quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Crítica - Corra que a Polícia Vem Aí! (2025)

Título: Corra que a Polícia Vem Aí! ("The Naked Gun", Canadá / EUA, 2025)
Diretor: Akiva Schaffer
Atores principais: Liam Neeson, Pamela Anderson, Paul Walter Hauser, Danny Huston, CCH Pounder, Kevin Durand, Liza Koshy
Nota: 7,0

Felizmente, o Besteirol ainda vive!

Depois de longos 31 anos, a franquia Corra que a Polícia Vem Aí! está de volta com seu quarto filme, no que em tese não é um reboot, afinal o personagem principal é o policial Frank Drebin Jr. (Liam Neeson), filho do falecido policial e herói da trilogia de filmes anteriores Frank Drebin (imortalizado pelo ator canadense Leslie Nielsen, também falecido, em 2010).

Na trama, o policial de Los Angeles Frank Jr. precisa investigar praticamente sozinho um estranho roubo de banco e, em paralelo, descobrir quem assassinou o irmão de seu novo interesse amoroso, Beth Davenport (Pamela Anderson).

Definitivamente o novo Corra que a Polícia Vem Aí! é uma grande homenagem aos filmes originais, seguindo a mesma formula e estrutura dos filmes anteriores e, é claro, com o mesmo estilo de anedotas nonsense, diálogos sem sentido e, piadas visuais inesperadas. Aliás, sobre homenagens, a franquia tem o costume de trazer várias participações especiais, e também o fez aqui, mas muito pouco, o que é uma decepção. Ainda assim, de maneira surpreendente, traz de volta o cantor Weird Al Yankovic (que esteve em todos os outros filmes) e em uma brevíssima aparição Priscilla Presley, refazendo a personagem de Jane, esposa de Frank e mãe de Frank Jr..

O filme traz piadas novas, se aproveitando dos novos tempos, e por exemplo também brinca com temas como o uso de celulares e redes sociais, o que é bem vindo. Por outro lado, dentre suas "modernidades", também faz uso de efeitos de computador criando situações simplesmente impossíveis (a de Frank se transformar em uma garotinha, que vemos no trailer, é um exemplo) e também há cenas onde temos violência sem ser engraçado. Nestes dois últimos casos, o "novo" foi para pior.

Corra que a Polícia Vem Aí! também repete algumas piadas de filmes anteriores, e mesmo que isso possa ser argumentado como "homenagem", ou "tradição", poderia ser evitado. Porém o maior erro do filme, se falarmos de "tradição", é manter objetificação feminina e fazer várias piadas sobre isto. Se durante os filmes dos anos 80 e 90 isso era algo comum, hoje os tempos são outros.

Apesar dos percalços, e de Liam Neeson não ser nem de longe um Leslie Nielsen, o filme acaba sendo como um todo bem divertido, com várias cenas bem engraçadas de besteirol, e resgatando para os cinemas um estilo de humor que há muitos anos não dava suas caras.

Aliás, Neeson não é Nielsen, mas não compromete. Ele vai bem, afinal, faz o esperado do personagem, que é se manter sério nos momentos mais absurdos. Já sua parceira Pamela Anderson, que não aparece tanto no filme, também está bem... inclusive, ela me proporcionou duas dentre as maiores gargalhadas que dei durante a projeção.

Em resumo, o novo Corra que a Polícia Vem Aí! é um bom filme, bem engraçado, que foi feito por pessoas que de fato são fãs da franquia e entendem como ela funciona, sabendo portanto, imitá-la. Porém, pelo menos por enquanto, não conseguiram alcançar a genialidade de seus criadores. 

David Zucker, um dos 3 criadores originais (e também pai dos igualmente geniais Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! e Top Secret!), declarou lamentando que em nenhum momento foi procurado pela Paramount para qualquer coisa relacionada ao novo filme. Ele inclusive adoraria ter voltado à franquia, e chegou a enviar um script inteiro de um novo Corra que a Polícia Vem Aí! para a Paramount em 2018 (que também nunca teve nenhum retorno).

Não seria melhor para todos se a Paramount tivessem unido os dois principais responsáveis deste novo filme, ou seja, o produtor Seth MacFarlane (de Family Guy, The Orville e Ted) e o diretor/roteirista Akiva Schaffer (de Saturday Night Live) com David Zucker? Nunca saberemos. Mas o que temos pra hoje é a volta de um Besteirol de qualidade. Nota: 7,0.


PS1: o filme possui algumas atrações pós-créditos. já em seu começo, há uma cena de Frank com Beth; depois disso, enquanto os créditos passam, ouvimos Frank cantando a música que ele compôs à Beth (e que Drebin Jr. comenta durante o filme que fez isso); e finalmente, após todos os créditos, temos uma cena curtinha de uns 3 segundos envolvendo Weird Al Yankovic. 

PS2: eu assisti a versão legendada do filme, que foi bem fiel aos diálogos originais, inclusive nas piadas, mantendo os nomes originalmente envolvidos. O mesmo não se pode falar do que foi feito na versão dublada, feita pelo "ator" e "comediante" Antonio Tabet, de quem não tenho confiança. Como não vi a versão dublada, não sei ficou bom ou não, mas já sei que ele optou por "regionalizar" várias coisas, trocando o nome de pessoas e times estadunidenses por nomes brasileiros. Por exemplo, sei que ele trocou um diálogo envolvendo times de futebol americano para fazer piada com certo time de futebol não ter mundial, sendo que o diálogo nativo não tem um contexto nem próximo a isto. Não vejo motivos para mexer com a paixão de um grupo se a piada não está originalmente lá. Não torço para este time, mas desaprovo esta escolha... Tabet já foi inclusive dirigente do Flamengo. Nada como a idoneidade...

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #045 - Corra que a Polícia Vem Aí, a vida, e outros causos de O. J. Simpson no Cinema e TV


Estamos a dois dias da estréia nos cinemas brasileiros do novo Corra que a Polícia Vem Aí! (que será nesta Quinta-Feira dia 14 de Agosto), com Liam Neeson no papel principal sendo Frank Drebin Jr., filho do policial Frank Drebin (o protagonista da trilogia de filmes original, interpretada pelo saudoso Leslie Nielsen), e por Moses Jones interpretando o filho de Norberg, personagem que na trilogia original de Corra que a Polícia Vem Aí foi interpretado por O. J. Simpson. Esse parágrafo, somado ao que vêm a seguir, explicam a imagem acima, tirada de uma polêmica piada de uma das versões do teaser do novo filme.

Para o público mais novo que não conhece O. J. Simpson, ele foi uma das maiores estrelas do Futebol Americano (NFL) nos anos 70, e por ser uma pessoa bastante simpática, bonita e popular, resolveu se aventurar depois de sua aposentadoria dos esportes como ator. Porém, em 1994, ele se envolveu em um dos crimes mais chocantes e comentados daquela década: foi acusado pelo assassinato de sua ex-mulher e de um amigo, ambos mortos a facadas na casa dela. Provisoriamente preso, O. J. Simpson meses depois foi julgado e inocentado. Entretanto devido a tudo o que foi apresentado no julgamento, para a maioria do público a sensação que ficou foi de que ele era culpado, e só conseguiu se livrar da cadeia por ser famoso e rico.

Em 2007, Simpson voltaria a se associar a um crime, agora sob acusação de roubo à mão armada em um hotel de Las Vegas, para roubar itens de um vendedor de artigos esportivos para colecionadores. O.J. estava em grupo e reconheceu ter entrado no quarto; porém alegou que foi pegar objetos que foram roubados dele no passado, e que ele não estava armado. Desta vez o ex-atleta e ex-ator foi condenado, tendo saído da prisão cerca de uma década depois, em 2017, em liberdade condicional. Ele morreu ano passado, 2024, aos 76 anos.

A vida dos possíveis crimes de O. J. Simpson sempre chocou muito os EUA e o mundo por contrastar com a figura pública simpática e amigável que ele transparecia. Imagem esta ampliada pelas suas aparições no cinema e TV. Nas telonas, claro, seus maiores papéis foram nas comédias Corra que a Polícia Vem Aí! (1988), Corra que a Polícia vem Aí 2½ (1991) e Corra que a Polícia vem Aí 33 1/3 (1994), que estreou nos cinemas 3 meses antes do assassinato; já na TV, seu maior destaque também foi na comédia, na série sobre futebol americano 1st & Ten (que nunca veio pro Brasil), onde O. J. entrou a partir da segunda temporada como um ex-jogador iniciando a carreira de técnico.

