terça-feira, 16 de outubro de 2018

Crítica - Penn & Teller: Fool Us (Netflix) - primeira temporada


Penn & Teller: Fool Us é uma espécie de "competição" de mágica que começou com sua primeira temporada em 2011 (9 episódios), e após um breve hiato, retornou de vez em 2015 sendo produzida ano a ano sem interrupções. Da segunda temporada em diante cada ano traz 13 episódios e o show continua em pleno andamento, com a 5a temporada terminando neste mês de outubro.

Até a data de hoje a Netflix têm no catálogo brasileiro apenas as duas primeiras temporadas. Mas, quem sabe com vocês lendo este texto aqui e dando audiência pro programa as próximas temporadas não venham? rs

Sobre o que é este programa? Penn e Teller são dois dos ilusionistas mais famosos da atualidade. Como "prova" da fama e qualidade de ambos, eles fazem seus shows ininterruptamente em Las Vegas desde 2001!

Em Penn & Teller: Fool Us mágicos vêm ao programa apresentar um truque ao vivo, e o objetivo é fazê-lo sem que a dupla famosa descubra como o truque é feito. Caso seja bem sucedido em enganar ("fool", em inglês) Penn e Teller , o participante ganha a oportunidade de se apresentar em Las Vegas com a dupla e com as despesas todas pagas.

Após cerca de 5 participantes por episódio, Penn e Teller encerram o programa com eles mesmos fazendo algum truque. Para quem gosta de mágica, Penn & Teller: Fool Us é um deleite. Assisti a primeira temporada e fiquei estupefato com vários dos truques apresentados.

Quando os mágicos são "desmascarados", Penn explica através de perguntas e "indiretas" para o desafiante sobre como ele descobriu o truque; desta maneira, nem sempre nós telespectadores entendemos o segredo descoberto. Mesmo para os "perdedores", em geral os truques são realmente muito bons, garantindo a diversão e qualidade do espetáculo. Os participantes não são simples amadores: geralmente também são ilusionistas profissionais.

E se quem não engana a dupla já é bom, imagine quem os engana! Exemplos de truques que eles não adivinharam como é feito: uma carta de baralho escolhida e assinada por Penn foi parar dentro de um maço de baralhos lacrado e na posição numérica correta; Penn e Teller disputam um jogo de dardos e o desafiante acertou o placar do jogo antecipadamente. E isto são só dois exemplos absurdos!

Para deixar tudo ainda mais divertido, Penn & Teller: Fool Us possui um tom de comédia, uma das características consagradas de graças da dupla Penn e Teller (aliás, Teller sequer fala, ele apenas faz mímicas e caretas) e do bom apresentador e comediante Jonathan Ross.

Novamente, reforço o convite: para quem curte mágica, Penn & Teller: Fool Us é imperdível!

PS: para os fãs de How I Met Your Mother, a partir de 3a temporada a apresentadora do programa passa a ser Alyson Hannigan, a eterna Lily Aldrin.

domingo, 14 de outubro de 2018

Crítica - Nasce uma Estrela (2018)

Título: Nasce uma Estrela ("A Star Is Born", EUA, 2018)
Diretor: Bradley Cooper
Atores principais: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott, Andrew Dice Clay, Rafi Gavron, Anthony Ramos, Dave Chappelle, Greg Grunberg
Trilha sonora e a química do casal protagonista encantam

Em Nasce uma Estrela, filme onde o ator Bradley Cooper estréia na direção, acompanhamos a história de Jack Maine (Cooper), um famoso cantor de rock já em declínio, e Ally (Lady Gaga) uma cantora-compositora desconhecida. Jack é alcoólatra, e em uma de suas idas a bares ouve Ally cantando, onde não só se apaixona pela garota, como tenta levá-la ao estrelato musical.

