quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Especial Michael Jackson 15 anos - Do Moonwalk ao Moonwalker


E vamos a minha segunda homenagem a Michael Jackson neste ano em que se completou 15 anos de sua partida, e novamente, em outra data especial. Hoje 29 de agosto, seria o dia em que ele completaria 66 anos de idade.

Uma das imagens mais icônicas de Michael Jackson é o passo de dança conhecido como Moonwalk (em que o dançarino se move para trás enquanto parece caminhar para frente). Embora não seja exatamente correto dizer que o movimento foi inventado por ele (já que outros artistas, como por exemplo Marcel Marceau e James Brown já haviam feito movimentos parecidos no passado), foi certamente Michael Jackson que o popularizou e imortalizou.

O passo foi apresentado publicamente pela primeira vez por Michael Jackson durante sua apresentação da música Billie Jean no especial de TV Motown 25: Yesterday, Today, Forever, que aconteceu ao vivo para mais de 3000 pessoas no Pasadena Civic Auditorium, em 25 de março de 1983, e transmitido nacionalmente para as TVs dos EUA em 16 de maio de 1983.

Curiosidade: apesar de ter chocado e impressionado o mundo todo com esta sua apresentação, o perfeccionismo de Michael Jackson era tamanho que, anos depois, ele revelou ter chorado nos bastidores após sua apresentação. O motivo? Ter errado um passo: notem que após ao Moonwalk, ele gira em torno de si várias vezes e finaliza agachado na ponta dos pés, porém se desequilibra e termina o movimento rapidamente... este teria sido seu "erro", seu objetivo era ter ficado na ponta dos pés por muito mais tempo.

Aos 3min37, o primeiro Moonwalk da história

Após o Moonwalk inicial, Michael Jackson continuou a fazer o famoso passo nas coreografias de Billie Jean, algo que ele não mudou até o final de sua carreira. Entretanto, ele teve a grande sacada comercial de perceber que o Moonwalk poderia ser algo maior, e então, após terminar sua fase do álbum Thriller, seu passo de dança seria um dos pilares de promoção para o seu próximo álbum, Bad.


Moonwalker: o Filme

Estava na hora do Moonwalk aparecer mais, e então, nascia o filme Moonwalker, de 1988. Moonwalker, estranhamente, era principalmente uma coletânea de clipes (Speed Demon e Leave Me Alone) e apresentações ao vivo do cantor (Man in the Mirror e Come Together), e ainda que tinham o apelo de serem todos inéditos, não tinha nenhuma ligação entre eles. Porém, a partir de sua metade, o filme trazia o que podemos considerar de fato uma história...

E nesta história, temos um Michael Jackson que em passagens de uma estrela cadente (?!), adquire poderes e consegue se transformar em um carro, uma nave, e em um robô repleto de armas, tudo isso para defender um trio de crianças das "maldades" de Mr. Big (interpretado por Joe Pesci) - um  ganancioso traficante de drogas - e seu exército.

O Trailer original do filme Moowalker (em inglês, sem legendas)

O mais importante é que dentro deste segmento, vemos Michael de terno e chapéu branco, entrar em um boate dos anos 1930, e desempenhar o que se tornaria o clipe de Smooth Criminal. E ainda que por um tempo pequeno, o Moonwalk também estava lá. Pronto: agora MJ já tinha uma segunda música para performar seu famoso passo. E mais ainda, seu visual "gângster", com paletó e chapéu brancos se imortalizou na Cultura Pop. Agora, o Moonwalk passava a estar personalizado: Michael Jackson, o Mookwalker.

Como curiosidade, o filme foi lançado apenas nos cinemas da Europa, América do Sul e alguns poucos países da Ásia e Oceania. E o mais importante/estranho: não foi lançado na América do Norte, em algo até hoje não muito bem explicado. De qualquer forma, nos EUA Moonwalker foi lançado direto para vídeo caseiro em VHS, e em apenas 3 meses já havia superado a espantosa marca de 800 mil cópias vendidas.


Moonwalker: os (três) Videogames

Após o filme, a promoção de Moonwalker ainda não havia acabado. Sendo a primeira das colaborações de Michael Jackson com a japonesa SEGA, em 1990 tivemos o lançamento de três versões completamente distintas de Moonwalker em termos de jogos eletrônicos. Sim, pois a versão dos Arcades / Fliperamas (Julho/90) era um jogo bem diferente da versão para os computadores caseiros (PC's, Amiga, MSX, etc), e que por sua vez, também bem diferente da versão para o Master System e Mega Drive (Agosto/90). Todas elas obviamente vinham com trilha sonora de músicas do cantor.


A versão dos fliperamas trazia uma visão 3D isométrica, como se vê nas imagens acima, e na época de seu lançamento, trazia uma qualidade gráfica muito surpreendente para este tipo de perspectiva em jogos, quase revolucionária. O jogo ainda permitia até 3 jogadores simultâneos, e com certa frequência você conseguia jogar com Michael transformado em um robô, o que era muito legal e permitia que você atirasse à distância. O jogo foi sucesso de crítica, e eu mesmo nas poucas oportunidades que tive para jogar essa maravilha quando adolescente, gostei bastante.

A versão para computadores era a mais fraca das três, e na verdade não teve envolvimento da SEGA, foi feita por duas empresas de jogos pequenas (Emerald Software e Keypunch Software) e publicada pela U.S. Gold. Por outro lado, era o jogo que trazia a história mais fiel ao enredo do filme. Conforme a seqüência de fotos abaixo, o game tinha quatro fases: uma em que Michael fugia a pé de seus "fãs", outra que fugia de moto e transformado em um coelho, a terceira já dentro do clipe de Smooth Criminal, atirando contra gangsteres, e finalmente, a última, já transformado em robô, atirando contra o exército de Mr. Big.


