sábado, 4 de fevereiro de 2012

Crítica - "O Espião Que Sabia Demais" (2011)

"Muito bom tecnicamente e inteligente, filme não empolga pela frieza e por exigir demais do expectador"

Baseado no livro de mesmo nome do escritor John le Carré, vemos aqui mais um filme de seu principal personagem, o agente secreto britânico George Smiley interpretado desta vez pelo ator Gary Oldman.

É uma história típica da espionagem na época da guerra fria, e presumo eu, bastante fiel aos acontecimentos da época.

Assim como todo espião deveria ser, o filme é frio e discreto... até demais. Os personagens principais, em geral, não possuem qualquer expressão. E não há nada do auto-didatismo comum dos filmes Hollywoodianos; pelo contrário, as explicações são mínimas. Há uma enxurrada de nomes e personagens participantes, mas em raros momentos eles são apresentados, ou entendemos suas motivações. O que torna o filme invariavelmente confuso.

Há, entretanto, inteligência nesta abordagem. As pistas para o entendimento da história não estão apenas nas palavras, mas estão também nas imagens: pequenos detalhes focalizados pela câmera que explicam o que está acontecendo, ou no que Simley está pensando. A grande quantidade de reviravoltas que vemos também são demonstrações de um roteiro inteligente e bem feito.

Acredito ter entendido grande parte do filme, mas me incomodou ter que ficar o tempo todo tão atento a tudo que era falado e mostrado, sem me dar espaço para simplesmente "curtir" o que era projetado.

Em termos de fotografia, e até de edição, o filme é muito bom. Mas não foram estes os pontos indicados pela Academia: "O Espião Que Sabia Demais" teve 3 indicações para o Oscar: Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Vi poucos filmes do Oscar 2012, mas não votaria neste filme para nenhuma destas 3 categorias.

Aliás, sobre a atuação de Gary Oldman: é realmente uma boa atuação, ainda mais se levarmos em conta que ele realiza um papel bem diferente do que costuma fazer. O problema é que seu personagem praticamente não possui qualquer tipo de emoção. É quase um Cigano Igor. Assim, lamento, não dá pra ganhar Oscar... não deveria nem ser indicado.

Nota do filme, assim como para o Tintim, leva um 6,5, puxado mais pelas qualidades técnicas do que pelo filme em si.

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