Este filme de 2018 já é a quarta versão da mesma história ficcional criada para o filme Nasce uma Estrela de 1937. Depois do filme original, também tivemos a versão de 1954 estrelando Judy Garland, e a de 1974 estrelando Barbra Streisand, considerada a mais fraca versão de todas. Os quatro filmes possuem enredos bem parecidos, sendo a maior diferença entre eles é que enquanto nos dois primeiros filmes o casal tenta sua sorte no mundo do cinema, nos dois mais recentes a trama se passa no mundo da música.

Ainda que este novo Nasce uma Estrela proporcione vários momentos belíssimos, realmente comoventes e emocionantes, considero seu resultado final irregular.

O melhor do filme são as cenas no palco, com a dupla cantando perante o público em grandes shows. Entretanto estas partes acontecem todas no primeiro arco da história; ou seja, seus dois últimos terços não são tão bons como o primeiro. Soma-se a isso o fato do ritmo alucinante da primeira parte contrastar com a lentidão do restante do filme; desta maneira, temos um considerável problema de ritmo no filme como um todo.

É realmente incrível, bonito e convincente a química dos dois atores principais em tela. Parece verdadeiramente que ambos estão muito encantados um com o outro. Porém, quando ambos não estão juntos em cena a atuação de ambos cai em qualidade. Ainda são boas atuações, mas Lady Gaga não vai tão bem nas cenas dramáticas, enquanto Cooper exagera nas poses e trejeitos.

Já em termos musicais, a dupla merece mais elogios. É realmente Bradley Cooper quem canta e ele não decepciona. Ainda mais impressionante é que o canto nos shows foi gravado ao vivo, sem retoques. E, finalmente, Lady Gaga canta maravilhosamente bem, assim como também é ela a compositora de parte das músicas do filme. As canções em Nasce uma Estrela são de arrepiar e não me espantará em nada se este filme re-turbinar em muito a carreira da jovem cantora estadunidense.

Até por se tratar de uma estréia na direção, Cooper faz um bom trabalho. Ele é corajoso e se arrisca em alguns momentos. Por exemplo, há um plano sequencia longo e muito bem feito, impressionante! Apesar disto houve alguns momentos que não me agradaram, em especial uma cena em que ele copia descaradamente o "surto" de seu personagem do mesmo jeito que foi feito em Birdman. O "plágio" me incomodou bastante.

Mesmo não tendo me empolgado muito, Nasce uma Estrela tem sido bastante elogiado pela crítica especializada. E mesmo que você leitor tenha opinião parecida com a minha, saiba que o filme já vale só pela trilha sonora e seus momentos de maior drama. Pegue seus lenços e vá assistir! Nota: 7,0

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Crítica - 10 Segundos para Vencer (2018)

Título10 Segundos para Vencer (idem, Brasil, 2018)
Diretor: José Alvarenga Jr
Atores principais: Daniel de Oliveira, Osmar Prado, Ricardo Gelli, Sandra Corveloni, Keli Freitas, Ravel Andrade
Mais do que uma história de boxe

Com um nome não tão sugestivo assim, 10 Segundos para Vencer se trata da cinebiografia do ex-pugilista Éder Jofre, certamente o melhor boxeador brasileiro de todos os tempos.

Com tantos filmes de boxe já feitos, teria esta produção nacional algo diferente? A resposta é sim! Ao contrário de boa parcela dos filmes do gênero, 10 Segundos para Vencer percorre quase toda a carreira do lutador e principalmente, o foco da história não está nas lutas e treinamentos, e sim, na relação de Éder (Daniel de Oliveira) com seu pai e treinador Kid Jofre (Osmar Prado).

Kid Jofre, ex-boxeador de certo prestígio local, via em seu filho a chance de tirar a família da pobreza, e portanto, sempre tratou Éder com bastante rigidez. As exigências não diminuíram nem quando a família começou a ter um bom dinheiro, o que só aconteceu depois que o "Galinho de Ouro" conquistou seu primeiro título mundial, aos 24 anos. Apesar da rigidez constante, a relação entre pai e filho tem seus altos e baixos, que proporcionam alguns belos momentos.