Finalmente, a versão que saiu para os consoles caseiros da SEGA era um jogo de ação em plataforma 2D, e que de certa forma lembrava um pouco do jogo Shinobi (1987), já que também tinha como característica seu protagonista resgatar crianças espalhadas pelo cenário. Bem gostosa para se jogar, esta era a mais longa dentre as três versões de Moonwalker, com 6 fases. Curiosidade: a fase de "Thriller" com direito a Michael lutando contra zumbis (e que também existe na versão de Arcade) não contava com a música Thriller em nenhuma das duas versões devido direitos autorais de Rod Temperton, e então no seu lugar a trilha sonora era de Another Part of Me.

Abaixo temos imagens da versão 8-bits do Master System (as 2 do topo) e da versão 16-bits do Genesis / Mega Drive (as duas debaixo).


Fliperama original de Moonwalker, esta máquina se encontra na Casa Do VideoGame, no Brooklin, em São Paulo



E aí, sabiam de todas estas curiosidades? O que mais te surpreendeu?? Escreva nos comentários!

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Eis um ÓTIMO final de semana para pegar um Cineminha! SEIS dicas de filmes pra vocês experimentarem!


O clima (literalmente) já está formado. Final de semana com previsão de frio para Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E, como vocês verão a seguir, opções de filmes para ver nos Cinemas não faltam! Abaixo uma relação com SEIS filmes que você poderá ver nas Telonas da sua cidade. Destaque principalmente para quem gosta de um terror... ;)




Tipos de Gentileza: estreou ontem (22/08), e conta com o mesmo diretor e atores principais do bastante premiado Pobres Criaturas. Porém, já fica o alerta: as primeiras críticas já estão dizendo que este filme é muito (mas muito) mais bizarro e pesado pra se assistir que o citado filme anterior de Yorgos Lanthimos...






O Corvo: também estreou ontem (22/08), e é a mais nova versão do filme que causou a morte (no mundo real) de Brandon Lee, filho de Bruce. Misturando terror e ação, o ator que faz o papel principal é Bill Skarsgård, o mesmo que fez o monstro-palhaço vilão dos recentes filmes de It: A Coisa.






Pisque Duas Vezes: o último desta lista que fez a estréia ontem, se trata de um suspense de baixo orçamento que normalmente não chamaria a atenção... porém, Taylor Swift fez um post em seu Instagram dizendo maravilhas do filme, que é dirigido e escrito por Zoë Kravitz, a filha de Lenny. Claro que com essa propaganda a produção começou a ser comentada no mundo todo. As críticas são de moderadas a boas... será que o filme é mesmo bom?




Alien: Romulus: estreou nos cinemas semana passada e tem sido bem elogiado pelo público, prometendo uma volta ao clima de terror do primeiro filme da franquia: Alien, o Oitavo Passageiro. Inclusive, cronologicamente dentro do universo de Alien, este filme se passa justamente entre os dois primeiros filmes: Alien, e Aliens, O Resgate.





Coraline e o Mundo Secreto (15º aniversário): nos cinemas também desde semana passada, este desenho baseado na obra de Neil Gaiman volta 15 anos depois em salas limitadas. Se ele ele está na sua cidade, vale a pena assistí-lo em 3D. Mesmo sendo feito tanto tempo atrás, ainda hoje ele tem um dos melhores usos de 3D que já vi no cinema.





É Assim que Acaba: para encerrar, o filme que está há mais tempo em cartaz (desde 8 de Agosto), mas que continua firme nos cinemas nacionais. Sendo um romance baseado em um livro best-seller de mesmo nome, o filme até tem recebido boas avaliações, porém está cercado de duas polêmicas: a de ter bastante diferenças em relação ao livro, e a de boatos de constantes desentendimentos entre o diretor e ator Justin Baldoni com a atriz Blake Lively.





E aí, te convenci a assistir um filme nos cinemas nos próximos dias? Se sim, diga nos comentários qual filme você assistiu e o que achou. Abraços!

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #025 - Bicudo o Lobisomem, Tutubarão e mais NOVE "clones" de Scooby-Doo


Scooby-Doo, Cadê Você?
 (Scooby-Doo, Where Are You! no original), foi um desenho lançado em Setembro de 1969 nos EUA, criado e produzido pela Hanna-Barbera, para o canal de TV CBS. Curiosidade: ele foi criado para ser um programa infantil alternativo aos desenhos animados de super-heróis, que segundo parte dos pais da época (em pleno e delicado momento da Guerra do Vietnã), "eram desenhos inapropriados que estimulavam a violência".

A fórmula de Scooby-Doo, Cadê Você? era a seguinte: um grupo de jovens aventureiros (Fred, Daphne, Velma e Salsicha), mais um animal de estimação falante (Scooby) - e principal responsável pelas partes cômicas - que em cada episódio resolviam um mistério, quase sempre "sobrenatural". Sendo que na verdade, no desfecho de cada história, descobríamos que o "mistério" nada mais era que uma farsa ou trapaça de criminosos.

Acreditem, a série original teve apenas 25 episódios em 3 anos (ou melhor, 41 episódios se também somarmos os desenhos deste período que foram exibidos sob o nome de The Scooby-Doo Show). Porém, ela fez um sucesso absurdo, e então após os desenhos iniciais a franquia Scooby-Doo se tornou gigantesca, com direito a novas diversas outras séries de desenhos (e até alguns filmes), que continuam a ser lançados até hoje.

