quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Crítica - Creed II (2018)

TítuloCreed II (idem, EUA, 2018)
Diretor: Steven Caple Jr.
Atores principais: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Russell Hornsby, Wood Harris
Franquia regride sem Ryan Coogler

Desde o início de sua produção, as notícias para Creed II não me animaram. Primeiro, porque o diretor e roteirista do excelente Creed: Nascido para Lutar - Ryan Coogler - não voltaria para a continuação já que estava dirigindo Pantera Negra. Segundo, veio o anúncio que a história traria Ivan Drago (Dolph Lundgren) de volta, acompanhado de seu filho Viktor (Florian Munteanu). Teríamos então uma nova versão do fraco Rocky IV (1985), em meu entender o 2o pior filme da franquia do Garanhão Italiano?

A resposta, infelizmente, é sim. O roteiro de Creed II, co-escrito por Sylvester Stallone e Juel Taylor, é muito parecido com Rocky IV. Menos mal, entretanto, é que 34 anos de evolução nos cinemas trouxeram a este Creed várias melhorias em relação ao filme da década de 80.

A primeira evolução é técnica: fotografia, som, cenários e coreografia das lutas melhoraram muito. E o roteiro também é melhor, ao trazer certa discussão sobre o tema paternidade. Creed II não deixa de ser uma história de 3 pares de pai-filho.

Ainda assim, o roteiro imita de Rocky IV muita coisa ruim. Principalmente o fato dos russos serem todos inquestionavelmente malvados. Parece que Stallone não percebeu que a Guerra Fria acabou. Os atores também não ajudam: apenas as atrizes Tessa Thompson e Phylicia Rashad se salvam no meio de tanta canastrice e rostos inexpressivos.

Apesar de tudo, Creed II ainda diverte. As lutas do filme são verdadeiramente emocionantes, e temos também algumas boas sequencias, como por exemplo, a do treinamento de Creed (Michael B. Jordan) no deserto.

Teremos um Creed 3? Acho provável, mesmo com Sylvester Stallone jurando que neste Creed II seu personagem Rocky Balboa fez sua derradeira aparição. Michael B. Jordan ainda é jovem e os dois filmes de seu personagem não foram mal nas bilheterias. De qualquer forma, se formos ter um novo Creed, que seja feito com Ryan Coogler. Nota: 6,0

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Crítica - Vidro (2019)

TítuloVidro ("Glass", EUA, 2019)
Diretor: M. Night Shyamalan
Atores principais: Bruce Willis, Samuel L. Jackson, James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Sarah Paulson, Spencer Treat Clark, Charlayne Woodard
Shyamalan quase encerra sua trilogia de maneira digna

Para quem ainda não sabe, Vidro é o último capitulo da trilogia do diretor Shyamalan, composta também por Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016). Embora Vidro tenha explicações suficientes para que não seja necessário assistir os filmes anteriores, é muito recomendado que os dois primeiros títulos da série sejam vistos com antecedência para aproveitar totalmente a experiencia desta nova produção.

Na história, que se passa algumas semanas após o final de Fragmentado, Kevin (James McAvoy) continua na ativa, recolhendo vítimas e as matando, enquanto David Dunn (Bruce Willis) passa a atuar como um vigilante, e em paralelo se mantém em seu encalço. Após alguns eventos, a dupla eventualmente acaba sendo presa e colocada em um instituto psiquiátrico, o mesmo onde o Sr. Vidro (Samuel L. Jackson) já se encontra confinado. É então que a doutora Ellie (Sarah Paulson) tenta "curar" o trio convencendo-os de que eles são seres humanos comuns.

Para um filme que deveria "unir" dois filmes passados bem distintos, o roteiro de Vidro me impressionou ao conseguir juntar os dois universos anteriores de maneira detalhada e convincente. O único ponto a desejar desta junção é Casey (Anya Taylor-Joy), cujo retorno à trama não parece fazer muito sentido, além de proporcionar momentos piegas.