A história contada nas telas é até bem precisa historicamente; a maior "mudança" foi o motivo que fez Éder abandonar o desenho. Enquanto no filme isso acontece com ele já adulto, se decidindo pelo boxe para cuidar do irmão doente, na vida real o nosso herói parou com o desenho com apenas 12 anos: a escola em que ele estudava caiu, e ele perdeu todo seu material escolar. Sem dinheiro para comprar novo material, Éder foi "forçado" a optar de vez pelo pugilismo.

Não dá para comparar a produção de 10 Segundos para Vencer com os filmes de boxe de Hollywood. Claramente há limitações orçamentárias. Ainda assim, os criadores do filme tiram "leite de pedra" para tornar a ambientação bem crível, nos lembrando dos anos 50 e 60.

Daniel de Oliveira não compromete como lutador (mas tanto ele quanto Osmar Prado estão muito bem nas cenas dramáticas). As lutas são filmadas sempre em close, e com os lutadores sempre muito próximos um do outro. Portanto, ao mesmo tempo que se torna um pouco repetitivo e difícil entender o que está acontecendo, por outro lado eventuais "erros" de coreografia somem, deixando as disputas com realismo aceitável.

Só que para aumentar o clima "histórico" do filme, 10 Segundos para Vencer se utiliza de transmissões de rádio e TV reais da época. Todas as lutas internacionais de Éder possuem apenas como áudio a transmissão de rádio original, e alguns (poucos) trechos das lutas também são cenas das lutas originais, em branco e preto e baixíssima resolução. Tudo isso torna as lutas - mesmo com seus defeitos - absolutamente emocionantes!

E mesmo que as lutas fossem ruins (não são), isso não diminuiria a qualidade de 10 Segundos para Vencer. Afinal, o que mais importa no filme é a família Jofre, seus sofrimentos e conquistas. Igualmente importa ser transportado para o passado, onde os sofridos brasileiros eram unidos de verdade na raríssimas comemorações onde um conterrâneo se destacava mundialmente.

Confesso que me comovi em vários momentos de 10 Segundos para Vencer. Para quem gosta de esporte e história o filme é imperdível. Nota: 7,0



PS: em homenagem ao grande Éder Jofre, não pararei na crítica acima. As pessoas precisam conhecer mais de seus feitos: Éder foi campeão mundial de boxe por duas categorias distintas (Galo e Pena), e certamente se encontra entre os 50 melhores pugilistas mundiais em todos os tempos, estando por isto está no Hall da Fama do Boxe nos EUA. E isto é o "mínimo" que podemos dizer do brasileiro, já que ele também já ganhou prêmios de revistas estadunidenses colocando-o como um dos 10 maiores boxeadores da história, e também, como o melhor peso Galo de todos os tempos.

Éder Jofre luta contra Eloy Sanchez, onde ganha seu primeiro título mundial (1960)

Daniel Oliveira e Jofre em foto recente

O jovem Éder Jofre em seu auge. Só eu achei ele parecido com o De Niro?



domingo, 30 de setembro de 2018

Crítica Netflix - A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata (2018)

TítuloA Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", EUA / França / Reino Unido, 2018)
Diretor: Mike Newell
Atores principais: Lily James, Michiel Huisman, Glen Powell, Jessica Brown Findlay, Katherine Parkinson, Matthew Goode, Tom Courtenay, Penelope Wilton
Trailer (em inglês)https://www.youtube.com/watch?v=vP9eDmX0ow0
Nota: 6,0

Um agradável e tocante romance sobre guerra, ou melhor, sobre sobreviventes

Se tem um assunto que considero desgastado em filmes, ele se chama Segunda Guerra Mundial. São vários filmes por ano sobre o tema e, pior, geralmente um ou dois são anualmente lembrados pelo Oscar.

Felizmente, entretanto, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata foge do comum. Baseada em um livro de mesmo nome publicado em 2008, a história não é sobre exatamente sobre a guerra, e sim pelas consequências dela: a reconstrução da vida das pessoas, e principalmente, como lidar com as perdas dos entes queridos que morreram durante o confronto.

