sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Crítica - Creature Commandos (Primeira Temporada)


As atenções do mundo até podem estar na estréia do novo Superman de James Gunn, que está previsto para Julho deste ano. Porém este filme, alardeado como o primeiro passo do novo Universo DC nos cinemas não é tão primeiro passo assim...

... afinal, desde que virou a grande mente por trás dos projetos da DC, James Gunn lançou antes esta animação Creature Commandos, cujo primeiro episódio da primeira temporada estreou em 5 de Dezembro de 2024, e o sétimo e último episódio saiu na semana passada, dia 9 de Janeiro.

A série, que está sendo exibida na Max/HBO, de certa forma dá continuidade à primeira temporada de Pacificador (2022), pois aqui vemos uma Amanda Waller (Viola Davis nas vozes) proibida de atuar com qualquer equipe de agentes humanos... é então que ela dá seu "jeitinho" e resolve criar sua equipe de "monstros", de maneira similar ao que ela tinha com o Esquadrão Suicida, para realizar missões secretas, formando assim o seu "Comando das Criaturas".

Vemos aqui mais uma vez James Gunn fazendo o que ele sempre faz, e o que ele faz bem: contar a história de uma equipe de "perdedores e rejeitados". Porém desta vez, ao contrário do que vimos ele fazer em Guardiões da GaláxiaEsquadrão SuicidaPacificador, temos bem menos comédia. Sim, até há alguma piadinha ou outra - e aliás há bastante ironia e sarcasmo - porém o que mais vemos em Creature Commandos é a violência, em um tom muito parecido com a animação de Invencível, da Prime Video.

As animações de Creature Commandos são mais "adultas", com traços menos arredondados, desenhos menos coloridos e movimentos menos fluidos... novamente, em estilo que lembra Invencível da Prime Video. E a trama, com alguma ou outra "forçada de barra", em geral é bem feita, dinâmica, com várias reviravoltas e, assim como no Esquadrão Suicida (2021) de James Gunn, qualquer personagem pode morrer há qualquer momento, e portanto, a dúvida se cada um dos "heróis" vai ou não sobreviver ao final de cada episódio passa a ser mais real e interessante.

Creature Commandos encerra sua primeira temporada fechando um arco de histórias completo, mas deixa claro que pretende fazer uma segunda temporada, o que alías gostaria muito de ver, já que ao longo de seus episódios acabou desenvolvendo um personagem que achei bastante interessante (não vou contar para não dar spoiler) e quero ver seus próximos passos.

A conclusão que temos é que Creature Commandos - ainda mais para quem gosta do trabalho de James Gunn - é muito bom, ainda que com bem menos humor. Mas mesmo tempo sem inovar, já que mais uma vez o diretor/produtor/roteirista trabalhou com "mix" que conhece muito bem: violência + loucura + muitos personagens secundários.

O que nos leva a grande questão. Tudo isto não tem NADA a ver com o personagem do Superman. Então como será que ele se sairá com este futuro filme? Como se pode ver pelo primeiro Teaser divulgado (ver vídeo abaixo), o tom do filme (por enquanto) parece correto: sério e heróico. Porém o número de personagens que aparecem já parece muito além do adequado... vamos aguardar.

Ah sim. A nota para a primeira temporada de Creature Commandos? 7,5


PS: como curiosidade, a estrutura narrativa de Creature Commandos se parece um bocado com a minissérie em quadrinhos Sete Soldados Da Vitória (2006-06), de Grant Morrison, onde cada capítulo conta a origem de um personagem enquanto uma história maior é contada em paralelo. E a personagem A Noiva, que vemos aqui nesta animação, surgiu no universo DC justamente nesta obra! Já o monstro Frankenstein teve algumas versões na DC (a primeira delas apareceu em 1948); porém a sua versão atual dentro do universo DC atual também apareceu pela primeira vez em Sete Soldados Da Vitória. Ah, e nenhum dos outros personagens de Creature Commandos tem qualquer relação com Sete Soldados Da Vitória rs.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #028 - Se você gosta de Cinema, PRECISA conhecer You're All The World To Me, de Fred Astaire


Quando se pensa nos anos dourados de Hollywood, filmes musicais faziam bastante sucesso. E provavelmente o maior nome do gênero foi o ator, dançarino, cantor e coreógrafo Fred Astaire (1899 - 1987), ainda que ironicamente a sequência musical que tenha ficado como a mais famosa da história -Cantando na Chuva - não tenha sido dele, e sim, de Gene Kelly (1912-1996).

Há literalmente dezenas de apresentações de dança absolutamente incríveis e memoráveis de Astaire ao longo de sua carreira. Afinal, só nos cinemas foram mais de 40 filmes, além de muitas e muitas apresentações especiais na TV.

E uma de suas performances mais surpreendentes é a da canção You're All the World to Me, presente no filme Núpcias Reais (1951). Em uma época onde ainda não se existiam efeitos especiais por computador, Fred chocou sua audiência ao dançar de maneira natural e crível pelas paredes e teto de um quarto. Toda esta sequência do filme vocês podem (e devem) assistir no vídeo abaixo:

No trecho do filme em questão, o personagem de Fred Astaire, apaixonado por uma jovem e bela mulher que assim como ele, ama dançar, não se contém de emoção e sai dançando pela sala. A idéia e concepção dessa cena, entretanto, veio à mente de Astaire muitos anos antes de Núpcias Reais ser filmado. Demorou um bocado para que esta sua idéia de desafiar a gravidade fosse colocada em prática.

Mas como, afinal de contas, Fred Astaire fez isso? Com efeitos práticos, oras! Toda a sala foi construída dentro de um gigantesco barril de metal, que era girado. Porém a câmera ficava sempre fixa no que seria o chão do cômodo. Tudo girava, inclusive a câmera, enquanto Fred, de modo muito hábil (e com 51 anos de idade!), não. No vídeo abaixo você poderá ver de maneira muito clara o segredo revelado (ATENÇÃO: antes assistir o segundo vídeo, recomendo fortemente você NÃO ter pulado o primeiro vídeo, acima deste!!).

