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sábado, 28 de junho de 2025

NOVE ótimos jogos de Carta ou Tabuleiro que conheci na Covil-Con e DOFF 2025


Tenho falado pouco sobre Jogos de Tabuleiro aqui no Cinema Vírgula... tirando o artigo que fiz este ano no Dia Internacional da Mulher, antes disto só tinha escrito algo a respeito em Fevereiro de 2024(!). Portanto, resolvi trazer aqui alguns jogos que conheci recentemente nos eventos da Covil-Con 2025 e Diversão Offline 2025 (vulgo DOFF) e apresentá-los a vocês, já que gostei muito.

Ah sim. A relação abaixo tem mais algumas particularidades: só listei jogos que já foram lançados no Brasil, e que além disto, para dar um ar maior de "novidade" à lista, que foram publicados aqui no ano passado ou neste ano de 2025. Vamos a eles!



Everdell Farshore (2 a 4 jogadores, Galápagos Jogos)


Jogo derivado do queridinho e muito bem sucedido Everdell, aqui também temos um jogo que ao mesmo tempo une alocação de trabalhadores com coleção e construção de cartas. Se em Everdell você coleciona trabalhadores e construções com tema de floresta, em Everdell Farshore o tema é marítimo. O jogo é belíssimo e requer certo espaço na mesa. É um game onde se usa bastante estratégia, não é para iniciantes mas também não é muito complexo, ou seja, um jogo médio e ao mesmo tempo muito gostoso para jogar.

Nunca joguei o Everdell original, mas quem jogou diz que o Everdell Farshore é melhor que ele, porém inferior ao Everdell quando acrescido de algumas expansões. O jogo custa cerca de R$ 370 na versão "normal" (com componentes de papelão) e cerca de R$ 750 na versão para colecionador (com componentes de plástico, como no da foto acima).


Faraway (2 a 6 jogadores, Across the Board)


Jogo de cartas quadradas bem bonitas com tema de civilizações mesoamericanas, na partida cada jogador terá que escolher e baixar 8 cartas, tentando fazer o maior número de pontos possíveis. As cartas podem dar pontos, desde que os requisitos de recursos sejam cumpridos. E aí vem onde o jogo é diferente: os recursos são válidos em ordem inversa que você baixa as cartas. Ou seja, se você quiser que um recurso seja válido para as suas 6 primeiras cartas, você deverá baixá-lo como sendo a 7ª carta. Em outras palavras, para pontuar bem, você baixa cartas que dão muitos pontos e necessita vários recursos nas primeiras rodadas, e aí sai correndo atrás destes recursos nas rodadas seguintes, sem ter a garantia de que vai consegui-los. Parece complicado, mas não é. O jogo é "diferentão" e divertidíssimo. Seu preço? Cerca de R$ 130.


Finspan (1 a 5 jogadores, Grok Games)


Outro um jogo da família do excelente e famoso Wingspan (2019), que você coleciona aves. Em 2024 foi lançado o Wyrmspan que ainda não joguei, que você coleciona dragões. Já aqui em Finspan você coleciona... peixes! Dos três jogos citados, Finspan é o mais barato, de regras mais simples e de menor duração, embora que tanto em tempo como em complexidade, a diferença entre eles não é tão grande.

Finspan é muito gostoso de jogar, e igualmente como seus irmãos, fica muito bonito na mesa. A mecânica de "mergulhador" para explorar o oceano casa bem com o tema do jogo e o "fator sorte" agora praticamente não existe, o que me agrada. Como único defeito, o tabuleiro para cada jogador ocupa um espaço considerável. Portanto, principalmente se você for jogar em 3 ou mais jogadores, vai precisar de uma mesa grande. O jogo pode ser comprado por cerca de R$ 340.


Intarsia (2 a 4 jogadores, Across the Board)


Trata-se da nova empreitada de Michael Kiesling, o designer criador do jogo de tabuleiro Azul (e de suas várias variações). Aqui continuamos a escolher e colocar peças em nosso tabuleiro, porém ao invés de montar um belo vitral, nossa missão é finalizar o chão de nossa cafeteria francesa. Como grande novidade, além da pontuação quando se colocam novas peças no tabuleiro, há uma corrida por pontos cumprindo dezenas de fichas-missões, que ficam a disposição para todos os jogadores. O jogo deverá estar disponível nas lojas a partir de Julho, por volta de R$ 350.


Mala & Cuia (2 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo nacional da lista é um party game que pode ser jogado tanto em modo cooperativo como competitivo. Em ambos os casos, o seu objetivo é o seguinte: adivinhar, dentre todos os itens que estão sorteados na mesa, 4 que seu adversário iria levar em uma situação inusitada que é lida na carta de "missão" da rodada. O jogo rende muitas risadas e surpresas, claro. Foi lançado e esgotado durante o DOFF, mas em breve chegará as lojas novamente, pelo preço de R$ 150.


Mesos (2 a 5 jogadores, Grok Games)


Apesar de ser um jogo que tem basicamente apenas cartas como componentes, é como se ele fosse um jogo de tabuleiro, da escola européia (estratégia, administração de recursos). Aqui cada jogador é o líder de uma tribo pré-histórica do mesolítico e tenta evoluí-la. O mais legal do jogo é esta trilha ao centro da imagem acima, que decide a ordem em que os jogadores poderão comprar novas cartas. Veja: como as compras ocorrem da esquerda para a direita, quem compra primeiro (pode escolher as melhores cartas) compra um número menor de cartas de quem compra por último (que ficou com as "cartas que sobraram"). O jogo possui regras e iconografia simples, mas é um pouco desafiador. Por exemplo, ele pode ser punitivo: se você não tiver recursos suficientes para alimentar toda sua população ao final de cada rodada, perderá pontos.


Seas of Strife (3 a 6 jogadores, Grok Games)


O primeiro jogo de vazas da lista, é um jogo de 1992, repaginado em 2015, mas que só chegou no Brasil neste mês, mesmo tendo a fama de ser um dos melhores jogos de vazas de todos os tempos. Ele possui 8 naipes distintos, sendo que o naipe vencedor pode mudar ao longo da rodada (ah, seu objetivo é perder as vazas). Porém o verdadeiro diferencial do jogo é uma regra opcional, a "regra da carta face", também conhecida como "regra da neblina". Nesta regra, quando a carta mais alta de um naipe é jogada, todas as cartas deste naipe ficam de fora, o que causa muitas reviravoltas. Quando jogado com esta regra, o jogo fica realmente muito bom. Seas of Strife chegou ao Brasil ao preço de R$ 105.


