Diretor: Shane Black
Atores principais: Robert Downey Jr., Guy Pearce, Ben Kingsley, Gwyneth Paltrow, Don Cheadle
Nota: 6,0
“Carisma de Downey Jr é a grande virtude de um filme repleto de problemas”
Após dois bons filmes (e muito divertidos), Homem de Ferro 3 mudou de diretor (saiu Jon Favreau e entrou o praticamente estreante Shane Black - roteirista da série Máquina Mortífera) e surpreendeu ao tentar trazer mais drama e humanização aos seus personagens.
Mais do que nas outras vezes, o roteiro tenta mostrar que o egocêntrico herói Tony Stark (Robert Downey Jr.) se importa de verdade com as pessoas ao seu redor, que ele tem mesmo sentimentos; além disto, vemos críticas a assuntos menos light na tela, como por exemplo, terrorismo, panfletagem política, companhias de petróleo, etc.
Mas toda esta mudança - de abordagem e de diretor - se mostrou um belo equívoco. Homem de Ferro 3 é bem inferior aos dois filmes anteriores, repleto de problemas de ritmo e de roteiro (ressalto que o diretor também é o roteirista).
O tom mais "dramático" do filme nos rendem algumas poucas cenas belas, tocantes. E só. E o pior: sempre, absolutamente sempre, após uma sequencia séria, vem um alívio cômico. Chega a irritar. O filme não consegue fazer nada realmente sério sem que, logo em seguida, Stark apronte algo pastelão digno de Os Trapalhões. Cenas emocionantes, como a que o Homem de Ferro salva os passageiros de um avião em pleno ar, ou mesmo, quando a Pepper (Gwyneth Paltrow) acredita que Stark morreu... tudo se perde em meio a este humor gratuito e sem sentido.
E ainda há mais problemas no ritmo além deste. Toda hora a história é interrompida com lembranças ao "episódio em Nova York", que pra piorar, nem se refere ao Homem de Ferro 2, e sim, ao filme dos Vingadores.
Também não posso aplaudir a história central do filme. Vinda diretamente dos quadrinhos, o Homem de Ferro é obrigado a enfrentar "super-humanos" modificados pela tecnologia Extremis. Embora tenha certa explicação científica, o conceito não convence e é absurdo. Ironicamente, em relação a Extremis, o filme é bem fiel aos quadrinhos. Mas de que adianta ser fiel de algo originalmente ruim?
Para completar a lista de erros, o final é catastrófico. Quase literalmente, dado a enorme quantidade de coisas que explodem em cena.
(Pulem o parágrafo seguinte se não quiserem ler o final do filme)
A batalha final é digna de filme B. Além do vilão enrolar ao máximo para matar o presidente dos EUA, e contar todos seus planos, como um bom idiota clichê, temos um desfecho totalmente Deus ex machina, com Stark usando, do nada (ele passou o filme inteiro sem armaduras, dando uma de James Bond), dezenas de armaduras novinhas. O sentido disto? Vender brinquedos. Mais nada.
(Fim do spoiler)
Apesar de todas as críticas acima, Homem de Ferro 3 diverte bem em sua primeira hora de exibição. E isto se deve quase exclusivamente ao carisma e atuação de Robert Downey Jr. Afinal, seu personagem (e ele mesmo, as diferenças não são lá muito grandes entre eles) é inegavelmente interessante e divertido. Neste aspecto em específico, veja que incrível, Homem de Ferro 3 chega a superar seus dois antecessores.
Com inúmeros erros e final bem ruim, apesar de garantir diversão em vários momentos a sensação final é de um gosto amargo na boca. Nunca imaginei que iria dizer o que vou dizer agora: Jon Favreau, volte a ser o diretor! Nota: 6,0.
Mais do que nas outras vezes, o roteiro tenta mostrar que o egocêntrico herói Tony Stark (Robert Downey Jr.) se importa de verdade com as pessoas ao seu redor, que ele tem mesmo sentimentos; além disto, vemos críticas a assuntos menos light na tela, como por exemplo, terrorismo, panfletagem política, companhias de petróleo, etc.
Mas toda esta mudança - de abordagem e de diretor - se mostrou um belo equívoco. Homem de Ferro 3 é bem inferior aos dois filmes anteriores, repleto de problemas de ritmo e de roteiro (ressalto que o diretor também é o roteirista).
O tom mais "dramático" do filme nos rendem algumas poucas cenas belas, tocantes. E só. E o pior: sempre, absolutamente sempre, após uma sequencia séria, vem um alívio cômico. Chega a irritar. O filme não consegue fazer nada realmente sério sem que, logo em seguida, Stark apronte algo pastelão digno de Os Trapalhões. Cenas emocionantes, como a que o Homem de Ferro salva os passageiros de um avião em pleno ar, ou mesmo, quando a Pepper (Gwyneth Paltrow) acredita que Stark morreu... tudo se perde em meio a este humor gratuito e sem sentido.
E ainda há mais problemas no ritmo além deste. Toda hora a história é interrompida com lembranças ao "episódio em Nova York", que pra piorar, nem se refere ao Homem de Ferro 2, e sim, ao filme dos Vingadores.
Também não posso aplaudir a história central do filme. Vinda diretamente dos quadrinhos, o Homem de Ferro é obrigado a enfrentar "super-humanos" modificados pela tecnologia Extremis. Embora tenha certa explicação científica, o conceito não convence e é absurdo. Ironicamente, em relação a Extremis, o filme é bem fiel aos quadrinhos. Mas de que adianta ser fiel de algo originalmente ruim?
Para completar a lista de erros, o final é catastrófico. Quase literalmente, dado a enorme quantidade de coisas que explodem em cena.
(Pulem o parágrafo seguinte se não quiserem ler o final do filme)
A batalha final é digna de filme B. Além do vilão enrolar ao máximo para matar o presidente dos EUA, e contar todos seus planos, como um bom idiota clichê, temos um desfecho totalmente Deus ex machina, com Stark usando, do nada (ele passou o filme inteiro sem armaduras, dando uma de James Bond), dezenas de armaduras novinhas. O sentido disto? Vender brinquedos. Mais nada.
(Fim do spoiler)
Apesar de todas as críticas acima, Homem de Ferro 3 diverte bem em sua primeira hora de exibição. E isto se deve quase exclusivamente ao carisma e atuação de Robert Downey Jr. Afinal, seu personagem (e ele mesmo, as diferenças não são lá muito grandes entre eles) é inegavelmente interessante e divertido. Neste aspecto em específico, veja que incrível, Homem de Ferro 3 chega a superar seus dois antecessores.
Com inúmeros erros e final bem ruim, apesar de garantir diversão em vários momentos a sensação final é de um gosto amargo na boca. Nunca imaginei que iria dizer o que vou dizer agora: Jon Favreau, volte a ser o diretor! Nota: 6,0.