domingo, 26 de novembro de 2023

Crítica - Napoleão (2023)

Título
Napoleão ("Napoleon", EUA / Reino Unido, 2023)
Diretor: Ridley Scott
Atores principaisJoaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Ben Miles, Ludivine Sagnier, Matthew Needham, Sinéad Cusack, Édouard Philipponnat, Rupert Everett
Nota: 6,0

Bastante irregular, filme consegue ser interessante nos pontos altos

Em 2004, com seu Alexandre, o diretor Oliver Stone entregou um épico longo, com muitos altos e baixos, escolheu um ator como protagonista que não combina muito com seu personagem principal, e como resultado final, mais desagradou que agradou os críticos. E em 2023 podemos fazer a mesma descrição para este Napoleão de Ridley Scott.

Apesar de ser um personagem bastante famoso e com farto material histórico, filmes sobre Napoleão não são tão frequentes, e este aqui opta por contar a história deste famoso líder francês a partir do início da Revolução Francesa. Vemos sua rápida ascensão: ainda um coronel do exército, mas que liderou o vitorioso Cerco de Toulon, e com o apoio do líder revolucionário Paul Barras (Tahar Rahim), Napoleão (Joaquin Phoenix) se catapultou a líder da França em poucos anos. E, antes mesmo de chegar ao topo do poder, iniciou seu relacionamento com a viúva aristocrata Joséphine de Beauharnais (Vanessa Kirby), com quem futuramente se casaria e seria o grande amor de sua vida.

A partir daí a relação entre Napoleão e Josephine acaba sendo o fio condutor da trama, e a história de Napoleão passa a ser, em sua grande maioria, ou sobre cenas do conturbado relacionamento do casal, ou com o estadista em batalhas, lutando com seu exército. As cenas de batalhas são todas excelentes, visualmente impressionantes, brutais, muito bem feitas, e que mostram o gênio estratégico-militar de Napoleão. Já as cenas dele com sua esposa alternam bons e maus momentos... e agora terei que falar dos atores.

Não há dúvidas que Joaquin Phoenix é um ótimo ator, porém em sua carreira ele sempre brilhou mais interpretando personagens confusos, medrosos... aspectos que ele traz moderadamente para seu Napoleão. É aceitável que ele seja assim diante de Josephine (afinal, como se mostra nas cartas reais que temos dele para ela, Napoleão se mostrava apaixonado e dependente emocionalmente), mas não em público, ou em batalhas. Fora cenas em que Joaquin ri, ou faz algumas ações "inesperadas", que a meu ver são improvisos e estragam a credibilidade da cena. Somente nas cenas finais vemos um Napoleão com comportamentos mais condizentes do que se esperaria, o que mostra que Phoenix até teria capacidade de fazer um bom Bonaparte, porém, na prática, ele passou a maior parte do filme interpretando um Joaquin Phoenix. Por outro lado, Vanessa Kirby está excelente. Não apenas consegue transmitir muita credibilidade em seu papel, como "se vira" bem nas reações perante os imprevistos de Joaquin.

Em termos de design de produção, Napoleão não é perfeito, mas não deixa de ser muito bom, reproduzindo muito bem os figurinos, e principalmente, as locações da época. Porém, historicamente falando, o filme fica muito aquém. Primeiro pelas suas ausências. As cenas são "jogadas" rapidamente ao espectador, sem praticamente nenhum contexto, nenhuma explicação, e muita coisa importante da história de Bonaparte foi deixada de lado (basicamente, como dito anteriormente, só temos Josephine e batalhas). Mas o pior, é que mesmo do "pouco" que é contado, temos várias distorções e erros históricos. Minhas maiores revoltas estão para o segmento em que Napoleão está no Egito. Não, ele não atirou nas Pirâmides, e não, ele não voltou para casa devido às traições da esposa (aliás, ele estava lá com uma amante). Estas duas "mentiras" distorcem bastante a imagem do Napoleão real, infelizmente.

Ah, e a palavra "pouco" ganhou aspas no meu parágrafo anterior pois apesar de cortar tanto da história de Napoleão, ainda assim o filme tem extensas 2h e 38min de duração. Mas ao fazer um filme bem dinâmico e indo sempre "direto ao ponto" (até demais), pelo menos Ridley Scott faz com que o espectador passe por essas horas rapidamente.

Como resultado final, volto ao meu parágrafo inicial: Napoleão é uma obra grandiosa e interessante, porém irregular, assim como foi o Alexandre de Oliver Stone. Porém, entre estes dois filmes, prefiro levemente o último, por ser mais exótico e ter menos erros históricos. Nota: 6,0.


