quinta-feira, 11 de junho de 2015

Crítica - Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015)

TítuloJurassic World: O Mundo dos Dinossauros ("Jurassic World", EUA, 2015)
DiretorColin Trevorrow
Atores principaisChris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D'Onofrio, Ty Simpkins, Nick Robinson
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=S2_aWPGZwhs
Nota: 6,0

Cópia piorada do filme de 1993

Não dá para negar que Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) fez história. O filme do diretor Steven Spielberg - ainda em seu auge de popularidade - era entretenimento de primeira para todas as idades: aventura, suspense, humor; um filme sobre uma família comum para famílias comuns assistirem. Porém o mais marcante foi o fato de apresentar para o mundo dinossauros digitais feitos com um realismo extremamente superior a qualquer coisa feita antes. Uma nova onda de interesse por estes bichos pré-históricos se espalhou pelo mundo, e não a toa, oito anos depois estreava o terceiro filme de uma bem sucedida franquia, fechando uma trilogia.

22 anos após o começo da saga, o quarto passo da franquia, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, é apenas uma cópia mal feita do filme original. Você já viu todo ele antes. E isto é uma triste ironia, já que como explicado anteriormente, o grande sucesso de Jurassic Park residiu principalmente no trazer algo novo.

Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros é muito parecido com seu "primeiro pai". Mesmo roteiro, mesma estrutura narrativa, mesmos dinossauros, a mesma história! Mais uma vez vemos o início de um ultra-seguro parque de dinossauros que dá errado, humanos "brincando de Deus" e sendo punidos por isto, crianças tendo que fugir sozinhas de "lagartos" gigantescos. Criatividade não é mesmo o forte aqui.

Mudanças? Apenas em pequenos detalhes, e em geral, as mudanças vieram para pior. Pela primeira vez temos efetivamente um casal na trama: os atores Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. Se isto traz um clima de romance que não vemos nos filmes anteriores, ao mesmo tempo nos entrega uma enxurrada de cansativos clichês. Ela é a executiva workaholic certinha e sem contato humano. Ele é o bad boy descolado que não segue as regras e ama os animais. E ficam naquele clima chato de "te amo mas não vou admitir isto" durante todo o filme.

Mas não é tão ruim assim. Apesar dos problemas citados, a dupla atua muito bem, possui muito carisma e são personagens mais marcantes e dominantes do que qualquer outro que já apareceu na franquia. Certamente tornam o filme bem mais interessante. Chatos meeeeeesmo são as crianças: os personagens vividos por Ty Simpkins e Nick Robinson são mais sem graça e estúpidos do que o normal. Só viram "gênios instantâneos" em uma cena, onde do nada aprendem a consertar um carro quebrado há vinte anos em questão de segundos...

Outra pequena diferença é sobre o "dinossauro fodão da vez". Criado artificialmente como uma mistura de vários dinossauros, na prática o tal Indominus Rex é simplesmente um Tiranossauro Rex maior e com braços longos. Não deixa de ser um monstro bacana. Mas não é tão bacana quanto o bom e velho T-Rex.

O roteiro é fraco e repleto de furos e absurdos. A trilha sonora, é em parte cópia da trilha clássica da franquia... mais uma vez nada de originalidade por aqui. Visualmente falando, a fotografia é boa, mas os personagens são filmados em um close tão próximo que chegou a me incomodar em alguns momentos. Já quanto ao seu 3D, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros consegue ter o pior e o melhor ao mesmo tempo: por um lado, o diretor aproveitou muito bem o recurso filmando belos planos longos. Por outro lado, há várias cenas onde os personagens centrais aparecem nítidos e todo o redor deles permanece desfocado. Isto é normal acontecer no 2D justamente por ser uma limitação visual... limitação esta que o 3D resolve... ou deveria resolver se fosse bem feito. Ah: pelo excesso de closes, as vezes é difícil de ler a legenda no 3D.

Apesar dos defeitos, as cenas de ação de Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros são boas. E como o filme tem bastante cena de ação, consequentemente ele se torna agradável. Alerto entretanto que, embora as cenas sejam bem filmadas, em nenhum momento se tem uma sensação de tensão tão bem feita como nas do filme inicial. Este é um ponto onde se percebe nitidamente a diferença entre um Steven Spielberg e um Colin Trevorrow.

Finalmente... outro alento em Jurassic Park 4 são os dinossauros. Ele são sempre legais. E a luta final com eles é muito boa, uma dos pontos altos de toda a franquia. Aliás, o filme melhora muito em seus 30 minutos finais. O fato desta parte possuir menos closes e menos diálogos não é coincidência.

Comparando Jurassic Park 4 com os filmes anteriores, ele é claramente inferior aos filmes 1 e 2, e do mesmo nível que o filme 3. Mas isto não quer dizer que é um filme ruim. Somando prós e contras, é um filme divertido. Repito o que disse na frase anterior: dinossauros são sempre legais! Nota: 6,0

domingo, 7 de junho de 2015

Crítica - Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível (2015)

Título: Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível ("Tomorrowland", Espanha / EUA, 2015)
Diretor: Brad Bird
Atores principais: George Clooney, Hugh Laurie, Britt Robertson, Raffey Cassidy
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=cXN0DHU1BOc
Nota: 7,0

A volta dos bons filmes de aventura infantil / adolescente

Se nos anos oitenta os filmes de aventura "para criança" como Os Goonies, A História sem FimE.T., etc, eram moda, décadas depois este espaço foi preenchido principalmente por animações. J.J. Abrams até tentou recuperar este gênero recentemente com seu bom Super 8 (2011). Mas ainda assim o clima não foi exatamente o mesmo: havia um pouco mais de "suspense" do que diversão.

