quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Crítica - “A Separação” (2011)

“Um ótimo filme, que me surpreendeu ao trazer uma história universal”.

Ao me deparar com o cartaz do filme iraniano “A Separação” (ver foto ao lado) - indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e vencedor do Urso de Ouro de Melhor Filme do festival de Berlin - imaginei se tratar de uma história que retratasse a opressão feminina sofrida em muitos dos países árabes.

Me enganei. A submissão feminina está sim presente, de maneira constante, mas indireta. A própria atriz em destaque da foto sequer é a protagonista principal; na verdade seu personagem é apenas o gatilho que desencadeia toda a história a seguir: uma história sobre os efeitos da separação de um casal em seus filhos, uma história sobre pobreza, sobre religião, sobre Alzheimer... todos assuntos universais.

E também, é uma história onde vemos uma dupla briga judicial entre duas famílias. Talvez aí encontremos mais “particularidades” iranianas, já que seu sistema judiciário aparenta ser bem diferente do que conhecemos. Mesmo nesta esfera, o foco do filme continua acessível a todos: o provérbio “Todos os fatos têm três versões: a sua, a minha e a verdadeira.” resume perfeitamente o que este filme trata.

Composto de excelentes fotografia, enquadramento e montagem, por ser filmado em plano fechado (bem de perto) as câmeras no fazem sentir "dentro" do filme, como se estivéssemos lado a lado com os personagens e os acompanhando em suas descobertas e reviravoltas da trama.

Filme tecnicamente muito bom, com história muito boa, é uma pena portanto que “A Separação” tenha levado apenas duas indicações ao Oscar (além do melhor filme estrangeiro, melhor roteiro original). Merecia mais.

Nota: 8,0.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Crítica – “O Artista” (2011)


“Filme de imersão às décadas de 20 e 30, merece a maioria das 10 indicações ao Oscar que recebeu”

Filme franco-belga, “O Artista” vai além de homenagear os filmes de Hollywood do final da década de 20: ele se propõe a fazer o espectador a reviver esta época dentro da sala dos cinemas. Portanto, o filme de 1h40min é inteiramente mudo, em branco e preto, com os "movimentos" (frame rate) um pouco mais acelerados que o normal (mas não tanto como seria nos filmes antigos). E mais ainda, no formato 1,37:1 (a tela é quase quadrada, bem diferente do formato 2,35:1, o maior formato atual). Exatamente como seria se você entrasse num cinema em 1927. A experiência causa estranheza, não sendo portanto agradável para boa parte do público. Mas para quem consegue superar o estranhamento, vale toda a pena assisti-lo.

Nele vemos a decadência do grande astro do cinema mudo, George Valentin (Jean Dujardin), com a chegada dos filmes falados. Simplesmente incapaz de se adaptar com os novos tempos, sua queda é vertiginosa. Em paralelo uma jovem admiradora, Peppy Miller (Bérénice Bejo), surge ao mundo do Cinema (com alguma ajuda de Valentin) e se adapta muito bem ao cenário, se transformando em uma grande estela. Esta contraposição, e a relação entre os dois atores é o tema principal da película.

É sem dúvida uma belíssima história de drama, de amor. Suportada por excelentes atuações da dupla de atores principal e tecnicamente bem feito, dá gosto ver a preocupação do diretor com os mímimos detalhes da produção.

É o melhor filme que assisti até agora em 2012, mas ele possui um pequeno defeito: a falta de originalidade do roteiro, que se encontra no tênue limite entre homenagem e plágio. É uma história já bastante explorada por diversos filmes, como por exemplo “Cantando na Chuva” e "Nasce uma Estrela". Eu mesmo, logo nos primeiros segundos de várias cenas já sabia como elas se encerrariam.

Mais uma vez, definitivamente não espere por surpresas no enredo. A única novidade que o filme traz são as cenas que abusam da metalinguagem. Mas mesmo elas, brilhantes no começo, se desgastam ao longo da projeção.

Como disse no começo, o filme merece a maioria das 10 indicações de Oscar que recebeu. Só discordo do “Roteiro” e “Trilha Sonora” devido a falta de originalidade de ambos. Acho pouco provável que Jean Dujardin deixe de levar o Oscar de melhor ator. Mas, vamos aguardar. Nem sempre a Academia é justa e/ou lógica.

Nota: 8,5.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Crítica - "O Homem Que Mudou o Jogo" (2011)

"Um bom filme, uma ótima história para quem gosta de esporte"

O que eu sei sobre Baseball? Das regras, só o suficente pra conseguir jogá-lo no Atari e no Master System. Sei também que EUA, Cuba e Japão são potências deste esporte. E que o famoso New York Yankees era zoado no genial seriado Seinfeld por seu (então) jejum de títulos.