Este "truque" de rotacionar a sala foi usado posteriormente em vários outros filmes, como por exemplo em 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), A Caçada ao Outubro Vermelho (1990), A Origem (2010); e também já foi replicado na música, como por exemplo no clipe de Lionel Richie, Dancing On The Ceiling (1986), e bem mais recentemente em 2019 por Billie Eilish em apresentação para o Saturday Night Live (ver vídeo abaixo). Nenhum deles entretanto, tem a primazia e perfeição de Fred Astaire. ;)




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? Toda segunda-feira tem uma nova! É só clicar aqui!

domingo, 12 de janeiro de 2025

ATENÇÃO! Ajuda para começar o Ano Novo! Agora toda Segunda-feira é dia de Curiosidade inédita aqui no Cinema Vírgula!!


Segunda-feira é o dia semana mais odiado por boa parte dos humanos e pelo gato Garfield. Voltar ao batente e recomeçar mais uma semana não é fácil... Ainda mais neste 2025, que já começou difícil e promete não ser nada fácil...

Você está preparado para suportar todas as Segundas-feiras de 2025? Não? Pois seus problemas terminaram!

Para alegrar as Segundas-feiras de todos os leitores do Cinema Vírgula, e ajudá-los a suportar as primeiras semanas de 2025 com menos sofrimento, a partir de hoje - e no mínimo até a chegada do Carnaval - toda Segunda-feira teremos uma curiosidade inédita publicada aqui no blog!!

Lembrando que as "Curiosidades" são artigos curtos sobre algo bem curioso da Cultura Pop, que estão numerados e atualmente já estão no número 27. Sempre que você queira ver todos eles, basta clicar em seu marcador, ou clicar aqui.

É isso. Até a próxima Segunda-feira dia 13, vulgo amanhã! ;)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Crítica - Nosferatu (2024)

Título
Nosferatu (idem, EUA / Hungria / Reino Unido, 2024)
Diretor: Robert Eggers
Atores principais: Bill Skarsgård, Nicholas Hoult, Lily-Rose Depp, Aaron Taylor-Johnson, Willem Dafoe, Emma Corrin, Ralph Ineson, Simon McBurney 
Nota: 6,5

Refilmagem melhora pontos da obra original, mas erra quando a expande

Nosferatu original é um clássico filme expressionista alemão, lançado em 1922 pelo diretor F.W. Murnau, e que foi base para os filmes de Drácula no mundo cinematográfico. Já este Nosferatu, que estreou nos cinemas brasileiros neste dia 02 de Janeiro, é uma refilmagem (ou seria uma reimaginação?) deste mesmo filme, agora pelo diretor de terror estadunidense Robert Eggers. É a segunda vez que ele é "refeito", já que em 1979 o também diretor alemão Werner Herzog lançou sua versão de Nosferatu.

A história, que se passa em 1838 na fictícia cidade de Wisborg na Alemanha, nos mostra o casal Thomas (Nicholas Hoult) e Ellen Hutter (Lily-Rose Depp). Com a promessa de ser contratado em definitivo por um estranho agente imobiliário de nome Knock (Simon McBurney), Thomas viaja para a Transilvânia para fechar pessoalmente o contrato da venda de uma propriedade com um recluso e temido Conde Orlok (Bill Skarsgård). Enquanto isto acontece, sua esposa agoniza em casa tendo convulsões e delírios.

O filme de 2024 pode ser separado em duas partes, sendo a fuga de Thomas dos domínios do castelo do Conde Orlok / Nosferatu este grande divisor.

Até a fuga do castelo, o filme se comporta como basicamente como uma "cópia melhorada" do filme de 1922, com cenas e roteiro muito parecidos, porém trazendo melhores explicações ao espectador, amarrando algumas pontas soltas, e principalmente, através de cenas bem curtas, explicando melhor as motivações dos personagens.

A partir da fuga, entretanto, este novo Nosferatu muda um bocado, ou talvez dizendo melhor, expande. É que então os personagens Prof. Von Franz (Willem Dafoe) e Ellen Hutter passam a ganhar grande destaque, atenção essa que não existe no filme original. Aliás, o personagem de Dafoe é um personagem "novo", baseado no personagem Professor Bulwer de 1922, que lá tem pouca importância.

Estas adições fazem que Nosferatu discuta dois temas inéditos para a obra: ciência versus ocultismo, e a opressão sofrida pelas mulheres na sociedade patriarcal. São dois assuntos relevantes para os dias de hoje, e fortaleceriam mais o filme se não tivessem sido colocados com falhas: ao tentar achar explicações para tudo, o filme perde um bocado de seu tom de horror e passa mais a ser um filme de aventura / romance bizarro. Já em termos do que deveria ser uma defesa da mulher, Ellen mostra sua grande força no desfecho tanto deste filme quanto no original, porém aqui - ironicamente - um filme que se auto explica tanto, afirma que Ellen também tem um pouco de culpa pelo que está acontecendo - devido a um "momento de pecado" - mas fica nisso, sem dar mais detalhes. A situação não somente é incondizente com o restante do filme, como também apenas serviu para enfraquecer a personagem.

Outro ponto que me desagradou neste Nosferatu foi a representação visual do Conde Orlok. Se no filme de 1922 isso fui muito marcante, com a imagem do ator Max Schreck fantasiado de Nosferatu entrando para a história do Cinema, o visual deste Nosferatu não me convenceu. E eu não tenho nenhum problema com ele ser visualmente diferente do original (inclusive, o Conde Orlok de 2024 é muito mais coerente em termos históricos com o que se espera de alguém que nascesse na Transilvânia na Idade Média). Meu problema é que ele em nenhum momento lembra um vampiro, em nenhum momento vemos seus dentes, em nenhum momento ele é visualmente assustador. A única coisa assustadora nele - e aí é o contrário, merece bastante elogio - é sua voz: imponente, e levemente inumana.

