Mais duas produções originais Netflix, e pela primeira vez misturo filme e seriado num mesmo post. E eles são recentes: ambos programas estrearam no mês passado, Setembro. Me parece que a Netflix investe cada vez mais em quantidade, mas a qualidade não está acompanhando. Vejam as críticas!
Diretor: Cary Joji Fukunaga
Atores principais: Jonah Hill, Emma Stone, Sonoya Mizuno, Justin Theroux, Sally Field, Gabriel Byrne, Rome Kanda
A história de Maniac se passa em um "futuro próximo" e o seriado conta a vida de dois "fracassados", Owen (Jonah Hill) e Annie (Emma Stone), que por motivos distintos aceitam entrar em um programa experimental que promete, através de pílulas e análises de computador, "curar" a pessoa de seus maiores problemas sociais.
Maniac começa muito bem. O "futuro próximo" da série é como se fosse um futuro imaginado pelas pessoas dos anos oitenta. Nos primeiros episódios vamos conhecendo o universo do seriado e é muito divertido ver as máquinas "futuristas" do programa, que mais pareceriam latas velhas nos dias de hoje (ainda que elas realizem tarefas que o nosso presente ainda não conseguiu alcançar).
Outra coisa muito bacana dos dois primeiros episódios é que parte deles contam um mesmo acontecimento, porém pela perspectiva de Owen (1o episódio) e depois pela perspectiva de Annie (2o episódio). Duas histórias distintas que se convergem em um ponto da trama em comum? Muito legal!
Se Maniac terminasse no segundo capítulo eu o acharia excelente... mas infelizmente não é assim. A série possui 10 episódios e do terceiro ao oitavo, cerca de 70% deles se passam nas fantasias das mentes da dupla protagonista. Ainda que o processo faça sentido no roteiro - são estes "sonhos" que desenvolvem os personagens - daria facilmente para reduzir o seriado em uns 3 episódios, que para mim são pura enrolação. E para piorar o conjunto da obra, o desfecho de Maniac é genérico e nada ousado.
Ainda assim, Maniac é um seriado agradável e divertido de se assistir, graças a boa qualidade do design de produção, e principalmente, devido ao carisma da dupla protagonista, tanto dos atores quanto de seus personagens. Nota: 6,0.
Maniac começa muito bem. O "futuro próximo" da série é como se fosse um futuro imaginado pelas pessoas dos anos oitenta. Nos primeiros episódios vamos conhecendo o universo do seriado e é muito divertido ver as máquinas "futuristas" do programa, que mais pareceriam latas velhas nos dias de hoje (ainda que elas realizem tarefas que o nosso presente ainda não conseguiu alcançar).
Outra coisa muito bacana dos dois primeiros episódios é que parte deles contam um mesmo acontecimento, porém pela perspectiva de Owen (1o episódio) e depois pela perspectiva de Annie (2o episódio). Duas histórias distintas que se convergem em um ponto da trama em comum? Muito legal!
Se Maniac terminasse no segundo capítulo eu o acharia excelente... mas infelizmente não é assim. A série possui 10 episódios e do terceiro ao oitavo, cerca de 70% deles se passam nas fantasias das mentes da dupla protagonista. Ainda que o processo faça sentido no roteiro - são estes "sonhos" que desenvolvem os personagens - daria facilmente para reduzir o seriado em uns 3 episódios, que para mim são pura enrolação. E para piorar o conjunto da obra, o desfecho de Maniac é genérico e nada ousado.
Ainda assim, Maniac é um seriado agradável e divertido de se assistir, graças a boa qualidade do design de produção, e principalmente, devido ao carisma da dupla protagonista, tanto dos atores quanto de seus personagens. Nota: 6,0.
Diretor: Jeremy Saulnier
Atores principais: Jeffrey Wright, Alexander Skarsgård, James Badge Dale, Riley Keough, Tantoo Cardinal, Julian Black Antelope
Noite de Lobos é baseado em um livro de 2014, Hold the Dark (também o nome original do filme), bem elogiado pela crítica especializada.
A história acompanha Russell Core (Jeffrey Wright), um escritor especializado em lobos, que surpreendentemente atende o chamado de uma jovem desconhecida, Medora Sloane (Riley Keough), que mora em uma pequena vila no Alaska e que teve seu filho aparentemente levado por lobos.
Pelo nome (traduzido) do filme, e pelos seu cartazes, eu imaginava ser uma história sobre lobos. E mais uma vez a Netflix me enganou negativamente: de lobos o filme não tem praticamente nada.
A história vira uma caçada policial em que é praticamente impossível entender as ações e motivações de qualquer um dos personagens. E não estou exagerando! Ironicamente, esses "absurdos" é que tornam o filme interessante, já que você imagina que no final tudo será explicado. Porém, passados dois terços da história eu já tinha perdido as esperanças de receber alguma explicação plausível. E infelizmente eu estava certo.
Noite de Lobos é um exemplo de adaptação de livros mal feita. Na obra escrita, as motivações dos personagens são - oras bolas! - explicadas de maneira clara. Além disto, o livro é bem melhor sucedido em transmitir o efeito da "escuridão" (o Dark do título original) nos personagens; coisa que o filme também falha.
O mais triste é ler declarações do diretor Jeremy Saulnier (que até hoje não dirigiu nada de relevante, mas já está escalado para dirigir alguns episódios da futura terceira temporada de True Detective) dizendo que a ausência destas explicações que senti tanta falta foram propositais.
Noite de Lobos acaba não sendo de todo ruim devido a sua bela fotografia (aliás Jeremy tem bem mais trabalhos como diretor de fotografia do que como diretor de filmes) e também, como já expliquei antes, por prender a atenção do espectador por boa parte da história (ainda que pelos motivos errados). É filme para passar o tempo e só. Nota 5,0.