Comparando Vidro com Corpo Fechado e Fragmentado, o novo filme do diretor indiano lembra muito mais o primeiro, ao ser mais lento, com poucas cenas de ação, e principalmente, por trazer no roteiro muitos diálogos sobre a mitologia das histórias de super-heróis dos quadrinhos.

Como ponto forte, mais uma vez as cenas de suspense são filmadas com maestria por M. Night, que por sua vez, tem como seu grande erro em Vidro o exagero: o filme é longo demais, há diálogos e explicações demais. O ponto fraco do filme acaba sendo mais uma vez - assim como já foi em Fragmentado - o desfecho de sua história. Após uma tradicional "revelação surpreendente" que achei bacana, logo em seguida vem o exagero de mostrar outra "revelação-bomba", que considerei pretensiosa demais.

Voltando as qualidades de Vidro, se na média a atuação dos personagens não empolga, acho que Samuel L. Jackson e James McAvoy estão ainda melhores em seus papéis neste filme. McAvoy consegue se transformar de maneira mais evidente e impressionante entre seus diversos alter-ego.

Vidro não é um filme ruim, pelo contrário é até bom. Entretanto seus defeitos o tornam certamente o filme mais fraco da trilogia. Tivesse sido filmado há uns 10 anos atrás e com um final mais inspirado, talvez a trilogia de Shyamalan entrasse para história como algo mais memorável. Nota: 6,0

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Retrospectiva Cinema Vírgula 2018: Os melhores, os piores, e a lista de filmes assistidos

Feliz 2019!!! E para começar o ano, mantendo a tradição do Cinema Vírgula, vamos aos melhores e piores do anterior.

O ano cinematográfico iniciou com os "filmes do Oscar" mais fracos dos últimos anos, sendo seguido do super blockbuster Vingadores: Guerra Infinita, sucesso de bilheteria e crítica. No meio do ano tivemos várias continuações de baixa qualidade, como por exemplo Han Solo: Uma História Star WarsCírculo de Fogo: A Revolta.

Os filmes de super-herói continuaram dominando os lançamentos, com a DC acertando em Aquaman, a Marvel errando com Homem-Formiga e a Vespa, e a Sony só acertando com Deadpool 2 e produzindo seus lixos de sempre, sendo o da vez, Venom. Por falar em super-heróis, tivemos com O Doutrinador o primeiro filme nacional de super-herói live-action; e outro lançamento brasuca bem bacana foi a cinebiografia de Eder Jofre: 10 Segundos para Vencer.

O final de 2018 foi bem morno nos cinemas, sem grandes lançamentos. Mas certamente encerrou no imaginário popular de maneira bem musical, com os muito elogiados pelo público Bohemian Rhapsody e Nasce uma Estrela, que certamente vão brigar por oscars neste ano.

E, para encerrar o resumo do ano, destaco o lançamento pela Netflix do "filme perdido" de Orson Welles, O Outro Lado do Vento; aquele que foi seu último longa-metragem, filmado nos anos 70 e que nunca foi finalizado principalmente por problemas legais.


E vamos as listas! Segue abaixo meus 10 melhores filmes de 2018, os 5 piores, os 5 posts de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula e finalmente, a lista de todos os filmes que assisti no ano passado (com indicações dos melhores).

Top 10: Melhores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Bottom 5: Piores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Top 5: Artigos de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula
Me chamou a atenção de que este ano os posts sobre lançamentos da Netflix ganharam bem mais cliques que no ano anterior. E outro destaque, claro, é que a crítica de Viva - A Vida é Uma Festa foi disparado o artigo mais acessado, graças a propaganda feita pela minha amiga Melissa em seu ótimo blog Viviendo en el México Mágico!.


Todos os filmes que assisti em 2018 (com indicações dos melhores)

E finalmente, a lista de todos os filmes que assisti em 2018; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. Novamente não cumpri minha meta de assistir pelo menos 104 filmes no ano (o que significa uma média de 2 filmes por semana), porém desta vez assisti bem mais filmes que o ano passado (92 agora contra 73 de 2017).