PS: se Ridley Scott "contou pouco" de Napoleão em sua versão para os cinemas (e isso foi proposital, pois segundo ele mesmo as pessoas começam a ficar desconfortáveis após 2h de projeção, "bum ache factor" nas palavras de Scott, algo como "fator de dor na bunda"), é sabido que existe uma versão de pouco mais de 4 horas do filme. O que ainda não foi confirmado é se ela vai sair na Apple TV+. Cá entre nós, acredito ser questão de tempo... imagino que eles só estão esperando o filme sair de cartaz dos cinemas para anunciarem oficialmente.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Dupla Crítica Filmes Netflix - O Assassino (2023) e As Ladras (2023)

Mais dois filmes bem recentes da Netflix, ambos do mundo dos "assassinos" ou "ladrões" de aluguel, e com mais semelhanças entre eles do que pode parecer em um primeiro momento. Um filme é estadunidense, o outro, francês. Qual dos países levou esta disputa? Confira abaixo!


O Assassino (2023)
Diretor: David Fincher
Atores principais: Michael Fassbender, Tilda Swinton, Charles Parnell, Arliss Howard, Sophie Charlotte, Sala Baker

Após fracassar em público com seu primeiro filme na Netflix, Mank (2020), o ótimo diretor David Fincher está de volta ao streaming com O Assassino, baseado em uma pouco conhecida série de quadrinhos franceses de mesmo nome (Le Tueur, no original).

Na história, o personagem vivido por Michael Fassbender é apresentado como um frio e ultra competente assassino profissional, que mata as vítimas apenas pelo dinheiro, sem se importar com qualquer condição ética ou moral. Porém, após falhar em uma de suas missões, e ser penalizado por isso, o Assassino sai em busca de vingança contra todos que participaram de sua punição.

Para quem gosta de filmes policiais que misturam ação e suspense, O Assassino é um programa que vai certamente agradar, sem dúvidas. As cenas de tensão são bem feitas, as cenas de ação idem (e como bônus, de uma forma bastante realista), e tecnicamente o filme também é muito bom, contando com boa fotografia, locações e ângulos de câmeras bem variados.

Repito, para quem gosta de filmes do gênero, assistir O Assassino não tem erro. Porém, apesar de várias qualidades, a produção também tem seus defeitos. Para começar, seu roteiro não é lá essas coisas... a "vingança" aplicada contra o Assassino não faz sentido; a personalidade oscilante do protagonista não combina com a imagem de "máquina perfeita" que o próprio filme tenta nos apresentar. Michael Fassbender também não ajuda muito, sendo pouco expressivo, e mais fazendo caretas de "cansado" e "assustado" do que qualquer outra coisa.

E, encerrando os pontos ruins, O Assassino não traz nada realmente novo. Se o filme tivesse sido feito por um diretor de pouca expressão ele receberia mais elogios, porém, como ele foi feito pelo mesmo diretor que já nos entregou Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995), Clube da Luta (1999), Zodíaco (2007) e Garota Exemplar (2014) dentre outros, dele eu espero bem mais, então apesar de ser um bom filme a sensação final é de uma leve decepção. Conclusão: a melhor maneira de desfrutar O Assassino é gostar de filmes de ação de vingança e esquecer que ele foi feito por Fincher. Nota: 6,5.

PS: Sophie Charlotte, a atriz que faz o papel de Magdala, a namorada do Assassino, é brasileira e já participou de várias novelas por aqui, como por exemplo Malhação, Babilônia e Todas as Flores.



As Ladras (2023)
Diretora: Mélanie Laurent
Atores principaisAdèle Exarchopoulos, Mélanie Laurent, Manon Bresch, Isabelle Adjani, Félix Moati, Philippe Katerine

Se o filme anterior pecou pela falta de originalidade, felizmente não podemos dizer o mesmo deste francês As Ladras. O filme, que traz um grupo de assaltantes para fazer seu "roubo da vez", mistura ação, humor, aventura, mas foge do comum por ter como protagonistas um grupo de mulheres. O filme é mais voltado para o público feminino, e também traz algumas cenas mais tocantes; a troca de homens por mulheres é realmente bem vinda, com piadas e situações engraçadas e curiosas.

Mélanie Laurent, que é uma das protagonistas, também dirige As Ladras, este que é seu nono longa metragem como diretora. E assim como O Assassino, este filme também é uma adaptação de história em quadrinhos, no caso, da história A Grande Odalisca (2012), de Jérôme Mulot. Na trama, Carole (Melanie Laurent) e Alex (Adèle Exarchopoulos) são competentes ladras que há muito tempo trabalham para a Madrinha (Isabelle Adjani), e agora querem se aposentar, pedido rejeitado pela chefona. A dupla topa fazer um "último trabalho", onde outras coisas além da futura aposentadoria estão em jogo.