E o filme começa justamente com imagens reais da eliminação do pequeno Oakland Athletics pelo grande Yankees nos playoffs de 2001. O filme deixa bem claro, via letreiro, que a folha de pagamento dos Yankees é 5 vezes maior que a do Oakland. É uma competição desigual. E nos leva a pergunta: como um time pequeno, de baixo orçamento, pode um dia ser campeão contra times grandes, com muito mais dinheiro?

Esta é a dúvida que atormenta o General Manager dos Atletics, Billy Beane (Brad Pitt). E ele encontra uma solução, com a ajuda do economista Peter Brand (Jonah Hill): estatística. Eis a teoria: para vencer, não se precisa dos melhores e mais completos jogadores (leia-se, mais caros e badalados). Basta que cada jogador seja muito bom em uma função específica e como um time eles se completem. Então Brand vai atrás destes jogadores, não se importando por exemplo com como eles se comportam fora de campo.

No final, será que a estratégia deu certo? Vocês terão que assistir para descobrir. Baseado em fatos reais, credito ao meu desconhecimento da história o motivo de ter gostado tanto do filme. São várias reviravoltas e surpresas... como só a vida proporciona. Outra coisa bem bacana do enredo é acompanhar a evolução comportamental de Billy Beane, tanto pessoal quanto profissional.

Mais uma vez: entendo que desconhecer a história (e gostar de esportes) são fatores importantes para curtir o filme. Para quem unir estes atributos, a história será ótima. Caso contrário, nem tanto. E se a história é ótima, o filme em si é "apenas" bom. É tecnicamente bem feitinho, mas não tem nenhum grande destaque.

Pensando bem, há um "pequeno algo a mais" no filme. Gostei bastante, por exemplo, da maneira que o filme nos apresenta o "som da derrota" e o usa posteriormente dentro das partidas. Talvez por coisas como esta o filme está indicado ao Oscar de melhor edição de som.

Aliás, são 6 as indicações ao Oscar, dentre elas a de melhor filme, e a de melhor ator para Brad Pitt. Darei aqui a mesma descrição para sua atuação a que dei para o também concorrente George Clooney em "Os Descendentes": "Ele está realmente bem, porém não o suficiente pra impressionar.". Entre Clooney e Pitt entretanto, fico com o últmo. Primeiro por sua atuação ser aqui levemente melhor. E segundo porque Pitt é muito bom ator, faz ótimos trabalhos há tempos, mas nunca venceu um Oscar. Seria bacana se conseguisse.

Nota: 8,0.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Crítica - "Histórias Cruzadas" (2011)

"Repleto de boas atuações, um bom e diferente filme sobre racismo."

Situado na racista Mississipi dos anos 60, no auge da segregação racial, após seus 20 minutos inciais "Histórias Cruzadas" me pareceu ser um enfadonho mais do mesmo: lá estavam lá as ricas familías brancas americanas, absurdamente superficiais, hipócritas e egoístas. O mal encarnado. Humilhando seus empregados negros sempre que podiam.

Porém, passado o tempo de apresentação dos personagens o filme começa a ficar interessante. Logo vemos duas cenas em sequencia de um mesmo drama sob pontos de vistas diferentes: a empregada negra Aibileen (Viola Davis) se desespera ao ver que a criança que ela cuida - e "adota" como filha - está sendo traumatizada pela indiferente mãe biológica, a patroa. E vemos a jovem branca - e aspirante a jornalista - Skeeter (Emma Stone) lamentando a perda de Charlote, a empregada negra que a criou desde o nascimento.

Com um romance em mente, posteriormente Skeeter pede às empregadas que conhece para contarem suas histórias, expressarem seus pontos de vista. Aibileen e a sua espalhafatosa amiga Minni (Octavia Spencer)) são as primeiras negras a contar seus "causos", que nem sempre são mostrados como narrativa, mas também em tempo real.

Mas o filme também apresenta histórias do ponto de vista dos "brancos": Skeeter e a "perua" Celia Foote (Jessica Chastain) também possuem problemas pessoais que não tem a ver com o racismo ao seu redor. E mesmo assim todas as histórias, sejam dos brancos os dos negros, se interferem de alguma maneira, mostrando a alta qualidade do roteiro.

Todos os personagens principais são mulheres. E talvez por isto o filme seja tão delicado, leve. A violência física quase inexiste; não vemos o racismo em "pancadarias nas ruas", mas vemos o racismo presente no simples cotidiano destas mulheres. É dentro das casas, em conversas e situações corriqueiras, que cenas dramáticas se alternam com cenas de humor. Também não há nenhum dramalhão, nenhuma cena muito forte. Mas o drama está lá, e te faz emocionar várias vezes.