E mais ainda. O sucesso de Scooby-Doo foi TÃO grande que a Hanna-Barbera (e outras produtoras de desenho animado) ao longo dos anos lançaram vários outros títulos que eram cópias descaradas de Scooby-Doo. E de todos estes "clones", meus dois preferidos foram "Bicudo, o Lobisomem" e "Tutubarão", que faço questão de relembrar aqui para vocês.


Bicudo, o Lobisomem (Fangface)


Bicudo, o Lobisomem
, foi um desenho que estreou em 1978, e foi lançado pela Ruby-Spears Productions. Foram 2 temporadas e 32 episódios no total. E vejam que curioso... sabe esse "Ruby-Spears" da empresa que fez o desenho? Ele vem de Joe Ruby e Ken Spears, que um ano antes, 1977, deixaram a Hanna-Barbera e fundaram seu próprio estúdio. E mais ainda, foram justamente estes dois que criaram Scooby-Doo, Cadê Você? e que agora repetiam a dose com Bicudo, o Lobisomem.

Sendo bem parecido com Scooby-Doo, aqui tínhamos quatro adolescentes investigando mistérios de assombrações: Kim, Bill, Gordinho e o medroso Bicudo. Porém toda vez que este último vê a lua (ou uma simples foto dela), ele se transforma em um lobisomem. A principal piada do desenho era justamente a da equipe, ao ser atacada por um "monstro", transformar Bicudo propositalmente no lobisomem para se defender; porém, sempre que isso acontecia, ao invés de atacar o inimigo, a primeira coisa que Bicudo fazia era atacar o Gordinho (sendo esta a graça).


No vídeo acima, bem curtinho, temos a abertura dublada do programa, e nos segundos finais, Bicudo atacando o Gordinho e depois entregando-o de bandeja para o monstro rs.


Tutubarão (Jabberjaw)


Tutubarão
foi um desenho animado criado adivinha por quem? Também pela dupla Joe Ruby e Ken Spears, mas ainda pela Hanna-Barbera, em 1976. Para minha surpresa, foram apenas 16 episódios, em uma única temporada. Mais uma vez, as semelhanças com Scooby-Doo eram gigantes. Os personagens eram um grupo de adolescentes: Bife, Leila, Bolha e Linguiça (que era a cara do Salsicha), que tinham como companheiro o Tutubarão, um tubarão branco de 4,5m de altura. Então entravam algumas diferenças... o desenho se passava no futuro, onde as cidades eram subaquáticas; o grupo era uma banda musical, "Os Netunos", e na verdade não eram eles que perseguiam criminosos e vilões, estes últimos eram quem acabavam "se esbarrando" neles; e Tutubarão, ao contrário do cachorro Scooby, não era medroso, aliás, era forte e corajoso, embora bastante atrapalhado, infantil e ingênuo.

Os principais pontos cômicos, claro, vinham de Tutubarão: suas trapalhadas físicas, de seus bordões como por exemplo "que falta de respeito!" e expressões como "nhac-nhac-nhac!". Outras piadas vinham dele ser apaixonado por Leila, que por sua vez, sempre o maltratava. Linguiça e Bolha também eram bem atrapalhados, sendo que a última também era um bocado "burrinha", e piadas eram feitas sobre isso. Duas curiosidades: o desenho surgiu para aproveitar o gigantesco sucesso do filme Tubarão (1975) de Steven Spielberg; isto do grupo fazer parte de uma banda era um dos conceitos iniciais previstos para a turma de Scooby-Doo mas foi descartado. E como você verá daqui a pouco, esta mesma idéia foi reaproveitada várias vezes ainda antes de Tutubarão...


O vídeo acima que eu trouxe do Tutubarão traz a (desafinada) abertura nacional do desenho e mais um pequeno trecho de um episódio pra vocês conhecerem (ou relembrarem) a série.


Mais clones! Mais clones!

E vamos de mais clones de Scooby-Doo! Finalizando este artigo de Curiosidades, segue uma lista com mais nove imitações do melhor amigo do Salsicha, em ordem cronológica:

Josie e as Gatinhas (Josie and the Pussycats - Hanna Barbera - 1970 a 72 - 2 Temporadas - 32 Episódios): a idéia de fazer uma jovem banda musical resolver crimes demorou pouco para sair do papel, porém Josie e as Gatinhas não eram personagens inéditos, e sim personagens de quadrinhos da franquia Archie. A principal diferença entre a HQ e o desenho é que nos quadrinhos Josie e sua banda tinham aventuras diversas e cotidianas, não eram "detetives". Ah, o gato de estimação Sebastian não era "falante", era um gato comum.

Fantasminha Legal (The Funky Phantom - Hanna Barbera - 1971 a 72 - 1 Temporada - 17 Episódios): três jovens (Hugo, Silvio e Alice), um cachorro (Elmo), e mais dois fantasmas: Jonathan Wellington "Mudsy" Muddlemore e seu gato, Boo, sendo que "Mudsy" está trajado com a roupa (e peruca) dos patriotas revolucionários que lutaram pela independência dos EUA.

Butch Cassidy e os Sundance Kids (Butch Cassidy and the Sundance Kids - Hanna Barbera - 1973 - 1 Temporada - 13 Episódios): aqui temos quatro adolescentes (Butch Cassidy, Merilee, Stephanie e Wally), que formam uma banda de Rock, e que atuam secretamente como espiões, lutando contra todo tipo de crime. Claro que eles também tem um animal de estimação, o cachorro Elvis. O grupo é comandado por um supercomputador, o Senhor Sócrates, e que curiosamente tem alergia à Elvis.