O.J. Simpson (à dir.) em um filme menos conhecido, Capricórnio Um (1978), do diretor e escritor de filmes de Ficção Científica Peter Hyams, onde a NASA forja que levou um grupo de astronautas até Marte. Os conspiracionistas piram!

O que muitos não sabem é que O. J. Simpson poderia ter tido um sucesso realmente grande no mundo do entretenimento: para o papel principal do ciborgue assassino no filme O Exterminador do Futuro (1984), o favorito do estúdio era nada menos que ele, O. J. Simpson! Porém assim que o diretor James Cameron soube da sugestão, descartou seu nome imediatamente, por não acreditar que ele iria conseguir passar uma imagem de mau.

Uma outra curiosidade famosa sobre O. J. é uma referência a ele em um episódio da série Seinfeld. Em 1993, no episódio da quinta temporada de nome "The Masseuse" (A Massagista, em tradução livre), Elaine começa a namorar um rapaz de nome Joel Rifkin; o problema, é que esse é exatamente o mesmo nome de um serial killer real. Preocupada com as confusões com que este nome poderia causar para ela e ele, Elaine tenta então convencer ao namorado a trocar de nome, dando-lhe algumas sugestões, sendo que uma delas é "O. J.". Com Seinfeld sendo reprisado dezenas de vezes ao longo dos anos pelas TVs à cabo, a cena sempre foi encarada como uma piada, porém como se nota pelas datas que citei aqui, não foi o caso orginalmente!

O episódio foi orginalmente ao ar em 1993, 7 meses antes de O. J. Simpson ser acusado por assassinato. Então, por uma bizarra coincidência do destino, a frase de Elaine acabou tomando um sentido totalmente diferente do planejado.




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Um pequeno aviso / lembrete...


Vocês sabem que o Cinema Vírgula também está no Facebook, certo? E para prestigiar quem segue a página do Cinema Vírgula por lá, a partir deste mês e até o final do ano, publicarei mensalmente um post exclusivo para os meus seguidores.

Os artigos não vão estar em mais nenhum lugar. Não vão estar aqui no blog, só lá no Facebook. Portanto, se você ainda não está inscrito na página do Cinema Vírgula, é só clicar aqui e depois curtir a página para começar a seguir. A imagem acima já é do artigo inédito / exclusivo deste mês de Agosto. Não percam! ;)

sábado, 2 de agosto de 2025

Relembrando o Amiga 500, digno concorrente dos PC's, NES, Master System, Mega Drive e SNES


Em termos de computadores caseiros nos anos 80 e 90, o mercado tinha a liderança dos PC's (da IBM e outros "clones") e Macintosh (da Apple). Mas em "terceiro lugar" vinha o Amiga (da Commodore). A principal força do Amiga era sua alta capacidade gráfica e sonora. E isto, naturalmente, não apenas transformou esta família de computadores a melhor para videogames até o começo dos anos 90, como também, acabou virando uma plataforma de videogames à parte. Os jogos acabaram virando o grande atrativo do Amiga, e eles concorriam em termos de qualidade com os famosos consoles de 8 e 16 bits da SEGA e Nintendo da época.

O Amiga foi bem vendido na Europa, mas não conseguiu emplacar em mais nenhuma região do mundo. Dentre os vários modelos lançados para o Amiga ao longo dos anos, o que mais vendeu e ficou mais famoso foi o Amiga 500, lançado em 1987. Curiosidade: sua CPU era o Motorola 68000, exatamente o mesmo processador 16 bits do SEGA Mega Drive.


As franquias que nasceram no Amiga 500

Da esq. para dir., e de cima para baixo: Populous, Lemmings, Sensible Soccer e Speedball 2

O que poucos sabem é que no Amiga 500 surgiram várias franquias famosas de jogos de videogames. Dentre eles, posso citar os jogos de estratégia Populous e Lemmings, os jogos de esporte Sensible Soccer e Speedball 2: Brutal Deluxe, os jogos "dark" de ação Another World e Shadow of the Beast, o flipper Pinball Dreams e o acelerado Zool, uma "resposta" do Amiga para o Sonic. Todos estes jogos foram posteriormente portados para diversos consoles e plataformas, ficando conhecidos no mundo todo.

Da esq. para dir., e de cima para baixo: Another World, Shadow of the Beast, Pinball Dreams e Zool

E os nascidos no Amiga "famosos" continuaram mesmo após o declínio do Amiga 500. Por exemplo, surgiram em modelos posteriores do Amiga jogos como Worms, Flashback ("sucessor" do Another World, este que aliás também teve o nome de Out of This World) e Sensible World of Soccer ("sucessor" do Sensible Soccer).


Os muitos (e "peculiares") jogos exclusivos

Claro que no Amiga 500 também tínhamos os jogos que eram sucesso em outras plataformas de computador da época (King's Quest I a VI, Monkey Island 1 e 2, Indiana Jones and the Fate of AtlantisSimCity e SimCity 2000Mortal Kombat, Street Fighter I e II, etc), e dos consoles de videogames caseiros (After Burner, Castlevania, Golden Axe, Final Fight, Ghouls'n Ghosts, Shinobi, Space Harrier I e II, Strider 1 e 2, etc), lançados normalmente.

Porém, talvez o maior "charme" da plataforma eram seus jogos feitos por produtoras pequenas (ou às vezes até, por um grupo pequeno de programadores independentes), o que fez o Amiga 500 ter centenas de jogos bem "peculiares" e raros, muitos deles exclusivos. Encerro este artigo listando QUINZE destes jogos "estranhos", sejam eles exclusivos ou não do Amiga, mas que certamente hoje são desconhecidos do grande público, e trago aqui para que vocês passem a conhecer e admirar.




Danger Freak (1988): começando com este pequeno jogo, feito por um grupo de programadores, onde você controla um dublê de filmes de ação! São apenas 3 fases, onde você tem que pilotar vários veículos e escapar de obstáculos diversos, sendo que a primeira fase é a melhor e mais divertida de todas. Bem incomum, como se pode ver no vídeo acima.




It Came from the Desert (1989): um bizarro adventure de point-and-click que mistura alguns poucos momentos de tiro em primeira pessoa, aqui a história é digna de um filme B, onde uma pequena cidade em um deserto dos EUA é atacada por formigas gigantes. O jogo é bem difícil e uma corrida contra o tempo. Ou seja, se em pouco mais de uma hora em tempo real você não conseguir localizar e matar a formiga rainha, o jogo acaba e você terá que começar tudo novamente do zero, o que é um bocado frustrante.




Buffalo Bill's Wild West Show (1989): sabe aqueles jogos de competição com múltiplos eventos, para se jogar em vários jogadores, como Track & Field, California Games e Winter Games? Pois é, Buffalo Bill's Wild West Show é um destes, porém os "esportes" são baseados em atrações de shows itinerantes do Velho Oeste. São seis eventos: Lançamento de faca, Tiro de habilidade, Montaria de cavalo selvagem, Resgate de diligência, Laçada de bezerro e Luta de boi.




Parachute Joust (1990): quer um jogo absurdamente errado e politicamente incorreto? Achou! Neste jogo você e um adversário pulam de um avião com apenas um paraquedas. Então vocês dois ficam brigando no ar pela posse do paraquedas até que um consegue ficar com o objeto em definitivo e o outro jogador cai e morre. E o jogo é só isso! :O




Cruise for a Corpse (1991): no mesmo ano que lançou Another World, a francesa Delphine Software lançou esse jogo aqui, um adventure de point-and-click onde o objetivo é resolver um assassinado ocorrido dentro de um navio, ao estilo dos livros de mistério de Sherlock Holmes e Agatha Christie. Apesar de ser um jogo "lento" e com muitos diálogos, o game foi bastante elogiado pela crítica e certamente tem tudo para agradar os fãs de mistério policial.