Sky Team (2 jogadores, Galápagos Jogos)


Costumo não gostar de jogos cooperativos e nem de jogos exclusivos para 2 pessoas. Sky Team é as duas coisas e ainda assim me impressionou muito positivamente. Bastante temático, "real", difícil e emocionante. No jogo um piloto e um copiloto têm a missão de pousar um avião comercial nos mais diversos aeroportos do mundo. E fazem isto através de rolagem de dados, muita estratégia e comunicação limitada com sua dupla. Joguei apenas uma partida e fiquei encantado. Mas não foi só eu: quando a Galápagos trouxe o jogo para o Brasil, ele esgotou nas lojas rapidamente graças a seu sucesso. Uma nova tiragem chegou recentemente, e atualmente pode-se encontrar o jogo por R$ 220.


Vazerneiros (3 a 5 jogadores, Grok Games)


Mais um jogo de produção nacional, e outro jogo de vaza da lista. Com tema de fantasia medieval, são acrescentadas à partida alguns modificadores que a tornam bem mais divertida e estratégica. Primeiro, que em cada rodada, são sorteados 3 "rumores", que são cartas que alteram regras da vaza e/ou da pontuação daquela jogada. Só que para decidir qual dos rumores irá entrar em vigor, os jogadores fazem um leilão, apostando (ou não) suas cartas mais fortes. Outro modificador são as poções, limitadas, que quando usadas, podem alterar o valor de uma carta jogada. Mais um jogo bem divertido que vale a pena ser conhecido. Preço: R$ 85.



PS: notem que na minha lista não apareceu nenhum dos 6 jogos que aparecem na imagem-título deste artigo rs. Porém, aqueles 6 tem algo em comum: todos são lançamentos mundiais recentes, e 3 deles já chegaram no Brasil! São eles: SETIO Senhor dos Anéis: Duelo pela Terra Média, e Fishing. Pesquise sobre eles também se tiver interesse :)

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Relembrando a IREM e seus marcantes jogos para a indústria dos Videogames

Tivemos várias produtoras de jogos para videogames que alcançaram muita fama nos anos 80 e 90, os anos dourados dos consoles. Nomes como Capcom, Data East, Electronic Arts, Konami, Namco Taito. Porém também tivemos muitas outras, que se não ficaram tão famosas, deixaram sua marca na história. Uma delas é a Irem, que faço questão de relembrar por aqui.

Fundada em 1974 como IPM, a Irem Corporation é uma antiga desenvolvedora e publicadora de jogos eletrônicos japonesa. Sua história com videogames e arcades (fliperamas) começa em 1978. E a seguir, vamos a alguns dos jogos que a fizeram ser memorável:


Moon Patrol (1982), um dos primeiros grandes sucessos da Irem, chegou a alcançar o Top 5 de arcades mais lucrativos nos meses posteriores ao seu lançamento. É considerado o primeiro jogo de rolagem lateral da história (!) a usar o efeito de parallax scrolling (quando as imagens de plano de fundo movem-se mais lentamente que as imagens em primeiro plano, criando uma ilusão de profundidade) na tela inteira.

No jogo, você controla um veículo lunar enquanto pula e se desvia de obstáculos como buracos e pedras, além de atirar em naves alienígenas. O game também foi portado para o Atari 2600, Atari 5200, Commodore 64, IBM PC e MSX dentre outros.

A versão original arcade (à esq.), e a versão do Atari 2600 (à dir.), um dos melhores jogos deste console


Kung-Fu Master (1984), é nada menos que o primeiro jogo beat 'em up (luta corpo a corpo) da história (!) O game se tornou um enorme sucesso, lançado nos fliperamas em Novembro de 84, terminou o ano seguinte como líder de vendas do Japão e em segundo lugar nos EUA.

Na trama, o jogador controla Thomas, um mestre de Kung Fu, que luta por 5 andares de um Templo para resgatar sua namorada Sylvia, sequestrada por um chefão do crime. São dezenas de adversários por andar, muitos simultâneos, porém para subir ao andar seguinte é necessário derrotar o chefão daquele nível. Kung-Fu Master também foi portado para o Atari 7800, Apple II, Commodore 64, MSX... mas o console caseiro onde mais fez sucesso foi o NES, o querido Nintendinho.

As batalhas contra chefes (foto à dir.) tinham barra de energia para o personagem do jogador e para o vilão, e o jogo virava um contra um. Isto virou base para o jogo de luta Street Fighter (1987), levado por Takashi Nishiyama da Irem para a Capcom.


R-Type (1987), jogo de tiro de nave em rolagem lateral, o primeiro jogo lançado pela Irem em sua placa arcade de 16-bits. O jogo chamou a atenção do mundo pela sua incrível beleza gráfica, e também, pela sua dificuldade. R-Type se encontra na seleta lista de melhores jogos de videogame de todos os tempos.

Como características inconfundíveis, R-Type apresenta um visual baseado nos trabalhos de H.R. Giger, a mesma mente de onde foram inspirados os visuais para os filmes da franquia Alien. Além disso, a nave que o jogador controla, a R-9 "Arrowhead", está sempre acompanhada de um módulo praticamente esférico de nome "Force", que pode ser ejetado ou também acoplado na frente ou atrás do veículo. É uma arma viva, indestrutível, que atira raios diversos e também serve como escudo. Dada a sua enorme qualidade, R-Type foi portado para dezenas de consoles, do velho e bom Master System aos modernos PlayStation 4 e Xbox 360.

R-Type virou uma franquia de grande sucesso. Somando suas continuações e spin-offs, são mais de uma dezena de títulos!