Se não impressiona tanto tecnicamente, Histórias Cruzadas impressiona pelas atuações. Há várias ótimas atuações neste filme, e não a toa o Oscar deste ano indicou 3 das 4 atrizes cujos nomes já citei acima para a premiação. Mas além destas quatro, há outras grandes interpretações, dais quais destaco as atrizes Bryce Dallas Howard (pausa para meu suspiro apaixonado) e Sissy Spacek.

O principal defeito do filme, entretanto, é ter um final feliz demais. "Falha" esta que tem como possíveis explicações o fato de ser uma história de ficção voltada para o público feminino (a violência física que o filme não exibe com certeza existiria na vida real), e que os direitos de distribuição serem da Disney.

Nota: 8,0.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Vem aí... Doctor Who no Brasil !!!

Como amante de história e de ficção científica, tenho esta "falha de caráter": jamais assisti sequer 1 segundo do famoso seriado britânico "Doctor Who". Em breve, terei como corrigir isto.

Transmitida pela inglesa BBC, é a "a mais longa série de ficção científica do mundo", produzida entre 1963 a 1989; voltou a TV em nova versão em 2005, onde é exibida até hoje.

A série mostra as aventuras do misterioso "Doutor", em viagens no tempo e no espaço. Desde 2009, é produzida por Steven Moffat, também produtor e co-criador da excelente série "Sherlock", da qual um dia também comentarei aqui.

É esta versão de 2005 que será exibida pela TV Cultura, provavelmente a partir de março e em versão dublada. Apesar da dublagem, estou empolgado com a notícia.

Tem até site oficial, embora "vazio": http://tvcultura.cmais.com.br/doctorwho

Para junho é prevista a chegada dos primeiros DVDs e Blu-Ray da série aqui no Brasil.

E aí, algum de vocês já assiste a série atualmente?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A volta do bom e velho Dr. House (atualizado)

Olá pessoal, pela primeira vez estou postando aqui algo que não seja relacionado a cinema... E sim, séries de TV, pra justificar o "vírgula" do nome do meu blog.

Para quem não sabe, assisto religiosamente todos os episódios do seriado House MD. É um dos melhores seriados de drama que já assisti.

House já está em sua oitava temporada. E como acontece em TODOS os seriados, com o passar dos anos os personagens ficam cada vez mais caricatos.

Não foi diferente neste seriado, principalmente com o personagem principal, o Dr. Gregory House. A cada dia ele é mais rude, faz pegadinhas e brincadeiras cada vez mais exageradas e inverossímeis (por exemplo, transformar uma parede de sua sala em parede móvel apenas para poder vigiar e atormentar melhor o seu amigo Dr. Wilson).

A inesperada saída da atriz Lisa Edelstein (Dra. Cuddy), que deixou a série após a 7a temporada deixou o seriado um pouco sem rumo. Sim, a série continua boa, bem acima da média, mas sem seu eterno par romântico no programa Dr. House deixou de vez seu lado sério para ficar fazendo gracinhas durante os 45 min de cada episódio...

... isto até o episódio desta semana, o 11o da 8a temporada, intitulado "Nobody's fault".

Os roteiristas mandaram muito bem ao escrever uma história que vejam só, exploram justamente o fato de que exagerar nas gracinhas e brincadeiras podem gerar graves consequências. É facilmente o melhor episódio desta temporada.

Apesar do episódio ser auto-suficiente, estou bastante ansioso pra ver mais repercussões do acontecido nas próximas semanas... que os roteiristas continuem mandando bem e não parem de explorar o assunto. :)

E vocês, curtem House? Que outros seriados de drama vcs gostam/acompanham? Estou pensando em assistir algum seriado de drama novo... minha idéia atual é começar a ver o "Luck", da HBO. O que acham?

Atualização: acabo de ler que os produtores de House decidiram fazer mesmo da 8a temporada sua última. Anunciaram isto oficialmente algumas horas atrás. Acho que estão certos, tem que encerrar o seriado enquanto ele é bom. House vai deixar saudades. :)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A falta de criatividade em Hollywood...

Muito legal este demonstrativo intitulado "Movie Poster Cliche" publicado hoje no 9Gag.com.

