terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Crítica - Creed: Nascido para Lutar (2015)

TítuloCreed: Nascido para Lutar ("Creed", EUA, 2015)
DiretorRyan Coogler
Atores principaisMichael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Tony Bellew
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=661sQScpXJc
Nota: 7,5
Filme contém uma das melhores lutas da história e deve ser assistido nos cinemas

A nova moda em franquias é fazer um "semi-reboot", ou seja, contar a mesma história do filme inicial, porém usando agora novos e jovens protagonistas e ao mesmo tempo, considerando (e relembrando) os filmes anteriores. Foi o que foi feito em Star Wars 7 com muita qualidade, e em Jurassic Park 4 com pouca qualidade. Creed: Nascido para Lutar (ou Rocky 7 se preferir) fica no meio de ambos, é o dos três o que menos imita o original, Rocky: Um Lutador (1976). Isto porque ao invés de contar a história de um pobre tentando uma oportunidade na vida, desta vez o foco é em um rico que abre mão do conforto para provar seu valor.

Na história, Adonis Creed (Michael B. Jordan) quer ser lutador profissional de boxe porém ninguém o aceita pois duvidam de sua vontade... acham ser apenas um capricho do filho do ex-campeão Apolo. É então que ele pede para que Rocky (Sylvester Stallone) o treine, que aceita o desafio, e as lutas começam. Assim como os demais filmes, o filme se passa na periferia da cidade da Filadélfia.

Não há muito o que contar da trama, que apresenta menos diálogos do que os 3 melhores filmes da série (Rocky 1, 2 e 6). Mas os diálogos são bons, alguns bem emocionantes, principalmente os nostálgicos. Entretanto, o grande destaque de Creed: Nascido para Lutar são suas lutas de boxe.

A primeira luta profissional de Adonis é cinematograficamente uma das melhores já feitas na história. Feita toda ela sem cortes, em um único plano sequência* (*= na verdade seria um "plano longo", já que não há mudança de cenário e/ou temporal e/ou contextual para justificar o conceito de "sucessão de cenas" de um plano sequência), é a mais forte sensação de estar dentro do ringue que já se viu. As demais lutas também são muito boas, porém mais tradicionais, possuem seus cortes de câmera normalmente. De qualquer forma, são todas emocionantes e o som faz toda a diferença. Sim, é essencial assistir Creed: Nascido para Lutar nos cinemas. Ouvir os socos bem fortes, e principalmente, ouvir o barulho da torcida (a luta final é em um estádio de futebol) aumenta (e melhora) em muito a experiência de ver o filme.

Creed: Nascido para Lutar conta com boas atuações e teve uma indicação ao Oscar: Melhor Ator Coadjuvante para Sylvester Stallone. A atuação de Stallone é muito boa, mas não excepcional... é a atuação padrão dele de Rocky. Entretanto, a história real do ator se mistura com a do personagem, e portanto, em alguns discursos é impossível não perceber o quanto Sylvester está bastante emocionado, como por exemplo na hora que ele discursa sobre os parentes mortos (seu filho Sage Stallone morreu com 36 anos em 2012). Sly acabou de vencer o Globo de Ouro por esta atuação. Independente dele levar também o Oscar, a indicação já é uma uma homenagem muito bacana e merecida por tudo o que ele fez na carreira.

Curiosamente, Creed: Nascido para Lutar é o primeiro filme da franquia que não foi escrito por Stallone. O ator aliás nem queria fazer novo filme, pois julgava o desfecho feito para Rocky no filme anterior uma homenagem definitiva. Quem o fez mudar de ideia? O jovem e talentoso diretor Ryan Coogler, de apenas 29 anos. É ele quem assina o roteiro, e faz um belo trabalho.

Portanto, Creed: Nascido para Lutar não é um simples caça-níquel e sim algo que continua honrando e muito a franquia Rocky. Sylvester Stallone pode ficar tranquilo: este spin-off não somente não estraga a história do "Garanhão Italiano" como acrescenta momentos importantes e agradáveis a ela. Filme imperdível para qualquer fã de Rocky. Nota: 7,5


PS: Tony Bellew, o ator lutador "vilão" desta história é um lutador de boxe profissional de certa importância, continua em atividade e já chegou a ser campeão mundial pela Organização Mundial de Boxe (OMB) - a quarta associação mundial de boxe mais importante do planeta.

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