Depois de vários filmes de terror "incomuns", que acabaram trazendo (boa) fama para Robert Eggers, este seu Nosferatu é seu filme menos assustador, mais padrão e mais comercial. Para quem nunca viu o Nosferatu original, pela novidade que seria o filme, eu daria nota 7,0; para quem já viu, daria nota 6,0. Portanto, como nota média final, este Nosferatu 2024 leva Nota 6.5.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Retrospectiva Cinema Vírgula 2024: confira os Melhores e Piores filmes e séries do ano que passou!

FELIZ ANO NOVO! Obrigado por passar mais um ano acompanhando o Cinema Vírgula! E dá para dizer que foi um ano agitado por aqui... foram 60 artigos, o segundo maior número de publicações em um ano desde que criei este blog, em 2012!

Mantendo a tradição, começaremos o ano novo com a retrospectiva do melhor e pior de filmes e seriados do ano que se passou. Lembrando que o critério para ser citado aqui é de eu ter assistido e de ter sido lançado no Brasil em 2024.


Os filmes de 2024

Infelizmente, 2024 foi um dos anos mais fracos em termos de filmes nos últimos tempos. Depois dos "filmes do Oscar" aparecerem no começo do ano, vimos pouca coisa boa sendo lançada. A baixa qualidade até tem algumas explicações, como a greve dos roteiristas de 2023 nos EUA, que durou cerca de 5 meses. Porém, é inegável que o Cinema enfrenta uma crise de qualidade e audiência, e seu futuro a curto prazo é bem preocupante.

Melhores: meu "Top 5" de 2024 foi: Anatomia de uma Queda, Duna: Parte Dois, Ficção Americana, Furiosa: Uma Saga Mad Max e Pobres Criaturas, e você pode clicar no nome de qualquer um deles para (re)ler a minha crítica. Apenas um comentário extra de que fiquei triste que Furiosa: Uma Saga Mad Max desempenhou mal nas bilheterias, apesar de ser um filmaço. Muito injusto.

E um filme de que não escrevi crítica, mas queria registrar aqui é A Substância, filme de terror / horror da diretora francesa Coralie Fargeat estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley. O filme é bom (dou nota 7,0), tem uma ótima fotografia, fala sobre auto-aceitação, e principalmente sobre a objetificação do corpo feminino. Porém mais do que tudo isso, é um filme muito perturbador, pra chocar, com cenas ao estilo A Mosca (1986). E perturba mesmo, tanto que não me esqueci dele aqui. Como disse um amigo meu, hoje o mundo (e os filmes) está tão violento, que para chocar o público, só mesmo fazendo cenas assim.

A Substância

Outro filme que gostei bastante e que também não escrevi crítica foi Jurado Nº 2, filme de tribunal dirigido por Clint Eastwood aos NOVENTA E TRÊS anos de idade! A trama mostra de maneira interessante dilemas morais, e eventuais falhas no sistema judiciário, isso mesmo quando várias pessoas envolvidas tentam ser "honestas". Uma pena que o filme não recebeu nenhuma atenção aqui no Brasil, porém boa parte da culpa vai para a Warner, que optou por não lançá-lo nos cinemas e colocá-lo direto nos streamings (HBO/Max). Além de burrice, para mim um desrespeito a Clint, já que estamos falando de seu provável último filme.

Piores: a grande decepção do ano, facilmente, foi Coringa: Delírio a Dois, ainda que o filme não seja de todo ruim. Porém quando você mistura um estúdio louco por dinheiro fácil, com um diretor arrogante que acha que precisa desconstruir seu filme anterior porque o público não entendeu sua obra, só poderia dar m...

Outro filme que entra na lista dos piores é Bad Boys: Até o Fim. Filme de ação absurdamente genérico cujo roteiro não faz sentido em nenhum momento. É uma franquia que piora muito a cada filme, e mesmo assim continuam fazendo novos capítulos... Será que as pessoas ainda querem ver Will Smith? Pois eu já perdi a vontade...

E finalmente, o ápice da ruindade. Aquele que mereceu a honra de ser o PIOR filme que já assisti desde que montei este blog, em 2012. Trata-se de Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes, de Zack Snyder. Após a péssima Parte 1, eu achava que a seqüência seria menos pior, já que a parte chata de apresentar os personagens já havia sido no primeiro filme. Ledo engano, a Parte 2 conseguiu ser bem pior, muito mais lenta, chata e repetitiva. Pra quem gosta de notas, para Rebel Moon - Parte 2 dou a nota 1,0 (de 10,0). Só não vai zero pelo esforço do pessoal técnico.

A Vida Por Philomena Cunk

Mas se tivemos um 2024 questionável, pelo menos em 2025 há a esperança de que tudo comece bem... Afinal AMANHÃ, dia 02 de Janeiro, estreia na Netflix a comédia A Vida Por Philomena Cunk, que se for tão bom quanto a série O Mundo por Philomena Cunk foi, vou adorar!


As séries de 2024

Melhores: em 2024 assisti mais séries que em 2023, mas ainda assim fiquei abaixo do número que gostaria e portanto alguns títulos que provavelmente iriam entrar aqui nesta minha de melhores eu deixei para ver só em 2025... Me refiro a Duna: a Profecia (Max), Hacks (HBO), Only Murders in the Building (Disney/Star+) e as temporadas finais de Arcane: League of Legends (Netflix) e Curb Your Enthusiasm (HBO).