Abaixo seguem os filmes. Como sempre, os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

  • 10 Segundos para Vencer (idem, Brasil, 2018)
  • Além da Ilusão ("Planetarium", Bélgica / França, 2016)
  • Aniquilação ("Annihilation", EUA, 2018)   (*)
  • Ano Um ("Year One", EUA, 2009)
  • Aquaman (idem, Austrália / EUA, 2018)
  • ARQ (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • Artista do Desastre ("The Disaster Artist", EUA, 2017)
  • Atlantis: O Reino Perdido ("Atlantis: The Lost Empire", EUA, 2001)
  • Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Ultimate Edition) ("Batman v Superman: Dawn of Justice (Ultimate Edition)", EUA, 2016)
  • Bird Box (idem, EUA, 2018)
  • Bohemian Rhapsody ("Bohemian Rhapsody", EUA / Reino Unido, 2018)
  • O Castelo de Vidro ("The Glass Castle", EUA, 2017)
  • Chaos on the Bridge (idem, Canadá / EUA, 2014)
  • Cheech e Chong Atacam Novamente ("Cheech and Chong's Next Movie", EUA, 1980)
  • O Cidadão Ilustre ("El Ciudadano Ilustre", Argentina / Espanha, 2016)
  • Círculo de Fogo: A Revolta ("Pacific Rim: Uprising", China / EUA / Reino Unido, 2018)
  • Com Amor, Van Gogh ("Loving Vincent", EUA / Polônia / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Deadpool 2 ("Deadpool 2", EUA, 2018)
  • O Destino de uma Nação ("Darkest Hour", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Deus Não Está Morto ("God's Not Dead", EUA, 2014)
  • O Doutrinador (idem, Brasil, 2018)
  • Drácula de Bram Stoker ("Bram Stoker's Dracula", EUA, 1992)
  • Ele Está de Volta ("Er ist wieder da", Alemanha, 2015)
  • Em Pedaços ("Aus dem Nichts", Alemanha / França, 2017)
  • Estrelas Além do Tempo ("Hidden Figures", EUA, 2016)   (*)
  • Eu, Tonya ("I, Tonya", EUA, 2017)   (*)
  • O Experimento de Milgram ("Experimenter", EUA, 2015)
  • Os Farofeiros (idem, Brasil, 2018)
  • A Força de Grayskull: A História de He-Man e os Mestres do Universo ("Power of Grayskull: The Definitive History of He-Man and the Masters of the Universe", Canadá / EUA, 2017)
  • A Forma da Água ("The Shape of Water", EUA, 2017)
  • For the Love of Spock (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • A Guerra dos Sexos ("Battle of the Sexes", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Homem das Cavernas ("Early Man", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Handia (idem, Espanha, 2017)
  • Homem-Formiga e a Vespa ("Ant-Man and the Wasp", EUA, 2018)
  • Ícaro ("Icarus", EUA, 2017)
  • Ilha dos Cachorros ("Isle of Dogs", Alemanha / EUA, 2018)   (*)
  • Os Incríveis 2 ("Incredibles 2", EUA, 2018)
  • Infiltrado na Klan ("BlacKkKlansman", EUA, 2018)
  • Os Intocáveis ("The Untouchables", EUA, 1987)
  • Jogador Nº 1 ("Ready Player One", EUA, 2018)
  • Jumanji: Bem-Vindo à Selva ("Jumanji: Welcome to the Jungle", EUA, 2017)
  • Lady Bird: É Hora de Voar ("Lady Bird", EUA, 2017)
  • Uma Longa Viagem ("The Railway Man", Australia / Reino Unido / Suíça, 2013)
  • A Louca! Louca História de Robin Hood ("Robin Hood: Men in Tights", EUA / França, 1993)
  • Um Lugar Silencioso ("A Quiet Place", EUA, 2018)   (*)
  • Making Fun: The Story of Funko (idem, EUA, 2018)