A trama começa em 1946, e é contada acompanhando Juliet Ashton (Lily James), uma escritora de livros jovem mas que já desfruta de algum sucesso. Um dia ela recebe uma carta do desconhecido Dawsey Adams (Michiel Huisman), de quem descobre a existência da exótica "Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata", e logo se interessa para conhecer todo o grupo pessoalmente.

Então a trama vai aos poucos contando as perdas de cada uma das pessoas da Sociedade, o que acaba trazendo momentos verdadeiramente tocantes e emocionantes.

Em termos de direção e produção, nota-se bastante simplicidade, mas certa competência. Nada de diferente ou ousado, mas ao mesmo tempo sem grandes defeitos. A falta de investimento em figurino e fotografia é compensada pela beleza das localidades do filme; e talvez a minha maior crítica fique pela montagem no começo do filme, já que a apresentação dos personagens é rápida demais, não sendo tão clara como deveria ser, causando pequenas dúvidas.

Há de se lamentar também o uso de alguns clichês, como por exemplo, Juliet trocar a vida da cidade e o noivo rico e perfeito, pela vida no campo. Para piorar, o filme não explica de maneira convincente a opção da personagem. No livro isto também acontece, porém de maneira menos direta e melhor construída.

Com poucos filmes originais verdadeiramente bons em seu catálogo,  A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata é uma grata surpresa na Netflix. O filme é um romance agradável para todos os gêneros e idades, reforçado pela humanidade de sua história e carisma de seus personagens. Nota: 6,0

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Dupla Crítica animações: Os Incríveis 2 (2018) e Ilha dos Cachorros (2018)

Depois de várias semanas ausente, voltei! E esta é a primeira de várias críticas que publicarei nos próximos dias.

Ambas as animações desta dupla-crítica são bem recentes - estrearam em terras brasileiras há cerca de 3 meses - e possuem grandes nomes da indústria cinematográfica envolvidos. Será que os nomes famosos garantiram ótimos filmes? Confiram!


Os Incríveis 2 (2018)
Diretor: Brad Bird
Atores principais (vozes): Craig T. Nelson, Holly Hunter, Sarah Vowell, Huck Milner, Catherine Keener, Bob Odenkirk

Quando a Pixar trouxe em 2004 o ótimo Os Incríveis, não tive que pensar muito para afirmar que estava diante de um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. Precisava de continuação? Não. Opinião compartilhada por seu diretor, Brad Bird, que dizia que só faria um Incríveis 2 se tivesse uma história tão boa quanto a primeira.

Então, somente agora em 2018 um Incríveis 2 é enfim lançado. E, admito, Brad Bird não mentiu: a história é realmente tão boa quanto a primeira... pois é a mesma.

Em Incríveis 2 a trama volta literalmente de onde parou no filme anterior, com a família inteira lutando contra o Escavador, um espécie de toupeira humana. Depois disto, parece que o primeiro filme é esquecido e voltamos ao status quo do inicio da franquia: os super heróis continuam não sendo aceitos pelos governos e os pais da família "Incrível" continuam não confiando nos filhos para atuarem como super-heróis.

Depois, temos a repetição de toda a trama, com única diferença que o papel dos pais se inverte: agora é o Sr. Incrível quem fica em casa cuidando dos filhos e é a Mulher Elástica quem sai combatendo vilões.

Portanto, por ser uma "cópia", assim como o primeiro filme Incríveis 2 é muito bom e muito divertido. Entretanto, infelizmente, seu impacto não chega aos pés do filme original. Primeiro, por que a história não é mais original (!!), e segundo, porque nestes 14 anos de hiato os filmes de super-heróis de qualidade começaram a aparecer aos montes. Nota: 7,0


Ilha dos Cachorros (2018)
Diretor: Wes Anderson
Atores principais (vozes): Bryan Cranston, Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Bob Balaban, Kunichi Nomura, Koyu Rankin, Frances McDormand, Scarlett Johansson

Pela segunda vez o diretor Wes Anderson se aventura para a animação - a primeira vez foi com o bom O Fantástico Sr. Raposo, de 2009 - e agora com um resultado ainda melhor.

