Diretores: Ethan Coen, Joel Coen
Atores principais: Josh Brolin, George Clooney, Alden Ehrenreich, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Frances McDormand, Channing Tatum, Jonah Hill
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2sf7T3heCxg
Nota: 7,0
Nota: 7,0
Mesmo longe de ser brilhante, é a melhor comédia dos irmãos Coen desde 2000
Durante toda sua carreira cinematográfica os irmãos Ethan e Joel Coen sempre alternaram filmes de drama e de comédia. Alguns de seus dramas estão entre os melhores filmes deste século (por exemplo, Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)). Já as comédias... bem, no início os Coen entregaram filmes divertidíssimos como Arizona Nunca Mais (1987) e E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000). Mas suas comédias posteriores perderam qualidade.
O que aconteceu? As comédias pós-2000 de Ethan e Joel continuaram explorando personagens estranhos, o nonsense, e um humor repleto de ironias. O que mudou foi o tom: O Amor Custa Caro (2003), Matadores de Velhinhas (2004), Queime Depois de Ler (2008) e Um Homem Sério (2009), todas estas comédias apenas razoáveis possuem um humor muito mais sutil do que os Coen usavam no passado. Sutil até demais; as vezes nem percebemos que estamos diante de uma piada.
A boa notícia é que com Ave, César! os irmãos enfim trouxeram uma comédia bem interessante mesmo mantendo a antiga sutileza das piadas. Talvez a prática leve ao melhoramento; ou então, talvez agora eles tenham um terreno bem mais fértil para humor do que das vezes anteriores: o mundo do cinema nos anos 50.
A história é conduzida acompanhando a vida de Eddie Mannix (Josh Brolin), um diretor do estúdio Capitol Pictures cuja principal atribuição é corrigir/evitar escândalos de suas grandes estrelas. Eis então que seu maior ator - Baird Whitlock (George Clooney) - é sequestrado em plena filmagem. Vemos então os curiosos desdobramentos deste episódio.
O filme traz boas piadas relacionada a bastidores do cinema. Principalmente, explora a abrupta diferença de comportamento de todas as pessoas em estúdio antes de serem filmadas; após o grito de "ação!"; e após o grito de "corta!". O roteiro também brinca com o superficial mundo das celebridades e fofocas e ironiza diversos filmes de gênero.
O humor de Ave, César! entretanto, não é tão evidente. Como dito anteriormente, é bem sutil e bem diferente do que o público brasileiro está acostumado. Ele está "disfarçado" em pequenos detalhes visuais, em rápidas situações irônicas, ou ainda, em trocadilhos. Infelizmente, alguns destes trocadilhos não funcionam bem no Português (alguns na música dos marinheiros, por exemplo), o que dificulta ainda mais para o nosso público apreciar o filme.
A história de Ave, César! é bem interessante. Entretanto, tem problemas de ritmo, se tornando bem monótono em alguns momentos. Isto ocorre principalmente por dois motivos: um desnecessário e aborrecido narrador "em off" e o excesso de personagens. São tantos atores famosos que aparecem no filme (veja a lista bem acima) que cenas talvez dispensáveis foram criadas para comportá-los. De qualquer forma, a surpresa que tive ao ver Christopher Lambert fazer uma ponta já compensou boa parte deste deslize.
Ah, e como sempre nos filmes da dupla de irmãos, a fotografia em Ave, César! é excelente. O filme fictício em que a estrela Baird Whitlock filma sobre Jesus e a Roma Antiga (daí o nome desta produção) tem visual melhor do que muito filme verdadeiro feito por aí.
Ainda não foi desta vez que os irmãos Coen voltaram a fazer uma grande comédia. Mas chegaram bem perto. Com um humor refinado e diferente, desta vez temos uma história agradável e divertida. Nota: 7,0
PS: os personagens do filme parodiam estrelas reais de Hollywood. Por exemplo, o Burt Gurney interpretado por Channing Tatum imita Gene Kelly. Porém, para o caso de Eddie Mannix seu nome real foi preservado. Ele de fato existiu, era realmente este "conserta-escândalos" e foi alto executivo da MGM. Curiosidade: ele foi um dos suspeitos pela estranha morte de George Reeves (o primeiro ator da história a interpretar o Superman, no caso em uma série de TV); morte esta oficialmente declarada como suicídio e cuja história pode ser vista no filme Hollywoodland - Bastidores da Fama (2006).
O que aconteceu? As comédias pós-2000 de Ethan e Joel continuaram explorando personagens estranhos, o nonsense, e um humor repleto de ironias. O que mudou foi o tom: O Amor Custa Caro (2003), Matadores de Velhinhas (2004), Queime Depois de Ler (2008) e Um Homem Sério (2009), todas estas comédias apenas razoáveis possuem um humor muito mais sutil do que os Coen usavam no passado. Sutil até demais; as vezes nem percebemos que estamos diante de uma piada.
A boa notícia é que com Ave, César! os irmãos enfim trouxeram uma comédia bem interessante mesmo mantendo a antiga sutileza das piadas. Talvez a prática leve ao melhoramento; ou então, talvez agora eles tenham um terreno bem mais fértil para humor do que das vezes anteriores: o mundo do cinema nos anos 50.
A história é conduzida acompanhando a vida de Eddie Mannix (Josh Brolin), um diretor do estúdio Capitol Pictures cuja principal atribuição é corrigir/evitar escândalos de suas grandes estrelas. Eis então que seu maior ator - Baird Whitlock (George Clooney) - é sequestrado em plena filmagem. Vemos então os curiosos desdobramentos deste episódio.
O humor de Ave, César! entretanto, não é tão evidente. Como dito anteriormente, é bem sutil e bem diferente do que o público brasileiro está acostumado. Ele está "disfarçado" em pequenos detalhes visuais, em rápidas situações irônicas, ou ainda, em trocadilhos. Infelizmente, alguns destes trocadilhos não funcionam bem no Português (alguns na música dos marinheiros, por exemplo), o que dificulta ainda mais para o nosso público apreciar o filme.
A história de Ave, César! é bem interessante. Entretanto, tem problemas de ritmo, se tornando bem monótono em alguns momentos. Isto ocorre principalmente por dois motivos: um desnecessário e aborrecido narrador "em off" e o excesso de personagens. São tantos atores famosos que aparecem no filme (veja a lista bem acima) que cenas talvez dispensáveis foram criadas para comportá-los. De qualquer forma, a surpresa que tive ao ver Christopher Lambert fazer uma ponta já compensou boa parte deste deslize.
Ah, e como sempre nos filmes da dupla de irmãos, a fotografia em Ave, César! é excelente. O filme fictício em que a estrela Baird Whitlock filma sobre Jesus e a Roma Antiga (daí o nome desta produção) tem visual melhor do que muito filme verdadeiro feito por aí.
Ainda não foi desta vez que os irmãos Coen voltaram a fazer uma grande comédia. Mas chegaram bem perto. Com um humor refinado e diferente, desta vez temos uma história agradável e divertida. Nota: 7,0
PS: os personagens do filme parodiam estrelas reais de Hollywood. Por exemplo, o Burt Gurney interpretado por Channing Tatum imita Gene Kelly. Porém, para o caso de Eddie Mannix seu nome real foi preservado. Ele de fato existiu, era realmente este "conserta-escândalos" e foi alto executivo da MGM. Curiosidade: ele foi um dos suspeitos pela estranha morte de George Reeves (o primeiro ator da história a interpretar o Superman, no caso em uma série de TV); morte esta oficialmente declarada como suicídio e cuja história pode ser vista no filme Hollywoodland - Bastidores da Fama (2006).