Brad Bird com seu Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível enfim resgata este espírito. Na história, Casey é uma adolescente gênio que encontra um broche, que quando tocado, a transporta para um mundo futurista, repleto de maravilhas tecnológicas. Após a "bateria" do broche acabar, em sua busca por respostas Casey começa a ser atacada por seres do futuro, e conta então com a ajuda de Frank (George Clooney) e Athena (Raffey Cassidy) para escapar e entender tudo o que está acontecendo em seu redor.

Os primeiros dois terços do filme são muito divertidos. A primeira parte, onde conhecemos a futurista Tomorrowland pelos olhos de Frank e Casey é visualmente belíssima e criativa. Compartilhamos com os protagonistas o sentimento de deslumbramento com o que é exibido. Já o segundo segmento é preenchido por várias cenas de ação de boa qualidade e com boa pitada de humor. É como se fosse um Exterminador do Futuro versão criança. Curioso e interessante.

Finalmente, na terceira e última parte após os protagonistas deixarem Paris, o filme desanda um pouco. Quando finalmente nos é revelado o que está acontecendo, a explicação é um bocado infantil e maniqueísta. Além disto, a ação diminui consideravelmente, e a personagem de Casey é deixada de lado (o que é uma pena já que a carismática atriz Britt Robertson é o verdadeiro espírito de Tomorrowland), dando o foco ao adulto Frank. A verdade é que a atuação de George Clooney não chega a comprometer, porém, ao mudar o foco da história para ele o tom do filme também muda. E para pior.

Para compensar os problemas do desfecho, pelo menos a mensagem que ele passa para o espectador é bonita e importante. É um forte alerta para que voltemos a ser otimistas. Que deixemos de pensar que o único futuro para a humanidade é o futuro distópico, arrasado por doenças, guerras, fome, falta de água e mudanças climáticas catastróficas. Sim, este é um futuro provável, mas ainda está nas nossas mãos mudá-lo. É preciso sonhar alto... e colocar estes sonhos em prática!

Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível possui também um segundo e grave problema: ao mesmo tempo que é um filme "para todas as idades", ele não consegue agradar em 100% nenhuma das faixas etárias. A história é divertida para as crianças, mas ao mesmo tempo os conceitos científicos explicados são complexos demais para elas entenderem. Por outro lado, quem consegue entender os conceitos apresentados - adolescentes e adultos - irá se decepcionar um pouco ao constatar as irregularidades e furos do roteiro, e o seu tom exageradamente inocente e didático.

Notem que no subtítulo da minha trama, eu escrevo "aventura infantil / adolescente". E isto é um problema, porque simplesmente não consigo classificar o filme nem como infantil nem como adolescente. Esta dificuldade para se achar o público apropriado para Tomorrowland certamente é o maior motivo para que o filme tenha tido um resultado ruim nas bilheterias. A arrecadação total provavelmente conseguirá pagar o que foi gasto, mas mesmo assim, já dá para afirmar que este é o primeiro fracasso do diretor Brad Bird.

Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível também não foi bem recebido pelos críticos. Mas não deixem se levar pelo ceticismo dos mesmos: repito que os dois primeiros atos do filme são bastante divertidos e já valem o ingresso, assim como a mensagem que nos é passada, diferente e apropriada. Se o roteiro e os personagens adultos "estragam" o final, não pioram tanto assim o todo, que é bastante aceitável. Nota: 7,0

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Crítica - Chappie (2015)

Título: Chappie ("Chappie", África do Sul / EUA / México, 2015)
Diretor: Neill Blomkamp
Atores principais: Sharlto Copley, Dev Patel, Ninja, Yo-Landi Visser, Hugh Jackman, Sigourney Weaver
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=3YJdyU7S_cA
Nota: 5,0

Apenas o carisma do robô protagonista salva neste péssimo filme como Ficção Científica

O jovem diretor sul-africano Neill Blomkamp estreou nos longa-metragem fazendo barulho: com seu Distrito 9 (2009) ele conseguiu impressionantes 4 indicações ao Oscar, sendo uma delas a de Melhor Filme. Depois, vieram Elysium (2013) e Chappie (2015). Os três filmes apresentam várias características comuns: Neill também nos roteiros, são filmes de Ficção Científica, apresentam boa fotografia e efeitos especiais, muitas cenas em grandes centros urbanos degradados, e contam com o ator Sharlto Copley como um dos principais protagonistas. Mas a relação mais importante entre as três obras de Blomkamp não são suas similaridades, e sim, o fato de que cada novo filme é bem inferior ao anterior. Neill Blomkamp conseguiu rapidamente passar de diretor/escritor promissor a diretor/escritor bem questionável.

Na história do robô Chappie (Sharlto Copley nas vozes), o protagonista nasce no meio de uma disputa entre dois cientistas. Enquanto Deon (Dev Patel) é entusiasta da Inteligência Artificial, Vincent (Hugh Jackman) entende que a IA é bastante perigosa, sugerindo então como sugestão definitiva ao combate ao crime o uso de grandes máquinas controladas remotamente por um cérebro humano conectado.

