sábado, 16 de janeiro de 2016

Crítica - Steve Jobs (2015)

TítuloSteve Jobs ("Steve Jobs", EUA / Reino Unido, 2015)
Diretor: Danny Boyle
Atores principais: Michael Fassbender, Kate Winslet, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg, Katherine Waterston
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=DYCABywVKBw
Nota: 8,0
Fascinante e incompleta biografia de bastidores

Pouco mais de dois anos após a estréia de Jobs (2013), de Joshua Michael Stern e Ashton Kutcher agora é a vez do Steve Jobs de Danny Boyle e Michael Fassbender, respectivamente diretor e ator muito superiores do que o do filme anterior. Não é nada por acaso, então, que esta nova biografia sobre o visionário fundador da Apple seja muito superior ao filme de 2013.

Baseado em poucos capítulos da biografia de mesmo nome escrita por Walter Isaacson em 2011, Steve Jobs foi adaptado pelo premiado roteirista Aaron Sorkin que diz ter usado Steve Wozniak (outro famoso co-fundador da Apple) como consultor.

A história, curiosamente, trata apenas de três momentos pontuais da vida de Steve: os dias de lançamento do Macintosh (1984), do NeXT (1988) e do iMac G3 (1998). O filme conta com alguns poucos flashbacks que mostram outros momentos da vida do empresário, mas o foco são mesmo os bastidores pré apresentação pública em auditório de cada um dos três produtos. Em cada um dos três segmentos, vemos Steve Jobs (Michael Fassbender) interagindo (e discutindo) com sua competente marqueteira Joanna Hoffman (Kate Winslet), com o amigo Steve Wozniak (Seth Rogen), o CEO da Apple John Sculley (Jeff Daniels), o programador Michael Stuhlbarg (Andy Hertzfeld) e a ex-namorada e mãe de sua filha Lisa, Chrisann Brennan (Katherine Waterston).

O trio Boyle, Sorkin e Fassbender estão de parabéns ao construir um Jobs extremamente fascinante. É impressionante como o personagem domina e encanta em todos os ambientes em que aparece. Dos três, o ator é quem menos impressiona. Sim, Fassbender imita a postura, trejeitos e voz de Steve muito bem, mas não de maneira espetacular; mais ainda, o fato de ambos terem rostos tão diferentes dificulta um pouco esta personificação.

Portanto, o maior trabalho é do roteirista, que presenteia todos os personagens com ótimos diálogos, e do diretor Danny Boyle, pela maneira que optou por filmar as cenas, quase sempre em movimento. Jobs anda por salas, se exalta, e é como se a câmera fosse uma pessoa que o estivesse acompanhando em todos aqueles momentos. A sensação de "estar dentro" do cotidiano de Steve é incrivelmente perfeita.

Quase tudo é muito bom em Steve Jobs. Quase. Contra o filme, pesam alguns poucos pontos. Um deles é que ao focar em apenas 3 episódios de sua vida, no final conhecemos muito pouco de Jobs. E o fato de que cada um dos 3 segmentos sejam todos eles as horas antes de uma apresentação inaugural de um produto deixa o filme um pouco repetitivo.

Mas o grande problema do filme é seu desfecho. Ele passa o tempo todo sendo praticamente imparcial, dando voz as reclamações de Wozniak, de Sculley, etc. Mas na cena final, o filme explicitamente toma partido de seu protagonista, dando-lhe uma redenção que não combina tanto com o restante do tom da película.

Fassbender e Winslet foram ambos indicados ao Oscar 2016, o que é merecido. Mas o filme parou nestas apenas duas indicações. Boyle e Sorkin também poderiam muito bem ter recebido indicações.

Ainda que "incompleta", Steve Jobs traz uma ótima e divertida visão sobre a pessoa de Jobs, que deverá entreter facilmente qualquer um que tenha leve interesse em tecnologia. Nota: 8,0

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