Título: O Homem de Aço ("Man of Steel", Canadá / EUA / Reino Unido, 2013)
Diretor: Zack Snyder
Atores principais: Henry Cavill, Michael Shannon, Amy Adams, Diane Lane, Kevin Costner, Laurence Fishburne, Russell Crowe
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=dnxSnDUdQUY
Nota: 7,5.
Diretor: Zack Snyder
Atores principais: Henry Cavill, Michael Shannon, Amy Adams, Diane Lane, Kevin Costner, Laurence Fishburne, Russell Crowe
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=dnxSnDUdQUY
Nota: 7,5.
Repleto de surpresas, novo Superman impressiona e renova o gênero de filmes de super-herói
O ano era 1978, e o mundo do entretenimento mudou devido a Superman - o Filme. Primeiro filme onde o gênero de super-heróis pôde ser levado a sério, o filme do diretor Richard Donner revolucionou pelo bom roteiro, ótima trilha sonora e, principalmente, porque pela primeira vez a humanidade pode assistir de forma crível (para os padrões da época) um homem voar.
O tema virou moda e na sequência tivemos vários filmes de super-heróis.. .só que de baixa qualidade, enfraquecendo o gênero. Até que a partir do ano 2000, coube a X-Men e Homem-Aranha resgatarem o gênero com outro patamar. E o boom causado por eles continua até hoje. Agora temos tantos filmes de herói por ano que o gênero já começa a se esgotar...
Mas, quem diria, coube ao Superman voltar a ser salvador da história e renovar o gênero mais uma vez, agora com O Homem de Aço. Seguindo direção contrária aos filmes herói-comédia de sua rival Marvel, o novo filme da DC tem um tom bastante realista. O que realmente aconteceria se a humanidade descobrisse um alienígena no planeta? O filme responde de maneira convincente. O que aconteceria se dois super-seres brigassem de verdade? O filme mostra. As (muitas) cenas de ação são belíssimas visualmente, e repito, bastante realistas. Não só pelos efeitos especiais, mas pelos danos colaterais que as batalhas proporcionam. Fazia muito tempo que as lutas em filme de super-herói não me empolgavam tanto como aqui.
Na história de O Homem de Aço, temos mais uma vez a origem de Superman recontada. Vemos Krypton, sua explosão, e o crescimento de Clark Kent (Henry Cavill) na Terra. E, finalmente, a invasão de nosso planeta pelo também kryptoniano general Zod (Michael Shannon). A trama é bastante similar com o da graphic novel Superman: Earth One, escrita em 2010 por J. Michael Straczynski. Porém no filme temos muitas (e surpreendentes) alterações na história tradicional do “Azulão”: a maneira que ele conhece Lois Lane (a bela Amy Adams), a maneira que ele começa no Planeta Diário, o conceito de "kryptonita"... tudo muda bastante, mas sem desagradar. Tem tanta coisa diferente que pela primeira vez um filme do Superman não tem Jimmy Olsen!
Mesmo sendo o principal (e primeiro) super-herói da cultura pop, é verdade que nem todos gostam do Superman. Suas “crises existenciais” o fazem parecer um “chorão” para alguns. Porém, o diretor Zack Snyder e os roteiristas (dentre eles se encontra Christopher Nolan - diretor e roteirista dos últimos 3 Batman) conseguiram fazer uma história emocionalmente consistente, tornando os problemas de Clark Kent compreensíveis.
Aliás a filmagem de Zack Snyder me surpreendeu. Enfim – e felizmente – ele abandonou as cenas de slow motion e mudou tanto suas características que em várias cenas parece que quem estaria no comando é o diretor Terrence Malick.
Os atores também são dignos de elogios. Henry Cavill atua bem... convence como “adolescente reclamão”, convence como adulto, convence como Superman, convence como o tímido Clark Kent. O resto do estrelado elenco: Amy Adams (Lois), Diane Lane (Martha Kent), Kevin Costner (Jonathan Kent), Laurence Fishburne (Perry White) e Russell Crowe (Jor-El), todos estão muito bem, muito confortáveis com o papel que lhes foi dado.
A trilha sonora também entra na lista das coisas boas do filme. As melodias de Hans Zimmer são agitadas, metálicas, e em completa sintonia com o clima de O Homem de Aço.
Porém mesmo com tantas qualidades, o novo reboot do Superman também comete seus erros. O primeiro é uma premissa básica do roteiro... lamento, mas o tal codex e o plano de Jor-El para ele não fazem o menor sentido. Outro ponto é que o lado "humano" e "bondoso" do Superman é pouco explorado... embora isto faça coerência com o tom "alienígena" do filme, esta ausência me decepcionou um pouco.
Aliás, falando em como o Superman é representado, que infelicidade (e arriscada) foi a decisão de comparar Superman com Jesus Cristo. O filme é claro ao mostrar que assim como o Filho de Deus, o kryptoniano precisa se sacrificar pela humanidade. E a metáfora é insistida várias vezes, por exemplo com a idade de Clark no filme (33 anos), com a cena dentro da igreja, e também, pelo seu voo em forma de cruz em momento crucial da passagem desta mensagem. Apesar da comparação, o filme não toca no assunto religião; menos mal... ainda assim a comparação foi burra e desnecessária.
E finalmente, talvez o maior dos defeitos de O Homem de Aço é o excesso de heroísmo. Não basta só o Superman ser herói... temos que aguentar também vários humanos (sobra até pro Perry White) fazendo cenas de heroísmo. Aliás, o kryptoniano é tão herói, tão herói, que além de fazer dezenas de cenas heroicas o clímax do filme é absurdamente longo, o que faz o desfecho da história enfraquecer bastante. E pior, é tanto tempo ininterrupto de ação, que todo o desenvolvimento dramático do personagem, suas motivações (até sua comparação com Cristo), tudo é basicamente descartado neste momento.
É uma pena que O Homem de Aço apresente estes problemas, pois do contrário estaria entre um dos melhores filmes de herói já feitos... mas não é o caso. Ainda assim, ele fica na história como um filme muito bom que teve coragem de renovar as produções do gênero. Digo isto pelas pequenas surpresas de roteiro e caracterização de personagens, pelo nível altíssimo de qualidade nas cenas de ação, pelo realismo, e pela qualidade do elenco. Superman voltou enfim a ter o filme que ele merece. Nota: 7,5.
PS: o 3D do filme não apresenta problemas, mas não acrescenta muita coisa, portanto, prefira a opção 2D, mais barata.