Chappie é descrito como sendo a primeira inteligência artificial capaz de "desenvolver consciência". E quando nasce, nasce com "a mente vazia". Mesmo assim seu criador Deon afirma que em dois ou três dias o robô aprenderia sozinho a falar e entender os humanos.

E o que acontece, na prática, é que após três dias Chappie não só aprendeu a falar, como já desenvolveu conceitos de certo e errado, aprendeu até a pintar! E tudo isto sozinho, sem ninguém ter ensinado. E não, ele não estava conectado a nenhum lugar para poder "baixar" estas informações, ele simplesmente aprendeu com o que viu e ouviu. Parafraseando (e invertendo) certa propaganda da TV: "não é tecnologia, é magia!".

Em resumo, nada, absolutamente nada do filme é aproveitável como ficção científica. Debate entre vida artificial e biológica? Esqueça, o roteiro não tem idéia do que é isto. O processo de aprendizagem de Chappie não faz o menor sentido. Exemplo: imediatamente após o robô aprender suas 5 primeiras palavras, Dean faz ele jurar que nunca irá cometer crimes. E Chappie entende perfeitamente o que lhe foi dito, isto sem mesmo tendo ouvido um verbo antes!!!

E não é só na ciência que o filme derrapa. Repleto de furos e chichês, o comportamento e motivação dos personagens humanos - principalmente de Dean - também são irreais. E nem vou entrar no mérito dos "bandidos" do filme, que conseguem alternar em questão de segundos entre um comportamento de "malvado assassino" para "bondoso paternal".

O que se salva então de Chappie? Fotografia e efeitos especiais são bons... e nosso simpático protagonista possui bastante carisma. Seu comportamento bastante infantil faz com que nós olhemos Chappie como se ele fosse uma criança. Uma criança jogada em um mundo violento, onde ela é diferente de todos, e odiada e temida por todos também. Bastante clichê, certo? É mesmo. Porém, ainda assim, você sofre junto com Chappie, torce o tempo todo por ele. Você sente tanta empatia pelo robô que apesar de todos os defeitos o filme chega a ser aceitável. Isto é Chappie: péssimo como Ficção Científica, mediano como filme de Ação/Aventura.

No fundo, Chappie ser ruim não foi surpresa para mim. Dois anos atrás eu estava todo empolgado para assistir Elysium e saí bem decepcionado. Desta vez eu desconfiava do pior desde o começo: ao assistir os trailers, já de cara desgostei do monte de clichês que Chappie contém. E pior, agora que já assisti o filme, sei que dos 3 trailers oficiais que saíram, apenas o segundo (o qual trago como link no começo da crítica) é razoavelmente fiel a história que ele traz. Não há nada de "jornada de aprendizado" (clipe 1) e "salvar a humanidade" (clipe 3) em Chappie. Isto sem falar que cerca de um terço das cenas e diálogos apresentados não aparecem na versão final que chegou aos cinemas. Das duas uma: ou os trailers tentam enganar propositalmente o espectador, ou nem mesmo Neill sabia que caminho seguir. Qualquer que seja a resposta, nenhuma delas é um bom sinal.

Foram necessários apenas dois filmes para que Neill Blomkamp perdesse sua aura de "diretor promissor". Ainda tenho alguma esperança nele na direção. Já nos roteiros... não. A menos que ele mude de gênero, porque em termos de Ficção Científica ele gastou absolutamente tudo que sabia em Distrito 9. Não sobrou mais nada. Nota: 5,0

PS: apesar do que escrevi na conclusão do meu texto, infelizmente já sabemos que ele VAI continuar na Ficção Científica. Ele é o diretor / escritor atualmente escalado para tocar o reboot da franquia Alien. Triste. :(

terça-feira, 2 de junho de 2015

Crítica - Relatos Selvagens (2014)

Título: Relatos Selvagens ("Relatos Salvajes", Argentina / Espanha, 2014)
Diretor: Damián Szifrón
Atores principais: Darío Grandinetti, María Marull, Leonardo Sbaraglia, Ricardo Darín, Oscar Martínez, Erica Rivas
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=dZWhQMx1SO4
Nota: 7,0

Sombria coletânea com seis contos sobre vingança

Bastam apenas dois minutos de filme para o espectador se dar conta de que está diante de algo sombrio e bizarro. Estes são dois bons adjetivos para Relatos Selvagens, filme argentino indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015.

Porém, há um substantivo que define Relatos Selvagens de maneira muito mais acurada: Vingança. O filme se trata na verdade de seis contos distintos sobre este tema; auto-suficientes e completamente isolados uns dos outros.

Todos os contos focam bastante em conflitos entre os personagens. Poderia se dizer que a violência também está presente em todas as histórias (o que justifica o "Selvagens" do título), e até está... mas se o terceiro conto é extremamente violento - e até chocante - o quarto e sexto contos não têm a violência como foco. Outras características comuns que podem ser encontradas em quase todos os contos de Relatos Selvagens são o humor negro e os finais surpreendentes. Mas mesmo assim, há exceções: o quarto segmento - "Bombita" - que é protagonizado por Ricardo Darin é bastante previsível.