A série que pra mim fica como a melhor do ano foi Fallout (Prime Vídeo), a qual ninguém esperava muito, mas surpreendeu pela qualidade técnica, personagens e roteiro. Também gostei bastante da animação Dungeon Meshi (Netflix), e coloco Xógum: A Gloriosa Saga do Japão (Disney/Star+) como uma das melhores do ano, ainda que sendo ela a grande vencedora do Emmy 2024, eu esperasse mais.

Piores: a quarta temporada de The Boys (Prime Vídeo) foi bem ruim, de longe a pior até agora. Desde a temporada anterior (que eu já havia colocado na categoria "decepções" na retrospectiva passada) a série claramente fica apenas se repetindo e enrolando, felizmente a quinta temporada será a última. Outra série bem ruim foi Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft (Netflix): trama genérica envolvendo magia, personagens chatos... ficou longe de uma "aventura arqueológica".

A surpresa: série britânica sobre um grupo de jornalistas investigando um possível assassinato, Bodkin (Netflix) foi minha agradável surpresa do ano. Sem ser excepcional, ainda assim, gostei e manteve minha atenção o tempo todo.

Bodkin

Decepções: a lista tem alguns nomes: Guga por Kuerten (Disney+) é um documentário legal, mas poderia ser muito mais; Irmãos Sun (Netflix) tinha artes marciais e Michelle Yeoh como atrativos, porém achei a série apenas mediana. Curiosidade: em 2025 teremos na Prime Vídeo a estréia da série Blade Runner 2099, e um dos seus principais nomes também é Michelle Yeoh. Será que teremos nova frustração por aí? Espero que não.

Mas a minha maior decepção fica para O Problema dos 3 Corpos, cujos responsáveis pela produção e adaptação são David Benioff e D. B. Weiss, os mesmos dois "jênios" da série Game of Thrones. Não é que a série seja ruim, achei a primeira temporada entre razoável e boa... porém esperava uma história melhor já que ela é baseada em uma série de livros tão premiada. Pelo que investiguei, parte das coisas que não gostei do roteiro são assim mesmo nos livros (seriam eles então superestimados?), mas boa parte do que não gostei foram justamente adaptações mal feitas para a TV, com revelações sendo feitas antecipadamente (comparados aos livros), e/ou explicações mal dadas. Quem diria que a dupla "jenial" faria isso de novo, não? Tsc, tsc...


Top 5: os mais lidos do Cinema Vírgula em 2024

Eu gosto de fazer verificar esta lista todo ano por que as vezes ela me surpreende, e desta vez me surpreendeu bastante! O vencedor disparado, quem diria, foi o artigo com a crítica do novo filme de Francis Ford Coppola, Megalópolis.

E completaram a minha lista do Top 5 dois artigos exclusivos que envolveram bastante pesquisa, e que por isso tenho bastante orgulho. Um sobre a grande Hedy Lamarr, e outro sobre o saudoso Master System. Confiram:

Lista dos filmes que assisti em 2024

Encerrando, como sempre segue a lista de todos os filmes que assisti no ano que passou; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. No total foram 90.

