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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Curiosidades Cinema Vírgula #007 - Sete jovens atores em ascensão com pais famosos que você não tinha idéia!


A lista de famosos com filhos que são atores/atrizes famosos é maior do que se imagina; porém, na lista que trago aqui, o foco é em atores/atrizes "da nova geração", e que ganharam reconhecimento mundial apenas nos últimos anos. Vamos a ela!


Margaret Qualley e Andie MacDowell

Começando com quem me inspirou a fazer esta lista, a bela e talentosa Margaret Qualley ficou verdadeiramente famosa no mundo inteiro meses atrás, ao encarnar a personagem principal do elogiadíssimo seriado Maid, da Netflix. O que poucos sabem é que Andie MacDowell (Feitiço do Tempo, Quatro Casamentos e um Funeral), que interpreta sua mãe na série é também a sua mãe na vida real. Antes de Maid, Margaret já havia chamado atenção em Era Uma Vez Em... Hollywood e no seriado The Leftovers.


Lily Collins e Phil Collins

A atriz Lily Collins fez seus primeiros sucessos ainda bem jovem, em comédias românticas como Espelho, Espelho Meu e Simplesmente Acontece; mas ela chamou mesmo a minha atenção com sua atuação no drama O Mínimo Para Viver, de 2017, onde é protagonista. Lily continua com uma carreira crescente, participando de filmes famosos recentes como Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal e o multi-indicado ao Oscar, Mank. Ela também é protagonista da série Emily in Paris, da Netflix, cuja segunda temporada estréia mundialmente em Dezembro deste ano.

Seu pai é o cantor Phil Collins, que apesar de não ser ator também teve uma participação bem relevante no mundo dos cinemas: foi ele o responsável por criar toda a trilha sonora do filme de animação da Disney Tarzan, de 1999. Inclusive, por este trabalho ele ganhou um Oscar, de Melhor Música Original por You'll Be In My Heart.


Zoë Kravitz, Lenny Kravitz e Lisa Bonet

Zoë Kravitz é provavelmente o nome menos conhecido da lista, ainda que ela já tenha feito várias pequenas participações em filmes relevantes, como por exemplo X-Men: Primeira Classe, Mad Max: Estrada da Fúria, e a série de filmes adolescentes Divergente. Hoje ela é mais reconhecida na TV, com participações maiores nos seriados Big Little Lies e Alta Fidelidade, porém a tendência é sua fama nas telonas aumentar cada vez mais, a começar pelo próximo ano, onde ela será a Mulher Gato no novo filme do Batman.

Zoë é a primeira desta lista a ter ambos os pais bem famosos: Lenny Kravitz, seu pai, é um famoso cantor e músico de rock, além de estar se arriscando nos últimos anos a fazer algumas pequenas aparições nos cinemas, como por exemplo nos filmes da saga Jogos Vorazes. Já sua mãe é Lisa Bonet, atriz que ficou bastante famosa na década de 80 interpretando a adolescente Denise no seriado The Cosby Show.


Dakota Johnson, Don Johnson e Melanie Griffith

Dakota Johnson era uma atriz praticamente desconhecida até alcançar fama mundial do dia pra noite ao estrelar a série de filmes da franquia de Cinquenta Tons de Cinza. Ela é outra da lista que possui os dois pais famosos - fato muito pouco conhecido pelo público - porem desta vez ambos são atores.

Sua mãe é Melanie Griffith, que era sex symbol nos anos 80 e cujo auge da carreira durou até o início dos anos 90. Ela é conhecida por filmes como Dublê de Corpo, Uma Secretária de FuturoA Fogueira das Vaidades e As Aparências Enganam. Já seu pai é Don Johnson, bem famoso nos anos 80 por ser um dos policiais da dupla da série Miami Vice, mas que continua na ativa fazendo participações em filmes recentes e relevantes, como por exemplo Django LivreEntre Facas e Segredos.


John David Washington e Denzel Washington


Se tem alguém nesta lista que está em alta, esse alguém é John David Washington, ator principal de filmes recentes com múltiplas indicações ao Oscar, como Infiltrado na Klan e Tenet; além de também co-estrelar o filme Malcolm & Marie, lançado este ano na Netflix.

Por ter uma carreira bem nova, muitos poucos sabem que ele é filho do grande ator Denzel Washington (eu também não tinha a menor idéia). Denzel foi a estrela de filmes como Malcolm X, Filadélfia, Dia de Treinamento, O Livro de Eli e Um Limite Entre Nós dentre vários sucessos.


Alexander Skarsgård, Bill Skarsgård e Stellan Skarsgård

Encerrando a lista, dois atores de uma vez só, os irmãos suecos Alexander e Bill Skarsgård. Alexander é bem mais conhecido pelos trabalhos na TV, onde teve destaque nas séries True Blood, e mais recentemente Big Little Lies. Já Bill ficou famoso nos cinemas há poucos anos atrás, interpretando muito bem o palhaço Pennywise nas recentes refilmagens de It: A Coisa.

Mas nem todos percebem que ambos são filhos de Stellan Skarsgard. Por enquanto o veterano ator é o mais famoso da família, fazendo parte de filmes como Gênio Indomável, Ninfomaníaca, e das franquias  Piratas do Caribe, Thor, Os Vingadores e o recém lançado Duna.



PS: Já viu as outras curiosidades do Cinema Vírgula? É só clicar aqui!

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Os 8 Melhores Consoles de Videogame de Todos os Tempos


Já vi dezenas de listas sobre os "melhores consoles de todos os tempos", e nenhuma ficou muito próxima da minha. Talvez por que quem escreve estes rankings não acompanhou o mercado de videogames desde o começo, quando "tudo era mato", como eu tive oportunidade de fazer? rs. Não sei. Enfim, seguem aqui os 8 consoles de videogame que mais admiro (não inclui os portáteis, apenas consoles "de mesa"). Eles estão listados abaixo em ordem cronológica de lançamento, mas se quiserem ver o ranking numerado com a minha preferência, só vão encontrá-lo no final do artigo rs.



Atari 2600 (EUA, 1977, 2ª geração)


Por mais "toscos" que seus jogos possam parecer nos dias de hoje, o Atari 2600 não só foi o primeiro videogame que joguei, mas também foi o primeiro videogame de dezenas de milhões de jogadores em todo o mundo. Foi o primeiro console "para se jogar em casa" que se tornou verdadeiramente popular, e seu modelo de negócio é base de toda a indústria de videogames atual. Por exemplo, foi o Atari 2600 (originalmente lançado como Atari VCS) quem popularizou os cartuchos ROMs que seriam usados por consoles posteriores por décadas.

O Atari 2600 foi certamente o responsável por inserir videogames na casa das pessoas do Ocidente; e se não o fez no Oriente (que o Atari não alcançou), pelo menos ele foi a fagulha que proporcionou à Nintendo a coragem de lançar seu primeiro "home" console alguns anos depois, o NES.

Com limitadíssimas capacidades de gráfico, cores, som e armazenamento, restou aos desenvolvedores de jogos para o Atari abusar da criatividade, criando alguns jogos inovadores e memoráveis, como por exemplo: Adventure, River Raid, Pitfall! e H.E.R.O..



Sega Master System (Japão, 1985, 3ª geração)


Sendo o melhor dentre todos os consoles de 8 bits, o Master System tinha um hardware bem superior ao seu rival "Nintendinho" (NES). Entretanto, devido a péssimas decisões comerciais e de marketing, e somado ao fato de que a Nintendo tinha a exclusividade nos jogos da maioria das produtoras de games da época, este brilhante console da SEGA ficou bem atrás das vendas do NES, principalmente nos EUA.

Azar dos EUA, que perderam a oportunidade de jogar algo bem melhor e mais empolgante: jogos como Phantasy Star, Alex Kidd in Miracle World, Wonder Boy 3 e 5, e vários jogos da franquia Disney, como por exemplo Land of Illusion Starring Mickey Mouse eram muito superiores em gráficos e som do que qualquer jogo do NES. Outra diferença gritante entre o Master System e o Nintendinho eram as cores: o console da SEGA possuía cores mais claras e vivas; aliás a paleta de cores do Master é uma das melhores que já vi até hoje.

O quase "monopólio" da Nintendo para distribuir jogos de empresas terceiras acabou gerando algo positivo: obrigar a SEGA a desenvolver seus próprios jogos, muitos deles excelentes, o que acabou gerando franquias inéditas de games que futuramente colocariam a SEGA no mesmo patamar de vendas da Nintendo. Em resumo o NES tinha uma biblioteca de jogos muito maior que a do Master, e também, claro, tinha ótimos jogos. Porém os melhores jogos do Master System eram superiores aos melhores jogos do NES e ponto final.

Os principais acessórios deste console da SEGA, a pistola Light Phaser e os Óculos 3D também eram bem superiores em qualidade comparando com as versões dos consoles rivais. Os tais óculos aliás eram quase revolucionários, porém tiveram vida curta: poucos jogos compatíveis, e com a entrada para uso já removida para todas as versões seguintes do console, a partir do Master System II internacional (Master System 3 no Brasil). A se lamentar o fato de que apenas o Master System japonês recebeu em suas placas o chip de som FM, um componente que acrescentava uma enorme qualidade no som do sistema, possibilitando os videogames caseiros com melhores sons já vistos (e incluo nisto os jogos de computadores pessoais), até o surgimento do PC Engine pela 4ª geração.