Os contos de Relatos Selvagens também possuem diferenças relevantes entre eles. São filmados de maneiras distintas, seja pela estrutura do roteiro, pela paleta de cores e enquadramentos utilizados nas câmeras, ou simplesmente pelos mais variados cenários utilizados. Em ordem, temos histórias se passando dentro de um avião, dentro de um restaurante, em uma estrada, no centro de uma cidade, em uma mansão, e finalmente, em um casamento.

As histórias em si se alternam entre o "razoável" e o "muito bom", fazendo que, na média, Relatos Selvagens seja em termos de roteiro algo "bom e interessante". Falta ao filme, entretanto, um algo a mais... como por exemplo, que todos os seis contos se relacionassem entre si de alguma maneira, o que não acontece.

Vendido como uma "comédia de humor negro" - título que concordo apenas parcialmente, já que o filme tem sim sua parte de humor negro, mas apenas em poucos momentos nos tenta fazer rir - Relatos Selvagens conquistou diversas indicações ao longo de importantes festivais do planeta. Não levou muitos prêmios, mas voltando ao assunto "indicações" acho bem surpreendente a Academia indicar este filme para o Oscar. Relatos Selvagens tem um estilo bastante diferente do que eles costumam promover. Nota: 7,0

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Este mês de Junho será épico!



Neste mês o Cinema Vírgula publicará pelo menos 9 novas críticas. Veja o que vem aí!


Como parte dos meus esforços para trazer mais conteúdo para o site, para este mês de Junho o Cinema Vírgula trará pelo menos 9 novas críticas de filmes, o que será, para um mês só, um recorde de publicações do blog. Teremos:

(atualizado em 01/07: clique nos links abaixo para ver as críticas!)

3 filmes "que estrearam este ano mas ainda não passaram por aqui":

3 filmes "indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2015" (e que na verdade também se aplicam à categoria anterior):

E finalmente, 3 filmes que estão estreando este mês nos cinemas brasileiros:

A largada será dada amanhã, dia 2, com Relatos Selvagens. Coloque o Cinema Vírgula como favorito no seu browser e não perca nenhuma crítica!

(atualizado em 01/07: na verdade, além dos 9 flimes acima, também escrevi a crítica de:
 Confiram!)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Crítica - O Menino e o Mundo (2013)

Título: O Menino e o Mundo ("O Menino e o Mundo", Brasil, 2013)
Diretores: Alê Abreu
Atores principais: n/a
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=-rHgiSMiHhs
Nota: 9,0

Uma verdadeira obra de arte... e brasileira!

Estamos em um ótimo momento do cinema nacional: dezenas de filmes de alta qualidade foram produzidos nos últimos anos. O grande problema é que eles mal chegam aos cinemas brasileiros, e o genial O Menino e o Mundo é mais um destes casos. O filme estreou em janeiro de 2014... em pouquíssimas salas (apenas 35 mil espectadores ao todo). Uma grande pena. De rara beleza visual e emocional, O Menino e o Mundo fica facilmente entre as melhores animações que já vi.

Na história, temos um menino que vive no campo, e um dia sai sozinho em busca do pai, que acabou migrando para a cidade em busca de dinheiro para sustentar a família. Enquanto o menino percorre sua jornada, o roteiro critica fortemente os problemas de nossa sociedade, e, principalmente, o capitalismo. São "denunciados", dentre outras coisas: a desigualdade social, o desemprego, a massificação, os desmatamentos, o consumismo, a TV, o caos urbano, a violência policial, etc.

Um grande diferencial é que acompanhamos tudo isto sob o ponto de vista do menino. Em sua inocência, ele não entende muito do que acontece, mais observa, curioso. E para nós, que entendemos muito bem o que o menino testemunha, a triste realidade que o filme apresenta é um verdadeiro "soco no estômago" de quem vê.

O Menino e o Mundo não é um filme tão fácil de assistir. Ele é bem incomum. Por exemplo, o filme é desprovido de diálogos. O maior destaque do som fica então para a música, bem agradável, e que acompanha os diferentes cenários visitados pelo menino. Se a história desta animação é incrivelmente universal, é na música que percebemos seu toque brasileiro. Passando por várias escolas nacionais distintas, a trilha sonora vai de uma música composta pelo rapper Emicida (sem canto, só as batidas) até ao nosso samba.

A animação de O Menino e o Mundo, muito longe do padrão computadorizado atual, é feita à maneira clássica, com os desenhos feitos por lápis de cor, giz de cera e colagens. É um trabalho visualmente impressionante, que pode ser conferido no trailer acima.

Infelizmente, não posso dar muito mais detalhes do filme para não estragar surpresas. Termino dizendo que praticamente não encontrei defeitos em O Menino e o Mundo. Há algumas poucas sequências de "delírio/sonho" do garoto que entendo serem desnecessárias. E é só. O resto é irrepreensível. Para fechar com chave de ouro, a história tem um desfecho brilhante, mostrando que o filme vai muito além de críticas: nele há uma mensagem, forte e emocionante. Prepare seus lenços!

É algo simplesmente revoltante - porém esperado - que O Menino e o Mundo não tenha ficado entre os cinco finalistas ao Oscar de Melhor Animação de 2015, onde ele era concorrente. Mas em universos onde o dinheiro não fala tão forte, o filme foi aclamado (atualizado em 01/16: mas ele foi indicado entre os finalistas do Oscar 2016!!). Tendo recebido dezenas de prêmios ao longo do planeta, o principal destaque foi ter vencido o prêmio de Melhor Longa-metragem no festival Annecy, na França. Festival este considerado o mais importante dentre os exclusivos para animação.