Abaixo segue a lista. Os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

1408 (idem, EUA, 2007)
Alien: Romulus (idem, Austrália / Canadá / EUA / Hungria / Nova Zelândia / Reino Unido, 2024)
Amor com Fetiche ("Love and Leashes", Coréia do Sul, 2022)
Anatomia de uma Queda ("Anatomie d'une Chute", França, 2023)   (*)
Aquaman 2: O Reino Perdido ("Aquaman and the Lost Kingdom", Austrália / Canadá / EUA / Islândia / Reino Unido, 2023)
Argylle: O Superespião ("Argylle", EUA / Reino Unido, 2024)
Arizona Nunca Mais ("Raising Arizona", EUA, 1987)
O Astronauta ("Spaceman", EUA / República Checa, 2024)
Atlas (idem, EUA, 2024)
A Batalha do Biscoito Pop-Tart ("Unfrosted", EUA, 2024)
Bad Boys: Até o Fim ("Bad Boys: Ride or Die", EUA, 2024)
Besouro Azul ("Blue Beetle", EUA / México, 2023)
Bombástica: A História de Hedy Lamarr ("Bombshell: The Hedy Lamarr Story", EUA, 2017)   (*)
Cegos, Surdos e Loucos ("See No Evil, Hear No Evil", EUA, 1989)
Conclave (idem, EUA / Reino Unido, 2024)
As Cores do Mal: Vermelho ("Kolory zla. Czerwien", Polônia, 2024)
Coringa: Delírio a Dois ("Joker: Folie à Deux", Canadá / EUA, 2024)
Deadpool & Wolverine (idem, Austrália / Canadá / EUA / Nova Zelândia, 2024)
Divertida Mente 2 ("Inside Out 2", EUA / Japão, 2024)
Donzela ("Damsel", EUA, 2024)
O Dublê ("The Fall Guy", Austrália / Canadá / EUA, 2024)
Dupla Jornada ("Day Shift", EUA, 2022)
Duna ("Dune", EUA / México, 1984)
Duna: Parte Dois ("Dune: Part Two", Canadá / EUA, 2024)   (*)
Elis (idem, Brasil, 2016)
O Enigma de Kaspar Hauser ("Jeder Für Sich und Gott Gegen Alle", Alemanha Ocidental, 1974)
Entre Mulheres ("Women Talking", EUA, 2022)
Eu Sou: Celine Dion ("I Am: Celine Dion", Canadá / EUA, 2024)
Uma Família Extraordinária ("Wildflower", Canadá / EUA, 2022)   (*)
Os Fantasmas Ainda se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice ("Beetlejuice Beetlejuice", EUA, 2024)
Os Fantasmas se Divertem ("Beetlejuice", EUA, 1988)
A Fantástica Fábrica de Chocolate ("Willy Wonka & the Chocolate Factory", EUA / Reino Unido, 1971)
Federer: Doze Últimos Dias ("Federer: Twelve Final Days", Reino Unido, 2024)
Ferrari (idem, Arábia Saudita / EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
Ficção Americana ("American Fiction", EUA, 2023)   (*)
A Filha do Rei do Pântano ("The Marsh King's Daughter", EUA, 2023)
Furiosa: Uma Saga Mad Max ("Furiosa: A Mad Max Saga", Austrália, 2024)   (*)
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo ("Ghostbusters: Frozen Empire", Canadá / EUA, 2024)
Gladiador ("Gladiator", EUA / Malta / Marrocos / Reino Unido, 2000)
Gladiador II ("Gladiator II", EUA / Reino Unido, 2024)
Godzilla Minus One ("Gojira -1.0", Japão, 2023)
Guerra Civil ("Civil War", EUA / Reino Unido, 2024)
Guerra Sem Regras ("The Ministry of Ungentlemanly Warfare", EUA / Reino Unido / Turquia, 2024)
Handsome: Um Filme de Mistério Netflix ("Handsome: A Netflix Mystery Movie", EUA, 2017)
Hellboy e o Homem Torto ("Hellboy: The Crooked Man", Alemanha / EUA / Reino Unido, 2024)
Uma Herança Inusitada ("Spadek", Polônia, 2024)
Heróis Lendários: Indiana Jones e Harrison Ford ("Timeless Heroes: Indiana Jones and Harrison Ford", EUA, 2023)
Johnny & June ("Walk the Line", Alemanha / EUA, 2005)
Jogo Bonito ("The Beautiful Game", EUA / Reino Unido, 2024)
Jurado Nº 2 ("Juror #2", EUA, 2024)   (*)
Kung Fu Panda 4 (idem, China / EUA, 2024)
Luca (idem, EUA, 2021)
Um Lugar Silencioso: Dia Um ("A Quiet Place: Day One", Canadá / EUA / Reino Unido, 2024)
Made in Abyss: O Amanhecer de uma Alma Profunda ("Gekijouban Made in Abyss: Fukaki Tamashii no Reimei", Japão, 2020)
Maestro (idem, EUA, 2023)
Mansão Mal-Assombrada ("Haunted Mansion", Austrália / Canadá / EUA / Reino Unido / Tailândia, 2023)
As Marvels ("The Marvels", EUA, 2023)
Megalópolis ("Megalopolis", EUA, 2024)
Meu Malvado Favorito 4 ("Despicable Me 4", EUA, 2024)
Meu Cunhado é um Vampiro (idem, Brasil, 2023)
Minions 2: A Origem de Gru ("Minions: The Rise of Gru", EUA / França, 2022)
Os Mistérios dos Guerreiros de Terracota ("Mysteries of the Terracotta Warriors", Reino Unido, 2024)
Moonwalker (idem, EUA, 1988)
As Nadadoras ("The Swimmers", EUA / Reino Unido, 2022)   (*)
A Noite que Mudou o Pop ("The Greatest Night in Pop", EUA, 2024)
Nosferatu ("Nosferatu, eine Symphonie des Grauens", Alemanha, 1922)
Nyad (idem, EUA, 2023)
Operação Natal ("Red One", Canadá / EUA, 2024)
Partiu América (idem, Brasil, 2024)
Patos! ("Migration", EUA, 2023)
Os Pequenos Vestígios ("The Little Things", EUA, 2021)
Pobres Criaturas ("Poor Things", EUA / Hungria / Irlanda / Reino Unido, 2023)   (*)
O Poço 2 ("El Hoyo 2", Espanha, 2024)
O Poderoso Chefinho ("The Boss Baby", EUA, 2017)
O Quinto Set ("Cinquième Set", França, 2020)
Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes ("Rebel Moon - Part Two: The Scargiver", EUA, 2024)
Red: Crescer é uma Fera ("Turning Red", Canadá / EUA, 2022)
Os Rejeitados ("The Holdovers", EUA, 2023)
Rivais ("Challengers", EUA / Itália, 2024)
Segredos de um Escândalo ("May December", EUA, 2023)
A Sociedade da Neve ("La Sociedad de la Nieve", Chile / EUA / Espanha / Uruguai, 2023)
Sombra Lunar ("In the Shadow of the Moon", Canadá / EUA, 2019)
A Substância (The Substance, França / Reino Unido, 2024)
Super/Man: A História de Christopher Reeve ("Super/Man: The Christopher Reeve Story", EUA / Reino Unido, 2024)
Tipos de Gentileza ("Kinds of Kindness", EUA / Grécia / Irlanda / Reino Unido, 2024)
As Três Filhas ("His Three Daughters", EUA, 2023)   (*)
Tron: Uma Odisseia Eletrônica ("Tron", EUA / Japão / Reino Unido / Taiwan, 1982)
The Ballad of Buster Scruggs (idem, EUA, 2018)   (*)
Um Tira da Pesada 4: Axel Foley ("Beverly Hills Cop: Axel F", EUA, 2024)
Zona de Interesse ("The Zone of Interest", EUA / Polônia / Reino Unido, 2023)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Dupla Crítica - Alien: Romulus (2024) e Gladiador II (2024)


Encerrando a safra 2024 de críticas de filmes do Cinema Vírgula, trago duas críticas que compartilham algumas características em comum. As duas são de filmes-continuação de grandes franquias associadas a Ridley Scott, e cujos resultados finais entretiveram, mas ainda assim ficaram abaixo do que poderiam ser. Leiam a seguir o que mais eu achei de cada uma destas produções.



Alien: Romulus (2024)
Diretor: Fede Álvarez
Atores principais: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced, Spike Fearn, Aileen Wu

Sendo uma nova tentativa de reiniciar a franquia Alien, Alien: Romulus começa bem, sem premissas mirabolantes e se passando cronologicamente entre o primeiro e segundo filmes da série. Logo de início temos de maneira bem feita fortes críticas à exploração capitalista e ganância das grandes corporações (algo bem presente em Alien) e ao racismo; sendo ambos assuntos bem relevantes atualmente.