Apesar de ter várias cenas de ação, tiroteios e mortes, o forte de As Ladras acaba sendo mesmo o humor e a relação entre as ladras Carole, Alex e Sam (Manon Bresch), sendo assim, dá para dizer que é um filme "leve". Com bastante diálogos (como boa parte dos filmes franceses), a qualidade e carisma das atrizes também contribui para a produção funcionar bem. As Ladras também conta com uma trilha sonora curiosa, com várias músicas latinas cantadas.

Dando destaque principalmente à liberdade e força feminina, As Ladras é um filme divertido, que me surpreendeu positivamente, e só me decepcionou um pouco no seu final, mas não comprometendo o resultado como um todo. Nota: 7,0.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

A Sete Palmos, uma das melhores séries de todos os tempos, agora está na Netflix (junto com outros 5 seriados da HBO)


Há poucos dias atrás estreou na Netflix o espetacular seriado A Sete Palmos (Six Feet Under no original), que na verdade se trata do relançamento de uma produção original HBO, série esta que foi originalmente exibida por lá em 5 temporadas, entre 2001 e 2005.

A trama acompanha a história da família Fisher a partir do momento em que seu patriarca morre; pois é quando ele deixa sua empresa - uma casa funerária - para que seja administrada pelos seus dois filhos: Nate (Peter Krause), o mais velho, que é obrigado a voltar as pressas de Seattle para assumir a missão, e David (Michael C. Hall - que futuramente iria protagonizar o seriado Dexter), e que ao longo da série vai se descobrindo (e assumindo) ser homossexual. Também completam a família a mãe Ruth (Frances Conroy), uma mulher infeliz que sempre foi reprimida em seu papel de mãe e esposa, e Claire Fisher (Lauren Ambrose), a filha mais nova, que por ser de outra geração e ter pensamentos mais progressistas entra em constante conflito com os demais familiares.

Não posso testemunhar se o começo de A Sete Palmos é realmente bom, pois comecei assistir a série a partir da terceira temporada (naquela época, no "tempo das cavernas", não existiam streamings, então você tinha que se programar para a série no dia e horário certo que os episódios passavam, na TV a cabo, e para assistir o que eles exibiam, e não o que você planejava assistir). Mas posso dizer, pelo que vi empolgadíssimo das três últimas temporadas que A Sete Palmos é uma obra diferenciada, muito acima da média, e até hoje uma das melhores séries que já vi na minha vida.

Além de uma qualidade técnica impressionante, e ótimos atores, seu verdadeiro diferencial é a surpreendente narrativa: cada episódio começa com a morte de uma pessoa diferente (que acaba sendo atendida pela casa funerária Fisher). Então, já aí temos, em cada capítulo, uma maneira diferente de ver a morte, seja pelo lado religioso, filosófico, ou ainda mais mundano, como de justiça, de sorte ou azar, de ironia... há sempre o "fantasma" da finitude humana pairando no ar de modo inteligente, profundo, e o que é melhor, não mórbido.


E em paralelo, claro, vamos acompanhando também a cada episódio os dramas da família Fisher e a evolução como pessoa de cada personagem. É aí que vemos temas como infidelidade, sociedade, religião, homossexualidade e feminismo. Outra curiosidade é que o episódio final de A Sete Palmos é amplamente reconhecido como um dos melhores finais de séries de todos os tempos, opinião que eu também assino embaixo.

Com seus 63 episódios, A Sete Palmos foi uma produção bastante elogiada e premiada, tendo recebido 9 Emmy Awards e 3 Globos de Ouros. Para quem curte série de drama familiar, e também quer refletir sobre a vida, o universo e tudo mais, digo que é uma produção quase obrigatória.


Seis séries da HBO na Netflix!

E o fã de seriados mais atento já deve ter reparado que A Sete Palmos não é a primeira série HBO que veio parar na Netflix nos últimos meses. As atuais concorrentes fizeram uma surpreendente pareceria onde alguns seriados antigos que hoje não constam mais no catálogo da HBO tiveram os direitos de transmissão vendidos para a empresa do logotipo vermelho. Isto, é claro, tem prós e contras para ambas as empresas.

De qualquer forma, além de A Sete Palmos também (re) estrearam recentemente na Netflix: o drama sobre vampiros True Blood, a comédia Insecure, uma série sobre futebol americano com o ator The Rock de nome Ballers, e as espetaculares (e recomendadíssimas) minisséries sobre a Segunda Guerra Mundial, Irmãos de Guerra (Band of Brothers) e O Pacífico (The Pacific), totalizando seis produções e fechando o pacote deste primeiro acordo HBO-Netflix.