Hugo (1991): era uma vez um personagem de TV chamado Hugo, criado na Dinamarca para ser a estrela de um jogo interativo onde as pessoas jogavam ao vivo valendo prêmios, controlando o personagem do game através do seu aparelho de telefone fixo (sim, nesta época das cavernas os aparelhos celular ainda não existiam)! Da Dinamarca, o programa de TV criado em 1990 se espalhou para o mundo, chegando até ao Brasil, onde foi transmitido pela TV CNT-Gazeta nos anos de 1995, 96 e 98. Com comandos simples, o objetivo era desviar Hugo de obstáculos, clicando no botão direcional nos momentos certos. O jogo foi adaptado para várias marcas de computadores, começando pelo Amiga em 1991, e depois indo também para os PCs, Macintosh e Commodore 64.




Jungle Boy (1991): um "clone" do clássico jogo Jungle Hunt (1983), que fez muito sucesso nos fliperamas e Atari 2600. Feito por um pequeno grupo de programadores, aqui podemos ver uma versão de Jungle Hunt "modificada" com gráficos e sons equivalentes aos dos videogames de quarta geração (16 bits).




Moonstone: A Hard Days Knight (1991): um jogo de luta com elementos de RPG considerado como um dos mais violentos já feitos até então. Comportando sempre 4 jogadores simultâneos (caso não houvessem 4 jogadores online, os restantes eram completados pela CPU), o jogo se alternava em 2 etapas: primeiro os jogadores escolhiam, ao mesmo tempo, em qual local do mapa iriam explorar. Escolhido, a segunda etapa era enfrentar os bizarríssimos monstros (ou um jogador adversário) que lá se encontravam e se vencer, recolher tesouros e ganhar pontos de experiência. Espalhados pelos locais do mapa haviam 4 chaves, que se unidas, revelavam o local da Moonstone, e quem a encontrasse, vencia a partida.




Agony (1992): jogo exclusivo para o Amiga, não a toa tirando desta potente máquina o máximo de seu potencial gráfico e sonoro. Aqui temos um jogo de tiro horizontal onde controlamos uma coruja contra os mais diversos inimigos, em sua maioria plantas e insetos gigantes. Agony possui uma qualidade gráfica e de trilha sonora comparáveis ao máximo atingido nessas categorias pelo Mega Drive e Super Nintendo.




Apidya (1992): outro jogo exclusivo para o Amiga, outro jogo de tiro horizontal, outro jogo de gráficos incríveis, outro jogo onde controlamos um animal, porém desta vez somos uma... abelha! Com fases e inimigos bem diversificados, Apidya é certamente um dos melhores e mais impressionantes shoot 'em up do Amiga 500.




Motörhead (1992): aqui temos um jogo da banda inglesa de heavy metal Motörhead. Trata-se de um beat'em up onde o jogador controla Lemmy, o vocalista do grupo, para resgatar os demais integrantes da banda, que foram sequestrados. Os gráficos são bons, mas o jogo é relativamente curto e fácil, com apenas um botão para golpe. A trilha sonora até é agitada, com várias batidas... mas sabe quantas músicas são do Motörhead? Nenhuma. E isso mesmo com o ok oficial da banda para lançamento do jogo. Maluquice pura.




Arabian Nights (1993): jogo de plataforma (com direito a alguns momentos de shoot 'em up horizontal quando você pilota um tapete voador) com tema nas "1001 Noites" e exclusivo deste sistema. O game certamente entra fica entre os melhores, de mais belos gráficos e trilha sonora do gênero no Amiga. O jogo parece que mistura Alex Kidd com Aladdin com Castle of Illusion; e as fases são consideravelmente curtas, mas que com isso permite bastante variedade. Muito bom!




Skidmarks (1993): tivemos algumas franquias famosas de jogos de corrida com vista "de cima pra baixo" nesta época, como por exemplo Super Off Road, Rock 'n' Roll RacingDeath Rally e Micro Machines. No caso do Amiga, os destaques ficam para as franquias Super Cars e este Skidmarks. Com jogabilidade simples, gráficos bem coloridos e com destaque para objetos geométricos em 3D, o jogo fez bastante sucesso, apesar de sua física "estranha".




Sleepwalker (1993): eis um jogo bem diferente. Você controla um fiel cachorro de nome Ralph e seu dono é um garoto sonâmbulo de nome Lee. Bem... Lee dorme e simplesmente sai andando para fora de casa. Seu objetivo é acompanhá-lo e evitar a todo custo que ele se machuque, desviando-o dos perigos. O jogo é absurdamente difícil, o que deve ter contribuído para que ele não ganhasse o gosto do público. Uma versão mais fácil e bem modificada dele foi lançada como sendo do personagem Eek! The Cat para o Super Nintendo.




Elfmania (1994): vamos agora ao primeiro e único jogo de luta da lista. Mais um jogo exclusivo do Amiga, e com gráficos de excelente qualidade. Em Elfmania é possível escolher entre 6 lutadores diferentes, todos elfos. Ao contrário dos jogos de luta clássicos, neste jogo os personagens não possuem golpes especiais acionados por combinações de botões: temos apenas golpes e ataques simples, comuns a todos os lutadores. E... um único movimento especial (e distinto) para cada personagem.

sábado, 26 de julho de 2025

Crítica - Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (2025)

Título
: Quarteto Fantástico: Primeiros Passos ("The Fantastic Four: First Steps", EUA, 2025)
Diretor: Matt Shakman
Atores principais: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn, Ebon Moss-Bachrach, Ralph Ineson, Julia Garner, Paul Walter Hauser, Mark Gatiss, Natasha Lyonne, Sarah Niles
Nota: 6,0

A Terra 828 é bem diferente e mais inocente que a nossa

Sendo o número 4 o mais importante para o Quarteto Fantástico, olhem só, eles acabam de estrear seu  filme (a ser lançado oficialmente) nos cinemas. Mas apesar de serem quatro filmes, as produções cinematográficas sobre o primeiro grupo de super-heróis da Marvel Comics (criado em 1961 por Stan Lee e Jack Kirby) só trouxeram os mesmos dois vilões até agora: Doutor Destino e Galactus, que se alternaram. Portanto seguindo a ordem, o vilão deste Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é Galactus.

Na história, que se passa na década de 60 de um planeta Terra de uma realidade paralela a nossa, a Terra 828, o Quarteto formado por Reed Richards (Pedro Pascal), sua esposa Sue Storm (Vanessa Kirby), Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) e Johnny Storm (Joseph Quinn), irmão de Sue, não apenas são os únicos super seres do mundo, como são praticamente os líderes não oficiais do planeta, admirados e amados por todos. Com a gravidez de Sue, a família mais famosa do mundo está preocupada com a chegada do futuro filho do Casal Fantástico, até que surge do espaço algo muito mais preocupante: a alienígena Surfista Prateada (Julia Garner) aparece com uma mensagem: "seu mundo será destruído por Galactus (Ralph Ineson) em breve. Não há o que vocês possam fazer. Aproveitem para se despedirem dos seus entes queridos".

A história de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos acaba sendo - e isso é um pouco frustrante - parecida demais com a do filme Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, de 2007. O que ele traz de novo (e positivo), então? Um visual belíssimo, deslumbrante, efeitos especiais muito bons, e melhores atores do que no filme de duas décadas atrás; em especial, reforçado pelas muito boas atuações de Pedro Pascal e Vanessa Kirby (ah, a competente atriz não tem nenhum parentesco com Jack Kirby rs).

Além de termos um roteiro com uma mesma história já contada antes, e repleta de piadinhas - que ora funcionam ora não, mas que estão lá principalmente para desviar o foco e tentar deixá-la diferente daquela do filme de 2007 - chama a atenção como a trama carece de conflitos. É impressionante como os habitantes da Terra 828 são todos alegres, compreensivos e colaborativos. É quase uma utopia.

Além disso, fora o casal Sr. Fantástico e Mulher Invisível, que tem um leve desenvolvimento dramático, os demais personagens não têm nem desenvolvimento nem drama. Por exemplo, o filme "insinua" que Johnny é mulherengo e isso lhe traria problemas, mas em geral isso não é visto; do mesmo modo, ele "insinua" que assim como nos filmes anteriores, o Coisa sofre com solidão e a aparência do seu corpo; mas na prática, as cenas mostram o oposto.