O filme é desenvolvido com um bom clima de suspense do início a seu fim, e temos um desenvolvimento dos personagens simples mas eficiente, o que é suficiente para que nos importemos com eles. Como um todo, Alien: Romulus entretém e faz o que se espera de um filme desta franquia. Porém, possui alguns problemas. Primeiro, falha em apresentar sua maior estrela... o Alien. A amedrontadora criatura xenomorfa aparece pouco em sua forma final e mete mais medo quando está em sua fase de "abraçador" ("facehugger").

Mas a pior decisão de Alien: Romulus foi resolver homenagear praticamente todos os filmes anteriores da franquia dentro dele, e em especial, há elementos de Alien: A Ressurreição (1997) e Prometheus (2012) incorporados em seu roteiro. Isso faz com que o desfecho do filme caia bastante em qualidade e em verossimilhança. Alien: Romulus acaba sendo um recomeço aceitável para a franquia e uma evolução notável se comparado aos filmes mais recentes. Mas para dar certo mesmo, precisa focar em coisas realmente novas, e ficar cada vez mais distante de Ridley Scott. Nota: 6,5.



Gladiador II (2024)
Diretor: Ridley Scott
Atores principais: Paul Mescal, Pedro Pascal, Connie Nielsen, Denzel Washington, Derek Jacobi, Joseph Quinn, Fred Hechinger, Lior Raz, Peter Mensah, Tim McInnerny

Ridley Scott volta com a continuação de seu grande sucesso Gladiador (2000) quase 25 anos depois, sendo que agora o protagonista é o exilado ainda criança Lucius (Paul Mescal), filho de Lucilla (Connie Nielsen), irmã do tirano e vilão Imperador romano Commodus, que foi interpretado por Joaquin Phoenix no primeiro filme.

Chega a ser impressionante ver como este Gladiador II é parecido com o filme inicial... o roteiro, os figurinos, as cenas, os diálogos piegas... e agora podemos perceber com esta comparação, e com certa tristeza, que o Gladiador original não era tão bom. Ou melhor, mais ou menos... afinal, eram outros tempos, e naquela época se tratava de algo inédito, e aqui temos uma clara repetição.

A presença do personagem Macrinus, interpretado por Denzel Washington, dá alguma esperança de um roteiro mais elaborado, com mais intrigas. E de fato isso até acontece em partes do filme. Porém, tudo é jogado fora no final, com um desfecho "good vibes" cuja única reação que pude ter foi de dar risada, de tão absurdo e sem sentido.

Assim como Alien: Romulus, este Gladiador II entretém, e por ser uma experiência muito parecida com o Gladiador original, vale principalmente para quem não viu o primeiro filme nos cinemas. Sim, Gladiador II faz sentido especificamente se visto nas telonas, principalmente com suas grandes batalhas na arena, de fato uma experiência bem interessante. Já assistí-lo em sua casa não vale muito a pena. Nota: 6,0.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Crítica Amazon Prime - Operação Natal (2024)

Título
Operação Natal ("Red One", Canadá / EUA, 2024)
DiretorJake Kasdan
Atores principais: Chris Evans, Dwayne Johnson, J.K. Simmons, Lucy Liu, Bonnie Hunt, Kristofer Hivju, Kiernan Shipka, Mary Elizabeth Ellis
Nota: 6,0

 Supreendentemente, aceitável e divertido

Após falhar em bilheteria nos cinemas, Operação Natal demorou apenas cerca de um mês para estrear na Amazon Prime e... está indo muito bem, sendo um dos maiores sucessos de audiência do ano desta plataforma. Uma boa notícia afinal, já que Operação Natal é um filme divertido e merecia melhor destino.

Na trama, Papai Noel (J. K. Simmons) existe e isto é de conhecimento de alguns humanos, como por exemplo de Zoe Harlow (Lucy Liu), chefe da M.O.R.A. (Autoridade de Supervisão e Restauração Mitológica), pequena e secreta estrutura militar responsável por intermediar as relações entre criaturas mágicas e humanas. A um dia do Natal, Noel é sequestrado em pleno Polo Norte, e resta então a seu chefe de segurança Callum Drift (Dwayne Johnson) e o mercenário Jack O'Malley (Chris Evans) resgatá-lo em menos de 24 horas, antes que o Natal do mundo todo esteja arruinado.

Mais do que qualquer coisa, Operação Natal é um filme de ação, e por isto, mesmo não tendo mortes e tiroteios, há bastante lutas, alguns diálogos mais adultos, e o filme não é propriamente infantil. Sua indicação mínima para 12 anos é adequada. O filme também possui bastante humor, em sua grande maioria das briguinhas entre os personagens de Dwayne Johnson e Chris Evans. Felizmente, apesar da repetição, isto funciona bem e não fica cansativo.

Minha maior surpresa foi Operação Natal focar em algumas coisas natalinas, mesmo sendo o filme de ação que é: ainda que seja um aspecto pequeno de sua trama, sobrou espaço para trazer "família" ao falar de Jack O'Malley e seu filho, e trazer monstros relacionados a mitologia natalina que nós não estamos familiarizados, como por exemplo Krampus e a bruxa Gryla.

Sendo uma produção com um bocado de efeitos especiais, Operação Natal não conseguiu impressionar por elas e nem como "filme de aventura", porém, como filme descompromissado para entreter as pessoas em suas casas, no Natal, ele serve perfeitamente. Dito isto, é muito fácil compreender porque ele fracassou nos cinemas mas vai muito bem nos streamings. Nota: 6,0

sábado, 14 de dezembro de 2024

Lançado Indiana Jones and the Great Circle, o novo jogo de Indiana, que é como se fosse um novo filme!