O que este acordo irá significar para HBO e Netflix só o futuro dirá, assim também como se teremos ou não eventuais novos pacotes de séries para chegar. Enquanto isto, é aproveitar. Principalmente A Sete Palmos, Irmãos de Guerra e O Pacífico: as três têm minha aprovação máxima.

domingo, 22 de outubro de 2023

Crítica Netflix - A Queda da Casa de Usher (minissérie)


Médio como terror, bom como série, ótimo como homenagem a Poe

Mike Flanagan é "o cara" das séries de terror da Netflix. Como diretor, produtor e roteirista, ele fez para a empresa de streaming: A Maldição da Residência Hill (2018), A Maldição da Mansão Bly (2020), Missa da Meia-Noite (2021), e agora este A Queda da Casa de Usher.

Destes, assisti apenas A Maldição da Residência Hill, que é realmente muito bom. Aliás, foi mesmo um trabalho tão bom e impressionante que garantiu a Flanagan ser, no ano seguinte, o diretor e roteirista do filme Doutor Sono (2019), continuação de O Iluminado (1980).

Mais do que qualquer coisa, este A Queda da Casa de Usher, que conta com 8 episódios com cerca de uma hora cada, é uma grande homenagem aos trabalhos do escritor estadunidense Edgar Allan Poe (1809 – 1849). Em teoria a série é uma adaptação do conto de mesmo nome, porém, o conto de Poe é curto, de algumas poucas páginas, e embora reproduzido com alguma fidelidade, toda uma nova trama foi criada para esta série de modo a preencher tantos capítulos.

É aí, então, que entra a tal homenagem que disse anteriormente. Literalmente todos os personagens do seriado têm seu nome retirados de algum conto de Edgar Allan Poe. E com exceção do primeiro episódio, os demais têm como título o nome de algum conto do escritor, sendo que a trama de cada capítulo também segue levemente os acontecimentos da obra original de mesmo nome. Os nomes dos episódios/contos são: A Máscara da Morte Rubra, Os Assassinatos na Rua Morgue, O Gato Preto, O Coração Delator, O Escaravelho de Ouro, O Poço e o Pêndulo, e O Corvo.

Como fio condutor de tudo isto, temos a trama da série, que são as mortes que estão acontecendo com a família Usher. A história mostra os milionários irmãos Madeline Usher (Mary McDonnell) e Roderick Usher (Bruce Greenwood), donos da gigantesca empresa farmacêutica Fortunato vendo os filhos de Roderick morrendo em estranhos acidentes, um a um. Há mais dois personagens muito importantes na trama: o procurador da justiça Auguste Dupin (Carl Lumbly), e uma mulher que se apresenta como Verna (Carla Gugino), que aparenta estar por trás de todas as mortes. Desde o começo fica claro que ambos possuem um passado com os irmãos Usher, e vamos entendendo, através de flashbacks ao longo da série, tudo o que aconteceu.

Assim como tem sido constante em seus trabalhos em termos de produção - e principalmente fotografia - A Queda da Casa de Usher é excelente. Porém, como terror a obra falha. Sim, temos várias cenas de corpos em pedaços, ou outras coisas desagradáveis... mas a série não consegue gerar tanta tensão. Um dos motivos é que para cada uma das diversas mortes que acontecem, temos que Roderick Usher visualiza os mortos antes... o que não deixa de ser um desanimador spoiler do que acontecerá mais para a frente naquele episódio. Achei uma decisão muito ruim de roteiro esta.

Outra coisa que A Queda da Casa de Usher não alcança é a empatia com seus personagens, pois todos eles são seres humanos terríveis, pavorosos... mas isso na verdade não deixa de ser uma qualidade... afinal, que ótimo elenco temos aqui! E eles conseguem nos "convencer" que são detestáveis. Aliás, vários dos atores aqui também estão presentes em todas as outras séries de Mike Flanagan na Netflix, como por exemplo a própria (e sempre excelente) Carla Gugino, mas também Henry Thomas (o eterno menino Elliott, de E.T.), Rahul Kohli, Katie Parker e Kate Siegel. Esta última aliás é casada com Flanagan na vida real. E uma participação bastante relevante, que não posso deixar de citar, em seu primeiro trabalho com Mike, é nosso Luke Skywalker, Mark Hamill, que aqui faz um papel bem diferente, como um sinistro advogado da família Usher.

Kate Siegel e Mike Flanagan

Resumindo meu sentimento com A Queda da Casa de Usher: o primeiro episódio é bastante instigante, mas depois a série perde bastante em termos de suspense e terror. Não demora muito para percebermos que cada capítulo terá uma morte cuja surpresa é "estragada" rapidamente com a visão premonitória de Roderick Usher. Mesmo assim, a série continua prendendo seu interesse, seja pelas boas atuações, ou principalmente, porque você quer entender o passado dos Usher, que é contado aos poucos. Agora, se você der sorte de conhecer os contos originais de Poe, aí sim terá um prazer extra, que é observar, a cada episódio, como ele foi alterado para os tempos modernos.