E antes de irmos para a próxima seção deste artigo, só com jogos dos anos 90, quero comentar sobre mais dois jogos oitentistas que joguei e gosto. Um nada "revolucionário" mas que ficou bem famoso, e outro um bocado obscuro. O popular destes é Vigilante (1988), um beat 'em up que por também só possuir movimentação em 2D e possuir trama parecida, foi considerado o "sucessor espiritual" do Kung-Fu Master. O jogo foi portado para o Amiga, Master System, Commodore 64, MSX e TurboGrafx-16 dentre outros.

Já o jogo menos conhecido é o belíssimo Dragon Breed (1989), um jogo de tiro horizontal onde sua "nave" na verdade é um comprido dragão voador de nome Bahamoot. O game tem um visual que mistura R-Type com outros jogos da SEGA que adoro, como Space Harrier (1985) e Altered Beast (1988). Dragon Breed não foi portado para nenhum console caseiro, apenas para alguns computadores, como por exemplo o Amiga, Atari ST e Commodore 64.

Dragon Breed (abaixo), e Vigilante (acima), com imagens de versão arcade (à esq.) e a versão do Master System (à dir.). Curiosidade: exclusivamente na versão do Master, a namorada do protagonista foi renomeada de "Madonna" para "Maria"


A Tetralogia D.A.S.

Tetralogia D.A.S. é como são conhecidos quatro jogos criados pela Irem nos anos 90 que possuem duas características em comum: terem sido feitos pelo mesmo time de desenvolvedores, e se situarem em uma Terra pós-apocalíptica onde um grupo de vilões denominado D.A.S. (Dark Anarchy Society, ou Destruction And Satsujin no original japonês) conseguiu inundar o planeta ao derreter suas calotas polares. São eles: Air Duel (1990), Undercover Cops (1992), In The Hunt (1993) e Gunforce II (1994). Todos de estilos completamente diferentes, como veremos a seguir.


O Air Duel (1990) era um jogo de tiro de naves em rolagem vertical, e nunca chegou a ser portado para nenhum console caseiro, ficando exclusivo dos arcades. No início de cada fase, você pode escolher qual tipo de veículo escolher, um avião ou um helicóptero.



Já o Undercover Cops (1992) é um jogo de beat 'em up ao estilo de clássicos como Final FightStreets of Rage. No jogo, você pode escolher entre 3 personagens para sair distribuindo "porrada" nos bandidos. Os gráficos são muito bonitos, e o tamanho dos personagens e inimigos eram bem maiores do que o comum para a época, com uma altura que ocupava quase metade da tela. O jogo chegou a ser portado para o SNES.


Curiosidade: a crítica considerou Undercover Cops um bom jogo, mas "reclamou" de sua falta de originalidade. Como resposta, no ano seguinte a Irem lançou o beat 'em up Ninja Baseball Bat Man (1993), que é o jogo cuja imagem vai no topo deste artigo. Queriam algo diferente? Então agora vocês ganharam um jogo cartunesco de jogadores de baseball ninjas em que cada personagem jogável tem golpes bem distintos um dos outros e ficam mais fortes a medida que sua barra de vida vai diminuindo.


In The Hunt (1993): pense em um jogo bonito... e difícil! Trata-se de um jogo de tiro com rolagem horizontal onde você controla um submarino. Seus inimigos estão tanto dentro quanto fora d'água... e são centenas, milhares! A união de beleza com absurda dificuldade o fez ser comparado com R-TypeEle foi portado para o Sega SaturnWindows, Nintendo Switch, PlayStation e PlayStation 4.



Gunforce II (1994), fechando a tetralogia, é um jogo que além dos fliperamas, chegou a ser portado para os computadores (Windows e Mac), mas para nenhum console de videogame caseiro. Trata-se de um jogo run and gun, onde você controla o personagem Max e sai atirando contra seus inimigos. Apesar dele ser a seqüência de Gunforce (1991), também um run and gun, o jogo mudou um bocado, abandonando níveis de plataforma e fazendo o tiroteio ser mais direto. O jogo lembra Metal Slug, que seria lançado no Neo Geo em 1996 (e em breve você saberá porque rs), mas ainda assim, em Gunforce II os personagens são maiores, e os inimigos em sua maioria, máquinas e robôs.



O "fim" e a Nazca Corporation

Em 1994, a Irem encerrou o desenvolvimento de novos jogos de videogames, passando apenas a fabricar máquinas de fliperama. Devido seu "fim", uma equipe de programadores da divisão de videogames da Irem (as mesmas pessoas que criaram os jogos da Tetralogia D.A.S.!) deixou a empresa e fundou a Nazca Corporation, que dentre vários jogos relevantes, se tornou famosa principalmente por ter criado a franquia Metal Slug, que brilharia no Neo Geo da SNK.

Takashi Nishiyama, um dos mais antigos grandes nomes da Irem, e também um dos principais nomes em Moon Patrol e Kung-Fu Master, esteve envolvido no desenvolvimento do Neo Geo de outros games que surgiram neste console, como por exemplo Art of Fighting e The King of Fighters. Como se pode concluir, é como se o Neo Geo fosse a nova casa dos antigos funcionários da Irem.

Metal Slug, genial jogo da Nazca Corporation, é de ex-funcionários da Irem

A partir de 1997 a Irem voltou para os games, agora sob o nome de Irem Software Engineeringquando começou a adaptar e (re)publicar seus antigos clássicos para vários consoles PlayStation, Nintendo e até Sega Saturn. Porém desde 2011 ela só produz máquinas de Caça-níquel (Slot machine), abandonando de vez qualquer ligação com o mercado de videogames.

Já a Nasca Corporation, após alguns anos de serviços prestados para a SNK para o Neo Geo, foi comprada pela mesma, e seus funcionários ficaram por lá até 2001, quando a SNK decretou falência.


E vocês? Jogaram algum jogo da IREM? Comentem! E para ler mais artigos sobre videogames, é só clicar aqui!

domingo, 18 de maio de 2025

Muito além de Susan Boyle: conheça aqui outras OITO audições espetaculares em programas de talentos


O que não falta na televisão são programas de "show de talento", onde participantes (em teoria ainda desconhecidos ou de pouca fama) participam de uma competição, realizando ao vivo alguma performance artística, geralmente perante a um público espectador e a um pequeno júri selecionado.

