo: Até o Fim ("Rambo: Last Blood", Bulgária / Espanha / EUA, 2019)
Diretor: Adrian Grunberg
Atores principais: Sylvester Stallone, Yvette Monreal, Adriana Barraza, Sergio Peris-Mencheta, Óscar Jaenada, Paz Vega, Fenessa Pineda
Ruim, porém não a tragédia que estão anunciando

Rambo: Até o Fim, o quinto e (provavelmente) último filme da franquia Rambo, ganhou bastante repercussão da mídia mundial, em geral fortes críticas. Dentre elas, a que o filme é péssimo como história, muito violento, e finalmente, que como os vilões são mexicanos, seria um "apoio" à ideologia do presidente dos EUA Donald Trump de impedir a qualquer custo imigrações, principalmente dos latinos.

Vamos de imediato fazer justiça ao filme: em primeiro lugar Rambo: Até o Fim tem mesmo uma história rasa e é sim ruim, mas está longe desta tragédia descrita por parte da crítica. Posso garantir que para quem gosta de filmes de ação, o novo Rambo até entretém. Em segundo lugar, o "Rambo 5" é sim bastante violento; porém ele é tão violento (ou até menos) que o filme anterior, Rambo IV, de 2008. E ninguém fez escândalo sobre a violência do filme naquela época. Por que então Rambo: Até o Fim gerou tanta polêmica agora? Porque vivemos em um mundo bem mais chato e cheio de mimimi.

E, finalmente, quanto a questão dos mexicanos. Para mim Rambo: Até o Fim não fala mal deles, e em nenhum momento concorda com o de xenofobismo de Trump. É verdade que o México é retratado como um lugar selvagem, sujo e sem lei... e isto até merece algumas críticas. Porém Hollywood já mostrou a América Latina desta maneira milhares de vezes, sem maiores repercussões. E principalmente, em nenhum momento o povo mexicano é ofendido: fica bem claro, pela visão do filme, que existem pessoas boas e más, sendo que a avó e garota que moram com Rambo (elas também são mexicanas) são pessoas boas, habilidosas e corajosas... além de que Rambo as ama como se fosse sua própria família.

Na história, John Rambo (Sylvester Stallone) vive em paz (mais ou menos) em sua fazenda no Arizona, juntamente com Maria (Adriana Barraza) e a jovem Gabrielle (Yvette Monreal). Órfã de mãe, e abandonada pelo pai, Gabrielle acaba descobrindo que seu pai está no México, e parte sozinha para lá com o objetivo de confrontá-lo. Neste meio tempo, Gabrielle é capturada por um cartel mexicano para ser vendida como prostituta. É então que Rambo vai ao México para resgatá-la.

O "mais ou menos" do parágrafo acima acontece pois Rambo é mostrado como uma pessoa perturbada, que se auto condena diariamente por todos os amigos - e até mesmo estranhos - que "deixou morrer" ao longo de suas aventuras. E da-lhe flashbacks mal feitos que só prejudicam a história do filme e do personagem - até porque, em teoria, Rambo termina o filme anterior com certa paz interna.

A história de Rambo: Até o Fim é absurdamente genérica como filme de ação. Na verdade, ao invés de Rambo poderíamos ter qualquer personagem; a única coisa realmente "Rambo" do filme são as armas e armadilhas usadas por ele para matar os vilões. Nisto temos praticamente um resgate de tudo o que o ex-soldado utilizou nos quatro filmes anteriores, o que é uma agradável lembrança.

Apesar da história fraca e clichê, quem gosta de filmes de violência e vingança também não tem muito do que reclamar. Dá para assistir Rambo: Até o Fim sem sofrimento e com certo envolvimento, já que pelo menos o filme consegue fazer com que nos preocupemos genuinamente com os personagens.

Com seus 73 anos, Sylvester Stallone continua tentando manter-se na ativa com seus sucessos do passado. Após "reviver" Rambo depois dele ter se despedido 11 anos atrás, agora Stallone quer fazer mais um filme do Rocky. Para o seu bem, e de seu melhor personagem, que isto não aconteça. Já que Sly não quer se aposentar, que ele continue sua carreira em franquias novas, e não dando finais indignos para os personagens que tanto amamos no passado. Nota: 5,0

sábado, 28 de setembro de 2019

Crítica - Ad Astra - Rumo às Estrelas (2019)

TítuloAd Astra - Rumo às Estrelas ("Ad Astra", China / EUA, 2019)
Diretor: James Gray
Atores principais: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga, Donald Sutherland, John Ortiz, Liv Tyler, Greg Bryk
Uma viagem solitária, melancólica e visualmente bela

Escrito e dirigido por James Gray (Z: A Cidade Perdida, de 2016), Ad Astra - Rumo às Estrelas é um filme de ficção científica bastante lento, contemplativo, e com muito pouca ação. Ele me lembrou bastante do filme russo Solaris (1972) e (apenas) um pouco de 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968).