Mas A Queda da Casa de Usher deixa seu melhor para o fim, que é realmente muito bom! O último episódio junta todas as pontas soltas de maneira muito satisfatória, além de fazer críticas sociais, políticas, comportamentais... e emocionar. Aliás, é também principalmente neste último episódio em que a grande maioria do conto A Queda da Casa de Usher é "de fato" adaptado.

Dentre todos os trabalhos de Mike Flanagan na Netflix, só posso comparar A Queda da Casa de Usher com A Maldição da Residência Hill, e neste caso a Residência Hill continua insuperável. É que esta última é bem melhor principalmente nos quesitos terror / suspense e trilha sonora. Ainda assim, A Queda da Casa de Usher é uma ótima produção que vale a pena ser assistida, principalmente se você pensar nela como drama / suspense e não terror; ou ainda, se você for grande entendedor de Edgar Allan Poe. E se eu não assisti os demais trabalhos de Flanagan na Netflix, no Imdb neste momento A Queda da Casa de Usher aparece com a segunda melhor nota dentre seus trabalhos, ficando atrás apenas da A Maldição da Residência Hill. Outro indício de sua boa qualidade.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Dupla Crítica Filmes Netflix - O Conde (2023) e Camaleões (2023)

Seguimos com mais críticas de filmes recentes da Netflix, para quem curte filmes mais sombrios. Um lançado no mês passado, e outro lançado agora mesmo, em Outubro. Vamos a eles?



O Conde (2023)
Diretor: Pablo Larraín
Atores principais: Jaime Vadell, Gloria Münchmeyer, Alfredo Castro, Paula Luchsinger, Stella Gonet

Filme chileno anunciado como comédia de humor sombrio, O Conde tem muito poucos momentos de humor, e muitas críticas e sarcasmos dedicados ao falecido ditador Augusto Pinochet e toda sua família. Na trama, descobrimos que o ex-general chileno forjou sua morte em 2006, e que vive até hoje recluso, em uma casa de campo, longe de tudo e todos.

Mais ainda, Augusto Pinochet na verdade é um vampiro, com cerca de 250 anos de idade, e seu repentino desejo de morrer "de verdade" somado a uma recente onda de assassinatos na capital Santiago, onde as vítimas tem seus corações arrancados, são os dois principais condutores da trama.

O Conde é filmado em preto-e-branco, tendo em sua fotografia sua melhor qualidade, já que o roteiro está longe de ter algo criativo. Vemos que Pinochet é um vampiro, que ele é cruel e desumano, assim como toda sua família... temos também algumas críticas a Igreja, mas fica nisto. Realmente nada fora do esperado para o tema. Um ponto que pode ser surpreendente para o brasileiro "comum", é a importante presença de Margaret Thatcher na história. Mas para o espectador chileno, que sabe muito bem que a "Dama de Ferro" da vida real foi aliada de Pinochet, e um ser humano tão odioso quanto, novamente, nada fora do comum.

Em resumo, como filme O Conde não é uma experiência ruim de se assistir (até longe disto), mas é algo que não acrescentará nada em sua vida. Um mero passatempo, na simples definição da palavra. Nota: 5,0.



Camaleões
(2023)
Diretor: Grant Singer
Atores principaisBenicio Del Toro, Justin Timberlake, Eric Bogosian, Alicia Silverstone, Domenick Lombardozzi, Frances Fisher, Ato Essandoh, Karl Glusman, Sam Gifford, Matilda Lutz

Com uma tradução de título muito infeliz (Reptile, no original, faz mais sentido), Camaleões é um filme de investigação policial de roteiro ficcional, embora seja baseado muito levemente em um assassinato real, a da corretora de imóveis canadense  Lindsay Buziak.

Na trama, o policial Tom Nichols (Benicio Del Toro) ainda está se adaptando a recém mudança de cidade junto com sua esposa Judy (Alicia Silverstone), e acaba sendo encarregado da investigação do estranho e brutal assassinato de uma corretora de imóveis, Summer (Matilda Lutz).

A história conta com um número enorme de reviravoltas, boa parte previsíveis, porém a boa notícia é que algumas são inesperadas, o que garante a diversão. O diretor estreante em filmes Grant Singer (ele já foi diretor de dezenas de vídeos musicais) consegue fazer um bom trabalho de ambientação, trazendo bom clima de tensão e suspense durante toda a produção.

Mas para mim, o melhor mesmo de Camaleões é rever os "sumidos" Benicio Del Toro e Alicia Silverstone. O primeiro pela sua atuação e presença em tela, e a segunda pelo seu carisma e beleza. Sempre achei a Alicia muito bonita, e ela continua linda, pena que desde seu auge dos anos 90, é difícil vê-la em produções relevantes. E aqui, ainda está atuando bem.