Um dos momentos mundialmente mais famosos destes programas ocorreu em 2009, quando a escocesa Susan Boyle (a primeira pessoa na foto acima) apareceu no programa de calouros britânico Britain's Got Talent pela primeira vez e cantou a música I Dreamed a Dream do musical Les Miserables. Por ser uma pessoa já com certa idade, acima do peso, aparência desleixada e bastante tímida, todos olharam para Susan desconfiados. Porém, quando ela começou a cantar, revelou ser uma cantora excepcional, chocando a todos e as imagens de sua apresentação viralizaram rapidamente por todo o mundo.

Mais de 15 anos após este momento, os programas de "show de talento" continuam firmes e fortes por aí. Assim como novos cantores e cantoras sensacionais continuam surgindo todos os anos. Mas hoje existem tantas outras coisas viralizando pela Internet, que dificilmente teremos algo parecido como o fenômeno Susan Boyle novamente. Por isso, aqui no Cinema Vírgula, resolvi trazer algumas apresentações que considero incríveis para que todos vocês também possam conhecer e desfrutar.



Começando por Loren Allred, estadunidense. Quando ela se apresentou no Britain's Got Talent 2022, ela ainda não era famosa, mas ironicamente sua voz sim. Isto porque, sem creditar, eram dela os vocais no filme musical O Rei do Show (2017) para a música Never Enough. Sua apresentação para esta música é de arrepiar (clique aqui pra ver), porém resolvi trazer algo que achei ainda mais belo: sua performance na disputa final, onde Loren resolveu cantar uma música de própria autoria chamada Last Thing I'll Ever Need.



Para quem curte um pop rock britânico, aqui vai a apresentação do australiano Adam Ludewig no The Voice Australia 2020 cantando Leave A Light On, do cantor Tom Walker. Sua bela voz tornou a canção melhor que a original. O que torna sua performance ainda mais inacreditável é que ele tinha apenas 16 anos de idade na época desta apresentação.




Agora vamos de um novo momento Susan Boyle. Trata-se da estadunidense Amanda Mammana, se apresentando no America's Got Talent 2022 com uma canção de autoria própria. Apesar de ter disfemia (o que popularmente chamamos de gagueira), e um pouco de dificuldade para se apresentar, foi só ela começar a cantar com seu violão para rapidamente nos maravilharmos com sua voz doce e afinada.



Sheldon Riley, jovem cantor australiano, em seus primeiros anos de apresentações públicas também chamou a atenção por muitas vezes usar máscaras, e que segundo ele, o fazia por não gostar da própria aparência. Porém sua voz não tem nenhum resquício desta "timidez": forte, impactante e única. Se preparem para ouvir algo bem diferente. No vídeo abaixo ele reinterpreta a música Frozen, da Madonna, no The Voice Australia 2019. Na mesma competição ele também se apresentou sem cobrir o rosto, como por exemplo na Final, onde você pode vê-lo clicando aqui cantando Everybody Wants To Rule The World.



Segue outro australiano de voz única: aqui vemos Wolf Winters, com sua voz ultra grave, cantando The Sound Of Silence no The Voice Australia 2020. Como curiosidade, apesar de sua excelente apresentação ele foi eliminado, graças a um... digamos "desacordo" entre os jurados Guy Sebastian e Kelly Rowland, a única que poderia aprová-lo (clique aqui para ver o que aconteceu).



A primeira vista, eu não imaginaria que o escocês Stevie McCrorie, com uma "comportada" camisa social, levaria jeito para cantor. Porém sua apresentação de All I Want da banda irlandesa de rock Kodaline no The Voice UK 2015 encantou muito todos os jurados, onde teve aprovação, ou melhor, aclamação(!) unânime.



Voltando com uma intérprete feminina, agora vamos com a australiana Maddison McNamara cantando I Will Always Love You no The Voice Australia 2018. A música, que ficou famosa interpretada por Whitney Houston, na verdade foi originalmente criada por Dolly Parton. De tão emocionada, Maddison parece hesitar no primeiro minuto da canção, chegando até a dar uma leve impressão de que não vai conseguir continuar... mas ela prossegue, chega até ao refrão e solta a voz. É de arrepiar!




E se começamos este artigo com uma pessoa "indiretamente conhecida" pelo público, vamos terminar do mesmo jeito. Agora vou falar do estadunidense Wyn Starks, cuja apresentação inicial no America's Got Talent 2022, como o próprio título do vídeo diz, fez a jurada Sofia Vergara soltar algumas lágrimas. No vídeo ele canta a música Who I Am, de sua própria autoria. E de onde conhecemos algo dele antes? Bem, no emocionante documentário Eu Sou: Céline Dion (2024), exclusivo da Prime Video, é justamente esta canção de Wyn que Céline canta diariamente em suas sessões de fisioterapia, e que também a ajuda a ter esperança em sua recuperação.







Gostaram da lista? Qual destes foi seu vídeo favorito? Comentem, para eu saber que vocês querem ver mais artigos sobre música aqui no Cinema Vírgula!

quarta-feira, 26 de março de 2025

Conheça Frieren, Anime de fantasia medieval que acaba de estrear na Netflix e é (um justo) sucesso mundial


Estreou na Netflix neste 1º de Março a primeira temporada completa do Anime Frieren e a Jornada para o Além. Trata-se da adaptação para TV do mangá Sōsō no Frieren, escrito por Kanehito Yamada e ilustrado por Tsukasa Abe, que começou a ser publicado em 2020 e continua em andamento. O Anime já está disponível há um tempo para os brasileiros via Crunchyroll, porém, espera-se que com a chegada na Netflix ele se torne bem mais conhecido... o que seria ótimo e merecido, afinal, Frieren e a Jornada para o Além CERTAMENTE se encontra entre um dos melhores Mangás / Animes surgidos nos últimos dez anos.

A história de Frieren e a Jornada para o Além começa pelo... "fim", e na primeira cena temos um quarteto de aventureiros retornando vitoriosos para uma cidade após derrotarem o Rei Demônio - o "chefão final" deste mundo - após uma difícil campanha que durou 10 anos. O grupo é formado pela Maga elfa Frieren que dá nome à série, o Herói humano Himmel, o Sacerdote Heiter e o Guerreiro anão Eisen.