Com um ótimo roteiro e ótimo trabalho áudio-visual, O Menino e o Mundo me impressionou fortemente, e levaria um 8,5. Partindo da máxima de não dar mais notas "quebradas", este tesouro do cinema nacional leva uma Nota 9,0.

domingo, 24 de maio de 2015

Assisti o começo de Wayward Pines - Confira aqui minhas impressões sobre este novo seriado


Todo ano a TV estadunidense lança dezenas de novas séries tentando emplacar novo sucesso. E as maiores apostas da temporada atual já estrearam, a maioria ainda no final do ano passado.

Por volta de Maio os principais seriados estão em seu final, e até uma nova temporada começar, resta às TVs reprisarem episódios ou... lançar novas séries, mais curtas e/ou que não tiveram força o suficiente para ganhar uma temporada inicial completa. Este período é chamado de Mid-season (metade da temporada), e é onde vários novos seriados ou minisséries estréiam tentando também ganhar seu lugar ao Sol.

Desta leva de estréias da mid-season 2015, Wayward Pines chamou muito a minha atenção. Já disponível no Brasil pela Fox Play, ela foi anunciada como sendo uma mistura de Arquivo X com Twin Peaks, e conta com um nome de peso em sua produção: o diretor M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido, Sinais), que também dirige o primeiro dos dez episódios previstos para a série.

O seriado também traz um número considerável de atores e atrizes famosos. Nenhuma estrela de primeira linha, é verdade. Mas certamente rostos conhecidos do público: Matt Dillon, Carla Gugino, Toby Jones, Juliette Lewis e Terrence Howard.

A sinopse é a seguinte: Ethan Burke (Matt Dillon), agente do serviço secreto dos Estados Unidos, chega a pequena cidadezinha de nome Wayward Pines em busca de dois agentes desaparecidos. As pessoas daquele vilarejo não são nada receptivas. Misteriosas e ameaçadoras, as chances de Ethan descobrir algo não são grandes.

Notem que o parágrafo acima não contradiz a alardeada "mistura de Arquivo X com Twin Peaks". E será isto mesmo que Wayward Pines entrega? Após assistir seus dois primeiros episódios, a resposta, infelizmente, é um não.

Na verdade, vemos que Ethan sofre um acidente de carro e acorda em Wayward Pines, o que já muda um pouco o que foi vendido. Não demora muito para que o protagonista tente entrar em contato com pessoas fora da cidade: sua família, sua agência... e as constantes desculpas para que ele não consiga completar seu objetivo ficam progressivamente mais absurdas e exageradas.

Felizmente, antes de ofender de vez a inteligência do espectador, praticamente tudo o que é estranho e misterioso é gradativamente explicado. E eis então que surge a pergunta: se todos os mistérios já estão respondidos no primeiro episódio, o que sobra para os outros 9 episódios restantes?

O segundo episódio responde: nada... pelo menos em termos de mistério. A história deixa de tentar responder perguntas e vira um thriller de ação. Claro, ainda há algumas coisas estranhas que não foram explicadas... mas são secundárias. E pior: aprendemos já no episódio inicial que Ethan sofre com alucinações - isto mesmo antes de adentrar em Wayward Pines. Ou seja, qualquer ponta solta que ficar sem explicação poderá ser explicada por este fato.

A conclusão é Wayward Pines tem um primeiro episódio bom porém irregular. E que após revelar quase tudo do seriado de uma vez só, vai sofrer para manter o interesse do público por mais 9 capítulos. O meu interesse eles não tem mais. Curiosamente, se ao invés de ser uma mini-série de 10 episódios Wayward Pines fosse um filme com cerca de 2 a 3 horas, teria grandes chances de ser um bom produto. A história é boa, os atores também: seu grande problema é que a trama vendida não durou nem uma hora. Nota dos dois primeiros episódios somados: 5,0.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Crítica - O Sal da Terra (2014)

Título: O Sal da Terra ("The Salt of the Earth", Brasil / França / Itália, 2014)
Diretores: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado
Atores principais: Sebastião Salgado, Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=djTFzYLiAw0
Nota: 7,0

Conteúdo e mensagem são os pontos fortes desta biografia sobre Sebastião Salgado que precisa ser conhecida por todos

Dentre todos os indicados ao Oscar 2015, havia entre eles um pouco de Brasil: O Sal da Terra, produção franco-brasileira indicada ao prêmio de Melhor Documentário, conta a trajetória do grande fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Dirigido pelo consagrado diretor alemão Win Wenders e também por Juliano Salgado, filho de Sebastião, o documentário não levou a estatueta, mas mesmo assim não deixa de ser uma obra obrigatória para quem se interessa por história e fotografia.

O Sal da Terra pode ser dividido em três temas. O primeiro, é a própria biografia de Sebastião. Sua infância, como virou fotógrafo, etc. Este trecho conta com vídeos caseiros de Sebastião e são narrados ora por Win Wenders, ora por Juliano.