Camaleões é um filme de suspense policial bem competente e acima da média. Ainda que longe de ser memorável, para quem curte o gênero é uma boa pedida. Nota: 6,5.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Crítica Netflix - A Maravilhosa História de Henry Sugar (2023) e outros curtas de Roald Dahl

Título: A Maravilhosa História de Henry Sugar ("The Wonderful Story of Henry Sugar", EUA / Reino Unido, 2023)
DiretorWes Anderson
Atores principaisBenedict Cumberbatch, Ralph Fiennes, Ben Kingsley, Richard Ayoade, Dev Patel, Rupert Friend
Nota: 7,0

Agora via Netflix, Wes Anderson multiplica sua visão através de Roald Dahl

Conforme eu havia antecipado em minha crítica de Asteroid City, este A Maravilhosa História de Henry Sugar é um curta-metragem (37 minutos), e o primeiro trabalho exclusivo de Wes Anderson para a Netflix. Mas o que eu não esperava, e fui muito surpreendido, era que este filme seria apenas o primeiro (e maior) de quatro curtas lançados diariamente pelo diretor na Netflix. Após ele, vieram O Cisne, O Caçador de Ratos, e Veneno, estes três com 17 minutos de duração cada.

E as quatro histórias têm algo muito importante em comum: todas são adaptações de contos do autor britânico Roald Dahl (1916–1990). Dahl já teve várias de suas obras adaptadas para os cinemas, e principalmente, suas obras infantis, como por exemplo: A Fantástica Fábrica de Chocolate, Matilda e O Bom Gigante Amigo, dentre outros. Mas Roald não foi famoso apenas pelas suas histórias infanto-juvenis, mas também, por contos para adultos, sendo que estes em geral eram mais sinistros, geralmente contendo humor ácido e finais surpreendentes. Características aliás que não podem ser muito atribuídas ao A Maravilhosa História de Henry Sugar, mas que certamente devem ser atribuídas aos outros três contos que saíram na Netflix. Quanto a estes 3 últimos, eles não são nada recomendado para crianças.

Para todos os quatro curtas, Wes Anderson preservou sua maneira bem incomum e característica de filmar, e também usou o mesmo grupo de atores em todos eles, além da mesma maneira narrativa: nos 4 filmes os personagens principais narram em voz alta muitas das ações que vemos em tela, e também tudo o que todos os personagens falam e pensam. O resultado final é quase um meio termo entre um livro filmado e um teatro.

Todos os curtas de Roald Dahl adaptados nesta leva por Anderson são no mínimo bons e interessantes, mas os três mais curtos são mais mórbidos e menos elaborados, com o A Maravilhosa História de Henry Sugar, portanto, acabando sendo o melhor. Com bastante dinamismo e sarcasmo, ela conta a história de Henry Sugar (Benedict Cumberbatch), um trapaceiro que após ler um livro sobre Imdad Khan (Ben Kingsley), que dizia enxergar sem usar os olhos, resolveu então tentar fazer o mesmo.

Como curiosidade, estas não foram as primeiras vezes de Wes Anderson com os contos de Roald Dahl, já que ele já havia adaptado um de seus contos antes, em seu filme de animação O Fantástico Sr. Raposo (2009). Anderson, aliás, é bisneto de Edgar Rice Burroughs, criador de Tarzan e John Carter. Já que ele gosta tanto de adaptar livros, me pergunto por que ainda não fez nada com o material de seu parente mais famoso...

A Maravilhosa História de Henry Sugar (principalmente) e os outros curtas (O CisneO Caçador de Ratos, e Veneno) são rápidas e excelentes maneiras de conhecer melhor Wes Anderson e Roald Dahl. Aproveitem, é uma ótima oportunidade e desta vez, pelo tamanho das produções, nem se pode usar a desculpa do "não tenho tempo". Nota: 7,0

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Crítica - A Noite das Bruxas (2023)

TítuloA Noite das Bruxas ("A Haunting in Venice", EUA / Itália / Reino Unido, 2023)
Diretor: Kenneth Branagh
Atores principaisKenneth Branagh, Tina Fey, Michelle Yeoh, Kyle Allen, Camille Cottin, Jamie Dornan, Jude Hill, Ali Khan, Emma Laird, Kelly Reilly, Riccardo Scamarcio
Nota: 5,0

Alguém precisa resgatar Agatha Christie...

Devido a uma vasta e interessante obra literária, sempre temos pessoas adaptando os trabalhos de Agatha Christie, seja para a TV, ou para os Cinemas. E a pessoa que resolveu retomar as histórias da "Rainha do Crime" em Hollywood mais recentemente foi o britânico Kenneth Branagh. Como produtor, diretor, roteirista e ator principal (fazendo o papel do detetive Hercule Poirot), Kenneth lançou em 2017 seu Assassinato no Expresso do Oriente, e ano passado, 2022, seu Morte no Nilo.