Pouco tempo depois a história já dá um salto temporal de 50 anos(!), onde os 4 personagens se reencontram. Nele vemos uma Frieren um pouco perdida, sem propósito... afinal, já tinha cumprido sua grande missão. E então outra coisa acontece: dias depois do reencontro, Himmel morre, e durante o funeral Frieren tem uma reação inesperada: ela chora em desespero por não tê-lo conhecido direito.

Como a própria história explica, o que para nós humanos são longos 10 anos, para uma elfa milenar não são nada. Além de toda a parte de aventuras e batalhas típicas de uma fantasia medieval, Frieren é uma profunda análise sobre a passagem do tempo, a sobrevivência da humanidade, a finitude da vida, e as relações entre pessoas.

Os 4 "iniciais": a Maga Frieren,o Sacerdote Heiter, o Herói Himmel e o Guerreiro Eisen

Quando o segundo episódio começa, mais de 20 anos se passaram(!), e após mais alguns outros eventos, Frieren acaba aceitando uma nova missão (não vou falar qual para não dar spoilers), que lhe "obriga" a repetir a jornada que percorreu quase oito décadas atrás, quando ela e seus antigos companheiros venceram o Rei Demônio. Nesta nova aventura, a maga acaba levando mais dois acompanhantes: sua própria discípula, a jovem maga humana Fern; e Stark, um jovem humano guerreiro, aluno de Eisen. Você pode ver Frieren, Fern e Stark na imagem título deste artigo.

Ao longo de suas viagens, Frieren vai relembrando e (re)valorizando tudo o que passou com seus amigos da formação original. O Anime é bem lento, contemplativo. Não há muitas batalhas, mas elas existem. E conforme a história avança, elas ficam mais recorrentes. Já assisti metade da primeira temporada (que é formada de 28 episódios), e tenho gostado muito. As lutas que já vi, ainda que curtas, foram todas bem impressionantes, de "explodir a cabeça".

Curioso que como o "último chefão" já morreu antes da história começar, não há um desafio épico final, e então parece que temos uma sucessão de missões episódicas para cumprir e ganhar experiência, como se fossem encontros de partidas de RPG que você faz com seus amigos em uma campanha. E ainda assim, apesar de todas essas camadas de aventura e fantasia, reitero que o melhor de Frieren está nas reflexões e momentos de emoção que ela provoca.

E a emoção não ocorre somente pela trama em que todos os personagens se envolvem. Há também um encantamento especial com Frieren... delicada, diferente e fascinante: uma maga muito muito poderosa e sábia, mas que ainda assim tem um pouco de dificuldade de compreender os humanos.

Para quem gosta de animes, mangás, RPG, aventuras medievais, ou simplesmente uma boa reflexão sobre a vida, Frieren leva a minha mais alta recomendação. Te convenci a assistir Frieren? Ainda não? Vou para um último argumento: neste momento o anime se encontra com a nota máxima de 100% no Rotten Tomatoes

Para felicidade dos fãs, a segunda temporada já está sendo finalizada, e já foi anunciada para Janeiro de 2026. A primeira e única temporada que existe até agora equivale aos 60 primeiros capítulos do mangá. A expectativa é que a segunda temporada adapte os próximos 60 (e o mangá está atualmente no capítulo 137). Aí só resta saber quanto tempo levarão para lançarem aqui no Brasil...

Na falta de um trailer em português para Frieren na Netflix, segue o da Crunchyroll Brasil. Confiram!



segunda-feira, 24 de março de 2025

Curiosidades Cinema Vírgula #038 - Sabia que J. Peterman é uma pessoa real e foi "substituído" pelo ator que o interpretou?

Demorou um pouco, mas após 37 artigos de curiosidades, chegou a vez de eu trazer algo sobre minha sitcom favorita - e melhor de todos os tempos - Seinfeld.

Um dos principais atributos de Seinfeld é seu grande elenco de personagens coadjuvantes... digamos... pitorescos. E um deles era o empresário e "aventureiro" J. Peterman, interpretado pelo ator a John O'Hurley. Na imagem acima, podemos vê-lo em ação na série, ao lado da personagem Elaine (a engraçadíssima Julia Louis-Dreyfus).

O que nem todos sabem é que J. Peterman e sua empresa existem na vida real. Na verdade, tudo era muito similar à realidade, com a mínima alteração de que o personagem da ficção se chamava Jacopo Peterman, sendo que o verdadeiro J. Peterman se chama John Peterman.

A J. Peterman Company real é uma empresa fundada em 1987 que vende roupas, acessórios de moda e móveis. Inicialmente - e principalmente - suas vendas são por meio de catálogos. Por exemplo, foi apenas em Dezembro de 1992 que a empresa abriu sua primeira loja física. Em seu auge, nos anos 90, os catálogos eram revistas impressas, que posteriormente também passaram a ser publicadas na Internet via seu site oficial, jpeterman.com.

E exatamente assim como na série de Seinfeld, os catálogos de J. Peterman eram bem... curiosos. Os itens à venda não eram simplesmente exibidos: cada um deles possuía sua própria história, uma descrição e / ou narrativa (as vezes em primeira pessoa) em um estilo bem literário, sempre ecoando um modo de vida luxuoso e que também remetia a filmes e tempos antigos.

Páginas de um catálogo real da J. Peterman Company, do ano de 2004. Veja mais duas páginas desta edição no final deste artigo

Outra curiosidade, é que mesmo tendo produtos (obviamente) reais, não eram exibidas fotos deles, e sim desenhos. Segundo o próprio J. Peterman, o motivo para esta escolha é o "romance"... "É a diferença entre descrever amor e estar apaixonado.".

A existência de uma empresa tão peculiar no mundo real chamou a atenção dos criadores de Seinfeld: os comediantes Jerry Seinfeld e Larry David, e eles decidiram então trazer um J. Peterman para o seriado. A versão do empresário que eles bolaram para a série era como se ele vivesse de acordo com as narrativas de seu catálogo, sendo então uma pessoa elegante, de vocabulário e roupas antigas, metido a aventureiro... também um pouco inocente e deslocado da realidade.