O legado do console em termos de jogos é maior do que a imprensa especializada costuma relembrar. Além de jogos que marcaram história no mundo dos videogames como os já citados Phantasy Star e Alex Kidd in Miracle World, o Master System foi o único console até hoje que portou alguns arcades da SEGA como Alex Kidd: The Lost Stars e Shadow Dancer; o jogo Wonder Boy é melhor e maior que a versão do arcade, por possuir checkpoints, fases extras e fases bônus (por isso mesmo ele foi lançado no Japão como Super Wonder Boy). Outros exemplos nem envolvem fliperamas: lançado em dezenas de consoles, inclusive para consoles da 4ª geração, a versão do Master para California Games (nosso Jogos de Verão) é de longe a melhor dentre todas em todos os tempos.

O brilhante trabalho da TecToy fez com que o Master System se tornasse o mais "brasileiro" dentre todos os consoles que já pisaram por aqui: jogos portados exclusivamente para o Brasil (e também alguns jogos 100% brasileiros, como por exemplo o Castelo Rá-Tim-Bum), jogos traduzidos para o Português (algo simplesmente inimaginável para consoles na época), programa diário com dicas na TV aberta... e tudo isto culminou em um recorde: o velho Master é o videogame de maior longevidade de todos os tempos, e ele continua em produção aqui no Brasil até hoje. 



Mega Drive / Genesis (Japão, 1988, 4ª geração)


Pegue o já excelente Master System e o melhore muito em tudo. Faça o primeiro console com processamento verdadeiramente em 16 Bits do mundo (o PC-Engine era 16 Bits apenas no processador gráfico). E mais ainda, faça tudo isso um ano e meio antes da gigante única dos videogames, a Nintendo. Tudo isto é o sensacional Mega Drive (ou SEGA Genesis nos EUA), que seria o primeiro grande console daquela que considero a maior dentre todas as gerações de consoles.

A evolução dos jogos comparando com a geração anterior era enorme: era um deleite jogar em casa as adaptações exclusivas de clássicos arcade, como Out Run, Golden Axe, Altered Beast e etc. E o fato da SEGA lançar um produto de grande qualidade bem antes da Nintendo fez com que enfim ela competisse com a gigante rival em vendas. Se a empresa do Mario tinha quase 50% do mercado da 4ª geração, a SEGA a seguia de perto, com quase 40%.

Uma enorme contribuição do Mega Drive para o mundo dos videogames foi seu foco em jogos de esportes, em parceria com a desenvolvedora Electronic Arts. Seguindo o plano de marketing dos presidentes da Sega of America (Michael Katz até metade de 1990, e Tom Kalinske após ele), o Mega Drive foi quem efetivamente colocou jogos de esportes de qualidade dentro dos consoles caseiros, e dava um banho no rival SNES neste gênero. Os primeiros jogos de esportes, da era Katz, eram exclusivos do console e eram associados aos maiores esportistas do momento: Pat Riley Basketball, Arnold Palmer Tournament Golf, James 'Buster' Douglas Knockout Boxing, Joe Montana Football, Tommy Lasorda Baseball; mas os melhores jogos viriam depois, já sob Kalinske: a série John Madden Football, a série FIFA, a série NHL, a série NBA. Embora estes jogos não fossem mais exclusivos (eles também eram lançados no SNES), no Mega Drive / Genesis eles sempre chegavam às lojas alguns meses antes do que no videogame rival.

Outro marco importante foi o lançamento do jogo Sonic the Hedgehog, em 1991, e que se tornaria o mascote oficial da SEGA desde então. Criado para desfrutar do máximo da capacidade gráfica do Mega Drive, o game cumpriu seu propósito e mostrou gráficos de qualidade com uma velocidade de movimento jamais visto na história dos videogames.

Com o objetivo de aproveitar ao máximo das enormes vendas do console, a SEGA lançou dois adicionais bem ousados e caros: o Sega CD (1993) e o 32X (1994). Ainda que o 32X tenha recebidos ótimos jogos que aproximavam o Mega Drive mais do que nunca dos arcades, ambos apetrechos receberam pouca atenção, decepcionando a todos que investiram dinheiro neles, e iniciando o clima de insatisfação que futuramente se tornaria um dos fatores que justificaram o fracasso do console seguinte, o SEGA Saturn.



Super NES (Japão, 1990, 4ª geração)


Se nos 8 bits o console da Nintendo era bem inferior tecnicamente do que o da SEGA, na geração dos 16 bits a empresa do Mario deu o troco. O Super NES tinha uma capacidade bem maior do que o rival Mega Drive, e após alguns meses com vendas mornas, ganhou o gosto do público e foi um enorme sucesso, sendo o console mais vendido da geração.

O "Nintendinho" trouxe vários ótimos jogos e franquias... mas ainda assim com baixa qualidade de som e imagem. Com o Super NES, franquias como Super Mario BrosMetroid, Castlevania, etc finalmente ganharam visual e músicas que mereciam, e viraram jogos espetaculares.

Se o Mega Drive era superior em jogos de esportes, o Super NES era melhor nos jogos de RPG. Os exclusivos Final Fantasy, Zelda, Mario RPG e Chrono Trigger tinham uma qualidade incrível, tanto de jogabilidade quanto em história. Outro gênero que o SNES vencia era o de carros de corrida: Top GearF-Zero e Super Mario Kart foram franquias exclusivas e excelentes que estrearam neste console.

Em 1994 o SNES apresentaria ao mundo mais uma revolução, o jogo Donkey Kong Country, jogo de plataforma onde os personagens apareciam pela primeira vez em 3D. Aproveitando-se ao máximo do console, a Nintendo ganhou muito dinheiro com a série Donkey Kong Country, e deixava claro que era possível continuar evoluindo seus jogos apenas com seu console base, ao contrário do rival Mega Drive, que precisava do 32X incorporado para fazer algo similar.

Somando prós e contras do Super NES e do Mega Drive, ambos foram consoles incríveis, com extensas bibliotecas de jogos (muitos deles em comum), e para dizer qual dos dois foi melhor vai mesmo do gosto do jogador... enquanto eles "empatavam" em jogos de luta e plataforma, repito que o primeiro vencia no RPG e o segundo vencia em jogos de esportes. O que importa é que estes dois videogames foram tão bons que pra mim deixam a 4ª geração como a melhor de todos os tempos. E isso que nem falei de mais um console dela, que vem a seguir...



Neo Geo (Japão, 1991, 4ª geração)

O maior sonho de todo console dos anos 80 e 90 era se igualar as potentes máquinas dos fliperamas; e portanto, nada mais justo colocar na lista de melhores consoles aquele que foi o primeiro a verdadeiramente atingir este feito. Tanto é verdade, que quando o Neo Geo AES (o console caseiro) foi colocado à venda, ele rodava exatamente os mesmos jogos do Neo Geo MVS (a versão arcade, lançada um ano antes).

O Neo Geo era tão mais avançado que os demais consoles da 4ª geração que há quem diga que ele deveria pertencer a uma geração a parte, ou seja, a geração "4,5". Tanta tecnologia, ironicamente, acabou sendo a origem de seu fracasso comercial: seus altos preços.

Quando o console saiu, ele era bem mais caro que os concorrentes (literalmente 2x ou 3x mais caro, dependendo do modelo), e para piorar tinha uma biblioteca de jogos muito pequena, já que as produtoras de jogos já estavam fechadas com a SEGA e principalmente com a Nintendo, obrigando a SNK a desenvolver seus próprios títulos. A diferença de preços também atingia os jogos, já que os gigantescos cartuchos com cerca de 300 MB eram caríssimos.

A SNK Corporation até tentou salvar o console lançando o Neo Geo CD em 1994, uma opção bem mais em conta principalmente na hora da compra dos jogos, pois a produção de CDs era muito mais barata. Porém o leitor de CD era de velocidade apenas 1x, muito lento para o que o console precisava, e o que deveria ajudar, pirou a imagem do console, que ficou com a famoso pela demora com que os jogos de CD carregavam. Meses depois, surgiu o Playstation com seu leitor de velocidade 2x, e isso praticamente decretou o fim do Neo Geo (aliás, o Playstation massacrou toda a concorrência da época quando chegou). A SNK até fez uma última tentativa em 1995, lançando o Neo Geo CDZ, agora com leitor de 2x. Mas já era tarde demais; os consoles de 5ª Geração já dominavam amplamente o mercado, com jogos bem mais avançados.

Ainda hoje dá para cravar que o Neo Geo foi o melhor console para jogos de luta de "um contra um" em 2D em todos os tempos: Art of FightingFatal Fury, Samurai Shodown, The Last Blade, The King of Fighters são apenas algumas franquias que sugiram e tiveram vários títulos no Neo Geo. E se engana quem acha que o console só tinha jogos bons deste tipo, como veremos a seguir.