Em linhas gerais, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é feito para agradar os olhos e ouvidos. Uma trilha sonora heróica e persistente, um visual limpo, sempre bonito, organizado e colorido. E funciona! Acho muito difícil alguém assistir este filme e não sair dele entretido e / ou feliz.

O problema é que debaixo desta bela embalagem não sobra muito conteúdo. A Marvel fez seus malabarismos para, através de um novo visual, tentar trazer algo novo. Mas, em termos de roteiro, o resultado é raso e, o pior de tudo, continua sendo mais do mesmo. Nota: 6,0.


PS: o filme possui duas cenas pós créditos. A primeira, já no começo, mostra uma cena com um "gancho" para futuros filmes da Marvel. Já a segunda, ao final de todos os créditos, é precedida de um letreiro que explica rapidamente o motivo daquela Terra ter o número 828; depois disso, vamos a cena em si, que nada mais é que um comercial em desenho animado "vintage" dos nossos heróis. Descartável.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Confira: OITO das melhores histórias do Superman nos quadrinhos! (e mais 2 bônus!)


Aproveitando a chegada do Superman nos cinemas, listo aqui algumas das que considero as melhores histórias do Azulão nos quadrinhos em todos os tempos. E como até hoje foram oito filmes, nada mais justo que trazer oito recomendações!

Para facilitar a vida de vocês, meus leitores, a lista irá trazer apenas histórias que já saíram em encadernados, minisséries, ou edições especiais. Assim fica muito mais fácil encontrar estas revistas para comprar (elas são sempre republicadas), ou mesmo as ler na internet. Vamos então à lista, que se encontra em ordem cronológica de publicação:


1) O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (1986)

(Superman #423 e Action Comics #583 - Roteiros:Alan Moore; Desenhos:Curt Swan)

Comecemos com uma pequena saga de duas edições que é tão especial e histórica, que já foi publicada separadamente como encadernado em diversas ocasiões.

O ano era 1986. A DC Comics iria fazer a maior reformulação de sua história: o evento Crise nas Infinitas Terras, que pela primeira vez, iria reiniciar a cronologia de todas as suas revistas. O que significava que assim como todos os outros títulos da editora, as revistas do Superman iriam "acabar" e reiniciar suas histórias do zero. John Byrne já estava contratado e pronto para assumir as histórias do Kryptoniano assim que o reboot terminasse. Então os editores do Homem de Aço tiveram uma idéia: chamar alguém "muito bom" para fazer "a última história do Superman". E eles trouxeram "apenas" o britânico Alan Moore, que pra mim é o melhor escritor de revistas comics de todos os tempos.

A história - a qual começa com o texto dizendo ser "fictícia" - mostra os últimos dias de nosso herói, onde ao mesmo tempo ele enfrenta vários de seus inimigos e se despede de seus principais amigos de tantas décadas. A história é comovente e um bocado melancólica (vários personagens morrem), e ao mesmo tempo, surpreendente. Ainda que não seja algo espetacular, foi algo de fato inovador e o fim de uma era, o ponto final dos primeiros 48 anos de quadrinhos do Homem de Aço.


2) Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche (1994)

(Superman/Doomsday: Hunter/Prey #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Claro que o arco de histórias A Morte do Superman, publicado em 1993, é muito mais conhecido e importante. Na verdade, foi um evento marcante, chocante, um fenômeno cultural. Foi a primeira aparição do vilão Apocalypse e, de certa forma, a primeira e mais duradoura "morte" do Homem de Aço até então. Mas... como roteiro a trama deixa um bocado a desejar: pouco ficamos sabendo sobre Apocalypse, tudo é muito corrido, mal acompanhamos o ponto de vista do nosso herói, e a luta entre ele e o Super-Homem também ficou longe de ser épica como deveria.

Super-Homem Versus Apocalypse - A Revanche corrige tudo isso. A primeira vez que eles se reencontram desde A Morte é justamente nesta minissérie, pouco comentada nos dias de hoje, mas que gosto muito. Não somente ela explica em detalhes as origens e motivações deste vilão, como principalmente, ele é elevado a tal nível que torna o sacrifício do Superman ao "derrotá-lo" algo ainda mais impressionante. Como outros pontos positivos, é também uma divertida aventura espacial, e vemos nosso herói lidar e refletir sobre responsabilidade, morte e medo. Também gosto da ousada solução encontrada aqui para derrotarem Apocalypse "definitivamente", por mais Deus ex machina que ela possa parecer. Infelizmente, entretanto, a solução não durou muito e este inimigo do Super-Homem já reapareceu em suas histórias muitas outras vezes depois desta trama. Mas isso já é outro problema...


3) Super-Homem versus Aliens (1995)

(Superman Vs Aliens #1 a 3 - Roteiros e Desenhos: Dan Jurgens)

Dan Jurgens era "o" cara responsável pelo Superman desde 1991, e aqui está ele novamente, escrevendo uma das melhores histórias do Super-Homem, e isso mesmo sendo um crossover com a franquia Alien.

A história não traz muitas surpresas, porém eu escrevo isso como elogio, pois ela é exatamente tudo que um fã de Superman e de Alien gostaria de ver, unificado, em uma mesma história. Temos então uma história característica de resgate do universo de Alien, onde uma nave interplanetária da Lexcorp (e não da Weyland Corp) pede socorro e o Super-Homem vai ao resgate. A tensão da trama é construída de maneira muito bem feita; no começo, o kryptoniano não sabe os horrores que vai testemunhar e ainda está em plenas forças. Porém, com o passar da história, ele vai enfraquecendo sem a luz do sol, e junto com os demais sobreviventes, vai sofrendo e presenciando situações cada vez mais difíceis.


4) O Reino do Amanhã (1996)

(Kingdom Come #1 a 4 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Alex Ross)

Trata-se de uma pequena trapaça nesta minha lista, já que não se trata de uma história exclusiva do Superman, e sim, de todos os heróis do Universo DC. Ainda assim, ele é um dos personagens centrais da trama, e é por isso que entendo ser muito justo que esta revista apareça por aqui.

O Reino do Amanhã é certamente uma das melhores histórias de super-heróis em mundo alternativo já criadas até hoje. Baseada em um futuro hipotético onde a maioria dos heróis que conhecemos já está aposentada, os supers da "nova geração" são egocêntricos e violentos; sim, eles fazem seu trabalho de "derrotar os bandidos", mas agem sem nenhuma empatia e defendem um modo de vida semelhante ao fascismo. É em meio a este contexto que o Super-Homem resolve reagir, voltar à ativa, e relembrar a todos os verdadeiros significados de heroísmo e justiça. Se prepare para momentos cinematográficos, marcantes e emocionantes, e com discussões bem alinhadas com o mundo real.


5) Superman: As Quatro Estações (1998)

(Superman For All Seasons #1 a 4 - Roteiro: Jeph Loeb; Desenhos: Tim Sale)

Cada um dos 4 capítulos, representado por uma estação do ano, é narrado por uma pessoa diferente: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, sendo que o "clima" das estações reflete os acontecimentos de cada parte.

Não é exatamente uma história de origem, mas sim a história dos primeiros anos de um inexperiente e perdido Superman. O Super-Homem de Loeb é bem um "menino do interior" aprendendo a lidar com o "baque" de ser adulto em uma metrópole (e lutar contra um invejoso Luthor, claro), sensação reforçada pelos desenhos ao estilo retrô de Tim Sale, que parecem serem pintados com giz de cor (pelo colorista Bjarne Hansen), e que com certa frequência nos traz lindas cenas de apenas um quadro em página dupla. Uma oportunidade de ler, tanto nos textos quanto nos desenhos, algo diferente e "moderno-vintage".


6) Superman - O Legado das Estrelas (2003)

(Superman: Birthright #1 a 12 - Roteiros: Mark Waid; Desenhos: Leinil Francis Yu)

Criado originalmente para ser uma história não-canônica do Superman, no fim a DC optou por lançá-la como canônica, provavelmente devido sua ótima qualidade. O que não foi algo pequeno, pois estávamos diante da primeira versão de origem do Século XXI para o herói, reescrevendo a anterior, criada por John Byrne nos remotos anos 80!