O segundo tema é o magnífico exemplo dado por Sebastião e sua esposa, Lélia, ao reflorestar nada menos de 600 hectares na já árida e abandonada fazenda da família em MG. Quinze anos atrás, o que era praticamente um cerrado onde não se chovia, hoje temos uma mata exuberante repleta de animais, pássaros, e principalmente... nascentes de água. Em plena seca que vivemos atualmente no Sudeste, este exemplo da família Salgado PRECISA ser conhecido e imitado por todos.

Finalmente, o terceiro e principal tema são os ensaios fotográficos de Sebastião Salgado. Suas fotos são apresentadas lentamente na tela enquanto o brasileiro conta os "causos" de como as mesmas foram tiradas, o que elas retratam, o que elas representam. É isto que vemos na grande maioria do documentário: fotos sendo exibidas, uma a uma, e Sebastião comentando.

Famoso por fotografar apenas em preto e branco, o trabalho de Sebastião Salgado é de uma beleza e sensibilidade quase inacreditáveis. Ao longo de décadas, o brasileiro fotografou o melhor e o pior do planeta... desde povos "isolados" como índios e aborígenes, como também fome, doença e guerras na África; os piores desastres ecológicos, mas também, as mais belas fotos da natureza. É uma verdadeira aula sobre a humanidade. Sobre a Terra. Aula triste, aliás, na maioria do tempo. É quase impossível não se emocionar diversas vezes ao longo da projeção com as fotos apresentadas.

Como conteúdo, como História, como mensagem para a humanidade, O Sal da Terra é praticamente irretocável e deveria ser assistido por todos. Entretanto, em termos cinematográficos, O Sal da Terra está longe de ser bem executado.

Há vários problemas em o O Sal da Terra como documentário. O principal deles é que o mesmo é exageradamente "careta", diria até monótono. Estruturalmente, a história é apresentada de maneira cronológica, sem nenhum dinamismo, em uma tom até "frio". O contraste chega a impressionar: ao mesmo tempo que as fotos "jorram" sentimentos, a forma com que elas são apresentadas carecem de emoção.

Contribui para este efeito a maneira com que Sebastião conta suas histórias: de maneira lenta, calma, uniforme. Ele não se comove enquanto fala. Ou o fotógrafo já contou suas histórias tantas vezes e por isto não se abala mais com elas, ou então, sua voz foi obtida de maneira "artificial", com ele simplesmente lendo um texto já pronto. Eu vi uma entrevista recente de Salgado no programa do Jô e, baseado nela, entendo que é bem mais provável que o que aconteceu foi a segunda opção.

Também atrapalha o fato de Win Wenders exagerar no foco à pessoa de Sebastião Salgado. Além de repetitivos elogios parciais "de fã", o diretor opta por exibir o rosto do fotógrafo (em tamanho gigante, via close) muitas e muitas vezes ao longo do filme. Isto trás impactos ruins: torna o filme mais cansativo, e de maneira errada, acaba "louvando" nestes momentos mais a pessoa do que seu trabalho, sua mensagem, seu legado.

A trilha sonora, muito bonita, é bem homogênea ao longo da projeção. Mas se esta característica agrada no começo, com o passar do tempo é mais um fator que contribui para a monotonia com que o documentário foi formatado.

Contando com uma incomum combinação de conteúdo com enorme qualidade e direção ruim, os problemas com O Sal da Terra não comprometem, no final das contas, com o objetivo do documentário: nos apresentar Sebastião Salgado e seu maravilhoso trabalho. Trabalho este que deveria ser conhecido por qualquer pessoa deste planeta. E assistir O Sal da Terra deveria ser só o começo. O filme mostra apenas uma pequena fração de tudo o que este grande artista fotografou. Nota: 7,0

sábado, 16 de maio de 2015

Crítica - Mad Max: Estrada da Fúria (2015)

Título: Mad Max: Estrada da Fúria ("Mad Max: Fury Road", Austrália / EUA, 2015)
Diretor: George Miller
Atores principais: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=IVmf82obaaA
Nota: 9,0

George Miller transforma a ação sobre rodas em obra de arte

Quem não viveu os anos oitenta dificilmente já ouviu falar de Mad Max. A trilogia pós-apocalítica que foi dirigida e escrita pelo diretor australiano George Miller não apenas revelou o também australiano Mel Gibson para o mundo, mas principalmente, foi grande inspiração para diversos filmes de ação e de "futuro distópico" produzidos em Hollywood nos anos a seguir.

Resolvi assistir Mad Max 2 (1981) semana passada, e apesar do filme continuar bem interessante, me decepcionei ao constatar que hoje ele é um filme "datado". Sendo assim, aplaudo em pé os esforços de George Miller para revitalizar a franquia exatos 30 anos depois de seu início. É necessário conhecer a antiga trilogia para assistir Mad Max 4? A resposta é: "em geral, não". Para mais detalhes sobre isto, leiam minha "FAQ" ao final do texto.

Em Mad Max: Estrada da Fúria temos o personagem-título Max Rockatansky (Tom Hardy) sendo capturado por uma gangue liderada pelo "Immortan Joe" (Hugh Keays-Byrne), enquanto que ao mesmo tempo uma das melhores soldados da trupe, a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) resolve libertar um grupo de mulheres presas e abusadas por Joe. Os caminhos de Max e Furiosa acabam se cruzando e eles se tornam aliados para fugir dos domínios do Immortan.