Jogos de esporte? O Neo Geo tinha os ótimos Windjammers (vários mini jogos usando frisbee), Goal! Goal! Goal! e a franquia Super Sidekicks (futebol), Street Slam (basquete de rua), além de vários títulos para Futebol Americano e Baseball; Jogos de ação e plataforma? ele tinha a espetacular franquia Metal Slug e outros jogos como Magician Lord e Top Hunter; Jogos Beat 'em up?, havia a franquia Sengoku e o Mutation NationJogos de "navinha"? haviam Aero Fighters, Blazing Star, Last Resort, Prehistoric Isle 2Pulstar. Ou seja, jogos incríveis não faltavam, mas ainda assim sua pequena biblioteca (cerca de 160 jogos no total, já considerando cartuchos + CDs) é apontada como "defeito" deste console.

Em sua lista de "ausências", o Neo Geo não tinha jogos em 3D, o que lhe "impediu" de trazer jogos de simulação de corrida ou de tiro em primeira pessoa. Os RPGs também praticamente não existiam (apenas o Crossed Swords teve alguma relevância), e imagino que isso se deva ao fato de que por ser um console pensado nos fliperamas, a grande maioria dos jogos do console eram feitos para serem rápidos e casuais. Ainda assim, o Neo Geo deixou um importante legado para os jogos "demorados": foi o primeiro console caseiro a ter um cartão de memória removível para jogos salvos.

Junto com o Master System, o Neo Geo é o console cujo destino comercial eu mais lamento. Ele merecia um sucesso muuuuito maior. Mas seu alto custo e um mísero erro de estratégia (o CD de velocidade 1x) foram suficientes para que este console tivesse vida curta. Sim, o mercado dos videogames é injusto muitas vezes.



Playstation 2 (Japão, 2000, 6ª geração)


Embora eu tenha jogado bastante - e adorado - o Playstation 1, em geral eu não gosto da 5ª geração de videogames, repleta de jogos 3D "quadradões". Mas quando o Playstation 2 chegou, não somente resolveu de vez esta limitação gráfica como trouxe uma evolução incrível em relação ao seu modelo anterior.

Fica até difícil explicar o quanto o PS2 é bom... mas saibam que ele é até hoje o console mais vendido de todos os tempos, teve mais de 3800 jogos lançados, e também costuma ser eleito "o" melhor console de todos os tempos pela crítica especializada.

Playstation 2 foi o primeiro console a rodar jogos em DVD, o que foi um enorme atrativo na época, já que ele também permita rodar DVDs de filmes e música. E ainda funcionava com os jogos em CD do Playstation anterior, sendo o primeiro console de mesa "famoso" a ter retrocompatibilidade sem depender de algum acessório externo extra para isto (o único console a fazer isto antes dele foi o obscuro Atari 7800).

E por falar em jogar jogos "antigos", o Playstation 2 foi o primeiro console de mesa a lançar grandes clássicos arcades exclusivos da SEGA (isso sem contar os próprios consoles da SEGA, claro), via série SEGA Ages 2500. O nome 2500 vem do preço dos jogos no Japão, lançados a 2500 Ienes. Alguns jogos são cópias do arcade original, mas a maioria das versões são remakes exclusivos atualizando-os para os gráficos da época. Foram 33 títulos no total, sendo alguns deles coletâneas. É verdade que alguns destes remakes não ficaram bons, mas outros ficaram bem aceitáveis... e digo mais, só a intenção e bom gosto de relançar os jogos da SEGA já vale muitos elogios para este console!!!

Franquias famosas e exclusivas como Grand Theft Auto, Final Fantasy e Metal Gear Solid alcançaram uma qualidade gráfica inimaginável com o PS2. E ainda foi nele que surgiriam outras franquias excelentes, como God of War e Kingdom Hearts. Aliás, depois que eu vi rodando jogos como God of War (I e II), Shadow Of The Colossus e Okami, a conclusão que cheguei é que não seria mais necessário um videogame mais potente do que o Playstation 2: graficamente ele já conseguiu atingir tudo o que eu desejava. Porém minha visão mudou com o avanço da tecnologia: a chegada das TVs planas em HD criaram necessidade para evoluções gráficas.



Xbox 360 (EUA, 2005, 7ª geração)


O Xbox 360 é o primeiro console da 7ª geração, revolucionando o mercado de games ao ser o primeiro console com gráficos HD (480 pixels verticais), e também, pelo enorme avanço que trouxe em sua rede Xbox Live (que já existia desde 2002): pela primeira vez na história os usuários podiam "de fato" comprar jogos e jogar contra outros jogadores pela internet com ótima qualidade. Sim... jogar pela internet via consoles caseiros começou a decolar na geração anterior, inicialmente com o Dreamcast; porém foi só nesta geração que isto virou uma febre, e não é exagero dizer que o primeiro "culpado" foi o Xbox 360. Ele foi o primeiro videogame a conseguir rodar jogos de última geração para múltiplos jogadores online a nível global, além de trazer conceitos competitivos inovadores como as Conquistas e o GamerScore. Agora os jogadores poderiam ir atrás dos mais variados desafios - ao invés de apenas vencer os jogos - e se comparar com adversários do mundo inteiro.

Outro ponto que merece destaque é que a 7ª geração deu um salto de processamento de pelo menos 10x mais em relação à geração anterior. E o mais impressionante sobre todas as qualidades que disse sobre o Xbox 360 até aqui, é que ele fez tudo isso 1 ano antes de seu concorrente PlayStation 3 ser lançado! E, outra novidade: o Xbox 360 foi o primeiro console a vender controles sem fio junto com a versão padrão do videogame, embora também houvesse para venda a versão com controles de fios USB.

E mesmo já sendo um baita console por si só, ele também entrou na minha lista de melhores devido sua importância mercadológica: ele foi o primeiro (e até hoje único) videogame a se equiparar em vendas com o da rival Sony. Se o Xbox 360 não tivesse sido um sucesso de vendas e um real concorrente ao PlayStation 3, talvez hoje veríamos um completo monopólio da Sony no mercado, o que seria muito ruim para todo mundo.

O Xbox 360 também entra na minha lista por ter trazido o Kinect, o melhor controlador de movimentos  de sua época. Mesmo que longe de ter respostas de movimentos perfeitas, ele foi superior aos seus concorrentes diretos de mesma geração - Wii Remote (Nintendo Wii) e PlayStation Move (PlayStation 3) - por dispensar o uso de qualquer controle físico, sendo necessário apenas o próprio corpo do usuário. Ironicamente o grande ponto positivo do Kinect é também seu principal ponto negativo, já que qualquer jogo mais avançado necessita pelo menos de um "botão" para funcionar melhor. Na prática, o Kinect foi o melhor aparelho porém com os jogos mais simplórios. Ainda assim, foi um marco tecnológico muito impressionante.

Este incrível console poderia ter sido ainda mais bem vendido, e estar mais presente na lista dos "melhores consoles de todos os tempos" dos especialistas se não fosse o lamentável problema do Red Ring of Death, onde o aparelho "travava" e 3/4 do anel de Led que envolve o botão de liga/desliga do console ficavam permanentemente acesos em vermelho, indicando um erro de hardware (em geral devido a superaquecimento), deixando como única opção desligá-lo. Oficialmente a Microsoft fez de tudo para "minimizar" o problema, mas nunca dizendo a porcentagem real de consoles com defeito, limitando a dizer que era próximo da taxa de falha aceita pela indústria. De qualquer forma, eles estenderam a garantia do produto e trocavam os consoles com problemas. Pela falta de dados oficiais, até hoje é difícil mensurar as falhas de hardware do Xbox 360. Porém as revistas especializadas citam números que entre 30 a 60% dos consoles fabricados nos dois primeiros anos apresentaram algum defeito de hardware... um valor assustador! A Microsoft chegaria a resolver o problema lançando posteriormente outros 2 novos modelos corrigidos/melhorados do próprio Xbox 360, mas sua reputação ficou irremediavelmente manchada.



Playstation 4 (EUA, 2013, 8
ª geração)

Embora os antecessores Xbox 360 e Playstation 3 tivessem entregado em seus últimos anos alguns jogos que possuíam trechos com imagens em Full HD (1080 pixels, também conhecido com 2K), foi apenas nesta geração que os consoles rodaram 100% nesta qualidade gráfica.

Com os consoles da Sony e Microsoft cada vez mais parecidos entre eles (tanto em capacidade quanto em jogos), eu optei pelo Playstation 4 ao invés do Xbox One pois o PS4 é considerado levemente superior em hardware. Outro fato que me faz escolher esse console são seus jogos exclusivos; não apenas os jogos "novos" (nos quais me chamam a atenção principalmente as franquias The Last of UsGod of War), mas principalmente pelos remakes de clássicos do passado, como por exemplo Final Fantasy VII (PS1) e Shadow of the Colossus (PS2): para mim uma ideia excelente, esta, de adaptar estes grandes jogos para os gráficos excepcionais atuais.