O Legado das Estrelas traz uma história de origem bem mais moderna e dinâmica, além de fazer algumas importantes alterações da versão anterior de Byrne. Por exemplo, os habitantes de Krypton deixam de ser seres sem emoção, e Lex Luthor volta a ter passado sua infância em Smallville, onde inclusive conheceu Clark Kent. A história não apenas mostra as primeiras aventuras de Clark como herói, como também a origem de Luthor, e sua transformação para o ser de puro ódio e amargura de hoje.

Foi deste quadrinho que Zack Snyder mais se inspirou para fazer seu filme O Homem de Aço (2013), embora entre ambos há um grande diferença: no filme, há a presença de General Zod e outros kryptonianos; na HQ, o único vilão é Lex Luthor. Outra curiosidade: embora não isto não esteja descrito explicitamente em O Legado das Estrelas, é nela que o "S" do emblema do peito do herói é re-significado pela primeira vez como "Esperança" na mitologia do Superman.


7) Grandes Astros Superman (2006)

(All-Star Superman #1 a 12 - Roteiros: Grant Morrison; Desenhos: Frank Quitely)

E agora vamos para o ápice, aquela que provavelmente é a melhor história do Super-Homem de todos tempos, e certamente a melhor história escrita pelo reverenciado escocês Grant Morrison.

Na trama, Superman descobre que vai morrer em um ano, e então decide fazer uma série de 12 realizações pra deixar como legado. A minissérie é uma grande homenagem à toda a carreira do Homem de Aço, e ao longo da história, nosso herói encontra vários de seus inimigos, em alguns casos de maneira "conclusiva".

Grandes Astros Superman traz vários momentos de grande beleza e sensibilidade, também ampliados pelos belos, "limpos" e incomuns desenhos de Frank Quitely. Também é curioso e diferente a maneira com que Superman é retratado nesta obra, que se passa em um mundo a alguns anos no futuro: ele é representado como um ser quase perfeito, sendo também superinteligente.


8) Superman: Brainiac (2008)

(Action Comics #866 a 870 - Roteiros: Geoff Johns; Desenhos: Gary Frank)

Encerrando a lista, outro arco de histórias que foi publicado originalmente na revista regular do herói, mais especificamente na Action Comics, durante a fase de Geoff Johns, o roteirista principal deste título entre 2006 a 2009.

Brainiac começou sua carreira nas HQs apenas como uma entidade alienígena que controlava a mente das pessoas, mas com o passar das décadas, se transformou em um dos mais poderosos e importantes antagonistas do Superman, inclusive com ligação direta ao passado do planeta Krypton, deonde ele "roubou" e miniaturizou uma cidade inteira: Kandor. Em Superman: Brainiac não apenas a história da captura de Kandor é recontada, como também vemos Brainiac em sua mais poderosa versão até então. Outro destaque são os desenhos de Gary Frank, que além de excelentes, desenha os rostos de alguns dos personagens para serem iguais aos dos atores dos filmes do Super-Homem dos anos 70-80. Clark e Lois estão respectivamente idênticos a Christopher Reeve e Margot Kidder!

E não para por aí: nesta história também vemos de maneira bem emocionante a morte do pai de Clark Kent. Como curiosidade, não foi a primeira e nem a última vez que ele morreu nas HQs. A cada reboot do Homem de Aço, após anos de histórias, as vezes ambos os pais do personagem morrem, ou nenhum, ou apenas o pai. Aliás, um ano após deixar as revistas mensais do personagem, Geoff Johns voltou em 2010 com a minissérie Superman - Origem Secreta, que recomeça a história do herói, e... (que novidade...), acaba trazendo Jonathan Kent de volta.



Bônus 1) Superman, Campeão dos Oprimidos (1938)

(Action Comics #1 - Roteiros: Jerry Siegel; Desenhos:Joe Shuster)

Dentre as várias histórias que estavam dentro da revista Action Comics #1, lançada em Abril de 1938 (ainda que na capa aparecesse Junho de 38), a primeira e principal delas era a estréia de Superman para o mundo. Sendo Siegel e Shuster descendentes de imigrantes judeus, ambos de famílias humildes e vivendo em plena Grande Depressão, não chega então a ser surpreendente ver que o Superman original também fosse um imigrante (no caso, de outro planeta), e que estivesse mais preocupado em salvar o cidadão oprimido comum.

Em sua primeira história, com apenas 13 páginas, Superman impede que uma mulher seja erroneamente executada no corredor da morte; depois salva outra mulher que iria apanhar do violento marido; resgata Lois Lane de um grupo de mafiosos; e finalmente, flagra um senador em um ato de corrupção.

A capa da revista não é esta ao lado, e sim a parte central da imagem principal (e inicial) deste artigo. Como se pode notar pelas 2 capas ao seu redor, trata-se de uma das cenas mais homenageadas da história das HQs, inclusive pelas editoras rivais. O motivo pelo qual coloquei a imagem de Superman: Antologia aqui é porque das mais de 10 vezes que esta história foi republicada no Brasil, a ocorrência mais recente foi dentro dela, em 2020.


Bônus 2) Massacre em Metropolis! (1994)

(Superman #92 e Adventures of Superman #515 - Roteiros: Dan Jurgens e Karl Kesel; Desenhos: Dan Jurgens e Barry Kitson)

Massacre é um supervilão psicopata, caçador de recompensas alienígena, com poderes energéticos e superforça, que o Super-Homem conheceu em suas primeiras histórias pós retorno da morte de 1994. Eu gosto bastante do conceito deste personagem, da maneira inteligente que o Superman o derrota, e da maneira doente - mas plausível - que a história se encerra. Infelizmente o vilão Massacre (que curiosamente também tem exatamente este nome no inglês original) apareceu em algumas poucas revistas da década de 90 para ser (pelo menos até agora) abandonado de vez.

Aqui no Brasil esta história em duas partes denominada Massacre em Metrópolis foi publicada na revista mensal Super-Homem #141, da editora Abril, em Março de 1996. É a sua capa que vemos na imagem ao lado.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Crítica - Superman (2025)

TítuloSuperman (idem, EUA, 2025)
Diretor: James Gunn
Atores principais: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult, Edi Gathegi, Anthony Carrigan, Nathan Fillion, Isabela Merced, María Gabriela de Faría, Skyler Gisondo, Wendell Pierce, Sara Sampaio, Frank Grillo, Alan Tudyk
Nota: 7,0

Não é ótimo, mas é bom, importante, e com várias surpresas

A espera acabou! Depois de muita expectativa e material promocional, foi data a largada para a nova fase da DC Comics nos cinemas, agora capitaneada por James Gunn. E já começo parabenizando ele, diretor e roteirista deste Superman, pelo fato de que apesar da divulgação de trailers com 100% de cenas reais do filme (sendo um deles uma versão estendida de 5 minutos), ter me surpreendido bastante com a trama apresentada, bem diferente do que eu imaginava.

A história começa com letreiros... ficamos sabendo que há 3 semanas atrás o Superman (David Corenswet) impediu a Borávia de invadir Jarhanpur (duas nações fictícias), e que neste momento ele acaba de sofrer sua primeira derrota em batalha. E então começam as imagens: o vemos, já muito machucado, na Antártida se arrastando até a Fortaleza da Solidão para se recuperar. Não demora muito para descobrimos que Lex Luthor (Nicholas Hoult) está por trás de tudo isso...

James Gunn traz em seu roteiro, como motivações de Luthor para derrotar Superman, uma soma de narcisismo com xenofobia com oportunidade de enriquecer a qualquer custo. E o faz de maneira muito bem feita, também traçando paralelos com a vida real, especialmente com Trump e a extrema direita estadunidense. Portanto, há um casamento perfeito quando Lex usa tantas vezes a palavra "alien" em seus discursos de ódio (mesma palavra que Trump usa atualmente para descrever imigrantes ilegais), e há também um destaque em Luthor manipulando as mídias sociais com "robôs" e desinformação.