Como disse em minha crítica, Branagh foi bem conservador em Assassinato no Expresso do Oriente, sendo bem fiel ao livro, e ao mesmo tempo, parecendo mais estar adaptando o livro original para teatro do que cinema. Já para Morte no Nilo, Kenneth arriscou mais, enfim mudando mais coisas... mas para pior. Se agora ele corrigiu seus erros fazendo o novo trabalho ser "mais filme" e "mais aventuresco", errou absurdamente em centralizar estas mudanças em seu personagem, Poirot. Seu roteiro deturpa duplamente a mitologia do famoso detetive. Não vou citar aqui o que foi inventado, para não dar spoilers, mas considerei as escolhas feitas abomináveis. Em suma, Morte no Nilo foi pior que seu Assassinato no Expresso do Oriente.

E o que esperar então deste A Noite das Bruxas, que já pelo título original e trailer, sabemos antecipadamente ter ainda mais alterações em relação ao material original? Sim, pois embora na tradução para o português o filme e livro ficaram com o mesmo nome, em inglês o romance em que esta produção se baseia se chama Hallowe'en Party ("Festa da Noite das Bruxas"), mas o filme se chama A Haunting in Venice (algo como "Uma assombração em Veneza").

Se no romance escrito por Agatha Christie a história se passa em uma vila na Inglaterra, e a primeira morte é de uma criança, neste A Noite das Bruxas ele se passa em Veneza, e a primeira morte é de uma adulta. Na verdade, temos muitas alterações entre a trama do livro e filme. Muitas mesmo. Alguns personagens e algumas de suas motivações se preservaram, mas é só. E várias das alterações foram para pior.

E as alterações ruins não ficaram apenas no roteiro. Kenneth Branagh surpreendeu ao incorporar para dentro do filme muitos elementos dos gêneros de suspense e terror, indo portanto bem além do tradicional gênero policial. O problema é que ele o fez de maneira bem simplória, para não dizer outra coisa... Abusando de barulhos altos e repentinos para assustar o espectador, câmeras filmando com ângulos tortos o tempo todo, e com todo o filme mais escuro que deveria, ainda assim são poucos os momentos em que o diretor consegue, de fato, trazer alguma tensão ou medo; na maior parte o que sentimos é a frustração de presenciar alguém simular um filme de terror e não conseguir.

Ainda que não seja muito ruim, A Noite das Bruxas consegue ser pior que Morte no Nilo e o pior dos três filmes mais recentes de Agatha Christie nos cinemas. Alguém precisa tirar as adaptações das obras dela das mãos do fraco Kenneth Branagh antes que seja tarde demais. Nota: 5,0

sábado, 23 de setembro de 2023

Asterix 40 chega em 26 de Outubro, e com novo roteirista!


Mantendo o costume deste século, de lançar Asterix em anos ímpares e no mês de Outubro, teremos o lançamento mundial do novo álbum de Asterix, seu 40º, daqui a pouco mais de 30 dias, mais precisamente em 26 de Outubro de 2023. Claro que ainda não há previsão de quando a obra chegará ao Brasil, já que a Editora Record, responsável pelos direitos de publicação por aqui, sequer chegou a lançar o 39º volume até agora (Asterix e o Grifo, de 2021)...

A nova revista se chamará (como vocês já devem ter notado pela imagem acima), Asterix - O Íris Branco. A capa da esquerda foi a primeira divulgada, mas provavelmente foi abandonada e trocada pela capa da direita, pois esta já começou a ser exibida em alguns poucos sites como sendo a capa final.

A grande surpresa é que se continuamos a ter Didier Conrad nos desenhos, como roteirista sai Jean-Yves Ferri - que escreveu os últimos 5 álbuns - e assume Fabcaro. Fabcaro, de 50 anos, é o nome artístico de Fabrice Caro, um escritor francês de livros e HQs conhecido por ter um humor mais voltado para o absurdo. Não foi dado muitos detalhes sobre porque Ferri saiu, ou se ele um dia volta... Jean-Yves apenas declarou que estava concentrado em outro projeto, e então não conseguiria assumir o Asterix 40.

E sobre o que será Asterix - O Íris Branco? Bem, pelo pouco que sabemos até agora, esta mística flor está de alguma maneira relacionada com a mudança do humor das pessoas da aldeia, como se vê nas imagens da página divulgada abaixo. Além disto, a trama se passará dentro da Gália e terá o chefe Abracurcix como um dos personagens principais, já que ele foi bastante utilizado no material promocional.



Ansiosos pelo novo Asterix? Eu estou. Pena que no Brasil a Record faz atualmente um trabalho que beira o descaso, bastante indigno do material que possui direitos de publicação. Em terras brasileiras Asterix ainda está no volume 38, e Ideiafix, que continua inédito por aqui, na Europa já está no 5º álbum.

domingo, 17 de setembro de 2023

Dupla Crítica Comédias - Loucas em Apuros (2023) e Asteroid City (2023)

Duas comédias que estrearam já há algum tempo no Brasil, porém que ainda podem ser encontradas em algumas salas de cinemas deste gigantesco Brasil. Vamos ver o que eu achei de cada uma delas Confiram!