Na história, após um surto de “gripe canina” uma cidade do Japão resolve banir todos seus os cães para uma ilha remota, usada até então como depósito de lixo.

O que a primeira vista parece ser um simples conto sobre cachorros versus gatos, na verdade é uma bela história sobre amizade, lealdade, com críticas a regimes totalitários, a facilidade da manipulação das massas, e aos maus tratos do homem aos animais e a natureza.

Repetindo o mesmo estilo gráfico da animação do filme de 2009, os 9 anos entre eles fizeram diferença. As animações de Ilha dos Cachorros possuem melhor resolução, exploram mais o espaço ambiente e impressionam bem mais visualmente.

E, como sempre, também temos em Ilha dos Cachorros as bem conhecidas "manias" de Wes Anderson: o principal personagem da cena centralizado na tela, quadros simétricos, múltiplos personagens esquisitos e inocentes (e múltiplos atores famosos), boa música e bom humor.

Mais um ótimo filme de Wes Anderson, e que injustamente passou praticamente despercebido pelos cinemas brasileiros. Nota: 8,0

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Crítica - Missão: Impossível - Efeito Fallout (2018)

TítuloMissão: Impossível - Efeito Fallout ("Mission: Impossible - Fallout", EUA, 2018)
Diretor: Christopher McQuarrie
Atores principais: Tom Cruise, Henry Cavill, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Sean Harris, Angela Bassett, Vanessa Kirby, Michelle Monaghan, Frederick Schmidt, Alec Baldwin
Um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos

Ethan Hunt está de volta pela 6ª vez. Em uma continuação direta do filme anterior, aprendemos que o grupo terrorista Sindicato ainda sobrevive através de um pequeno grupo chamado Os Apóstolos. Ao mesmo tempo, um novo e desconhecido anarquista de nome John Lark desponta no cenário mundial. Ao descobrirem que Lark pretende vender 3 ogivas de plutônio para Os Apóstolos, Hunt (Tom Cruise) e sua equipe entram em ação para evitar que isto aconteça. Como se não bastasse a enorme dificuldade da missão, Ethan e seus amigos da IMF foram forçados a trabalhar em conjunto com a CIA, com o mortífero agente Walker (Henry Cavill) os acompanhando o tempo todo.

Achou o enredo acima longo e confuso? Pois é, o ponto mais fraco de Missão: Impossível - Efeito Fallout é seu roteiro, consideravelmente inferior que o do filme anterior. Mas sabem a boa notícia? É que aqui o roteiro pouco importa. Com muitas e variadas cenas de ação simplesmente espetaculares, nem é preciso prestar muita atenção na história.

Para quem gosta de filmes de espionagem e, principalmente, filmes de ação, Missão: Impossível - Efeito Fallout é imperdível, e ainda, certeza absoluta que vai agradar. Depois que a história base da vez é contada, a ação corre solta em ritmo muito acelerado e durante o filme todo. O espetáculo começa em uma excelente cena de luta corpo-a-corpo dentro de um banheiro. E depois disto temos tiroteios, quedas livres, escaladas, perseguições a pé, uma perseguição entre motos e carros de tirar o fôlego, tem até perseguição de helicópteros(!)... e tudo de excelente qualidade!

É muito prazeroso ver cenas de ação tão bem coreografadas, e com a câmera sempre de perto, de ângulos e tomadas variadas, porém sempre passando para o espectador a visão do "todo", tornando possível entender perfeitamente o que está acontecendo na tela.