Apesar de ser uma das maiores franquias de filmes do planeta, o último jogo de videogame para Indiana Jones havia sido lançado no hoje longínquo 2009 - Indiana Jones and the Staff of Kings - para os consoles Nintendo DS, Nintendo Wii, PlayStation 2 e PSP.

E então 15 anos depois, mais precisamente na semana passada, tivemos o lançamento mundial de Indiana Jones and the Great Circle, para Xbox Series X/S e PC. A espera parece ter valido a pena, pois o jogo tem sido amplamente aclamado por fãs, jogadores e mídia especializada, e já está sendo considerado um dos melhores jogos deste ano.

O jogo foi desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda Softworks, mesma dupla que assumiu em 2014 a franquia de jogos de tiro em primeira pessoa Wolfenstein, ambientada na 2ª Guerra Mundial. Indiana Jones and the Great Circle também é um jogo de ação em primeira pessoa, feito portanto por quem sabe do assunto.

O jogo mistura bastante ação e quebra-cabeças para o jogador resolver, porém, mais que tudo isso, Indiana Jones and the Great Circle também se preocupou bastante em trazer uma história. Aliás, se preocupou até demais: são quase quatro horas de cutscenes (!), o que torna esta produção muito próxima de um novo filme. Ambientado em 1937, ou seja, entre os filmes Os Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones e a Última Cruzada, a trama mostra Indiana percorrendo por diversos sítios arqueológicos do mundo - que se ligam pelo globo formando um "Grande Círculo" - tudo isso para evitar a liberação de um grande e antigo poder.

Este roteiro permite o jogador explorar diversos lugares famosos, como por exemplo, Roma, Egito e Machu Picchu e também traz um número bem grande de referências aos filmes antigos do Indiana. O ator contratado para fazer a captura de movimentos e as vozes de Indiana Jones foi Troy Baker, o mesmo ator responsável pelo personagem Joel nos jogos da franquia The Last of Us. A voz de Troy imitando Harrison Ford ficou muito parecida, bastante impressionante!

Além das imagens que coloquei aqui no artigo para vocês babarem um pouco com o jogo (sim, até a foto inicial deste artigo é uma foto real do game), segue mais abaixo um vídeo de 15 minutos (em inglês) lançado pela própria Bethesda apresentando o gameplay de Indiana Jones and the Great Circle.

Ah, para quem quiser jogar este jogo no Playstation 5, há um acordo entre a Microsoft e a Bethesda para que seus jogos tenham prioridade no Xbox... Ainda assim, o lançamento para o PS5 vai acontecer um dia, e a previsão atual é que seja entre Abril e Maio de 2025.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Crítica Netflix - O Poço 2 (2024)

Título: O Poço 2 ("El Hoyo 2", Espanha, 2024)
Diretor: Galder Gaztelu-Urrutia
Atores principais: Milena Smit, Hovik Keuchkerian, Natalia Tena, Óscar Jaenada
Nota: 6,5

Bem pior que o primeiro, bem melhor do que estão avaliando

O dinheiro move a humanidade. Então, claro, cinco anos após o surpreendente filme espanhol O Poço, sucesso de crítica e audiência, a Netflix lança sua continuação O Poço 2, mantendo mesmo diretor e roteiristas, porém agora com outra história e elenco.

Se o primeiro filme criticava brilhantemente a divisão da nossa sociedade em uma hierarquia verticalizada, O Poço 2 até mantém seu propósito de crítica social, porém de um jeito menos inspirado. Os temas, entretanto, são outros. Agora a denúncia é mais direcionada a regimes autoritários, principalmente ao mostrar como as pessoas perdem completamente sua humanidade ao seguir cegamente leis destes sistemas.

Se em O Poço temos prisioneiros vivendo em algo muito próximo do caos, vemos que aqui em O Poço 2 os detentos se auto organizaram, criando um sistema de leis muito rígido, onde cada pessoa pode comer apenas sua própria comida. E em caso de desobediência, a punição é aplicada com violência extrema...

O Poço 2 têm uma grande desvantagem que é a de só fazer sentido caso você tenha assistido o primeiro filme (e isso meio que acontece com esta minha crítica, em menor escala). E ainda comparando com o filme anterior, aqui os personagens recebem bem menos desenvolvimento, com apenas 3 deles recebendo alguma atenção, com destaque mesmo apenas para a protagonista Perempuán (Milena Smit).

Mas talvez o ponto mais fraco de O Poço 2 é o como a fome se tornou um aspecto irrelevante no filme. Se em O Poço nos desesperamos junto com os personagens, aqui parece que ficar um mês sem comer e sobreviver é algo normal...

A parte final da história mais uma vez é dúbia, deixando em aberto se tudo o que vimos é uma experiência "pós morte" ou algo real. Para ser sincero (ver meu PS no final deste artigo), O Poço 2 pende ainda mais para um "Purgatório" do que o primeiro filme (já pararam para pensar que o poço ter 333 andares - metade de 666 - é coincidência demais?).

De qualquer forma, por mais que O Poço 2 seja um "caça-níquel" da Netflix, ao final percebemos que ele foi feito para ser um "par" do primeiro filme, e o expande não em sua mitologia ou qualidade, mas em suas críticas sociais. Reitero o subtítulo que coloquei no começo deste artigo: O Poço 2 está abaixo do filme anterior, mas é melhor do que está sendo avaliado por aí e, para quem gostou do primeiro, ainda vale a pena não deixar passá-lo. Nota: 6,5.