Alguns anos depois, tanto a Sony quanto a Microsoft lançaram novas versões ainda mais potentes de seus consoles, dentro da própria geração (algo inédito na indústria de videogames): surgiram então o PlayStation 4 Pro e Xbox One X para rodar jogos na resolução 4k. Sinceramente? Para mim, este velho que escreve estas linhas, é algo desnecessário. Assim como eu já considerava o Playstation 2 como o "videogame definitivo", que não precisava de mais evoluções e só mudei de ideia após o lançamento das TVs HD, o mesmo acontece aqui: o mercado não precisava ter evoluído os consoles iniciais da 8ª geração e sequer ter criado a 9ª geração. E só vou mudar de ideia quando novamente surgir uma tecnologia totalmente diferente, que talvez sejam máquinas de Realidade Virtual (VR).




PS: no começo do artigo eu "fugi" da responsabilidade de ranquear o Top 8 dos videogames. Mas se você chegou até aqui, agora saberá qual é o meu Top 5 dos melhores consoles de todos os tempos: em quinto lugar eu coloco o SNES, pra mim ainda o melhor console "de mesa" da história da Nintendo; em quarto vêm o Neo Geo, por ser realizado o sonho de todo gamer da época, que era ter um fliperama de verdade em casa; o terceiro lugar vai para o Master System (ainda que este seja o console que está em primeiro lugar no meu coração); a "prata" fica com o Playstation 2 pelo seu inigualável sucesso de vendas, quantidade e evolução de jogos, e a primeira posição fica com o Mega Drive / Genesis, espetacular console da SEGA que continuo jogando seus jogos com prazer até hoje!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

8 documentários sobre Esporte da Netflix e Amazon Prime para se conhecer (e + 1 bônus)


O Esporte é uma das atividades mais incríveis criada pela humanidade, a qual sou muito fã. Assisti vários documentários sobre o tema neste ano, seja em seriados ou filmes, e resolvi compartilhar eles com vocês. Na lista abaixo cito 8 títulos que assisti (e mais um bônus no final da lista, não perca!), ordenados do pior para o melhor. Confiram!


8) The Playbook: Estratégias para Vencer (2020) - Netflix

Lançado mundialmente há pouco tempo, em Setembro desse ano, The Playbook foi uma grande decepção para mim. A idéia do seriado seria entrevistar grandes treinadores do mundo do Esporte e conhecer suas táticas, seus ensinamentos para o sucesso.

E o que vemos em The Playbook está bem longe disto. Em uma primeira temporada com apenas 5 episódios os técnicos apresentados foram "Doc Rivers" (NBA), "Jill Ellis" (Futebol Feminino), "José Mourinho" (Futebol Masculino), "Patrick Mouratoglou" (Tênis) e "Dawn Staley" (WNBA), e o tom apresentado foi muito mais de "louvor" a eles próprios do qualquer coisa didática.

Por exemplo, no caso de Doc Rivers quase toda a entrevista é sobre ele falando das dificuldades de trabalhar pelo Clippers após o então dono do time Donald Sterling ter áudios racistas vazados. No caso de Jill Ellis, é basicamente ela se elogiando mostrando seus sucessos e conquistas, porém sem explicar qual seu segredo para alcançar as vitórias. E assim vai... O melhor dos 5 episódios, e de longe o mais interessante, acaba sendo o do Mouratoglou, onde ele dá vários exemplos de como foi "moldando" o comportamento explosivo da tenista Serena Williams e a fez retomar ao topo do mundo.


7) Fangio: o Rei das Pistas (2020) - Netflix

Filme argentino que conta a história do genial Juan Manuel Fangio, que nos primórdios da Fórmula 1 venceu 5 títulos, e é considerado um dos maiores pilotos de todos os tempos.

Ainda que Fangio seja um filme interessante, a impressão que fica é que ele foi feito "tarde demais". Explico: por ter corrido nos anos 50, praticamente não há imagens de suas conquistas. E como ele faleceu em 1995, o material basicamente se compõe de depoimentos atuais de jornalistas e amigos. Há alguns trechos de entrevistas do próprio Fangio à televisões argentinas... mas é pouco. Se este mesmo documentário tivesse sido gravado com Fangio vivo, certamente teríamos "causos" em maior número e mais impactantes.

Apesar destes problemas, o filme consegue trazer histórias e imagens suficientes para deixar claro que Fangio era realmente diferenciado, e que o automobilismo daquela época tinha um nível de perigo que beirava a loucura.


6) The Carter Effect (2017) - Netflix

Filme contando com cerca de 1h, sobre a história e carreira do jogador da NBA Vince Carter. O foco não é bem sobre o jogador, e sim o impacto que sua ida para o Toronto Raptors causou naquela cidade canadense, dentro e fora das quadras. É interessante ver como apenas uma pessoa pode transformar a imagem e os hábitos de uma cidade inteira.

Como pontos negativos, o documentário é curto demais e deveria ter aproveitado melhor a oportunidade de apresentar para o público bem mais sobre a pessoa e a carreira de Vince Carter, que foi um personagem bem interessante para o basquete.. Outro fato que não gostei é que o rapper Drake (que também é um dos produtores do filme) recebe os holofotes para si mais do que deveria.


5) A Era do Peixinho (2018) - Amazon Prime

Com este péssimo nome para um filme, A Era do Peixinho não é sobre astrologia, ou pesca, ou natação, e sim, um documentário que conta a história do Voleibol no Brasil, desde seus primórdios até os dias atuais.

A história contada é interessante. Eu mesmo fiquei bastante surpreso com o nível de amadorismo do esporte nos anos 70/80. Além disto, ex-atletas e treinadores contam "causos" bem curiosos. E é sempre importante lembrar que o Brasil não é só o "país do futebol", mas também o país do Vôlei: inventamos os saques "Viagem" e "Jornada nas Estrelas", e dentre todas as dezenas de esportes disputados nas Olimpíadas, é no Vôlei onde o Brasil é de longe mais bem sucedido.

A lamentar que esta produção não está a altura da grandeza do Vôlei nacional. A produção é bem simples, feita por produtores independentes, e por isso mesmo parece carecer de recursos. A relação de entrevistados é pequena, o filme conta com poucas imagens das partidas, e justamente por isso boa parte das imagens mostradas não tem a ver com a história sendo contada pelas entrevistas.


4) Guillermo Vilas - Esta Vitória é Sua (2020) - Netflix

A Argentina sempre liderou a América do Sul no tênis, e ao pensar em tenistas desse país, em geral nós pensamos em nomes como Del Potro, David Nalbandian ou Gabriela Sabatini. É um pouco injusto, pois o primeiro nome que deveria vir em mente é o de Guillermo Vilas.

A história deste documentário é surpreendente: Vilas, que foi um dos melhores jogadores do tênis mundial na década de 70, nunca alcançou o topo do ranking da ATP. Entretanto isto é um grave erro: naquela época esta associação mundial de tênis tinha critérios de pontuação bem "estranhos", e então eles não computavam todos os jogos disputados. O filme mostra a luta de um jornalista argentino, que conseguiu provas de que Guillermo de fato conseguiu pontos suficiente para ser o Número 1 em alguns momentos da carreira, para que a ATP reconheça o fato.

Se no documentário de Fangio não pudemos tê-lo participando efetivamente do filme, aqui este "problema" é minimizado, pois Vilas continua vivo e dá algumas entrevistas atuais sobre o tema. Entretanto, infelizmente, o craque argentino já está com a saúde debilitada e sofre de Alzheimer. Suas entrevistas ainda foram lúcidas, mas ele claramente não está mais 100%.


3) Champs: nas carreiras de Tyson, Holyfield e Hopkins (2014) - Amazon Prime

Mais do que um filme sobre a carreira destes 3 grandes nomes do Boxe, Champs apresenta como o Boxe impacta a vida dos seus lutadores. Nos anos 80 e 90 o Boxe era uma das únicas chances de um negro da periferia sair do crime e ganhar algum dinheiro honesto em vida. Porém, mesmo se você conseguisse ser um dentre milhares a ter algum sucesso, a total falta de proteção a estes lutadores (pois ao contrário dos outros esportes profissionais dos EUA como a NBA, NHL, NFL e etc, no Boxe não há nenhum sindicato de atletas ou entidade nacional) fazia que após ficarem milionários, os atletas rapidamente perdiam todo o dinheiro, por falta de orientação e por serem enganados por "empresários". Foi exatamente o que aconteceu com o trio do título deste documentário.

Champs também é interessante para as pessoas relembrarem o quanto o Boxe foi um esporte gigante nos EUA até meados dos anos 90, muito maior que o atual UFC é ou já sonhou em ser.


2) Losers (2019) - Netflix

Eis um seriado simplesmente incrível, mas que pelo jeito não foi muito assistido já que quase dois anos após seu lançamento, não há nenhuma notícia de uma futura nova temporada.

Contando com 8 episódios com cerca de 30 minutos cada, cada "capítulo" traz a história de um ex-esportista diferente que teve uma carreira de sucesso, mas que acabou sendo "esquecido" porque simplesmente não chegou a ser o "número um" do mundo, ou então, porque teve alguma derrota muito marcante.