Na história que se passa em um "futuro próximo", Brad Pitt (Roy McBride) é um astronauta que vive sob a sombra da lembrança do pai, Clifford McBride (Tommy Lee Jones), considerado um dos maiores astronautas de todos os tempos e, que há algumas décadas atrás desapareceu perto do planeta Netuno, em uma missão para encontrar vida extraterrestre. É então que estranhas explosões de antimatéria são detectadas no mesmo planeta Netuno, o que leva o Comando Espacial dos EUA acreditar que Clifford ainda vive, e que então envia seu filho Roy para investigar.

Talvez a maior qualidade de Ad Astra - Rumo às Estrelas sejam suas imagens. Ainda que não tenha uma fotografia acima da média, o próprio Sistema Solar garante o show. Em uma espécie de tour pelas regiões do espaço mais próximas à Terra, o filme traz imagens espetaculares de nosso planeta, da Lua, de Marte e de Netuno.

Vários aspectos do roteiro também me agradaram bastante: todo o mistério envolvendo o desparecimento de McBride pai, se ele está vivo ou não, ou o que está contendo em Netuno... tudo é bem interessante do começo ao fim. Também é interessante e marcante a certa melancolia e pessimismo com que Roy enxerga a humanidade; pessimismo este meio que "provado" pelo mundo onde ele vive, já que em plena colonização espacial os homens continuam se matando por dinheiro e recursos.

Mas nem tudo em Ad Astra - Rumo às Estrelas é bem vindo. Quando nos aprofundamos no roteiro, encontramos nos pequenos detalhes muita coisa inverossímil, exagerada, ou que simplesmente não faz sentido. O próprio desenvolvimento do personagem de Roy é apenas superficial, com a atuação com pouca variação de expressões de Brad Pitt também não ajudando.

Outro ponto que também não me agradou foi a duração de Ad Astra. Pela quantidade de história que o filme tem ele dura demais, cansando o espectador. Mas nada cansa mais em Ad Astra - Rumo às Estrelas do que sua pesada trilha sonora. Abusando de uma música incidental em volume bem alto, temos o som trazendo para o filme durante quase o tempo todo uma sensação de confusão misturada com triunfo, o que na maior parte do tempo não combina em nada com o que é mostrado. Para mim, a trilha sonora é o ponto mais baixo de Ad Astra.

Contando com uma boa premissa, mas aparentemente alongado demais, Ad Astra - Rumo às Estrelas é um filme sobre exploração espacial que certamente me agradou. Ainda assim, tem seus defeitos e está longe de agradar todo o tipo de público. Se você não gosta de filmes como Gravidade ou Blade Runner, passe longe deste aqui. Nota: 7,0

sábado, 21 de setembro de 2019

Mocumentário de Zach Galifianakis que acaba de estrear na Netflix é uma das comédias Pop mais engraçadas do ano!


A maioria do público brasileiro não sabe mas Zach Galifianakis, comediante que ficou famoso mundialmente com o filme Se Beber Não Case (2009), apresenta desde 2008 um talk show de nome Between Two Ferns with Zach Galifianakis. São pouquíssimos episódios por ano, que vão ar através do site de comédia estadunidense Funny or Die.

O programa se trata de Zach entrevistando celebridades em um cenário pobre, de fundo preto, entre duas samambaias (ferns, em inglês). Daí o nome do show. Os episódios são curtos e as perguntas feitas por Galifianakis são feitas especialmente para constranger o entrevistado. Politicamente incorreto, as vezes um pouco pesado, mas ainda assim bem engraçado, Between Two Ferns with Zach Galifianakis já chegou a vencer dois prêmios Emmy.

E agora, este inusitado programa chega à Netflix mundial através de um filme mocumentário de nome - é claro - Between Two Ferns with Zach Galifianakis: o Filme.

Neste falso documentário, Zach apresenta a historia do seu programa, mostrando falsos bastidores misturados com fatos reais, e tenta vencer uma aposta "tudo-ou-nada" de gravar 10 novos episódios em 2 semanas.

Surpreendente, ácido, e politicamente incorreto como sempre, o filme é bem engraçado, sem dúvida uma das melhores comédias do ano. E a produção consegue fazer rir tanto nas cenas "por trás das câmeras" como nas gravações do programa, com as celebridades.

E a lista de celebridades importunada por Zach neste filme é bem grande: Matthew McConaughey, Benedict Cumberbatch, Peter Dinklage, David Letterman, Paul Rudd, John Legend, Brie Larson, Jon Hamm, Keanu Reeves e Tessa Thompson dentre outros.

Quem não se importa de ver um humor escrachado com uma pitada de maldade, corra para ver Between Two Ferns with Zach Galifianakis: o Filme na Netflix, um dos melhores lançamentos de humor da temporada.

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...