Com a descrição acima, não dá para se esperar muito do roteiro. E de fato, ele é raso, simples. Na prática, Mad Max: Estrada da Fúria é quase 100% de cenas de ação sobre rodas. São duas horas quase ininterruptas de brigas, batidas, explosões, tudo com os carros em movimento. Insano. Alucinante. E tudo isto sob uma trilha sonora bem "barulhenta". Querem saber como é o filme? Peguem som e imagem do trailer (link acima), do 01m16seg a 01m28seg e estendam isto por duas horas. Pronto. Isto é Mad Max 4.

É ruim um filme ser composto apenas por cenas de ação? Em especial para este filme, a resposta é um sonoro NÃO! Isto porque as cenas filmadas por George Miller são simplesmente extraordinárias. Não apenas pela diversão que proporcionam, mas principalmente, pela sua qualidade cinematográfica. O visual é belíssimo, a coreografia dos atores e veículos é irretocável, isto sem falar no desafio que é filmar tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo em velocidade sobre rodas. Uma verdadeira obra de arte!

Tudo funciona magistralmente bem na ação de Mad Max: Estrada da Fúria. Os cenários, bem variados, foram planejados para permitir em cada um deles situações e coreografias diferentes. O design dos carros utilizados são um show a parte: ao mesmo tempo criativos, malucos, mortais, funcionais e críveis.

O mais incrível é que mais de 80% das cenas filmadas em Mad Max: Estrada da Fúria não possuem efeitos produzidos por computador. É tudo real: veículos e explosões de verdade, grande uso de dublês... Curiosamente, o maior uso de CGI no filme nem foi para as cenas de ação, e sim, para fazer o braço mecânico da Furiosa.

Com seus 70 anos, George Miller dá um banho em grande parte dos "diretores de ação" da atualidade. Diferentemente de incompetentes como Michael Bay e James Wan, em Mad Max não temos bilhões de cortes de cena para simular velocidade. E você consegue entender exatamente o que está acontecendo na tela: não apenas entende cada movimento executado pelos veículos e atores, como também, sempre tem a visão espacial do todo, sabendo onde cada objeto da cena está posicionado em relação aos demais.

George Miller entrega cenas de ação tão boas, tão difíceis de se realizar, que para exemplificar isto conto a seguinte história: dois meses atrás, no SXSW film festival, o diretor exibiu algumas cenas de Mad Max 4 para o público. Após o término da segunda cena, um espectador se levanta e pergunta, impressionado: "como você conseguiu filmar isto?!!". Quem era este homem? O também diretor Robert Rodriguez (Sin City, Era Uma Vez no MéxicoUm Drink no Inferno).

Sobre atuações: Charlize Theron está muito bem, porém ao mesmo tempo que seu personagem é um soldado letal, seu rosto mostra uma mescla de dor, medo e preocupação; o que entendo ser contraditório. Já Tom Hardy está mal. Fisicamente ele até convence como ator de ação, mas é só. Seu rosto inexpressivo lembra o do Cigano Igor (mas dá para dar um desconto a ele, já que o verdadeiro protagonista do filme não é Max, e sim, a Furiosa). Curiosamente, quem rouba a cena é Nicholas Hoult. Ele, que foi tão sem graça como o Fera do novo reboot dos X-Men, aqui faz um trabalho marcante como o "garoto perdido" Nux.

Mad Max: Estrada da Fúria é tão incessantemente agitado e barulhento que também chega a cansar um pouco o espectador. Somando com tudo que citei anteriormente, entendo que o filme não deverá agradar parte do público feminino. Ironicamente, o filme traz várias mulheres corajosas e independentes, e não é em nada machista.

Ah, para fechar o assunto "roteiro", insisto que ele é "pequeno" mas não "ruim". Uma mostra disto é que os atos de heroísmo dos personagens ao longo da trama me comoveram mais do que geralmente fazem os outros filmes de ação que surgem por aí. E se considerarmos que toda a mitologia e ambientação do universo do mundo de Mad Max conta como roteiro, isso também o fortalece, pois eles são criativos e bem demonstrados.

Contando com duas horas de ação e "mais nada" além disto, Mad Max: Estrada da Fúria possui naturalmente os lados negativo e positivo desta escolha. E acontece que os "prós" são muito, muito maiores. Dentro de seu gênero de filme, Mad Max 4 é praticamente irretocável: as cenas de ação vistas aqui estão entre as melhores e mais difíceis de realizar que já vi na minha vida. George Miller é o cara! Nota: 9,0



FAQ: mais perguntas e respostas sobre Mad Max 4 (sem spoilers)

P: O filme é um reboot ou uma continuação?
R: Mais para o segundo do que o primeiro, porém, na prática, nenhum dos dois. Trata-se de uma história totalmente nova que ao mesmo tempo apenas referencia cenas dos episódios anteriores através de breves flashes. Isto tem duas funções: ao mesmo tempo que sugere que os três filmes anteriores de fato aconteceram e não foram "apagados", também indicam que o passado não é muito relevante. Só que o mundo que vemos agora está décadas a frente da trilogia original, e seu protagonista não. Para tudo ser temporalmente coeso (e consequentemente uma verdadeira continuação), Max deveria ser no filme um senhor de pelo menos 60 anos. O que definitivamente não acontece, já que Tom Hardy está na casa dos trinta. Notem que este efeito teria sido alcançado se Mel Gibson (o protagonista da trilogia inicial) tivesse aceitado continuar com o personagem.