Certamente, outro aspecto que torna o filme tão interessante na ação é seu realismo... com menos efeitos especiais, e muitos dublês e Tom Cruise's se arriscando por aí. O astro estadunidense continua com suas loucuras de filmar as cenas perigosas. Em Missão: Impossível - Efeito Fallout, por exemplo, é ele quem realmente pilota a moto em algumas das cenas dentro do trânsito de Paris, além de pular entre dois prédios e quebrar o tornozelo na queda (a cena do "acidente" foi mantida no filme: note que após cair, quando Tom se levanta ele o faz mancando), fazer malabarismos de helicóptero e saltar de um avião em grande altitude.

Ainda que o roteiro não seja tão bom, além da ação outra qualidade do filme é a química entre os personagens/elenco. Depois de 6 filmes, parece que a franquia finalmente encontrou o time "ideal": dos heróis principais, cada um tem sua utilidade bem definida. E claro, com muito carisma, todos conseguem unir humor com a aventura.

Missão Impossível continua em ótima fase e é provavelmente a melhor franquia de ação da atualidade. E com o contínuo sucesso de público e crítica, a franquia só deverá acabar quando Tom Cruise não tiver mais idade para ser o "corredor com sofrência mais espetacular de Hollywood". Já com 56 anos, toda a entrega física que faz da franquia um sucesso não deverá resistir mais do que um ou dois filmes. Nota: 6,0

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Crítica - Feliz! (Netflix) - primeiras impressões da primeira temporada (2018)


Mesmo aqueles que assistem as dezenas de seriados de TV baseados em quadrinhos de super-heróis da DC e da Marvel podem não saber que Feliz! também veio das HQs: se trata da adaptação de Happy!, mini-série em 4 edições criada pelo famoso escritor Grant Morrison e o desenhista Darick Robertson.

Na história, conhecemos Nick Sax (Christopher Meloni), um ex-policial em desgraça que acabou se tornando um matador de aluguel. Após quase morrer em um de seus trabalhos, Nick começa a ver um pequeno unicórnio azul voador de nome "Happy", que constantemente lhe pede ajuda. Segundo o animalzinho, o ex-policial é a única esperança para resgatar uma garota sequestrada por alguém vestido de Papai Noel.

A primeira temporada constitui de 8 episódios de cerca de 42 min cada, e é outra das várias produções do canal SyFy compradas pela Netflix. No momento em que escrevo este texto, parei na metade da série, ou seja, assisti seus 4 primeiros episódios.

Feliz! lembra os filmes do Tarantino, principalmente por fazer humor através da ação e violência. Ainda assim, o seriado é mais violento que os filmes do Quentin (por ter cenas mais explícitas), porém ao mesmo tempo é menos sério, com uma apresentação mais próxima do mundo dos quadrinhos. Isto é feito principalmente com algumas "brincadeiras" com imagens ou som, que quebram o ritmo das cenas de ação, nos permitindo respirar e ao mesmo tempo nos passar a impressão que não estamos exatamente no mundo real, e sim em uma versão levemente mais caricata do mesmo.

Feliz! traz personagens loucos e grotescos, mas ao mesmo tempo o faz com vários atores excelentes, sendo este talvez o ponto alto da série.

Do que vi até agora, tenho gostado bastante de Feliz!. Diria que seu público são os leitores de quadrinhos que gostam também de filmes policiais com bastante sarcasmo, humor e violência.

Ainda não tenho idéia de como a temporada termina, e se ela vai cobrir toda a história da graphic novel que a inspirou. Mas sei que no começo deste ano a série já foi renovada para uma segunda temporada: Feliz! já colhe os frutos da boa aceitação de público e crítica.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crítica - O Vazio (Netflix) - primeira temporada (2018)


O Vazio (The Hollow no original) estreou na Netflix Brasil neste dia 08 de junho, e por enquanto não tem recebido muita atenção da empresa de streaming. Como o seriado é bem bacana, o Cinema Vírgula entra em ação para corrigir esta injustiça. ;)

Sendo (este sim!) uma produção original Netflix, esta animação tem em sua primeira temporada 10 episódios com cerca de 24 minutos cada.