Goober e os Caçadores de Fantasmas (Goober and The Ghost Chasers - Hanna Barbera - 1973 - 1 Temporada - 16 Episódios): talvez o mais parecido dentre todos os clones de Scooby-Doo, pois o grupo também tinha um veículo grande, e seu mascote também era um cachorro. Aqui o grupo de jovens eram repórteres que investigavam mistérios sobrenaturais, com a adição de um grupo de crianças que eram fãs / assistentes que também apareciam nos episódios. Medroso, o cachorro Goober tinha um superpoder: ele ficava invisível quando assustado.

Speed Buggy (Speed Buggy - Hanna-Barbera - 1973 - 1 Temporada - 16 Episódios): desta vez não tínhamos um animal de estimação falante, mas sim, um carro! Debbie, Tinker e Mark disputavam corridas junto com Speed Buggy e ao mesmo tempo resolvem mistérios "de monstro". Speed Buggy não apenas falava, como se comportava como humano, as vezes até usando as rodas como "pernas" e "braços".

Clue Club (Clue Club - Hanna-Barbera - 1976 - 1 Temporada - 16 Episódios): quatro jovens (Larry, Didi, Dedé e Dorinha) e dois cachorros sabujos (Sherlocão e Bob) que atuam como uma agência de detetives, investigando mistérios. Claro que assim Scooby-Doo os cachorros eram medrosos e falantes, porém, uma diferença é que os dois cachorros só falavam entre si.

Capitão Caverna e as Panterinhas (Captain Caveman and the Teen Angels - Hanna Barbera - 1977 a 80 - 3 Temporadas - 40 Episódios): sim, foi graças a um clone de Scooby-Doo que tivemos a criação do Capitão Caverna (!), em um dos últimos trabalhos da dupla Joe Ruby e Ken Spears pela Hanna-Barbera. Aqui, em uma evidente paródia da série televisiva As Panteras, o nosso amigo pré-histórico é encontrado congelado pelas "Panterinhas" Sabrina, Neli e Gilda, e então passa a ajudá-las a combater todo tipo de crime. Famoso por gritar desafinadamente seu próprio nome, Capitão Caverna também tem um conjunto de superpoderes: vôo, força sobre-humana, guardar qualquer objeto dentro dos pêlos do corpo, e ainda, portar um porrete que é uma verdadeira caixa de ferramentas.

Arquivo Cãofidencial (The Buford Files - Hanna Barbera - 1978 - 1 Temporada - 13 Episódios): desenho sobre dois jovens irmãos, Rosinha e Zé Quati, e um cachorro sabujo velho de nome Kojeka (piada com o nome do detetive Kojak, série de TV dos anos 70). O nariz de Kojeka disparava como alarme em caso de alguma pista, além de que ele uivava sem controle quando via a Lua cheia. Junto com o trio, também havia o Xerife Pé de Mula e seu jovem e atrapalhado ajudante, Janjão. O grupo (a esquerda na imagem acima) resolvia mistérios da região pantanosa em que viviam. Seus desenhos eram mais curtos (15 min) e sempre vinham juntos, em pares, com o desenho do Fantasmino, o Fantasma Galopante (a direita).

Shmoo, a Foca Fofa (The New Shmoo - Hanna Barbera - 1979 - 1 Temporada - 13 Episódios): Shmoo, que NÃO é uma foca, na verdade é um personagem de tira de jornais, criado por Al Capp em 1948. Em 1979 a Hanna-Barbera ressuscitou o personagem, agora para seus desenhos animados, e por isso o nome The New Shmoo, no original. Shmoo é um ser fofo e inocente que ajuda seus três amigos adolescentes a adivinhem o quê? Resolverem crimes!



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui! 

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O novo filme de Hellboy será um filme de Terror! Será que agora vai?


Dia 05 de Setembro estreará no Brasil o novo filme de Hellboy, personagem dos quadrinhos da Dark Horse Comics e criação máxima de Mike Mignola. O filme se chamará Hellboy e o Homem Torto, baseado em conto de quadrinhos de mesmo nome (Hellboy: The Crooked Man no original), no que já será o quarto filme da franquia.

Os dois primeiros filmes de Hellboy foram muito bons, receberam considerável investimento financeiro, e tiveram como diretor nada menos que o premiado Guillermo del Toro (de O Labirinto do Fauno e A Forma da Água). Já o terceiro, de baixo orçamento, foi muito ruim, e um dos piores filmes que vi desde que criei meu blog.

Porém há uma coisa bem diferente nesse novo Hellboy em relação aos três primeiros filmes. Eu explico: todos os filmes anteriores de Hellboy exploraram a parte "grandiosa" de sua mitologia, onde ele é um potencial futuro senhor do Inferno, e usa esse seu imenso poder para salvar a Humanidade de alguma grande ameaça. Já aqui em Hellboy e o Homem Torto teremos o outro lado das suas aventuras, e que são as que mais gosto, que são as histórias menores, onde ele apenas enfrenta / mata um "monstro da semana", criatura essa que é baseada em algum folclore obscuro e que Mike Mignola incorporou em sua obra.