Curiosamente, os produtores de Seinfeld nunca pediram permissão para J. Peterman em parodiá-lo. Porém, após a primeira aparição do personagem, os advogados da série entraram em contato e fizeram um acordo para que a equipe de Seinfeld passasse a enviar para Peterman os roteiros com antecedência, para alguma eventual revisão. Mas ele nunca pediu para alterar nada. No fundo, a exposição da marca no seriado acabou sendo boa para a J. Peterman Company, sendo que seu faturamento anual, que era de US$15 milhões, chegou a alcançar o topo de US$75 milhões após as exibições no programa.

Apesar das vendas crescentes, a J. Peterman calculou muito mal a expansão de sua empresa, e contraiu dívidas para abrir 10 enormes novas físicas em grandes cidades dos EUA em 1998. Deu tudo errado. No ano seguinte, abriu pedido de falência... A J. Peterman Company até foi comprada pela Paul Harris Stores em 1999 por US$ 10 milhões, mas esta também faliria em 2000. E isto seria seu fim.

John O'Hurley ao lado do verdadeiro J. Peterman (à dir)

E agora chegamos à parte onde realidade e ficção conseguiram se misturar ainda mais! Curiosamente, ao longo dos anos, o ator John O'Hurley havia se tornado um amigo próximo de John Peterman na vida real. Em 2001, Peterman conseguiu de volta os direitos do nome da sua marca, e então perguntou a O'Hurley se ele tinha interesse em ajudá-lo a reviver sua companhia. O ator topou o negócio e, junto com um grupo de investidores, ele e Peterman ressuscitaram a J. Peterman Company.

Desde então, John O'Hurley é um dos acionistas da J. Peterman Company e também faz parte de sua diretoria. E os famosos catálogos continuam sendo publicados online. No vídeo abaixo, em inglês, o ator (e agora empresário) conta brevemente a história que descrevi acima e brinca no final que, quando ele e John Peterman saem juntos em público, quando alguém grita por "J. Peterman" em direção a eles, claramente está se dirigindo a ele O'Hurley, em um espantoso e real caso de "roubo" de identidade.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!


sábado, 21 de setembro de 2024

Especial: 35 anos do Master System no Brasil (com direito a recorde Mundial!)

Neste mês de Setembro o saudoso videogame de 8-bits da SEGA, o Master System, completou 35 anos de lançamento em terras brasileiras. Para ser mais exato, ele foi lançado no Brasil no dia 04/09/1989 pela empresa Tectoy.

Globalmente, o Master System perdeu o duelo contra o rival NES / Famicom, da Nintendo, fracassando especialmente nos dois maiores mercados de games: Japão e EUA (e ainda assim, nos EUA conseguiu vender o dobro do americano Atari 7800). Porém na Europa as coisas foram diferentes... lá o Master System praticamente dividiu 50 a 50% as vendas com o Nintendinho; a Austrália e a Coréia do Sul foram outros dois locais onde este console da SEGA seria bem popular. Mas o local do planeta onde o Master System mais brilhou foi o Brasil!

Até hoje, as vendas do console do Master System estão em cerca de 18 milhões de cópias, sendo que no Brasil foram mais de 8 milhões! Agora prestem atenção no "até hoje": sim, pois o Master System continua sendo produzido e vendido por aqui! Ainda que desde a versão "Master System 3 Collection 120 jogos" de 2005, o videogame comerciado não aceite mais cartuchos e apenas rode os jogos embutidos na memória do console, Master System é um videogame que está sendo produzido ininterruptamente em um mesmo país há 35 anos, e isso é um recorde mundial, algo sem precedentes no mercado dos games!


Porque o Master System virou um sucesso nacional e os "milagres" da Tectoy

Há um nome para explicar porque o Master System virou mania por aqui e se tornar o mais brasileiro dentre todos os consoles internacionais: Tectoy. Esta empresa nacional de brinquedos eletrônicos, criada apenas dois anos antes de trazer o Master System para cá, não só investiu de maneira agressiva e acertada em marketing como também agregou vários produtos ao console que, para o contexto nacional da época, eram inimagináveis. Se levarmos em conta os desafios técnicos, e também o quanto a SEGA (e as empresas japonesas em geral) eram resistentes a qualquer modificação em seus produtos originais, as realizações da Tectoy foram praticamente "milagres".

A propaganda do Phantasy Star em Português, de duas páginas, que se espalhou por diversas revistas cotidianas do país

Sua primeira façanha técnica foi em 1991 traduzir o extenso Phantasy Star para o português. A novidade era tão grande que a Tectoy também teve que explicar para o público nacional o que era um jogo de Role Playing Game. O passo seguinte foi, além de traduzir jogos, também modificar completamente seus gráficos e história, adaptando-os para personagens nacionais. Daí sugiram por exemplo jogos como Mônica no Castelo do Dragão (1991) e Geraldinho (1994) - respectivamente modificações de Wonder Boy in Monster Land e Teddy Boy.

Duas fotos do Phantasy Star em Português; e em seguida, Mônica no Castelo do Dragão e Geraldinho

Para aumentar o catalogo de jogos disponíveis para o Master System, a Tectoy começou também a trazer jogos convertidos do portátil Game Gear. Foram mais de 10 jogos trazidos nesse formato, dentre eles os excelentes Dynamite Headdy (1995) e Legend of Illusion starring Mickey Mouse (1998).

Mas a Tectoy não parava! Ela também começou a fazer jogos originais, com desenvolvedores nacionais, e baseados principalmente em programas infantis. Por exemplo, tivemos o lançamento de Férias Frustradas do Pica-Pau (1996) e Castelo Rá-Tim-Bum (1997).

Dynamite Headdy, Legend of Illusion, Férias Frustradas do Pica-Pau e Castelo Rá-Tim-Bum

E para finalizar os "milagres" da Tectoy, encerro com dois jogos de franquias internacionais que acabaram virando exclusividades do Master System nacional e eram também uma resposta direta ao Nintendinho:

Battlemaniacs (1994) é um jogo que foi inicialmente desenvolvido pela Virgin para ser lançado na Europa como conversão do jogo Battletoads in Battlemaniacs do SNES, mas que foi cancelado, e mesmo não estando 100% finalizado, como era jogável a Tectoy comprou seus direitos e lançou o jogo mesmo assim; o mega surpreendente Street Fighter II’ (1997), outro jogo feito pelos brasileiros da Tectoy, resultado de 7 meses de desenvolvimento. Ainda que sua jogabilidade deixe um bocado a desejar, Street Fighter II’ foi uma verdadeira façanha técnica para um console de 8-Bits, e o jogo se tornou o único do Master System a ter 8 Megabits de tamanho (todos os demais tinham no máximo até 4 Mb).

