Diretores: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Atores principais (vozes): Amy Poehler, Lewis Black, Mindy Kaling, Bill Hader, Phyllis Smith
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SG20CoUb5wA
Nota: 8,0
Nota: 8,0
Com seu roteiro mais ousado, a Pixar mais uma vez entrega um ótimo filme
Após passar por uma recente "crise de criatividade", fazendo filmes ainda muito bons mas já sem o brilho de outrora (em geral, apenas continuações de filmes anteriores), a Pixar resolveu parar, respirar fundo, para só então retomar seus trabalhos. Cancelou projetos, adiou O Bom Dinossauro (que só estreará agora, em Dezembro de 2015) e com isto passou por 2014 sem lançar nenhum novo filme (a última vez que tivemos um ano sem filme da Pixar foi em 2005).
A primeira animação entregue em sua volta é Divertida Mente, co-dirigido e co-roteirizado por Pete Docter e Ronaldo Del Carmen, sendo que o primeiro destes foi também o diretor de Monstros S.A. (2001) e Up: Altas Aventuras (2009).
Na história - bem incomum e ousada - temos a menina Riley deixando pela primeira vez sua cidade natal, localizada na gelada Minnesota, e se mudando para a bem mais quente São Francisco. A mudança não é bem aceita pela garota, e então vemos tudo o que acontece dentro da mente dela através de uma perspectiva inesperada - a personificação de suas emoções: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e... o Nojinho. O roteiro consegue duplicar as emoções em Divertida Mente ao nos mostrar dois dramas: a de Riley no mundo "externo", e a oposição entre a Alegria e Tristeza no mundo "interno".
A maior parte do filme se passa dentro da mente de Riley, e é com bastante inventividade que somos apresentados a todo um vasto universo existente dentro de nossa cabeça: há uma "torre de comando" de onde Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho controlam a garota de acordo com o que acontece a ela no mundo real; memórias são armazenadas dentro de grandes bolas de vidro e estocadas em uma gigantesca biblioteca cuja disposição das prateleiras lembram o formato do cérebro; memórias não usadas por muitos anos são "varridas" por faxineiros; memórias especiais criam grandes parques-temáticos; sonhos são nada menos do que peças ensaiadas e representadas por outras pessoinhas-atores que fazem parte da mente... e assim vai. Um brilhante trabalho de roteiro e design!
Aliás, em termos de técnica de animação, a Pixar novamente encanta em Divertida Mente. Se desta vez o destaque não são os incríveis cabelos que vimos em Merida no Valente (2012), aqui o espetáculo vêm da textura dos personagens que habitam o mundo da mente. Com cabelos de pano e corpos felpudos mostrados com precisão, dá para se distinguir cada fiapo, cada pelinho, com um realismo impressionante.
Divertida Mente é diversão para todas as idades. Para os pequeninos, todos os personagens são bastante coloridos, bonitinhos, e engraçados (fica o alerta, entretanto, que o filme vai ficando gradualmente melancólico até seu final). Para os adultos, há ótimas piadas ao longo de todo o filme. A trama também é complexa e emocionante. Há pelo menos três ou quatro cenas que é difícil segurar o choro. Tragam seus lenços!
Divertida Mente é uma ótima animação e um filme bem acima da média. Mas não é isento de problemas: o roteiro possui alguns furos, a trama do "voltar à torre de comando" é longa e não tão criativa, e dentre todos os personagens, no fundo apenas Alegria e Tristeza possuem um desenvolvimento decente.
Por trás de toda a diversão que há em Divertida Mente, ficam duas mensagens fortes para os adultos: a primeira, é a demonstração de que a depressão é algo muito sério (sim, é isto que Riley tem). E a segunda, que para superar a depressão as pessoas precisam de amor e ajuda. Que o recado da Pixar seja ouvido, e que esta sua retomada de qualidade dure novos longos anos. Nota: 8,0
PS: como de costume na Pixar, Divertida Mente é precedido de um curta-metragem. O da vez é Lava, uma história de amor entre duas ilhas vulcânicas. Totalmente cantado, para mim Lava foi o pior dentre todos os curtas da Pixar até agora. Há uma possível explicação, entretanto, para meu desgosto: a dublagem. Se dentro de Divertida Mente ela não só não compromete, como também é boa, já em Lava a achei bem problemática. Mixagem de som ruim e vocais que não encantaram.