Loucas em Apuros (2023)
Diretora: Adele Lim
Atores principais: Ashley Park, Sherry Cola, Stephanie Hsu, Sabrina Wu, Debbie Fan, Kenneth Liu, Annie Mumolo, David Denman

Comédia formada majoritariamente por mulheres de descendência asiática, tanto no elenco, como na direção e roteiro, Loucas em Apuros conta a história de duas amigas, que se conhecem desde a infância: Audrey (Ashley Park) e Lolo (Sherry Cola). Ambas moraram toda a vida nos EUA, porém enquanto Lolo tem pais chineses que se mudaram para a América, Audrey foi adotada quando bebê por um casal de estadunidenses brancos. Audrey acaba indo viajar para a China a trabalho, e leva Lolo para ser sua intérprete. É apenas o começo de várias confusões que levarão também Audrey a uma busca pelos seus pais biológicos.

A premissa de Loucas em Apuros é interessante, ver o choque de cultura entre chineses e ocidentais, e mais ainda, o paradoxo que é Audrey, chinesa de sangue, não saber absolutamente nada de sua cultura. Em termos de humor, o filme tem seus bons momentos, baseados principalmente no nonsense. Porém boa parte das piadas em Loucas em Apuros são de conotação sexual. Algumas são boas, outras ruins, de qualquer forma, achei cansativo e decepcionante pela falta de criatividade / variação.

Loucas em Apuros me lembrou, no final das contas, daquelas comédias pastelão dos anos 80 repetidas a exaustão na Sessão da Tarde da TV Globo. Dá pra passar o tempo, dar algumas risadas, mas fica nisso... nada de novo. Particularmente, o que mais me divertiu em Loucas em Apuros foi o quanto a atriz Sherry Cola mais me parecia uma versão oriental da comediante brasileira Ane Freitas. Nota: 6,0.



Asteroid City 
(2023)
Diretor: Wes Anderson
Atores principais: Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Jeffrey Wright, Tilda Swinton, Bryan Cranston, Edward Norton, Adrien Brody, Liev Schreiber, Hope Davis, Stephen Park, Rupert Friend, Maya Hawke, Steve Carell, Matt Dillon, Hong Chau, Willem Dafoe, Margot Robbie, Tony Revolori, Jake Ryan

Wes Anderson é um dos meu diretores favoritos, e também um dos que mais faz filmes "autorais", repleto de características marcantes, como por exemplo, filmar centralizado e com câmera fixa, como se tudo fosse um "quadro"; trazer dezenas de atores famosos para fazer personagens bizarros / perdedores, mas que ao mesmo tempo sejam inocentes e bons, trazendo humor e sentimento. E Asteroid City tem tudo isso, claro.

O filme mostra os estranhos eventos acontecidos na "convenção anual Junior Stargazer de 1955", uma convenção de crianças amantes da ciência, que foi sediada em "Asteroid City", uma cidadezinha no meio do deserto, que foi construída e vive em torno de um pequeno asteróide que caiu por lá décadas atrás.

Asteroid City é um bom filme, muito divertido como sempre de Wes Anderson... porém, infelizmente não se preocupa tanto em contar uma história. Aqui temos não apenas a trama acontecendo, mas ela é apresentada como se fosse um programa de TV sendo filmado, com interrupções mostrando os dilemas do "diretor" (interpretado por Adrien Brody), do "roterista" (interpretado por Edward Norton) e de como o elenco foi escalado... Então o espectador vê um filme de Wes Anderson e ao mesmo tempo vê suas explicações de como sua cabeça funciona... totalmente desnecessário.

Gostei de Asteroid City, apesar dos seus problemas ele ainda é bem acima da média. Ainda assim, é provavelmente o mais fraco, menos engraçado, e mais presunçoso dos filmes de Wes Anderson. Há ainda o bônus dele ter trazido novos atores famosos, como por exemplo Tom Hanks e Margot Robbie, pro seu grupo de atores famosos colaboradores "de sempre"; misturar tantos atores e atrizes tão distintos em um mesmo filme é sempre interessante. Nota: 7,0.

PS: daqui 10 dias, dia 27 de Setembro, teremos novo filme de Wes Anderson estreando na Netflix, a primeira produção exclusiva do diretor para a empresa do logotipo vermelho. Trata-se de A Maravilhosa História de Henry Sugar, que terá apenas 37 minutos, e muito provavelmente por isso nunca foi cogitado ir para os cinemas. O filme conta com Benedict Cumberbatch e Ralph Fiennes como atores principais. Cliquem aqui para ver o trailer!

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...