E é por isso que tenho alguma esperança que este Hellboy e o Homem Torto seja bom. Como se vê no trailer abaixo, ao contrário de todos os filmes anteriores, não temos um filme grandioso de aventura, e sim claramente um filme de terror misturado com super-heróis. Se o filme fizer sucesso de bilheteria, a produtora Millennium Media promete que ele será o primeiro de vários neste estilo. Então, estou torcendo para que dê certo. Confira o trailer a seguir.



sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Crítica - Deadpool & Wolverine (2024)

Título
Deadpool & Wolverine (idem, Austrália / Canadá / EUA / Nova Zelândia, 2024)
Diretor: Shawn Levy
Atores principaisRyan Reynolds, Hugh Jackman, Emma Corrin, Rob Delaney, Matthew Macfadyen
Nota: 7,0

Deadpool continua bom, porém restringindo mais o seu público

Após um tempo maior que o esperado (fato comentado pelo próprio Deadpool dentro do filme), ou seja, seis anos depois de Deadpool 2, o super-herói mais insano da Marvel está de volta aos cinemas, e desta vez ele não veio sozinho, já que está co-protagonizando esta nova obra com Wolverine.

Na trama da vez de Deadpool & Wolverine, um aposentado Wade Wilson / Deadpool (Ryan Reynolds) descobre que a linha temporal de seu universo vai se destruir no futuro, devido a recente morte do Wolverine. Porém, esta destruição, que só aconteceria daqui vários séculos, vai ser acelerada pelo Sr. Paradoxo (Matthew Macfadyen), que quer apressar o fim desta realidade para acontecer em questão de dias. Então Deadpool tem a idéia de buscar um outro Wolverine, de outra realidade, para seu mundo e com isso evitar a destruição. É assim que ele encontra e traz um Wolverine (Hugh Jackman) nada cooperativo para "ajudá-lo".

Confuso? Um pouco... e piora, já que tudo relacionado à trama principal de Deadpool & Wolverine (e as explicações pseudocientíficas do que está acontecendo) é no melhor dos casos razoável. Por outro lado, em termos de ser emocionante e "heróico", o roteiro já é melhor, satisfatório. Mas então, no que o filme é realmente bom? Oras, nas centenas de piadas e nas cenas de ação! Que aliás, é exatamente o que um filme do Deadpool precisa ser!

Deadpool & Wolverine, assim como os dois filmes anteriores, felizmente entrega muito bem o que dele se espera. Portanto aqui temos ótimas cenas de ação, com pelo menos três cenas de lutas bem interessantes. Já em termos de humor, mais uma vez Deadpool é uma metralhadora de piadas, com um adicional interessante: a interação entre ele com um velho e rabugento Wolverine acabou combinando bem, rendendo ótimos momentos.

Se você gostou dos dois primeiros filmes de Deadpool, vai gostar também deste aqui. Porém o quanto você conseguirá realmente desfrutar deste Deadpool & Wolverine, vai depender mais do que nunca da sua bagagem de conhecimentos sobre o universo de filmes de super-heróis.

Primeiro porque Deadpool & Wolverine aposta muito na nostalgia, e neste sentido, há muitas (muitas mesmo) participações especiais. Não citarei nenhuma aqui para não dar spoilers, mas este filme se dedica bastante espaço a referenciar filmes de super-heróis Marvel anteriores ao MCU, ou seja, antes de 2008. Outra referência que ajudará é se você tiver assistido o seriado Loki (2021). Além disso, esse é o primeiro filme Deadpool produzido pela Marvel, após a Fox ter sido comprada pela Disney (que já era dona da Marvel)... e a quantidade de piadas sobre isso é enorme, chega até irritar.

Provavelmente por não ter muito o que se contar em termos de história, este Deadpool 3 também é disparado onde ele faz a quebra da Quarta parede, o que também fica um pouco cansativo. As piadas da cultura pop - e principalmente sobre super-heróis - são tantas, que chegam a um novo patamar: há até boatos e desejos de fãs sendo realizados no filme. O problema é que se você não está por dentro deste universo, não vai se divertir tanto. Deadpool & Wolverine é bem menos "universal" que os filmes anteriores. Não apenas por demandar conhecimento prévio para compreensão de boa parte das piadas, mas também por não ter uma história "universal" como base; aqui não temos nenhum romance (a personagem Vanessa, da brasileira Morena Baccarin, mal aparece) o que deve diminuir o interesse do público feminino e de pessoas para fazerem "programa de casal".

O Dogpool dos quadrinhos (2010) e o dos filmes, interpretado por Peggy

Há ainda uma última crítica que quero fazer antes de ir para o encerramento. Vejam: quanto mais "louco" Deadpool for, melhor. Agora, o que Ryan Reynolds tem que aprender é que ele também ser "maluco" na vida real não me interessa e trazer isso para o filme só vai piorá-lo. Por exemplo, a presença do "Dogpool" e das múltiplas versões de Deadpool, estão facilmente entre as piores piadas do filme e são puro capricho do ator, e só serviram pra deixar a história desnecessariamente mais longa. O Dogpool foi interpretado pelo cachorro Peggy, que na vida real ficou famoso ao ganhar, ano passado, o título de "cachorro britânico mais feio". Então Ryan Reynolds se divertiu com a história, gostou do cachorro, e cismou que iria colocá-lo no filme de qualquer jeito. 

Em resumo, Deadpool & Wolverine repete a fórmula dos dois primeiros filmes e também repete suas qualidades. Porém toma uma decisão bem arriscada ao, desta vez, fazer piadas tão específicas ao mundo dos filmes de super-heróis, limitando seu público. Porém, na prática, as bilheterias não mostram "erro" nenhum, já que as projeções para este Deadpool 3 são de que já na próxima semana ele ultrapasse a marca de US$ 1 bilhão de bilheteria mundial, o que já o tornaria o filme mais lucrativo da franquia. Para mim, como produto final, Deadpool & Wolverine é ótima diversão, porém claramente inferior ao primeiro filme, e do mesmo nível do segundo. Nota: 7,0.