É impressionante - e um pouco triste - que pessoas incríveis como essa não alcançaram o devido reconhecimento só porque não alcançaram o topo. Ou até alcançaram, mas não ficaram lá por muito tempo. E são todos vitoriosos, porém não são vistos desta maneira pela sociedade. Então é bastante importante que estes atletas tenham seu espaço e desfrutem de um pouco de fama via Netflix.

São várias histórias bem interessantes, de superação, e de decepções. Têm atletas do Boxe, Curling, Patinação Artística, Atletismo, Golfe, Basquete... Muito interessante! Gostaria que Losers ganhasse muitas outras temporadas. Quem sabe se você assistir, a Netflix toma alguma atitude a respeito? ;)


1) Arremesso Final (2020) - Netflix

Chegamos a cereja do bolo: não só o melhor dos documentários desta lista, como também um dos documentários mais surpreendentes e polêmicos sobre esportes dos últimos anos: Arremesso Final (The Last Dance, no original - aliás péssima tradução de título). São 10 episódios com pouco mais de 50 min cada. É bastante coisa pra ver, para deleite dos fãs.

Trazendo Michael Jordan como grande estrela, este documentário apresenta a carreira do jogador, um pouco da história do Chicago Bulls, e principalmente, tudo envolvendo a última temporada de Jordan pelo Bulls, a de 1997-98, contando com várias horas de imagens de bastidores da época: um material raro e incrível.

Este documentário é muito importante para relembrar para o público atual o quanto Michael Jordan foi grande... ele não é considerado o maior de todos à toa. E de quebra agora compreendo bem melhor o porquê dele ter "abandonado" a carreira por dois anos em pleno auge. A mente perfeccionista e obsessiva de MJ, que simplesmente se recusava a perder, também tem suas desvantagens: ele não era lá muito querido por vários jogadores do seu time.

Há várias histórias contadas e que me surpreenderam. Por exemplo, desconhecia a falta de profissionalismo de Pippen nos seus últimos anos de Bulls, ou ainda, o "ódio" que os jogadores tinham do Kukoc antes dele entrar na NBA.

Uma das coisas mais divertidas da série são os próprios depoimentos de Jordan, que como um Brás Cubas moderno, supostamente está sendo sincero e só vai falar a verdade mas... não é bem assim. Momentos polêmicos e outras "mentiras" do eterno camisa 23 do Bulls não faltam.

Por exemplo, Jordan afirma categoricamente que nunca pediu para que Isiah Thomas ficasse de fora das Olimpíadas de 1992, fato esse "desmentido" por algumas testemunhas (que não aparecem no documentário, claro) e que afirmam que Jordan disse que não iria para os Jogos caso Isiah fosse convocado.

Outro causo pitoresco é a versão que o jogador conta sobre como ele ficou doente antes do famoso Flu Game, a 5a partida das finais da NBA de 1997, onde Jordan jogou visivelmente debilitado e com febre alta. A versão do MJ pode até ser verdade, mas é tão absurda que virou piada no mundo da NBA nos dias seguintes à exibição do episódio. E ainda há mais algumas outras mentiras de Jordan no documentário, mas nem citarei aqui... assistam rs.

Se você gosta um mínimo de NBA, Arremesso Final é simplesmente imperdível. Simples assim!


Bônus: Ícaro (2017) - Netflix

Finalmente, como bônus, recomendo aqui mais uma vez o filme vencedor do Oscar de Melhor Documentário de 2018, e que principalmente, foi o gatilho para a descoberta do maior escândalo de doping do esporte mundial nas últimas décadas.

Se interessou e quer mais detalhes? É só clicar aqui e ler sobre o que escrevi sobre ele no começo deste ano.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

SEIS jogos de cartas bem melhores que UNO

Ainda que o Brasil e o mundo passem por grande expansão nos jogos de cartas e tabuleiros modernos, jogos clássicos como War, Banco Imobiliário, Perfil, Detetive e Uno continuam entre os jogos mais vendidos por aqui, mesmo estando completamente ultrapassados. Os motivos para isto são vários, dentre eles a quase inexistência dos jogos modernos em lojas físicas de brinquedos, e o grande desconhecimento do público consumidor comum.

Para apresentar a vocês novos jogos, optei em listar seis jogos para substituir o velho Uno, criado em 1971. Sendo o Uno um jogo pequeno, barato, só de cartas, que fica mais divertido jogando em muitas pessoas, e que tem uma boa dose de "sacanear os adversários", todos os jogos da minha lista obrigatoriamente têm estas características. Além delas, precisam ser jogos já lançados no Brasil e que aceitam pelo menos 5 pessoas. Vamos a eles, em ordem alfabética!


High Society (1995) - Editora no Brasil: Across the Board

OK, 1995 não é um ano tão recente... mas se comparar com o longínquo ano de 1971, é como se fosse uma criança. E isso sem contar que o jogo só chegou no Brasil ano passado, em 2019! Criação do famoso designer Reiner Knizia, High Society é por enquanto o MELHOR jogo de leilão (dentre os compostos apenas por cartas) já lançado no mercado nacional.

Regras simples, de 3 a 5 jogadores, cada partida dura de 15 a 20 minutos. Os jogadores apostam em cartas que valem pontos positivos e negativos e vence quem arrematou mais pontos totais no final. Ah, mas por quê eu iria apostar em cartas negativas? Simples, porque no final do jogo a pessoa que gastou menos dinheiro na soma das apostas é excluído da partida. ;)

Fique atento: High Society é um dos jogos que tiveram boa redução de preço nesta Black Friday de 2020.


Love Letter Second Edition (2019) - Editora no Brasil: Galápagos Jogos

Talvez você ainda não tenha ouvido falar de Love Letter, mas se trata de uma franquia que é uma verdadeira mina de ouro. Sua primeira versão é um jogo de 2 a 4 pessoas que conta com apenas 16 cartas, e foi criado em 2012 pelo designer Seiji Kanai. De lá pra cá o jogo teve várias re-implementações temáticas: Batman, Hora da Aventura, Munchkin, Lovecraft, etc... cada um deles com leves diferenças do jogo original.

Em 2019 surgiu a segunda versão, que é a que recomendo fortemente, e se encontra disponível no Brasil para venda: com componentes mais luxuosos, o jogo agora foi expandido para 21 cartas e permite jogar até 6 jogadores.

Love Letter Second Edition é um jogo feito para "sacanear" o adversário, afinal ganha a partida o jogador que é o último a ser eliminado (em cada rodada). Muito divertido, e pra todas as idades.


No Thanks! (2004) - Editora no Brasil: PaperGames

Um dos meus jogos de cartas "apenas com números" favoritos, em No Thanks cada jogador recebe 11 fichas, e aguarda a sua vez para decidir o que fazer com a carta que está vindo para ele: ou ele "passa" (e paga uma ficha por isso), ou ele pega a carta (e junto com ela, todas as fichas que foram colocadas por outros jogadores anteriormente). As cartas vão de 3 a 35, e vence a partida quem tiver pego cartas com o menor número somado (ah, e se forem cartas consecutivas, você só considera a menor delas na conta).

Muito divertido, 15 a 20 minutos por partida, joga de 3 a 7 pessoas.


Pega em 6! (1994) - Editora no Brasil: PaperGames

O jogo mais antigo desta lista, criado pelo famoso designer alemão Wolfgang Kramer, Pega em 6! joga de 2 a 10 pessoas, porém ele fica melhor e mais emocionante se jogado entre 5 a 7 jogadores.

Cada jogador recebe 10 cartas (numeradas de 1 a 104) e no turno, todos jogadores jogam 1 delas simultaneamente na mesa, sendo que elas precisam ser agrupadas em até 4 linhas, em ordem crescente, como na imagem acima. Se uma carta for colocada na 6a coluna, o dono da carta é obrigado é pegar a fileira inteira pra ele. Vence a partida quem, ao final das rodadas, tiver pegado menos pontos.

Pega em 6! é bastante estratégico, muito divertido, porém desta lista é o que requer mais atenção para jogar, devido suas regras de posicionamento das cartas na mesa. O jogo chegou no Brasil pela primeira vez pela Copag, em uma edição mais simples em caixa cartão. A versão que tem hoje para se vender é a edição 25 anos, com várias mini-expansões (somando 28 novas cartas), e sinceramente, não ligo pra elas não... prefiro jogar apenas com as 104 cartas originais rs.


Piratas! 3ª Edição (2020) - Editora no Brasil: Geeks n' Orcs

Único jogo nacional da lista, também é o que tem o aspecto de "sacanear os amiguinhos" mais forte. De certa forma se parece com o Munchkin, porém de modo mais organizado e simplificado; e o melhor: se no Munchkin o jogo dura infinitamente, aqui ele dura cerca de 30 minutos e ponto final.

Piratas! joga de 2 a 6 jogadores, e o objetivo é ser o primeiro jogador a conquistar 5 tesouros. Para obtê-los? Ou pescando no monte, ou roubando dos adversários, seja através de cartas especiais ou de duelos um contra um. Para quem curte o tema, é um jogo bem divertido!

Fique atento para se for comprar, comprar a recente 3ª edição do jogo, com melhores desenhos e melhor qualidade dos componentes, que é esta versão de caixa azul da foto acima. As edições anteriores (de 2015 e 2017) são mais simplórias, e não têm incluso os playmats para colocar as cartas, que fazem bastante diferença.