E por falar em mídias sociais, antes que vocês sejam enganados pelas mídias sociais do mundo real, as críticas que Superman faz à extrema direita são de fato as mais explicitas que já vimos em um filme até hoje. Porém, param no parágrafo que escrevi acima. Como um todo, politicamente, o filme é até "bem comportado". Ele não procura se envolver em polêmicas. "Ah, mas ele é claramente anti-guerra e mostra os empresários ricos como malvados"... Sim. As histórias do Superman são assim desde seu nascimento, há mais de 80 anos atrás... Então falar que o filme é "woke" e etc é puro mimimi...

Superman também traz bons efeitos especiais e boas lutas, mas... são bem menos lutas do que eu esperava. A que mais gostei sequer teve a participação do Homem de Aço, aliás... foi uma luta solo do Senhor Incrível (Edi Gathegi). Também para minha surpresa - por se tratar de um filme de James Gunn, o filme poucos momentos cômicos. Inclusive, o primeiro terço do filme é psicologicamente bem tenso, o que imagino deverá causar um certo incômodo em boa parte do público que, sendo fã de filmes de super-heróis, não está acostumado com isso.

Falando de atuações e personagens, enfim temos Lex Luthor digno! O personagem é bem escrito, e a atuação de Nicholas Hoult é muito boa! Já o Superman... David Corenswet não é lá um grande ator, mas pelo menos agora vemos de volta um Super-Homem que é bondoso e ingênuo; eu gostava de Henry Cavill no papel... mas na verdade a versão de Zack Snyder para o Superman era infelizmente um personagem de muita ação com poucos sentimentos ou profundidade. E Lois Lane (Rachel Brosnahan): a atriz também está muito bem no papel; já a personagem é... diferente do que estamos acostumados a ver nas últimas décadas. Ela é inteligente como sempre, porém ao invés de enérgica e falante, vemos uma Lois um pouco mais introvertida e sábia.

Encerrando os pontos fortes do filme, Superman também consegue trazer bons momentos emotivos, trabalhando bem os momentos heróicos, os momentos "família", e os momentos românticos.

Mas... o filme também tem seus problemas. E não são poucos. Para começar, a trama em Superman é um pouco confusa e pouco coesa. Por exemplo, as cenas emocionantes e as ótimas atuações que elogio nos dois parágrafos acima... elas nem sempre se encaixam; o filme peca bastante pela falta de ritmo. É como se individualmente, Superman fosse bem sucedido em nos transmitir seu otimismo e esperança; porém no filme como um todo, não. Falta harmonia.

Eu imagino que parte da "culpa" por este desarranjo é que assim como o filme Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), este aqui também teve que em paralelo apresentar novos personagens e iniciar um novo universo. Por isso mesmo que além do Superman, aqui também temos mais 4 super-heróis (Mulher Gavião, Lanterna Verde, Senhor Incrível e Metamorfo). O filme consegue ser bem sucedido ao dar um bom destaque a muitos de seus vários personagens, inclusive seus vilões. De qualquer forma, aqui tivemos o clássico "mais é menos".

Também entendo que há um grande exagero nas tecnologias desenvolvidas por Lex Luthor. Elas são tão avançadas que sinceramente fica difícil acreditar que o Superman, ou qualquer outro herói, poderia derrotá-lo. Outros problemas: as lutas que ocorrem dentro do "universo de bolso" são péssimas, não fazem sentido e mal dá para enxergar alguma coisa (aliás muito deste "mini universo" é sofrível); ao longo de todo o roteiro temos várias "pequenas cenas" que só foram inseridas para criar efeito cômico ou heróico e são bem pouco críveis... só dá mesmo para dar um desconto porque, afinal, estamos falando de um filme de um super-herói de quadrinhos.

Somando prós e contras, o saldo de Superman é positivo. Um bom filme, que resgata os conceitos clássicos do herói, e se faz relevante por, ao mesmo tempo, dar um importante recado político e por ser um promissor pontapé para o novo universo de heróis da DC nas telonas. Nota: 7,0.


PS: o filme possui duas cenas pós créditos. A primeira, já em seu começo, dura apenas alguns segundos e é mais um "pôster" do que uma cena propriamente dita; já a segunda, ao final de tudo, é uma cena cômica que sinceramente, não valeu toda a espera. Entretanto, há de elogiar que ambas as cenas são autocontidas, ou seja, se referem ao próprio filme, e não são como as antigas cenas pós-créditos que a DC fazia (e a Marvel continua fazendo), que são propagandas de filmes futuros.

PS 2: Superman faz uma citação à Supergirl que é referência direta ao que acontece na excelente HQ Supergirl: Mulher do Amanhã, que já elogiei aqui no blog algumas vezes. Lembrando que o filme da Supergirl, que está previsto para 2026, originalmente também se chamava Supergirl: Mulher do Amanhã, mas agora foi reduzido oficialmente para apenas "Supergirl". Ainda assim, a referência aumenta a minha esperança para que o futuro filme tenha sim muito desta ótima obra. Fico na torcida.

PS 3: Will Reeve, filho mais novo do falecido Christopher Reeve, o primeiro e mais famoso dos Super-Homens dos cinemas, pediu a James Gunn para fazer uma participação neste novo filme e foi prontamente atendido. Ele, que é repórter de TV na vida real, também aparece neste papel em Superman. Ele aparece bem rapidamente em algumas cenas, e a maior delas, é a da foto que reproduzo abaixo. Quando eu fui ver Superman, não sabia dessa curiosidade. Caso você esteja lendo isso aqui ANTES de ver o filme, aproveite a oportunidade para jogar um "Onde está Will?" enquanto estiver no cinema. :)


PS 4: (atualização em 12/07): após ler hoje mais matérias e repercussões sobre o filme, me dei conta que a guerra de Borávia com Jarhanpur têm mais paralelos com guerra entre Israel e a Palestina do que percebi enquanto assistia Superman. Nada muito explícito, mas estão lá. Isto muda um pouco uma frase que disse na minha crítica, que o filme "não procura se envolver em polêmicas". E torna a obra ainda mais relevante.

PS 5: (atualização em 25/07): sabiam que o cachorro Krypto, um dos personagens mais queridos do público, para minha surpresa, é 100% digital? Pois é... isto me gerou sentimentos mistos... a decepção por ele não ser real, e o encanto pela tecnologia estar tão perfeita. Krypto teve sua "personalidade" baseada em Ozu, cachorrinho que o diretor James Gunn adotou enquanto escrevia o roteiro do filme; também dele foram feitas capturas de movimentos. Durante as filmagens, para interagir com os atores, foram usados humanos fantasiados, e também uma cadela de nome Jolene.

PS 6: continuando com o tema animaizinhos: a cena de Superman resgatando o esquilo teve uma rejeição considerável em exibições teste do filme, e por isso o estúdio chegou até a testar cópias sem a cena. Porém após ver o filme deste jeito, James Gunn sentiu "algo faltando", e por entender que seu filme precisava sim preservar a cena para que o público infantil visse que o herói também salva esquilos, bateu o pé e colocou-a de volta, mesmo indo contra as reclamações dos testes e de parte da própria equipe.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Crítica Netflix - The Old Guard 2 (2025)


Título: The Old Guard 2 (idem, EUA, 2025)
Diretora: Victoria Mahoney
Atores principais: Charlize Theron, KiKi Layne, Matthias Schoenaerts, Marwan Kenzari, Luca Marinelli, Chiwetel Ejiofor, Veronica Ngo, Henry Golding, Uma Thurman
Nota: 4,0

Seqüência não faz nada certo e enterra franquia (que a Netflix quer continuar)

Após quase exatos 5 anos depois da estréia de The Old Guard (2020) na Netflix, temos sua continuação, com praticamente mesmo elenco mas com nova diretora. The Old Guard 2 até tinha alguma razão para existir, já que o filme anterior deixou alguns ganchos enormes que justificariam sua continuação.

Mesmo retornando justamente por esses "ganchos", The Old Guard 2 já começa errando em não se preocupar em explicar o que aconteceu antes, o que deixa tudo bastante confuso para quem não viu o filme anterior, e em menor escala, para quem viu mas já esqueceu dos detalhes (afinal, repito, já se passaram 5 anos!).