PS: ao final de todos os créditos, temos uma cena extra, que apesar de bem curta, é interessante e com alguma relevância para trama do filme.

domingo, 28 de julho de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #024 - Esqueceram da Minha Irmã nas Olimpíadas!


Agora sim, já estamos em pleno Jogos Olímpicos de Paris! E então, que tal uma breve curiosidade Olímpica?

Provavelmente você só vai reconhecer o ator do meio da foto acima, trata-se de Macaulay Culkin, interpretando o garoto Kevin no clássico filme Esqueceram de Mim, de 1990. Porém o assunto deste artigo é a garota que interpreta sua irmã Megan, a atriz Hillary Wolf, à esquerda da foto.

Na grandíssima maioria das vezes, presenciamos casos de atletas profissionais que após se aposentarem do esporte, por chamarem atenção devido suas conquistas e/ou atributos físicos, se tornam atores de cinema ou TV. Porém Hillary Wolf é um raro caso contrário.

Nascida em 1977, Hillary começou cedo na TV, fazendo ponta em uma série de TV com apenas 7 anos de idade. No mesmo ano ela fez a versão criança da protagonista do filme Primeiros Passos (1985). Depois foram alguns poucos trabalhos, em filmes de TV ou seriados. E com 14 anos, ainda que em um pequeno papel, ela enfim pôde aparecer em um filme realmente relevante, em Esqueceram de Mim. Dois anos depois ela voltaria a interpretar Megan, em Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York (1992).

Apesar da boa visibilidade por ser "a irmã de Kevin", sua carreira não decolou. Mas havia outro "problema": Hillary estava ficando muito boa no Judô! Literalmente com seus mesmos 14 anos em que ela aparecia nas telonas em Esqueceram de Mim, ela se tornava a mais jovem campeã nacional de Judô na idade sênior (até 29 anos) da história!


O resultado é que Hillary Wolf acabou desistindo de ser atriz e decidiu se dedicar ao esporte. Para ela, a possiblidade de ser uma atleta Olímpica valia mais do que qualquer papel em filmes. Ela representou o Judô dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) na categoria de até 48 kg; e 4 anos mais tarde, agora nos Jogos de Sydney (2000), ela disputou as competições pela categoria até 52 kg.

Hillary não chegou a ganhar nenhuma medalha Olímpica, porém conseguiu alguns resultados bem expressivos no Judô: aos 17 anos se tornou Campeã Mundial Junior; e também foi 7 vezes campeã sênior nacional, recorde inalcançado até hoje entre homens e mulheres.

Atualmente aposentada como judoca e como atriz, Hillary Wolf é casada com Chris Saba, outro atleta que competiu em Olimpíadas duas vezes, mas pelo time estadunidense de Luta Greco-Romana.




PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

domingo, 21 de julho de 2024

Crítica - Meu Malvado Favorito 4 (2024)

Título: Meu Malvado Favorito 4 ("Despicable Me 4", EUA, 2024)
Diretor: Chris Renaud
Atores principais (vozes): Steve Carell, Kristen Wiig, Will Ferrell, Joey King, Sofía Vergara, Stephen Colbert, Chloe Fineman, Steve Coogan, Pierre Coffin, Chris Renaud
Nota: 7,0

Ainda vale a pena envelhecermos junto com Gru

Começando com o Meu Malvado Favorito (2010), a franquia do "vilão bonzinho" Gru e seus Minions já era composta por uma trilogia de filmes e mais dois spin-offs, fora uma lista considerável de curtas. Havia alguma dúvida se teríamos um novo filme, mas ele enfim chegou. E, acreditem, mesmo sem seu quarto filme, Meu Malvado Favorito já era a franquia de animação que mais arrecadou dinheiro na história dos Cinemas, bem a frente de Shrek e Toy Story (respectivamente o 2º e 3º lugares).

Na nova história, Gru tem um novo integrante na sua família, Gru Jr., o bebê que é o primeiro filho biológico de Gru e Lucy. Porém, para azar do casal, o supervilão Maxime Le Mal, que estava preso há anos com Gru sendo responsável pela sua apreensão, acaba de fugir da prisão, e agora busca vingança contra toda sua família.

Um dos principais elogios que posso fazer para a franquia de Meu Malvado Favorito é já que seus donos não param de produzir novos filmes para continuar faturando, pelo menos a história de seus personagens - especialmente de Gru - continua avançando. Em cada filme algo o status quo da vida de Gru muda, e a alteração da vez é a chegada de um novo filho, de certa forma o primeiro. Então, é como também fizéssemos parte da família do Malvado Favorito, estando ao seu lado há tanto tempo, e continuando a viver novas experiências junto com ele.

Depois de um ótimo primeiro filme, um bom segundo, e um terceiro filme onde Gru e sua trupe já começava a perder seu encanto (e isso inclui até os Minions), este Meu Malvado Favorito 4 se recupera e temos aqui um filme bem melhor e mais engraçado que o anterior. Pior que o primeiro, mas no mínimo igual ou mais engraçado que o segundo. O roteiro foca bastante em Gru e Gru Jr., dando pouco espaço para os demais personagens antigos, porém com um pouco mais espaço para os personagens novos. Talvez isto tenha sido boa notícia para os Minions, entretanto, já que as participações dos mesmos, em geral, são certeiras e hilárias.