  • Manifesto (idem, Alemanha, 2015)
  • A Marca da Maldade ("Touch of Evil", EUA, 1958)
  • Maria Sharapova: The Point (idem, EUA, 2017)
  • Me Chame pelo Seu Nome ("Call Me by Your Name", Brasil / EUA / França / Itália, 2017)
  • Meninas Malvadas ("Mean Girls", EUA / Canadá, 2004)
  • Meu Ex é um Espião ("The Spy Who Dumped Me", Canadá / EUA, 2018)
  • Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe ("The Meyerowitz Stories (New and Selected)", EUA, 2017)
  • O Mínimo para Viver ("To the Bone", EUA, 2017)
  • Missão: Impossível - Efeito Fallout ("Mission: Impossible - Fallout", EUA, 2018)   (*)
  • A Morte te dá Parabéns! ("Happy Death Day", EUA, 2017)
  • Nasce uma Estrela ("A Star Is Born", EUA, 2018)
  • Nocaute ("Southpaw", EUA / Hong Kong, 2015)
  • Noite de Lobos ("Hold the Dark", EUA, 2018)
  • Em Nome da Lei ("Jing cha gu shi", China / Hong Kong, 2013)
  • Nossas Noites ("Our Souls at Night", EUA, 2017)
  • Oblivion (idem, EUA, 2013)
  • Um Olhar do Paraíso ("The Lovely Bones", EUA / Nova Zelândia / Reino Unido, 2009)
  • O Outro Lado do Vento ("The Other Side of the Wind", EUA / França / Irã, 2018)
  • Pantera Negra ("Black Panther", EUA, 2018)
  • O Paradoxo Cloverfield ("The Cloverfield Paradox", EUA, 2018)
  • Pare! Senão Mamãe Atira ("Stop! Or My Mom Will Shoot", EUA, 1992)
  • Pequena Miss Sunshine ("Little Miss Sunshine", EUA, 2006)
  • The Ballad of Buster Scruggs (idem, EUA, 2018)   (*)
  • The Post: A Guerra Secreta ("The Post", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Primeiro Homem ("First Man", EUA, 2018)
  • Projeto Flórida ("The Florida Project", EUA, 2017)
  • Roma (idem, EUA / México, 2018)
  • Serei Amado Quando Morrer ("They'll Love Me When I'm Dead", EUA, 2018)
  • O Shaolin do Sertão (idem, Brasil, 2016)
  • Shiki Oriori - O Sabor da Juventude ("Si shi qing chun", China / Japão, 2018)
  • Sinbad, a Lenda dos Sete Mares ("Sinbad: Legend of the Seven Seas", EUA, 2003)
  • A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Sombras da Vida ("A Ghost Story", EUA, 2017)   (*)
  • Spectral (idem, EUA, 2016)
  • Tá Dando Onda ("Surf's Up", EUA, 2007)
  • Te Peguei! ("Tag", EUA, 2018)
  • Tomb Raider: A Origem ("Tomb Raider", EUA / Reino Unido, 2018)
  • Três Anúncios Para um Crime ("Three Billboards Outside Ebbing, Missouri", EUA / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Tudo Por um Furo ("Anchorman 2: The Legend Continues", EUA, 2013)
  • Tully ("Tully", EUA, 2018)
  • Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha ("Victoria & Abdul", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Vingadores: Guerra Infinita ("Avengers: Infinity War", EUA, 2018)   (*)
  • Viva: A Vida é uma Festa ("Coco", EUA, 2017)
  • De Volta ao Jogo ("John Wick", China / EUA, 2014)
  • Your Name ("Kimi no na wa", Japão, 2016)   (*)

E que 2019 seja um ano melhor para todos! Com mais e melhores filmes! E com mais Cinema Vírgula! Grande abraço!

Crítica - Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)

Título : Indiana Jones e a Relíquia do Destino ("Indiana Jones and the Dial of Destiny", EUA, 2023) Diretor : James Mangold Atores...