Acima: Battlemaniacs; embaixo: Street Fighter II’ 


Curiosidade: entenda porque este videogame se chama Master System

No Japão, o console foi lançado em 1985 como Sega Mark III, sendo ele a 2ª evolução do SG-1000, de 1983. Quando a SEGA resolveu lançar seu videogame para o mercado estadunidense, a idéia foi promover uma mudança completa: para melhor conquistar o mercado americano, os japoneses estavam dispostos a mudar tanto o nome quanto o visual de seu produto.

O SEGA Mark III, de 1985

Em termos de visual, o videogame ganhou um aspecto "futurista", e o nome escolhido, dentre algumas opções, foi "Master System". Os motivos apresentados foram: soava parecido com a alteração que sua rival Nintendo fez para seu videogame (que mudou o nome de Famicom para Nintendo Entertainment System - NES); além disso, "Master" ("Mestre"), era uma referência à natureza competitiva tanto da indústria de videogames quanto das artes marciais, onde só pode haver um "Mestre".

O plano inicial era fazer jus a alcunha de "Sistema Mestre" e vender um produto completo, único, superior. Portanto, ao comprar o SEGA Master System nos EUA em seu lançamento (1986) você comprava um conjunto inicial "Master" que continha o console denominado "Power Base" + 2 controles + a pistola "Light gun" e mais um cartucho com dois jogos: Hang-On e Safari Hunt.

Só que no final das contas, eles também acabaram lançando lá a versão "Base System", que deixou tudo um pouco confuso e o nome escolhido perdeu um pouco de sentido rs.

A versão "Base System", mais barata, não vinha com a pistola, nem com jogos inclusos

De qualquer forma, anos depois, o Master System (com esse visual que conhecemos) também passou a ser vendido no Japão, com o mesmo hardware do Mark III, porém com o chip de som YM2413 FM embutido (antes este chip só poderia ser colocado à parte no Mark III, como acessório).

O chip de som FM do Master System melhora em muito a qualidade sonora do console, e cerca de 60 de seus jogos tiveram trilha sonora desenvolvida especialmente para tirar proveito deste chip. Porém, infelizmente, o YM2413 FM ficou restrito a consoles do Master System japonês e coreano. Nem no Brasil ele chegou. Se tem uma única coisa que a Tectoy não nos presenteou, foi essa.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Especial Michael Jackson 15 anos - Os Jackson Five foram (muito) mais talentosos e famosos do que você se lembra


Hoje, 25 de junho de 2024 faz exatos 15 anos da morte de Michael Jackson, e em sua homenagem postarei dois artigos sobre ele neste ano. Este aqui, e um no dia 29 de agosto, data em que ele faria aniversário.

Não há dúvida que dentre todos os integrantes do The Jackson 5 (que posteriormente foi rebatizado para The Jacksons), Michael Jackson foi sua maior e mais talentosa estrela. Michael foi certamente o maior artista musical dos anos 80, e ainda é um dos maiores artistas musicais de entretenimento de todos os tempos.

Porém, os The Jackson 5 também tinham muito talento em seus outros integrantes. E também fizeram bastante sucesso antes do Michael adulto. A estréia do grupo com o álbum Diana Ross Presents The Jackson 5 (1969) pegou o mundo da música de surpresa (até porque nessa época a média de idade do quinteto era de 12 anos), e por exemplo, em seus dois primeiros anos de carreira os Jackson Five já conseguiram emplacar 4 músicas como #1 nas paradas estadunidenses. 


No apresentação acima, de 1975, podemos ver um pouco do talento musical de todos os irmãos. Os Jacksons vão em um programa da Cher e, junto com ela, cantam um medley de alguns de seus sucessos. Pode se repararar o quanto todos são bem afinados (e ao mesmo tempo que dançam e tocam!). Uma curiosidade: no vídeo podemos ver Michael fazendo a "dança do robô", passo que ele usava bastante no seu período adolescente, mas que abandonou em sua fase adulta solo.

E... voltando um pouco no tempo: aproveitando o enorme apelo popular da época, especialmente entre os jovens, a gravadora Motown (famosa por seus artistas afro-americanos) fez dos Jackson 5 seu principal e mais lucrativo produto de marketing, vendendo adesivos, pôsteres, livros para colorir, brinquedos, e até... um desenho animado! Como se pode ver abaixo, o desenho era um bocado psicodélico, além de ter algumas coisas "curiosas", como Michael ter dois camundongos e uma cobra de estimação. Como a agenda do quinteto estava sempre lotada, não foram eles que fizeram as dublagens, e sim, atores profissionais. Foram 23 episódios em 2 temporadas, exibidos nos EUA pelo canal ABC aos sábados de manhã. A seguir um episódio completo em português. Ser cantor e ter desenho próprio não era pra qualquer um... ainda mais nos anos 70.


E finalmente, vamos mais uma vez ao que talvez mais importa neste artigo: demonstrações de que todos os irmãos Jacksons tinham bastante talento. No vídeo abaixo, mais raro e também de 1975, o grupo vai se apresentar no The Carol Burnett Show. Porém, diferentemente da apresentação feita no programa da Cher, aqui o objetivo é de fato apresentar os integrantes de banda, e alías, com dois bônus: eles também apresentam os ainda mais novos integrantes da família para o mundo musical, os irmãos Randy e Janet Jackson. Os pequenos encerram a apresentação cantando apenas eles dois juntos.


Curiosamente Randy substituiria o irmão mais velho Jermanie no grupo meses depois, após este deixar a banda ao recusar a mudar de gravadora e também tentar fazer sua carreira solo. Já Janet, bem, ela começou aparecendo na TV em um show de variedades com seus irmãos (Sim! Embora tenha durado apenas 12 episódios entre 1976 e 77, os The Jacksons também tiveram uma série de TV, além do desenho animado!), depois ela fez mais algumas participações em seriados diversos, até que em 1982 estreou musicalmente já adulta, via carreira solo. Ela se tornou muito bem sucedida e só ficou atrás em fama e sucesso do seu irmão Michael.