Apesar de ser uma aventura bastante divertida e engraçada, há um alerta a se fazer para Meu Malvado Favorito 4: ele é bem parecido com o filme Os Incríveis (2004), da Pixar. Sim, é verdade que neste último temos uma família de super-heróis e aqui não, mas ainda assim, as semelhanças são bem grandes... a estrutura do roteiro, a aparência e os trejeitos de Gru Jr. em comparação com o bebê Zezé, as motivações do vilão... Isto certamente aumenta a sensação de que "já vi esse filme antes", mas ainda assim, não diminui as risadas e diversão. Nota: 7,0.

sábado, 13 de julho de 2024

Especial Olimpíadas - QUATRO ótimos filmes sobre Esportes (e que não são documentários) para você assistir na Netflix


Já caiu a sua ficha de que estamos a MENOS DE DUAS SEMANAS DAS OLIMPÍADAS??? Sim, você pode não estar ciente, porém agora no dia 26 de julho de 2024 (*) começará a 33ª Olimpíada da Era Moderna, em Paris. E o Cinema Vírgula vai te ajudar a entrar no clima, te indicando quatro ótimos filmes sobre esportes para você ver no conforto da sua casa, via Netflix. Vamos a eles!


Eu, Tonya
(2017): quando Margot Robbie fez este filme ela já era famosa, afinal, já tinha figurado em O Lobo de Wall Street, e co-estrelado filmes como Golpe Duplo e Esquadrão Suicida. Porém foi com este Eu, Tonya que ela ganhou respeito como atriz, levando por ele sua primeira indicação ao Oscar.

O filme conta a história real da patinadora artística olímpica Tonya Harding, acusada de participar de um caso de agressão física contra sua principal rival. O curioso da história, ocorrido na década de 90, é que por não atender os padrões esperados para uma ginasta, Tonya já era vilanizada pela imprensa e pela sociedade antes de cometer qualquer ato errado. Então teria ela se tornado uma vilã porque a transformaram nisto antes? É uma teoria ao estilo Minority Report que a própria Tonya da vida real levantou, e que o filme também traz aqui de modo bem interessante.


Nyad
(2023): outro filme sobre fatos reais, ele tem este nome pois nos conta sobre a nadadora estadunidense Diana Nyad, que ao longo da vida realizou várias conquistas na natação de longa distância. Após uma tentativa mal sucedida, ainda em sua juventude, de ser a primeira pessoa a nadar de Cuba até a Flórida, temos aqui a história dela tentando realizar seu sonho novamente, porém agora aos 60 anos. Provavelmente o grande destaque do filme vá para suas protagonistas, as premiadas atrizes Annette Bening (que interpreta Diana Nyad) e Jodie Foster (que interpretou Bonnie Stoll, sua treinadora).

Não gostei muito da atuação de Jodie, mas Annette Bening está realmente muito bem. Sua atuação, somado a história real de superação de Diana Nyad certamente valem o filme. Uma história sobre envelhecimento, amizade e sobre o espírito desbravador humano.


O Quinto Set
(2020): filme francês sobre tênis, conta a história (fictícia) de um promissor jogador profissional, mas que nunca chegou a corresponder as expectativas iniciais, e portanto passou toda a carreira longe dos melhores do mundo (na trama ele está na posição 200 e pouco do ranking). E agora, com 37 anos, ele encontra em um torneio de Roland Garros aquela que provavelmente seja sua última chance de obter alguma glória.

O filme tem um pouco de drama familiar, mas no fundo é uma luta do protagonista Thomas J. Edison (Alex Lutz) contra ele mesmo. Além da ótima fotografia, uma coisa bem bacana de O Quinto Set é a maneira realista com que ele mostra os bastidores nada glamourosos dos tenistas profissionais que não ficam famosos, em especial aqueles que nunca chegam a estar entre os 100 do mundo. Estar entre os melhores é muito mais difícil que você pensa, e competir sem ser um deles, idem.

Com os geniais Rafael Nadal e Novak Djokovic disputando agora em Paris sua última e derradeira Olimpíada, um filme sobre "uma última chance no Tênis" parece bem apropriado.


As Nadadoras
 (2022): aqui temos um filme britânico, da diretora Sally El Hosaini, também britânica, mas de família egípcia. Ele conta a história real de duas jovens irmãs nadadoras sírias, que fugiram do país devido a violenta guerra civil em seu país natal, e que em busca de segurança, migraram para a Alemanha. Além disso, elas tinham o sonho de disputar os jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

O filme é muito bom, o melhor e mais emocionante desta lista, e também bem fiel a realidade, incluindo a parte em que as irmãs são "obrigadas" a atravessar o mar a nado como heroínas (em um esforço que durou pouco mais de 3 horas). Se for escolher apenas um dos quatro filmes desta lista, fique com este aqui.

As Nadadoras fala mais sobre refugiados do que sobre esporte em si, mas ainda assim, a parte esportiva está presente, tanto que eu diria que este filme tem o clima mais "Olímpico" desta lista, já que traz um bocado de imagens dos jogos do Rio 16. As atrizes que fizeram os papéis das irmãs sírias também são irmãs na vida real (embora libanesas), o que ajuda ainda mais no realismo da obra.