Sushi Go! (2013) - Editora no Brasil: Devir


O jogo mais "fofinho" da lista, tanto pelos desenhos das cartas, mas também por vir em uma belíssima caixa de metal. Sushi Go! joga de 2 a 5 jogadores e as partidas duram apenas 15 minutos. Mas acreditem, o jogo é tão divertido que você não vai parar na primeira partida.

O objetivo dos jogadores é ser quem, depois de 3 rodadas, o maior pontuador de acordo com as cartas de comidinha japonesa obtidas. A mecânica do jogo é similar ao do premiadíssimo jogo 7 Wonders: cada jogador recebe de 7 a 10 cartas no começo, escolhe uma para si e passa as demais para o jogador da esquerda; todos fazendo isso simultaneamente. O processo se repete até todas as cartas que rodam entre os jogadores acabarem. Em geral, quanto mais cartas do mesmo tipo que você conseguir pegar, mais pontos você faz.

Como 7 Wonders é um dos meus jogos preferidos, esta sua versão "simplificada" chamada Sushi Go! só poderia mesmo também me agradar bastante.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

SEIS quadrinhos Franco Belga além de Asterix e Tintim para você conhecer


Como muitos devem saber, uma das maiores e mais importantes escolas de quadrinhos do mundo é a Franco-Belga, com suas revistas em formato bem característico: álbuns com papel de alta qualidade, tamanho próximo ao A4 (22x29 cm), e em volumes trazendo entre 40 e 60 páginas.

As mais famosas Bande Dessinée ("tiras desenhadas"), ou "BD"s Franco-Belgas no mundo certamente são Asterix (dos franceses René Goscinny e Albert Uderzo) e Tintim (do belga Hergé). Asterix aliás, para mim é uma das melhores franquias de quadrinhos de todos os tempos.

Meu objetivo neste artigo é apresentar para eleitores brasileiros 6 títulos de quadrinhos Franco-Belgas além de Asteríx e Tintim, e que portanto não são muito conhecidos por aqui. Alerto que esta minha lista segue algumas restrições: primeiro que serão apenas títulos infanto-juvenis... o que significa que quadrinhos "adultos" como Blueberry e XIII não entram; além disto, só vou apresentar títulos que continuam disponíveis nas lojas brasileiras para que você possa comprar e ler. Portanto, outros títulos geniais da dupla autora de Asterix, como Umpa-Pá e Iznogud não entram, já que a última vez que elas foram publicadas no Brasil foram respectivamente nos anos 1987 e 1978 (que VERGONHA, hein editoras nacionais?).

Sem mais delongas, vamos à lista dos títulos em ordem alfabética:


Boule & Bill


Boule & Bill
(Boule et Bill no original) é um quadrinho belga criado em 1959 pelo escritor e desenhista belga Jean Roba. Após 28 edições, Roba passou o bastão da publicação em 2003 para seu aluno francês Laurent Verron, que assumiu 100% das ilustrações junto com um grupo de roteiristas. Após 8 novos títulos, Verron saiu do título e passou a publicação para a dupla francesa Christophe Cazenove (roteiros) e Jean Bastide (desenhos).

Boule & Bill foi publicado no Brasil na década de 80 pela editora Martins Fontes. E décadas depois, durante os anos de 2012 e 2013, a editora Nemo trouxe o título novamente para cá, com 5 edições da fase produzida por Laurent Verron. São estas edições que ainda existem para comprar.

Boule & Bill são tirinhas curtas de humor protagonizadas pelo garoto Boule e de seu cachorrinho Bill, de raça Cocker Spaniel. Como principais coadjuvantes, também fazem parte da revista os pais de Boule, e Caroline, sua tartaruga de estimação. Fazendo uma comparação bem grosseira, é como se fosse uma mistura de Calvin e Haroldo com Peanuts (Charlie Brown e Snoopy), porém sendo menos genial que o primeiro e muito menos depressivo que o segundo, até porque Boule é bastante alegre e travesso.

Após começar na revista semanal de quadrinhos belga Spirou em aventuras com 4 páginas, rapidamente Jean Roba passou a fazer histórias de humor com começo e fim em apenas 1 página, formato que popularizou Boule & Bill e se mantém até hoje.

Com tirinhas engraçadas e fofinhas, o título foca nas aventuras e no cotidiano de Boule e sua família. Uma curiosidade de Boule & Bill é que neles os animais conversam normalmente como se fossem humanos; e embora os humanos não entendam o que os animais "falam", o contrário não é verdadeiro, e os animais entendem tudo o que as pessoas falam.


January Jones


A presença de January Jones na minha lista é uma pequena "trapaça", afinal ela não foi criada por franceses ou belgas, e sim pelos holandeses Martin Lodewijk (roteiro) e Eric Heuvel (arte). Ainda assim sua citação na lista é muito justa, primeiro porque o título é bem conhecido no mercado Franco-Belga, mas principalmente porque se trata da obra mais mais próxima de Tintim que já vi: January Jones é um ótimo exemplo das revistas da escola "Linha Clara", desenvolvida pelo próprio Hergé. 

As aventuras de January Jones estão situadas entre as Primeira e Segunda Guerras Mundiais. A protagonista é uma jovem aviadora e espiã, uma mistura das pessoas reais Amelia Earhart e Mata Hari com os fictícios Indiana Jones e Tintim; inclusive, misturar fantasia com fatos e personagens reais é uma das importantes características de January Jones. Voltando a comparar ela com as histórias da maior criação de Hergé, nas HQs de January Jones os confrontos com os alemães (que dependendo da história são anteriores ao partido nazista) estão bem mais presentes, mas ao mesmo tempo a revista é mais bem humorada, repleta de piadinhas. As semelhanças com Tintim são tão grandes que as histórias também possuem o (polêmico) tom colonialista e machista daquele período histórico.

January Jones continua sendo publicada pelos seus criadores: até agora já foram 10 álbuns, com o 11º já programado para ser lançado ainda em 2020 na Europa. Aqui no Brasil o título chegou pela primeira vez em 2016 via AVEC Editora, que até hoje lançou apenas os 2 primeiros volumes da série. Seria muito importante que no mínimo o 3º volume, que se chama O Tesouro do Rei Salomão também saísse por aqui, pois ele continua e encerra a história do volume anterior, O Crânio de Mkwawa.

Outro volume que seria muito interessante que viesse para cá é o 10º, intitulado Flying Down to Rio II, que foi publicado em 2018 e se passa todo no nosso Rio de Janeiro. O nome original deste álbum é o único em inglês (e não holandês), pois se trata de uma homenagem ao clássico filme estadunidense Flying Down to Rio, de 1933. Na história, January é contratada para fazer as imagens aéreas da (fictícia) continuação deste filme. Curiosamente os planos da AVEC eram justamente lançar o volume 3 em 2020 e depois, saltar direto para o número 10, por motivos óbvios. Entretanto os planos foram interrompidos pela pandemia e alta do Euro. Espero que um dia estes planos sejam retomados e aplicados.

É bem fácil encontrar e comprar January Jones pela internet, inclusive pelo próprio site da editora, que para quem não sabe mas se interessa pelo assunto, publica vários outros títulos interessantes de quadrinhos aqui no Brasil.


Lucky Luke


Lucky Luke pode não ser tão conhecido aqui no Brasil, porém em termos de vendas mundiais ele se encontra no Top 3 das revistas Franco-Belgas, ficando atrás de Asterix, mas na frente de Tintim.

Criada em 1946 pelo belga Morris, suas histórias se passam no Velho Oeste americano, onde o cowboy Lucky Luke luta contra todo tipo de crimes e injustiças. Sempre em companhia de seu cavalo Jolly Jumper, ele tem como principais inimigos os atrapalhados e estúpidos Irmãos Dalton. Além de vários coadjuvantes fictícios, Luke também interage com personalidades reais, como por exemplo Jesse James, Billy the Kid e Calamity Jane.

Morris foi outro que começou publicando seu maior sucesso na revista semanal de quadrinhos belga Spirou. No começo de Lucky Luke, Morris trabalhava sozinho fazendo tanto os roteiros quanto os desenhos. Depois de ter publicado o material que se tornaria seus primeiros 8 álbuns, ele deixou os roteiros na mão do genial francês René Goscinny (o roteirista e co-criador de Asterix). Goscinny roteirizou pouco mais de 40 volumes, se tornando o maior e mais importante escritor de Lucky Luke

Com a morte de Goscinny em 1977, Morris começou a trabalhar com vários outros roteiristas, mas se mantendo firme nos desenhos até seu falecimento, em 2001. A partir daí os desenhos ficaram sob responsabilidade do francês Achdé. Lucky Luke continua sendo publicado até hoje, geralmente com um novo volume por ano, e já bateu a marca de 95 edições.

Os quadrinhos de Lucky Luke são bem engraçados, e principalmente na fase de Goscinny, possui tiradas geniais ironizando o comportamento humano. Curiosidade: até 1983 Luke aparecia o tempo todo fumando um cigarro, até que Morris optou por trocar o objeto por uma palha de capim a partir de então. Seu gesto lhe valeu uma medalha de reconhecimento da OMS (Organização Mundial de Saúde), porém descaracterizou um pouquinho o personagem.