A primeira animação entregue em sua volta é Divertida Mente, co-dirigido e co-roteirizado por Pete Docter e Ronaldo Del Carmen, sendo que o primeiro destes foi também o diretor de Monstros S.A. (2001) e Up: Altas Aventuras (2009).
Na história - bem incomum e ousada - temos a menina Riley deixando pela primeira vez sua cidade natal, localizada na gelada Minnesota, e se mudando para a bem mais quente São Francisco. A mudança não é bem aceita pela garota, e então vemos tudo o que acontece dentro da mente dela através de uma perspectiva inesperada - a personificação de suas emoções: Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e... o Nojinho. O roteiro consegue duplicar as emoções em Divertida Mente ao nos mostrar dois dramas: a de Riley no mundo "externo", e a oposição entre a Alegria e Tristeza no mundo "interno".
A maior parte do filme se passa dentro da mente de Riley, e é com bastante inventividade que somos apresentados a todo um vasto universo existente dentro de nossa cabeça: há uma "torre de comando" de onde Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho controlam a garota de acordo com o que acontece a ela no mundo real; memórias são armazenadas dentro de grandes bolas de vidro e estocadas em uma gigantesca biblioteca cuja disposição das prateleiras lembram o formato do cérebro; memórias não usadas por muitos anos são "varridas" por faxineiros; memórias especiais criam grandes parques-temáticos; sonhos são nada menos do que peças ensaiadas e representadas por outras pessoinhas-atores que fazem parte da mente... e assim vai. Um brilhante trabalho de roteiro e design!
Aliás, em termos de técnica de animação, a Pixar novamente encanta em Divertida Mente. Se desta vez o destaque não são os incríveis cabelos que vimos em Merida no Valente (2012), aqui o espetáculo vêm da textura dos personagens que habitam o mundo da mente. Com cabelos de pano e corpos felpudos mostrados com precisão, dá para se distinguir cada fiapo, cada pelinho, com um realismo impressionante.
Divertida Mente é diversão para todas as idades. Para os pequeninos, todos os personagens são bastante coloridos, bonitinhos, e engraçados (fica o alerta, entretanto, que o filme vai ficando gradualmente melancólico até seu final). Para os adultos, há ótimas piadas ao longo de todo o filme. A trama também é complexa e emocionante. Há pelo menos três ou quatro cenas que é difícil segurar o choro. Tragam seus lenços!
Divertida Mente é uma ótima animação e um filme bem acima da média. Mas não é isento de problemas: o roteiro possui alguns furos, a trama do "voltar à torre de comando" é longa e não tão criativa, e dentre todos os personagens, no fundo apenas Alegria e Tristeza possuem um desenvolvimento decente.
Por trás de toda a diversão que há em Divertida Mente, ficam duas mensagens fortes para os adultos: a primeira, é a demonstração de que a depressão é algo muito sério (sim, é isto que Riley tem). E a segunda, que para superar a depressão as pessoas precisam de amor e ajuda. Que o recado da Pixar seja ouvido, e que esta sua retomada de qualidade dure novos longos anos. Nota: 8,0
PS: como de costume na Pixar, Divertida Mente é precedido de um curta-metragem. O da vez é Lava, uma história de amor entre duas ilhas vulcânicas. Totalmente cantado, para mim Lava foi o pior dentre todos os curtas da Pixar até agora. Há uma possível explicação, entretanto, para meu desgosto: a dublagem. Se dentro de Divertida Mente ela não só não compromete, como também é boa, já em Lava a achei bem problemática. Mixagem de som ruim e vocais que não encantaram.