Confiram! http://9gag.com/gag/2461956

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Crítica - "Meia-Noite em Paris" (2011)

"Suave e agradável de assistir, Woody Allen presta sua homenagem a Paris" 

Woody Allen por diversas vezes idolatrou sua cidade natal, Nova York. Desta vez, entretanto, sua apologia é para a Cidade-Luz, Paris. E me surpreendeu a maneira com que ele faz isto, já que se trata de um filme com toques de ficção científica e fantasia.

O personagem principal, protagonizado por Owen Wilson, é um escritor apaixonado pelos tempos antigos. E, em meio a crises de noivado, eis que de repente ele começa a ter "viagens no tempo", retornando à Paris dos anos 1920. Lá ele encontra e convive com uma lista enorme de artistas: Ernest Hemingway, Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dali, Luis Buñuel, etc.

"Suave" é uma palavra que define bem este filme. Afinal, é com muita suavidade que vemos as transições do presente para o passado (e como acontecimentos nos tempos distintos interferem um no outro), que os personagens são apresentados, e que algumas sacadas de humor muito boas aparecem.

É um filme bem agradável para se assistir (e curioso historicamente), mas ao mesmo tempo encontra em sua suavidade seu maior defeito: não possui nenhum climax, nenhuma grande emoção, nem em sua história, nem de seu personagem principal. Por outro lado, além de agradável, a história ainda tem tempo para ensinar sobre o quão equivocados estamos ao pensar que "no passado é que as coisas eram boas". Outro ponto positivo da película, portanto, de nos fazer refletir.

Owen Wilson faz o personagem que seria o próprio Woody Allen. E surpreendentemente foi uma boa escolha para o papel, já que o ator americano consegue não ser irritante, e convence fazendo o estilo "desligado" e "admirado" do personagem. Por outro lado, sua atuação está longe de ser perfeita: ele simplesmente não convence nos momentos em que o personagem estaria sofrendo, ou estaria apaixonado.

Meia-Noite em Paris foi indicado para 4 Oscars. Dentre eles, Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original. Até agora assisti apenas 4 dos principais filmes do Oscar deste ano, mas já adianto que se não vejo muita força deste filme para os 2 primeiros prêmios, pelo menos da parte do roteiro, se Allen vencer, o Oscar ficaria em boas mãos.

Antes de eu dar minha nota para o filme, uma ressalva: infelizmente não conheço bem a fundo nenhum dos personagens históricos apresentados. Com certeza, se conhecesse, encontraria mais auto-referências na história e a nota aumentaria.

Nota: 7,5.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Crítica - "O Espião Que Sabia Demais" (2011)

"Muito bom tecnicamente e inteligente, filme não empolga pela frieza e por exigir demais do expectador"

Baseado no livro de mesmo nome do escritor John le Carré, vemos aqui mais um filme de seu principal personagem, o agente secreto britânico George Smiley interpretado desta vez pelo ator Gary Oldman.

É uma história típica da espionagem na época da guerra fria, e presumo eu, bastante fiel aos acontecimentos da época.

Assim como todo espião deveria ser, o filme é frio e discreto... até demais. Os personagens principais, em geral, não possuem qualquer expressão. E não há nada do auto-didatismo comum dos filmes Hollywoodianos; pelo contrário, as explicações são mínimas. Há uma enxurrada de nomes e personagens participantes, mas em raros momentos eles são apresentados, ou entendemos suas motivações. O que torna o filme invariavelmente confuso.

Há, entretanto, inteligência nesta abordagem. As pistas para o entendimento da história não estão apenas nas palavras, mas estão também nas imagens: pequenos detalhes focalizados pela câmera que explicam o que está acontecendo, ou no que Simley está pensando. A grande quantidade de reviravoltas que vemos também são demonstrações de um roteiro inteligente e bem feito.

Acredito ter entendido grande parte do filme, mas me incomodou ter que ficar o tempo todo tão atento a tudo que era falado e mostrado, sem me dar espaço para simplesmente "curtir" o que era projetado.

Em termos de fotografia, e até de edição, o filme é muito bom. Mas não foram estes os pontos indicados pela Academia: "O Espião Que Sabia Demais" teve 3 indicações para o Oscar: Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Vi poucos filmes do Oscar 2012, mas não votaria neste filme para nenhuma destas 3 categorias.

Aliás, sobre a atuação de Gary Oldman: é realmente uma boa atuação, ainda mais se levarmos em conta que ele realiza um papel bem diferente do que costuma fazer. O problema é que seu personagem praticamente não possui qualquer tipo de emoção. É quase um Cigano Igor. Assim, lamento, não dá pra ganhar Oscar... não deveria nem ser indicado.

Nota do filme, assim como para o Tintim, leva um 6,5, puxado mais pelas qualidades técnicas do que pelo filme em si.

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...