O Vazio lembra um pouco o seriado Lost, um pouco o filme Cubo (1997), mas provavelmente sua maior referência é a saudosa e excelente animação dos anos 80 Caverna do Dragão. Afinal, se tratam de adolescentes que vão parar em um mundo perigoso e estranho (mas que ao invés da temática medieval, aqui se misturam muitos cenários da cultura pop), que possuem habilidades especiais (mas que ao invés de serem garantidas por armas, cada um possui um super-poder), e cujo único objetivo é encontrar o caminho para casa.

Na história, os três adolescentes Adam, Mira e Kai acordam trancados em uma sala, sem lembrar de como foram parar lá, ou ainda, sem lembrar de quem são! Na história, bastante dinâmica, o trio precisa constantemente resolver enigmas para sair dos locais onde se encontram. Neste aspecto, a história de O Vazio lembra bastante os jogos de computador de gênero adventure de click-and-point dos anos 90. Também destes jogos foram herdados o humor e o non-sense.

O Vazio se mantem em ritmo alucinante e bastante instigante (ficamos o tempo todo tensos querendo saber o que está acontecendo, e o que vai acontecer) durante praticamente toda a temporada. Não é um desenho infantil, mas deve agradar especialmente o pessoal dos 10 aos 40 anos.

Talvez o único ponto fraco de O Vazio seja seu desfecho, que dividiu opiniões. Eu não achei o final ruim, porém, definitivamente faltou criatividade. De qualquer forma, o encerramento questionável não diminui a qualidade da série como um todo, e já há uma legião de fãs pedindo para que a Netflix produza uma segunda temporada. Que ela seja feita!

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Crítica - Ascension (Netflix) - primeira temporada (2014)


Com tanto seriado sci-fi atual que simplesmente são reboots ou "cópias" de seriados do passado, foi uma grata surpresa encontrar esse Ascension na Netflix, já que conta com uma história original.

Ascension é outro seriado que embora esteja na Netflix, não é uma de suas produções. Na verdade, não se trata nem de um seriado propriamente dito: em seu formato original, Ascension foi uma mini-série de 3 capítulos do canal Syfy, que agora foi dividido em 6 episódios de uma hora cada.

Na interessante história, temendo que a Guerra Fria levasse à destruição da Terra, ainda mesmo na década de 60 os EUA lançaram secretamente ao espaço a nave Ascension. Com cerca de 350 voluntários homens, mulheres e crianças (em sua maioria militares e cientistas), eles têm a missão de completar uma viagem de 100 anos até Proxima Centauri, onde pousarão em um planeta para colonização.

No ano 51 da viagem (o que nos leva aos nossos dias atuais), uma jovem é assassinada, naquele que é o primeiro homicídio desde o lançamento da nave. Este é o ponto de partida para descobertas que colocarão a missão em risco. A investigação do crime, mais a instabilidade do modo de vida dentro da nave - sejam por fatores humanos ou externos - são os principais temas da história.

Ascension possui um elenco numeroso, porém pouco famoso e digamos até de baixa qualidade técnica. As exceções são os nomes mais conhecidos da série: a bela Tricia Helfer (da versão mais recente de Battlestar Galáctica) e Gil Bellows (da série Ally McBeal).

As críticas sociais acabam sendo um ponto forte da trama. Chega a ser estranho para espectador ver uma sociedade "do futuro" ter "parado no tempo" em termos de costumes: assim como era nos anos 60, a mulher ainda não ganhara seu espaço, e há menos respeito pelos direitos humanos. E como "bônus", a cada 2 episódios (ou seja, ao término de cada capítulo original) temos revelações realmente surpreendentes.

Ascension termina sua primeira temporada fechando um arco. A história tem um fim; entretanto, são várias as "pontas soltas" que ficam. O seriado foi planejado para ser continuado, mas a audiência insatisfatória da série no SyFy não permitiu que isto acontecesse.

Quem sabe se Ascension bombar de público no Netflix este cenário mude? Ascension está longe de ser brilhante, mas é uma ficção científica diferente, bacana, e que merecia uma segunda chance.

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...