E para encerrar o artigo, mais imagens raras para vocês ;)


Nestas imagens, temos duas esquetes de um episódio de 1977 do The Jacksons Variety Show. Na imagem de cima, os irmãos Jacksons e outros dançarinos fazem o quadro "Cisco Kid". Já abaixo, Michael interage com a atriz Georgia Engel.


E finalizando, imagem com o letreiro tradicional do show de variedades onde os irmãos cantavam e faziam entrevistas ao vivo.






Contemplem o hoje raro jogo de tabuleiro do Jackson 5! Se quiserem me presentear com um desses, fiquem a vontade! ;)

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Conheça a série de livros A Sétima Torre, a (hoje desconhecida) franquia bancada por George Lucas e que poderia ter sido o novo Star Wars

Um gênio dos cinemas, George Lucas foi muito mais genial para fazer dinheiro, montando sua fortuna principalmente com os mais variados produtos licenciados de suas franquias. Tamanha era a importância dos lucros com brinquedos, roupas, etc, que elas exigiram algum acompanhamento e controle do famoso diretor por toda sua vida. Não à toa que até mesmo para distribuir livros e quadrinhos relativos as suas propriedades intelectuais ele criou uma empresa própria, a Lucas Books (hoje Disney–Lucasfilm Press).

Desde sua fundação, por décadas a Lucas Books somente publicou ou licenciou obras dos mundos de George Lucas, mais notadamente Star Wars e Indiana Jones. Eis então que no final dos anos 90 algo inédito e surpreendente iria acontecer...


O novo Star Wars?

Impressionado pelo livro de fantasia Sabriel, publicado em 1995 pelo autor australiano Garth Nix (que futuramente se tornaria o primeiro livro da franquia The Old Kingdom, série que até hoje continua em andamento), George Lucas resolve contatá-lo para criar uma nova série de fantasia... "uma série de livros que poderia virar uma série de TV ou filmes".

Garth Nix

Então a LucasFilm lhe envia uma lista com cerca de 40 itens que eles gostariam de ver na história, os quais Nix recusa, dizendo ser impossível conciliar aqueles temas. Em retorno, ele envia um esboço para a história da série como um todo, e uma breve descrição do mundo em que ela aconteceria. E, como resultado, a companhia acabou gostando do que viu, prometendo liberdade criativa a Garth Nix e fechando contrato. Nascia então A Sétima Torre.

Quando o primeiro livro da série A Sétima Torre - A Queda - saiu em 2000 pela Lucas Books, ele foi anunciado nos EUA como sendo o primeiro livro de uma nova série infanto-juvenil. A saga completa é composta por 6 livros no total: A Queda (2000), O Castelo (2000), Aenir (2001), Acima do Véu (2001), Em Guerra (2001) e A Grande Pedra Violeta (2001).

Embora a série de livros não tenha sido um fracasso de vendas nos EUA, ela ficou bem longe do sucesso esperado, e talvez por isso nunca ouvi falar de qualquer plano para transportá-la para os cinemas. Mas isto não impediu a editora Nova Fronteira, ao iniciar o lançamento da série de livros aqui no Brasil, a partir de 2002, propagandear os livros como sendo "a série planejada por George Lucas para suceder Star Wars". Na imagem título deste artigo temos duas versões do Vol 1. de A Sétima Torre: à esquerda a versão inicial de 2002, e à direita uma edição mais recente, vários anos depois.


A Sétima Torre - Do que se trata?

Na série conhecemos Tal, um garoto de 11 anos que mora dentro de um gigante castelo de 7 torres. Porém este não é um castelo comum, na verdade, se trata de um mini-mundo fechado que abriga toda uma sociedade dividida em castas, sendo que Tal pertence a uma das classes (torres) mais humildes. Além disto, o castelo está em mundo envolto por um espesso véu, para proteger do seu Sol, o qual supostamente sua luz e calor seriam fortes demais para a vida. Portanto, um dos bens mais valiosos daquele mundo são as Pedras do Sol, pedras mágicas utilizadas para várias utilidades, dentre elas a de aquecer e iluminar.

Outra característica curiosa deste mundo é que ao nascerem, os habitantes do castelo são avaliados e, caso passem por alguns testes, são "escolhidos" e ligados a um ser de sombra, seres estes que são vivos, independentes, e tornam seus companheiros. E Tal foi um destes escolhidos. Quando criança, os habitantes "escolhidos" recebem uma sombra "pequena", que os acompanham até eles chegarem a adolescência. É então que, nesta idade, eles precisam entrar no mundo dos espíritos de nome Aenir, para capturar uma sombra maior, definitiva, que os acompanhará durante toda a vida, até sua morte.

Depois de alguns conflitos, e ainda no primeiro livro, Tal acaba caindo fora do castelo, e é resgatado daquele ambiente escuro e frio por Milla, uma menina pertencente à sociedade dos Homens-do-gelo, universo completamente alheio ao mundo-de-dentro-do-castelo. É então que a jovem dupla se torna os protagonistas desta série de seis livros que é A Sétima Torre.


O Veredito

Já faz mais de 10 anos que li os seis livros de A Sétima Torre, então não consigo lembrar em detalhes o quão bom ele é ou não. Porém, em linhas gerais, lembro que me diverti bastante lendo os livros desta saga, só não gostei tanto do desfecho, que achei um pouco maniqueísta e Deus ex machina, o que aliás, não é incomum nem estranho para se encontrar em livros infanto-juvenil (vide por exemplo a saga Harry Potter). Então, fica o convite para você mesmo ler esta curiosa, interessante e esquecida saga e tirar suas próprias conclusões. Atualmente é possível ler os livros comprando-os usados em sebos e lojas virtuais, ou então, procurando por scans dos mesmos em sites da internet.

Verso do Vol. 1 nacional, com direito a "carteirada" de George Lucas

Muito além de Susan Boyle: conheça aqui outras OITO audições espetaculares em programas de talentos

O que não falta na televisão são programas de "show de talento", onde participantes (em teoria ainda desconhecidos ou de pouca fam...