Os álbuns de Lucky Luke foram publicados no Brasil com boa frequência, por diversas editoras, nas décadas de 60 a 80 e alcançando dezenas de números. Porém depois de sua última aparição de um álbum seu nas bancas nacionais, em 1986, Lucky Luke só voltaria em 2014, via editora Zarabatana Books.

O formato escolhido pela Zarabatana foi curioso: revistas mais grossas, compilando 3 álbuns originais em um único volume. E não começaram pelo "volume 1", começaram pelo "volume 4", para que a coleção se iniciasse pela fase de Goscinny. Após a publicação do "volume 5" em 2017, os planos eram publicar finalmente o "volume 1" como 3º lançamento. Porém até agora ele não saiu. De qualquer forma, os vols. 4 e 5, que somados dão 6 divertidos álbuns, continuam disponíveis para compra em livrarias nacionais.


Quick e Flupke


Nos primeiros anos em que o autor belga Georges Prosper Remi, mais conhecido como Hergé, publicava semanalmente na revista infantil Le Petit Vingtième as aventuras iniciais de Tintim, ele ainda estava aprendendo e experimentando dentro do mundo das HQs. Portanto, após Tintim começar em 1929, durante os anos de 1930 a 1940 Hergé publicou paralelamente na mesma revista as tirinhas de Quick et Flupke (Quim e Filipe em Portugal): uma dupla de garotos de Bruxelas que viviam aprontando, sempre inventando novas maneiras de se divertir.

Quick e Flupke traz histórias cotidianas de humor, principalmente de humor físico, onde um dos dois garotos acaba se acidentando de alguma maneira, ou fazendo alguma "pegadinha" em terceiros. São histórias curtas, sempre apresentadas em 2 páginas completas.

A coleção completa de Quick e Flupke foi publicada no Brasil alguns anos atrás sob nome de As Diabruras de Quick e Flupke. São apenas 2 volumes em capa dura e papel de luxo, cerca de 160 páginas cada, e ainda estão disponíveis nas lojas.


Os Smurfs


Quem viveu os anos 80 conhece bem estas criaturinhas azuis, pelo sucesso de seu desenho animado da TV, ou pela sua linha de brinquedos e/ou de jogos de videogames. Porém o que poucos sabem é que Os Smurfs começaram nos quadrinhos décadas antes, criados pelo belga Pierre Culiford, mais conhecido pelo seu nome artístico Peyo.

Os Smurfs foram publicados pela primeira vez em 1958, como coadjuvantes em uma história em quadrinhos de Johan et Pirlouit, título também produzido por Peyo, que se tratava das aventuras de um jovem cavaleiro e seu escudeiro/músico em um ambiente medieval que também contava com feitiçaria. Com o sucesso dos simpáticos seres azuis, eles ganharam seu título próprio em 1963, com o álbum Os Smurfs pretos, que no caso era uma coletânea de 3 histórias publicadas anteriormente na revista semanal de quadrinhos Spirou.

Os Smurfs são minúsculos seres humanoides azuis, que vivem em sua própria comunidade dentro de uma floresta, e têm como principal inimigo o humano e mago Gargamel, que quer capturá-los para transformá-los em ouro. Contando histórias que misturam bastante aventura e humor, uma característica incomum do título é que os Smurfs possuem seu dialeto próprio, que basicamente é o uso da palavra "smurf" em substituição a alguns substantivos ou verbos. Por exemplo: "Nós vamos smurfar ao Rio Smurf hoje".

Peyo lançou 16 álbuns de Os Smurfs, sendo o último deles no ano de seu falecimento, em 1992. Os primeiros álbuns eram todos de quadrinhos publicados originalmente em revistas mensais e compilados posteriormente; porém os últimos já eram publicações inéditas, lançadas diretamente como álbum próprio.

Com a morte de Peyo, seu filho Thierry Culliford assumiu os roteiros de Os Smurfs e continua publicando novas histórias até hoje. Somando os álbuns de Peyo e de seu filho, a franquia atingiu neste ano de 2020 o número de 38 volumes, com a publicação de Les schtroumpfs et le vol des Cigognes.

A primeira vez que Os Smurfs foram publicados no Brasil foi nos anos 1975-76 pela Editora Vecchi, com 7 edições em formatinho, e 3 revistas no formato original de álbum europeu, em 21 x 27,5 cm. Depois em 1983, agora pela Editora Abril, novas publicações: 6 revistas também em formatinho.

E finalmente, há alguns anos atrás, a publicação ganhou uma terceira tentativa via Editora L&PM. Em 2011 eles trouxeram 2 álbuns (tanto no formato original de álbum europeu quanto no formato pocket  branco e preto), e em 2013 lançaram mais 2 títulos (agora apenas no formato original). São estes 4 álbuns da L&PM que você ainda consegue comprar em algumas livrarias brasileiras.


Spirou e Fantásio


Spirou e Fantásio têm uma das origens mais curiosas. Spirou foi criado pelo quadrinista francês Rob-Vel, em 1938, para estrelar a revista semanal belga de HQs de mesmo nome. Já Fantásio foi criado pelo quadrinista belga Jijé em 1944, para que o mesmo formasse uma dupla de amigos com Spirou. Sob as mãos de seus criadores, Spirou e Fantásio era apresentado apenas em aventuras curtas, de algumas poucas tiras ou páginas. É então que em 1946 o belga André Franquin assume as publicações dos dois personagens, e rapidamente altera o formato para histórias mais longas, publicáveis em álbuns próprios. Foi sob o comando de Franquin que Spirou e Fantásio se tornou internacionalmente famoso, e ele é considerado o "autor definitivo" da dupla.

Foi dentro da revista Spirou e Fantásio que Franquin também criou Marsupilami, o animalzinho de rabo absurdamente comprido que anos depois ganharia seu título próprio e viraria desenho animado da Disney na década de 1990. Após a publicação de 24 álbuns, André deixou o título em 1969, e a partir de então Spirou e Fantásio passou por vários autores diferentes, e continua sendo publicado até hoje. A última edição, a 55ª, teve o nome de La Colère du Marsupilami e foi lançada em 2016 pela dupla francesa Fabien Vehlmann (roteiros) e Yoann Chivard. Foi o 5º álbum criado por eles.

Spirou começou suas histórias como um camareiro em um importante hotel de sua cidade, enquanto Fantásio é um jornalista. Depois de muitos álbuns Spirou também vira jornalista, trabalhando junto com seu grande amigo. Junto com a dupla temos o esquilo de estimação Spip, e o Marsupilami. Spip conversa normalmente com os humanos das histórias, embora somente nós, leitores, efetivamente entendemos o que ele diz.

De certa forma Spirou e Fantásio se parece um bocado com Tintim, ainda assim em comparação, aqui as aventuras são bem mais cômicas, mais variadas e menos realistas. Spirou e Fantásio teve 3 títulos publicados no Brasil pela Editora Vecchi em 1975-76, sob o bizarro nome de As Aventuras do Xará, e uma publicação pela Editora Manole em 1996.

Mas foi a editora SESI-SP que efetivamente tornou o título disponível para todo brasileiro: de 2016 pra cá a editora paulista já publicou vários álbuns de Spirou: 11 álbuns da série regular, e mais 4 álbuns especiais, da série O Spirou De..., onde outros quadrinistas convidados fazem suas histórias independentes, desconsiderando a série "oficial".

Atualmente dá para comprar facilmente uma edição de Spirou e Fantásio, entretanto como a última publicação da SESI-SP foi em Janeiro de 2019, tenho o receio de que eles tenham abandonado a coleção.



Gostou? Quais destes títulos você já conhecia? Ou não conhecia e agora quer conhecer? Escreva nos comentários! Passe numa livraria e inicie sua experiência nestes diferentes títulos de quadrinhos!

domingo, 17 de maio de 2020

Para todos os gostos: Seis surpreendentes Documentários disponíveis na Netflix


Na minha publicação anterior comentei sobre 19 ótimos filmes originais Netflix, e dentre eles citei dois documentários: Indústria Americana (2019) e Serei Amado Quando Morrer (2018).

Desta vez indicarei mais 6 documentários muito bons, de tudo quanto é assunto: cinema, música, esporte, cultura, história, gorilas, natureza e guerra civil. Abaixo segue uma cena e uma breve descrição de cada um deles... são verdadeiras pérolas escondidas no catálogo da Netflix. Confiram!


Ícaro (2017)


Vencedor do Oscar de Melhor Documentário de 2018, a maior conquista deste documentário nem foi os prêmios cinematográficos, e sim a consequência que ele gerou para o esporte mundial, principalmente o esporte Russo.

Tudo começou em 2013, quando o grande ciclista estadunidense Lance Armstrong, vencedor 7x consecutivas do Tour de France, finalmente se rendeu às acusações e admitiu ter vencido todos os torneios dopado. Eis então que o ciclista americano Bryan Fogel teve uma idéia: fazer um documentário onde ele disputaria competições dopado, e tentaria não seria pego, para provar que as agências anti-doping são incompetentes.