Então eu ajudarei a relembrar: estamos em um universo onde nossos personagens são os "Imortais", pessoas com milênios de idade, que não morrem por ter uma recuperação a ferimentos ultra rápida (eles podem até ter a cabeça decepada que não tem problema) e que atuam nas sombras ajudando a humanidade em situações de injustiça.

Porém no filme anterior, Andrômaca, ou "Andy" para os íntimos (Charlize Theron), a líder e mais velha do grupo, perdeu sua imortalidade. Além disso, Booker (Matthias Schoenaerts), outro imortal de seu grupo, os traiu e foi banido. O filme começa com Quynh (Veronica Ngo), outra imortal, sendo resgatada do fundo mar após 500 anos em um eterno ciclo de morrer e reviver afogada por uma mulher misteriosa (interpretada por Uma Thurman). Basicamente a partir daí Quynh e Uma Thurman se unem para fazer o mal contra a humanidade e destruir o grupo de Andy.

A verdade é que mesmo com o primeiro filme feito para se ter uma continuação, pelo que vimos do roteiro, esta não estava muito bem planejada, já que a nova história nos traz alguns retcons (bem ruins aliás) e um argumento fraco, que para ser interessante deveria ter sido contado em no máximo uma hora. Porém The Old Guard 2 tem quase 2 horas de duração, e é preenchido com diálogos piegas e cenas de ação apenas medianas que não fazem o menor sentido. Por exemplo, perto do final do filme, o grupo de heróis invade um local fortemente protegido e com seguranças fortemente armados. Assim que eles chegam, todos os inimigos jogam as armas no chão e resolvem "sair no braço" (?????). A explicação que o roteiro dá? "O líder deles é um babaca". Não vou mais comentar por respeito à sétima arte.

Meu horror ao roteiro só não é maior pois The Old Guard não é uma obra original, e sim, a adaptação de uma série de quadrinhos. E se há uma mídia onde retcons são comuns são nas HQs. Portanto, talvez essas várias decisões ruins tenham vindo da obra original e não dos "roteiristas".

E como não há nada que seja ruim suficiente que não possa piorar, a história The Old Guard 2 não acaba ao final do filme! Será necessário ter um filme 3 para concluir o que se começou aqui. Por enquanto The Old Guard 2 vai bem de audiência, mas estamos na sua semana de estréia. Após as pessoas lerem (as justas) críticas detonando o filme, talvez isso mude. Vamos ver se no final das contas a audiência será suficiente para justificar ou não um fim da trilogia e continuar a alimentar a indústria da quantidade ao invés da qualidade. Nota: 4,0

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #044 - Sabia que Garfield nasceu como coadjuvante de Jon? Aprenda esta e outras curiosidades sobre o gato mais preguiçoso do mundo!


Vocês sabiam que o gato Garfield, criação máxima do cartunista Jim Davis, na verdade começou sua carreira como um mero coadjuvante de seu dono Jon Arbuckle? Pois é... Vamos conhecer melhor esta história.

Oficialmente, a primeira tirinha de Garfield é esta que vemos abaixo, publicada em 19 de junho de 1978 simultaneamente em 41 jornais dos EUA.


Porém, antes desta estréia, desde 1976 Jim Davis escrevia para alguns jornais uma tirinha de quadrinhos chamada Jon... e olhem só como foi a tira inaugural de Jon, publicada na Pendleton Times em 8 de Janeiro de 1976...

Ou seja... Garfield estava presente desde o primeiro quadrinho de Jon. E a conclusão: a primeira tirinha de Garfield foi uma modificação da primeira tirinha de Jon, assim como a série de quadrinhos de Garfield como um todo, também foi uma simples modificação / evolução dos quadrinhos de Jon!

A mudança do nome de Jon para Garfield foi uma decisão editorial, justamente quando Jim Davis conseguiu um contrato para que sua obra fosse publicada a nível nacional; Jon era publicado quase totalmente em jornais da região onde ele morava, no estado de Indiana.

E agora que você já está ciente desta grande surpresa, vamos a mais algumas curiosidades sobre nosso querido gato adorador de lasanhas:


1 - Garfield aprendeu a andar em duas patas com o Snoopy (ou quase isso)

No começo Garfield andava como um gato comum, ou seja, com as quatro patas. E o Garfield que conhecemos hoje tem um estilo bem mais antropomórfico, com ele andando "em pé", sobre as patas traseiras. Esta "transformação" ocorreu graças a ajuda de Charles Schulz, o criador de Snoopy.

Segundo Jim Davis, ele estava em Los Angeles para fazer o primeiro especial de TV de Garfield, e tinha o desejo que Garfield se levantasse e dançasse durante os créditos iniciais, o que simplesmente não estava funcionando. Porém Charles Schulz estava trabalhando em uma sala ao lado, e ao saber do ocorrido, resolveu ajudar seu amigo de profissão: "Isso é porque você deu a ele esses pezinhos de gato". Schulz explicou que foi justamente para que Snoopy pudesse ficar de pé, ele lhe deu pés grandes, iguais aos dos humanos. Foi então que Garfield ganhou as patas traseiras grandes que conhecemos hoje, e tudo mudou.


2 - A tirinha de Garfield quase não sobreviveu ao seu primeiro ano de publicação

Lembram que eu disse que Garfield estreou simultaneamente em 41 jornais estadunidenses? Pois é, acontece que em vários deles, a estréia ocorreu nos moldes de "período de testes", onde as tiras são publicadas gratuitamente por alguns meses. Após o fim deste tempo, vários jornais não quiseram continuar com o trabalho de Jim Davis, incluindo-se aí o maior destes, o Chicago Sun-Times. Felizmente os leitores se revoltaram e começaram a reclamar para estes jornais, que acabaram cedendo. Especialmente no caso do Chicago Sun-Times, quando Garfield re-estreou por lá, foi através desta tirinha exclusiva para o jornal (ver acima), referenciando o apoio dos fãs.


3 - Motivos para Garfield amar lasanha


Já nos primeiros anos da tirinha, aprendemos que antes de ser adotado por Jon, Garfield nasceu e viveu em uma cozinha de um restaurante italiano, o Mamma Leoni's. Foi lá, portanto, que ele desenvolveu seu gosto por massas em geral, especialmente pela lasanha, seu prato favorito. Jim Davis comenta que também adora lasanha e colocou isso em Garfield pois considerou engraçado ter um gato que gostasse deste prato. Porém, depois passou a ouvir das pessoas com frequência que seus gatos também adoravam lasanha.

Eu não sei o que se passa na cabeça dos estadunidenses para ficar dando lasanha para seus gatos... mas para quem estiver lendo isso aqui, não... isso não é nada recomendável.


4 - O cachorro Odie não era originalmente de Jon, e sim de Lyman (quem?)

Bem no começo da tira, Davis decidiu que queria um outro personagem para que Jon pudesse conversar, além de Garfield. Eis então que surge Lyman, amigo de Jon que passa a morar com ele após sofrer alguns contratempos. E junto com Lyman veio seu cachorro de estimação, Odie. Porém com o passar do tempo Jim percebeu que não precisava de outro humano, e então Lyman foi aos poucos aparecendo cada vez menos nas histórias. Sua primeira aparição nas tiras de 1983, em Abril, foi também sua última nas tirinhas de Garfield. Neste mesmo ano, Odie também já seria "incorporado" como mascote de Jon.

O curioso é que o "sumiço" de Lyman nunca foi comentado ou explicado nas tiras de Garfield... Jim Davis simplesmente parou de desenhá-lo e pronto. O que acabou virando uma certa piada interna entre os fãs do famoso gato: "o que poderia ter acontecido?".

Bem, para o Halloween de 2002 foi lançado no website oficial de Garfield um jogo Flash de nome Garfield's Scary Scavenger Hunt, um jogo de aventura point-and-click temático para aquela celebração, onde a casa de Garfield ficou assombrada e os jogadores controlavam o gato para encontrar nela 7 itens escondidos (doces para comer, é claro!!). De maneira bem-humorada, o jogo trazia uma mórbida surpresa: ao entrar no porão... bem, lá estava Lyman, acorrentado e mantido como refém durante este tempo todo...