PS - mais sobre o final do filme (vários spoilers - leia por sua conta): aquilo que vemos, da existência de uma sala só com dezenas crianças, onde uma é escolhida dentro de um ciclo e colocada sempre no último andar para potencialmente ser levada a superfície, para mim é irreal demais, é quase como uma "prova" de tudo ser um "pós-morte". Outro ponto: a presença em O Poço 2 de alguns personagems de O Poço, em especial Goreng (protagonista do filme anterior), Trimagasi, Imoguiri e Baharat, nos revela de maneira surpreendente que este novo filme na verdade ocorre temporalmente ANTES do primeiro.

domingo, 10 de novembro de 2024

Crítica - Megalópolis (2024)

Título
Megalópolis ("Megalopolis", EUA, 2024)
Diretor: Francis Ford Coppola
Atores principais: Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jon Voight, Laurence Fishburne, Talia Shire, Grace VanderWaal, Dustin Hoffman
Nota: 5,0

 Um caótico épico que se transformou em manifesto

Embora tenha chegado em poucas salas no Brasil (mas não tão poucas assim) Megalópolis está entre nós! (e já no meio da sua segunda semana!). A tão polêmica obra autoral e megalomaníaca de Francis Ford Coppola, que durou 4 décadas para ser concluída (clique aqui para saber um pouco mais de sua história), estreou em terras nacionais em 31 de Outubro.

Na trama, que se passa no atual Século 21, somos apresentados à gigantesca Nova Roma, que apesar de ter um prefeito - o conservador Frank Cicero (Giancarlo Esposito) - tem status de país. Também em Nova Roma reside Cesar Catilina (Adam Driver), um arquiteto futurista que também é uma espécie de "Ministro do Design" (em termos de arquitetura). A dupla, com suas idéias totalmente opostas, acaba se envolvendo em constantes brigas, ao mesmo tempo que o povo já está bastante insatisfeito com Cicero, mas também não confia muito em Cesar. Para "apimentar" ainda mais a situação, Julia Cicero (Nathalie Emmanuel), filha do prefeito, começa a trabalhar com o arquiteto e se apaixonar por ele. E Clodio Pulcher (Shia LaBeouf), um invejoso primo de Cesar, começa a planejar para destruir o arquiteto e tomar seu poder.

Todo o começo acima parece bem... romano. E de fato, não à toa, quando Coppola teve as ideias iniciais para seu filme no comecinho dos anos 80, seu objetivo era fazer um paralelo entre a queda do Império Romano com uma futura queda dos EUA transportando para uma Nova York atual a história da Conspiração Catilinária (onde, olhem só... o senador romano Lúcio Catilina arquiteta um complô contra o então cônsul Cícero).

Porém, a impressão que tenho é que depois que Megalópolis nos contextualiza em seu universo, que mistura nosso mundo com o romano, boa parte dos seu conceitos originais são esquecidos. E então o desfecho do filme foi transformado em um recado de Coppola pensando nas aflições atuais... coisas que ele só poderia estar pensando quando ele efetivamente começou a filmar o que foi agora para os cinemas, ou seja, a partir de 2022. Pois por exemplo, temos um personagem vítima de edição de imagem; ou uma pessoa que não é da política se candidatando e dizendo não ser nem de direita nem de esquerda... sendo "do povo" (hummm... em que eleição recente eu vi isso mesmo?).

Esqueça esse pano de fundo romano... até temos algumas intrigas aqui, um bocado de Romeu e Julieta ali, mas o que Megalópolis realmente fala é que a democracia falhou, a tecnologia atual falhou, o capitalismo falhou... em suma, a sociedade humana atual falhou como um todo.

E o mais interessante, não vemos nem um Cícero ("da direita") nem um Cesar ("da esquerda") serem maus... a mensagem de Coppola é que não é mais possível que eles melhorem o mundo na atual sociedade, mesmo que eles queiram. E qual a solução apontada por Megalópolis? Um vago e utópico "tecnologia e arte".

Pois é, o desfecho de Megalópolis é um verdadeiro manifesto, com Cesar declamando coisas do tipo "a sociedade corrompe" seguido de "o homem é bom", e que devemos abandonar o passado e pensar só no futuro... tecnologias novas, artes novas, idéias novas, tudo novo. De fato, na teoria tudo maravilhoso. Mas não há nenhuma explicação prática para como se ao menos começar a fazer isso. É apenas otimismo, e mais nada.

Inclusive, tudo indica que Coppola realmente não tem a menor idéia de como seria este mundo do futuro, já que vimos muito pouco da tal Megalópolis de Cesar no filme... apenas alguns esboços de idéias, imagens genéricas de prédios "diferentões"... ou demonstrações que parecem mais magia que ciência. De "prático" mesmo só uma versão de luz daquelas esteiras móveis que já temos nos aeroportos. O senhor Francis Ford se mostra bem ruim em Ficção Científica...

Como filme, Megalópolis tem bons momentos, sejam de espetáculo visual, de boas atuações, mas igualmente, tem momentos péssimos, várias cenas desconexas e/ou outras sem nenhum sentido, em especial as que contém os "delírios mentais" de Cesar.

Como resultado final, não deixa de ser admirável que Coppola queira ter deixado como seu "último legado" (já que este pode ter sido seu último filme) uma obra com trechos visualmente memoráveis, uma narrativa incomum, e com um importante e ousado alerta apocalíptico dele para a humanidade, mostrando que ele se preocupa com nosso futuro (e tenha gasto mais de 100 milhões de dólares próprios para isso). Por outro lado, ao mesmo tempo Megalópolis é uma obra caótica, meio prepotente, desnecessariamente longa, difícil para assistir, e que entra na lista de trabalhos mais fracos do diretor. Nota: 5,0.


PS: Segundo Coppola, uma das inspirações para o personagem arquiteto Cesar e suas idéias dentro do filme vieram da cidade de Curitba e do ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, que governou o estado entre 1994 e 2002. O diretor estadunidense esteve em Curitba em 2003 e ficou impressionado com as soluções diferentes para mobilidade urbana e sustentabilidade que encontrou no local.

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