PS (pule esse parágrafo se não quiser spoiler do filme As Nadadoras): assim como mostra no filme, Yusra Mardini de fato venceu a sua bateria dos 100m borboleta em sua estréia nos jogos Olímpicos do Rio. O que o filme não explica, é que apesar da vitória, seu tempo foi o 41º geral, e portanto ela não avançou de fase. Obviamente que isso não diminui a pessoa e atleta espetaculares que Yusra é. ;)

As verdadeiras irmãs Yusra (esq.) e Sara (dir.) em foto de 2015

PS 2, o (*): pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, a Cerimônia de Abertura não será dentro de um estádio ou arena, e sim, será ao ar livre, às margens do Rio Sena, com as delegações desfilando em barcos! Não perca! O evento, será na Sexta-feira, 26 de Julho, a partir de 14h30 (de Brasília).

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Curiosidades Cinema Vírgula #023 - As versões do Sr. Miyagi e do Karatê Kid que você NÃO CONHECE


Daqui exatamente uma semana, no dia 18 de Julho de 2024, estreará na Netflix a sexta e última temporada da série Cobra Kai. E enquanto o desfecho do spin-off de Karatê Kid não chega, que tal diminuir a ansiedade com curiosidades sobre seus dois personagens mais famosos?



Sr. Miyagi, o... comediante de Stand Up?!

Sim! Pat Morita, o ator estadunidense filho de japoneses que ficou imortalizado como o sábio mestre do Caratê, Sr. Miyagi, antes de ser ator teve algumas profissões que você jamais imaginou. Noriyuki "Pat" Morita passou boa parte da infância em hospitais, devido ao Mal de Pott. Mas após algumas cirurgias, conseguiu ter uma vida normal, e no começo da adolescência passou a ajudar no restaurante da família em Sacramento ("era um restaurante chinês gerenciado por uma família de japoneses"), e já aí começou a entreter seus clientes com piadas e posteriormente virar uma espécie de mestre de cerimônias.

Com o passar dos anos, após casar e ter seu primeiro filho, e precisando de mais dinheiro, nos anos 60 Morita acabou se tornando Analista de Dados (!), primeiro trabalhando para o "Detran" estadunidense, e depois na indústria aeroespacial. Mas sofrendo de esgotamento mental e outros problemas de saúde, ele abandonou a profissão e resolveu ser comediante, onde adotou o nome artístico de Pat Morita.

Um trecho de seu stand-up em 1977, no show de seu amigo Redd Fox (em inglês)

Embora não tenha sido muito bem sucedido como comediante, ele trabalhou contando piadas por muitos anos, e acabou encontrando no comediante Redd Foxx um amigo e mentor, que o apoiou muito em sua carreira. No final das contas, suas exibições na comédia acabaram fazendo que ele tivesse chances em filmes e TV. Nos anos 70, Pat Morita fazia parte do elenco fixo de seriados como M*A*S*H e Happy Days. Mesmo que estivesse sempre fazendo papéis de orientais estereotipados, seus personagens eram todos cômicos e alegres. Seu primeiro papel relevante "sério" (e olhe que ainda assim nem tanto) foi justamente o de Miyagi, em 1984. Aliás, o fato de ser comediante pesou contra Pat Morita na hora das audições para ser o Sr. Miyagi, e quase que ele não consegue o emprego de sua vida por isso.

Neste artigo trago dois vídeos com Pat Morita contando piadas. Infelizmente tudo em inglês e sem legendas (já foi difícil encontrar vídeos dele em inglês, que dirá em português). Faço a ressalva de que algumas das piadas hoje não são mais vistas como adequadas, mas levem em conta o contexto da época.

Pra finalizar, uma piada de tiozão (também apenas em inglês)



Karatê Kid... o escritor de quadrinhos da Marvel!

Quando eu era adolescente, e lia eventualmente alguns quadrinhos da Marvel, notava que as vezes nos créditos, aparecia um tal de "Ralph Macchio" como escritor, ou as vezes como editor. E apesar do estranhamento inicial, não tinha a menor dúvida de que se tratava do ator que fez o Daniel-San nos filmes do Karatê Kid... afinal, eu nunca mais vi ele em filme nenhum... o que mais ele poderia estar fazendo da vida? A resposta só poderia ser: quadrinhos!

Pois é, mas eu estava enganado. Foi preciso o surgimento da Internet (e muitos anos depois dela, aliás), para eu descobrir que existe mais de um Ralph Macchio no mundo. Como se pode ver pela foto da imagem deste artigo (no topo de tudo, à direita do Pat Morita), o Ralph dos quadrinhos é mais velho (mas nem tanto, apenas 9 anos mais velho que o ator), e curiosamente, embora não tenha nenhuma relação com o Daniel-San verdadeiro, ele de fato acabou sendo apelidado de "Karatê Kid" pelos seus colegas de trabalho assim que os filmes de Karatê Kid ficaram famosos.

Pra ver que não estou mentindo, notem o nome do escritor...

Entre os anos 80 e 90, o Ralph Macchio da Marvel escreveu roteiros para HQs do Capitão América, Os Vingadores, Thor, X-Men, Quarteto Fantástico, e até dos robôs Transformers, dentre outros. Já como editor, por ele também passaram dezenas de títulos, mas como maior destaque, ele foi o editor da HQ do Demolidor por mais de uma década.

Ralph Macchio, o escritor, está aposentado desde 2013. Já Ralph Macchio, o ator, continua na ativa. Será que atuar é mais saudável que escrever? Ou dá menos dinheiro e por isso ele ainda precisa trabalhar? Ficam as indagações rs.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

Gosta de suspense e terror? Você deveria conhecer Locke & Key

Locke & Key é uma série de HQs de terror/suspense que já de cara deveria chamar a atenção devido ao nome de seu escritor: Joe Hill...