P: Preciso ter assistido a trilogia original antes de ver este filme?
R: Precisar não precisa, já que a história é independente. Porém, como Mad Max: Estrada da Fúria gasta apenas um mísero minuto de projeção para explicar o que está acontecendo, conseguir entender "de verdade" o universo pós-apocalíptico em que Max está inserido necessitaria sim que o espectador tivesse assistido pelo menos o segundo ou terceiro filme da franquia.

P: Devo assistir em 2D ou 3D? E no iMax?
R: Mad Max: Estrada da Fúria não foi filmado em 3D, ele foi apenas adaptado para esta mídia. Por outro lado, sei que o diretor se "divertiu" nesta conversão, fazendo questão de que tivéssemos cenas em que objetos fossem arremessados de maneira "crível" para fora da tela, na direção do expectador.
Eu assisti o filme apenas em 2D, mas assisti o trailer de Mad Max 4 em 3D, no dia que assisti Vingadores 2. E... não gostei. Era tanta coisa pulando e explodindo na tela ao mesmo tempo que o 3D tornou as cenas difíceis de assistir. Por isto, não tive coragem de assistir em 3D não.
Já em termos de iMax, o filme é tão belo visualmente que você precisa sim buscar a maior tela e o maior som possível, ou seja, ir no iMax. Mas ao mesmo tempo, fica minha "desconfiança" de não arriscar o 3D, até que me falem o contrário. Eu escolheria um "iMax 2D" para este filme... se é que este formato chegou ao Brasil. 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Notícias: Indiana Jones 5, Star Wars 7, Velozes & Furiosos 7 e Esquadrão Suicida


Uma rápida passada por novidades sobre as franquias do título acima:

1) Na grande novidade do dia. Kathleen Kennedy, presidente da LucasFilm, confirmou hoje que Indiana Jones 5 será mesmo feito. Mais detalhes? Ela não tem, já que toda a atenção da companhia hoje está focada em Star Wars. Ainda não existe um roteiro, embora as conversas sobre o filme já tenham sido inciadas. Não sabemos se Harrison Ford vai voltar (é o que eu mais gostaria), porém, se especula que teremos mesmo um reboot a chegar nos cinemas em 2018 ou 2019, sendo Chris Pratt o favorito para ser a nova versão do arqueólogo. Pratt (Guardiões da Galáxia e Jurassic World) seria a opção número 1 de Steven Spielberg caso o mesmo fosse o diretor.


2) E lembram da minha crítica sobre o péssimo Velozes & Furiosos 7, onde eu lamentava o fato de um filme tão ruim como este ser a 5ª maior bilheteria de todos os tempos? Pois não é mais. Com arrecadação de US$ 1,43 bilhões, a trupe de Vin Diesel ultrapassou neste fim de semana Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (US$ 1,34 bi) e agora já é a 4ª maior bilheteria de todas. E ainda existe chance - pequena - deles assumirem a 3ª posição, ultrapassando Vingadores 1 (US$ 1,52 bi). Já a 2ª posição é inalcançável: Titanic (1997), com US$ 2,19 bi.


3) Em minha análise sobre o segundo teaser trailer de Star Wars 7, eu comentei que haviam rumores de que aquele stormtrooper cromado (ver foto acima), chamado Captain Phasma (no original), fosse interpretado por Gwendoline Christie, a Brienne de Tarth da série Game Of Thrones. Eu não botava fé, mas o boato foi confirmado oficialmente nesta segunda-feira. Será ela mesmo.


4) Também nesta segunda-feira foi divulgada a primeira foto do elenco "já categorizado" de Esquadrão Suicida, filme de heróis da DC Comics com estréia prevista para 4 de agosto de 2016.

Na verdade, a foto está "incompleta", pois nele falta ainda o Coringa (Jared Leto). Mas Jared já teve uma foto solo divulgada anteriormente, que segue abaixo:


E a foto com toda a equipe pode ser vista abaixo, ou em uma versão maior aqui.

Da esquerda para a direita: Amarra (Adam Beach), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Magia (em pé)
(Cara Delevingne), Katana (agachada)(Karen Fukuhara), Rick Flag (Joel Kinnaman), Arlequina (Margot Robbie),
 Pistoleiro (Will Smith), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e El Diablo (Jay Hernandez)

Da foto, comento dois personagens: Arlequina e Rick Flag. De Arlequina, o destaque é visual: primeiro, a beleza de Margot Robbie; e segundo, o fato dela ter um figurino branco e com tatuagens, o que a torna similar ao visual do Coringa, seu ídolo e namorado. Bastante pertinente.

Já quanto a Rick Flag, notem que ele se encontra no centro da imagem, em uma clara sugestão que ele seria o líder do grupo. Caso isto se confirme, esta é uma grande surpresa, já que Will Smith tem a fama de exigir ser sempre "o" protagonista de seus filmes. Será que Will está mais modesto agora?



Feliz ou triste com alguma das notícias? Comente! Abraços!

Você PRECISA conhecer Supergirl: Mulher do Amanhã (e tem Brasileira envolvida!)

Tom King é um dos principais escritores de quadrinhos da DC Comics da última década. E na minha opinião, bastante irregular... já que entre...