O resultado foi que ele fez isto mesmo! Competiu usando substâncias proibidas, não foi pego, e o fez com a ajuda de Grigory Rodchenkov, o chefe da Agência Anti-Doping russa. Conforme o filme vai avançando no tempo, Grigory vai mostrando os truques para enganar a WADA (World Anti-Doping Agency) e admite que a trapaça é comum entre os atletas russos de ponta. Pouco depois, Rodchenkov resolve levar as denúncias à público e pedir asilo nos EUA. Como consequência da investigação feita devido suas declarações, todo o time de Atletismo da Rússia foi banido das Olimpíadas do Rio, em 2016; e além disto, por enquanto toda a delegação Russa está banida das Olimpíadas 2020 e da Copa do Mundo 2022. O governo Russo ainda tenta reverter esta punição.


Jim & Andy: The Great Beyond (2017)


O hoje quase recluso Jim Carrey ainda é um dos melhores comediantes da atualidade; e mais ainda, ele provavelmente é o último grande nome dos comediantes clássicos da TV, cujas piadas são baseadas mais em suas performances físicas (expressões faciais e corporais) e menos no que está sendo dito. Se levarmos em conta que Carrey já está com 58 anos, é uma tristeza que este tipo de comédia não consegue encontrar novos nomes para se renovar.

Ainda que absurdamente talentoso, algo que sempre acompanhou Jim foram seus ataques de depressão. O Jim Carrey de hoje não tem muito respeito para o mundo de premiações e entretenimento (que para ele são "bobagens"), filosofa bastante sobre a vida, e se dedica mais à pintura do que a carreira de ator. Esta chocante transformação teve dois gatilhos essenciais: o derradeiro foi o suicídio de sua ex-namorada, Cathriona White, em 2015. Porém o primeiro gatilho, e anterior a este, foi Jim Carrey protagonizando o genial e temperamental comediante Andy Kaufman, no filme O Mundo de Andy, de 1999.

Jim Carrey segue a linha de atores que "entram" dentro do personagem, representando-o o tempo todo, 24h por dia, mesmo quando não está sendo filmado. E não ajudou nem um pouco o fato de que seu "objeto" de imitação, Andy Kaufman, era uma pessoa de difícil convivência e ainda por cima possuía um alter-ego, Tony Clifton, também imitado por Carrey.

Jim & Andy: The Great Beyond mistura os bastidores da filmagem de O Mundo de Andy com depoimentos de "hoje" (2017) de vários envolvidos, inclusive o próprio Jim Carrey. É perturbador, e ao mesmo tempo fascinante, vermos o comportamento de Jim em ambas as épocas. Um ótimo documentário para quem se interessa por cinema, comédia e psicologia.


ReMastered: O Diabo na Encruzilhada (2019)


O mais curto dos Documentários desta lista, com apenas 48 min de duração, mistura depoimentos, fotos e narrativas demonstradas através de atores ou de desenho animado. Trata-se de uma justa homenagem ao cantor e compositor Robert Johnson, que morreu em 1938 com apenas 27 anos.

O nome do filme se deve ao mito de que Johnson era um músico apenas mediano no início de sua carreira, até que ele encontrou o Diabo em um cruzamento, e lhe deu sua alma em troca de ser o melhor guitarrista de todos.

Robert Johnson gravou apenas 29 músicas em vida, mas foi mais do que suficiente para ser considerado um dos maiores guitarristas de todos os tempos e ser reconhecidamente um dos grandes precursores do rock and roll e do blues moderno. Suas músicas já foram gravadas por diversos artistas e bandas, como  por exemplo Led Zeppelin, Bob Dylan, Eric Clapton, The Rolling Stones, The Blues Brothers, Red Hot Chili Peppers e The White Stripes.


Virunga (2014)


Indicado ao Oscar de Melhor Documentário de 2015, Virunga nos mostra o dia a dia de grandes e verdadeiros heróis, os Guardas Florestais do Parque Nacional de Virunga, no Congo. O local possui grande importância não apenas por ser o primeiro parque nacional africano de preservação da natureza, mas principalmente por ser o último local do planeta onde os Gorilas-das-Montanhas ainda existem em habitat natural.

Ser um Guarda Florestal já não é nada fácil, em qualquer floresta do mundo eles correm o risco de confrontos armados contra caçadores e desmatadores ilegais. Porém em Virunga há ainda mais dois agravantes: o fato do local ser potencial reserva de petróleo e minerais preciosos (e então, se os Gorilas forem todos mortos, o Parque não têm mais motivo para existir), e o fato da floresta frequentemente servir de abrigo para exércitos rebeldes locais, que estão eternamente em guerra contra o governo da vez.

E são justamente as guerrilhas locais que mais arrecadam dinheiro explorando ilegalmente o local, matando animais como elefantes e gorilas. E para piorar, com a autorização do governo congolês, a empresa inglesa SOCO obteve em 2011 uma licença para explorar parte da área do Parque em busca de petróleo. Aí então começa uma demonstração horrorosa de ganância e corrupção, tanto por parte de governantes, como dos exércitos rebeldes, que precisam ser subornados para garantir a segurança da exploração.

O documentário foi possível graças aos funcionários do Parque Nacional e seu líder Emmanuel de Merode (que é príncipe Belga, e já foi torturado e baleado devido seu trabalho); e da jovem jornalista francesa Melaine Gouby, que através de investigações e câmeras escondidas, conseguiu revelar os planos mal-intencionados da SOCO, que por sua vez, se revelou de mentalidade racista e colonizadora.

O filme mostra o enterro de Guardas Florestais e Gorilas assassinados, mas também nem tudo é tristeza e desesperança: há algumas cenas belíssimas na natureza, de paisagens e animais; é bonito e tocante a relação dos guardas com os gorilas... incrível como se você respeita a natureza, ela te respeita de volta. É uma relação inspiradora, completamente oposta às que vimos no chocante seriado-documentário A Máfia dos Tigres, também disponível na Netflix, e denuncia tigres em cativeiro sendo explorados e mal tratados.


Visita ao Inferno (2016)


Filmado e narrado pelo famoso diretor alemão Werner Herzog, Visita ao Inferno mostra o diretor acompanhando cientistas estudando vários vulcões ativos em diversos pontos do planeta, como por exemplo na Indonésia, Islândia, Coréia do Norte e Etiópia, dentre outros.

Contando com imagens belíssimas e muito impressionantes sobre os vulcões, o documentário também traz um pouco dos cultos e costumes que foram diretamente afetados nestas localidades devido a presença desta imparável força da natureza.

Sabe quando nos sentimos insignificantes perante imagens do Universo? Pois bem, nem precisávamos ir tão longe... a sensação é a mesma perante a monumental quantidade lava que está sob todos nós.

Como curiosidade, a passagem pela Coréia do Norte mal consegue mostrar os vulcões... o diretor e sua equipe são "convidados" a fazer um tour onde lhes é mostrado o quanto os líderes deste país comunista são especiais e fantásticos.


This Is It (2009)


Para finalizar esta lista com chave de ouro, as últimas imagens em vida do maior artista de entretenimento de todos os tempos: Michael Jackson.

Em Março de 2009, Michael anunciava que iria fazer seus últimos shows da carreira, 10 apresentações (que depois viraram 50) na O2 Arena, em Londres. O conteúdo do documentário mostra os bastidores e ensaios de MJ para sua apresentação de despedida, gravados algumas semanas antes de sua criminosa morte por negligência médica.

Em linhas gerais, This Is It segue uma estrutura onde para cerca de 15 músicas temos algumas imagens de bastidores com debates e preparações sobre como cada uma delas será performada, para em seguida vermos Michael as cantando e dançando, já trazendo o "resultado final". Como bônus vemos boa parte dos novos vídeos de Smooth Criminal (incorporando cenas do filme Gilda, de 1946) e Thriller 3D, que foram produzidos especialmente para o show.

O documentário é bastante impressionante, na medida que vemos o quanto o cantor, então com 50 anos, ainda conseguia dançar e cantar com perfeição; mais ainda, que seu gênio musical ainda estava intacto: Michael ainda conseguia encontrar detalhes em seus clássicos de 30 anos atrás para aperfeiçoá-los.

As imagens também documentam para a História o grande trabalhador que MJ foi: demasiadamente esforçado, perfeccionista, e além disto, bastante humilde e educado no tratamento com todos os funcionários. Por outro lado, em alguns momentos vemos Michael totalmente exausto após as danças... chega a dar pena. Mas são poucas imagens assim... o quanto de imagens e situações como esta existiam e ficaram fora do filme? Fica para cada um imaginar e lamentar.

This Is It é o mais próximo que se pode ter do grande show de despedida que Michael Jackson planejou. Em tempos de lives pelo YouTube (e várias de qualidade duvidosa), ainda sendo uma obra incompleta, This Is It é um grande show musical para se assistir em casa.

Crítica Netflix - I Am Mother (2019)

Título :  I Am Mother (idem, Austrália, 2019) Diretor : Grant Sputore Atores principais :  Clara Rugaard, Hilary Swank, Luke Hawker, R...