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

sábado, 28 de junho de 2025

NOVE ótimos jogos de Carta ou Tabuleiro que conheci na Covil-Con e DOFF 2025


Tenho falado pouco sobre Jogos de Tabuleiro aqui no Cinema Vírgula... tirando o artigo que fiz este ano no Dia Internacional da Mulher, antes disto só tinha escrito algo a respeito em Fevereiro de 2024(!). Portanto, resolvi trazer aqui alguns jogos que conheci recentemente nos eventos da Covil-Con 2025 e Diversão Offline 2025 (vulgo DOFF) e apresentá-los a vocês, já que gostei muito.

Ah sim. A relação abaixo tem mais algumas particularidades: só listei jogos que já foram lançados no Brasil, e que além disto, para dar um ar maior de "novidade" à lista, que foram publicados aqui no ano passado ou neste ano de 2025. Vamos a eles!



Everdell Farshore (2 a 4 jogadores, Galápagos Jogos)


Jogo derivado do queridinho e muito bem sucedido Everdell, aqui também temos um jogo que ao mesmo tempo une alocação de trabalhadores com coleção e construção de cartas. Se em Everdell você coleciona trabalhadores e construções com tema de floresta, em Everdell Farshore o tema é marítimo. O jogo é belíssimo e requer certo espaço na mesa. É um game onde se usa bastante estratégia, não é para iniciantes mas também não é muito complexo, ou seja, um jogo médio e ao mesmo tempo muito gostoso para jogar.

Nunca joguei o Everdell original, mas quem jogou diz que o Everdell Farshore é melhor que ele, porém inferior ao Everdell quando acrescido de algumas expansões. O jogo custa cerca de R$ 370 na versão "normal" (com componentes de papelão) e cerca de R$ 750 na versão para colecionador (com componentes de plástico, como no da foto acima).


Faraway (2 a 6 jogadores, Across the Board)


Jogo de cartas quadradas bem bonitas com tema de civilizações mesoamericanas, na partida cada jogador terá que escolher e baixar 8 cartas, tentando fazer o maior número de pontos possíveis. As cartas podem dar pontos, desde que os requisitos de recursos sejam cumpridos. E aí vem onde o jogo é diferente: os recursos são válidos em ordem inversa que você baixa as cartas. Ou seja, se você quiser que um recurso seja válido para as suas 6 primeiras cartas, você deverá baixá-lo como sendo a 7ª carta. Em outras palavras, para pontuar bem, você baixa cartas que dão muitos pontos e necessita vários recursos nas primeiras rodadas, e aí sai correndo atrás destes recursos nas rodadas seguintes, sem ter a garantia de que vai consegui-los. Parece complicado, mas não é. O jogo é "diferentão" e divertidíssimo. Seu preço? Cerca de R$ 130.


Finspan (1 a 5 jogadores, Grok Games)


Outro um jogo da família do excelente e famoso Wingspan (2019), que você coleciona aves. Em 2024 foi lançado o Wyrmspan que ainda não joguei, que você coleciona dragões. Já aqui em Finspan você coleciona... peixes! Dos três jogos citados, Finspan é o mais barato, de regras mais simples e de menor duração, embora que tanto em tempo como em complexidade, a diferença entre eles não é tão grande.

Finspan é muito gostoso de jogar, e igualmente como seus irmãos, fica muito bonito na mesa. A mecânica de "mergulhador" para explorar o oceano casa bem com o tema do jogo e o "fator sorte" agora praticamente não existe, o que me agrada. Como único defeito, o tabuleiro para cada jogador ocupa um espaço considerável. Portanto, principalmente se você for jogar em 3 ou mais jogadores, vai precisar de uma mesa grande. O jogo pode ser comprado por cerca de R$ 340.


Intarsia (2 a 4 jogadores, Across the Board)


Trata-se da nova empreitada de Michael Kiesling, o designer criador do jogo de tabuleiro Azul (e de suas várias variações). Aqui continuamos a escolher e colocar peças em nosso tabuleiro, porém ao invés de montar um belo vitral, nossa missão é finalizar o chão de nossa cafeteria francesa. Como grande novidade, além da pontuação quando se colocam novas peças no tabuleiro, há uma corrida por pontos cumprindo dezenas de fichas-missões, que ficam a disposição para todos os jogadores. O jogo deverá estar disponível nas lojas a partir de Julho, por volta de R$ 350.


Mala & Cuia (2 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo nacional da lista é um party game que pode ser jogado tanto em modo cooperativo como competitivo. Em ambos os casos, o seu objetivo é o seguinte: adivinhar, dentre todos os itens que estão sorteados na mesa, 4 que seu adversário iria levar em uma situação inusitada que é lida na carta de "missão" da rodada. O jogo rende muitas risadas e surpresas, claro. Foi lançado e esgotado durante o DOFF, mas em breve chegará as lojas novamente, pelo preço de R$ 150.


Mesos (2 a 5 jogadores, Grok Games)


Apesar de ser um jogo que tem basicamente apenas cartas como componentes, é como se ele fosse um jogo de tabuleiro, da escola européia (estratégia, administração de recursos). Aqui cada jogador é o líder de uma tribo pré-histórica do mesolítico e tenta evoluí-la. O mais legal do jogo é esta trilha ao centro da imagem acima, que decide a ordem em que os jogadores poderão comprar novas cartas. Veja: como as compras ocorrem da esquerda para a direita, quem compra primeiro (pode escolher as melhores cartas) compra um número menor de cartas de quem compra por último (que ficou com as "cartas que sobraram"). O jogo possui regras e iconografia simples, mas é um pouco desafiador. Por exemplo, ele pode ser punitivo: se você não tiver recursos suficientes para alimentar toda sua população ao final de cada rodada, perderá pontos.


Seas of Strife (3 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo de vazas da lista, é um jogo de 1992, repaginado em 2015, mas que só chegou no Brasil neste mês, mesmo tendo a fama de ser um dos melhores jogos de vazas de todos os tempos. Ele possui 8 naipes distintos, sendo que o naipe vencedor pode mudar ao longo da rodada (ah, seu objetivo é perder as vazas). Porém o verdadeiro diferencial do jogo é uma regra opcional, a "regra da carta face", também conhecida como "regra da neblina". Nesta regra, quando a carta mais alta de um naipe é jogada, todas as cartas deste naipe ficam de fora, o que causa muitas reviravoltas. Quando jogado com esta regra, o jogo fica realmente muito bom. Seas of Strife chegou ao Brasil ao preço de R$ 105.


Sky Team (2 jogadores, Galápagos Jogos)


Costumo não gostar de jogos cooperativos e nem de jogos exclusivos para 2 pessoas. Sky Team é as duas coisas e ainda assim me impressionou muito positivamente. Bastante temático, "real", difícil e emocionante. No jogo um piloto e um copiloto têm a missão de pousar um avião comercial nos mais diversos aeroportos do mundo. E fazem isto através de rolagem de dados, muita estratégia e comunicação limitada com sua dupla. Joguei apenas uma partida e fiquei encantado. Mas não foi só eu: quando a Galápagos trouxe o jogo para o Brasil, ele esgotou nas lojas rapidamente graças a seu sucesso. Uma nova tiragem chegou recentemente, e atualmente pode-se encontrar o jogo por R$ 220.


Vazerneiros (3 a 5 jogadores, Grok Games)


Mais um jogo de produção nacional, e outro jogo de vaza da lista. Com tema de fantasia medieval, são acrescentadas à partida alguns modificadores que a tornam bem mais divertida e estratégica. Primeiro, que em cada rodada, são sorteados 3 "rumores", que são cartas que alteram regras da vaza e/ou da pontuação daquela jogada. Só que para decidir qual dos rumores irá entrar em vigor, os jogadores fazem um leilão, apostando (ou não) suas cartas mais fortes. Outro modificador são as poções, limitadas, que quando usadas, podem alterar o valor de uma carta jogada. Mais um jogo bem divertido que vale a pena ser conhecido. Preço: R$ 85.



PS: notem que na minha lista não apareceu nenhum dos 6 jogos que aparecem na imagem-título deste artigo rs. Porém, aqueles 6 tem algo em comum: todos são lançamentos mundiais recentes, e 3 deles já chegaram no Brasil! São eles: SETIO Senhor dos Anéis: Duelo pela Terra Média, e Fishing. Pesquise sobre eles também se tiver interesse :)

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