terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Crítica - O Bom Dinossauro (2015)

TítuloO Bom Dinossauro ("The Good Dinosaur", EUA, 2015)
Diretor: Peter Sohn
Atores principais (vozes): Raymond Ochoa, Jack Bright, Jeffrey Wright, Frances McDormand
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=A6z79w5fdDU
Nota: 6,0
Primor gráfico com uma história apenas legal

Normalmente, quando um filme tem problemas na produção isto é um grande indício de filme ruim. E O Bom Dinossauro teve uma criação pra lá de conturbada. O filme foi adiado duas vezes, sendo que após um dos adiamentos cerca de 80 pessoas foram demitidas e a Pixar Canadá - onde O Bom Dinossauro estava sendo feito - fechou as portas.

Acontece que estamos falando da Pixar. E confesso que minha fé nesse estúdio é tão grande que eu via estes adiamentos como algo positivo... do tipo: "eles só vão lançar o filme quando ele estiver realmente muito bom". Me enganei. Claro, O Bom Dinossauro está longe de ser uma catástrofe. É um filme bom e divertido. Entretanto, não possui o "selo Pixar de qualidade", está bem abaixo da média do estúdio.

Na história, estamos nos dias atuais de uma Terra hipotética onde nenhum asteroide se chocou com nosso planeta exterminando os dinossauros. Eles continuam, portanto, sendo a raça dominante do planeta, mas "humanos das cavernas" também existem e convivem com os "lagartões". Após 65 milhões de anos os dinossauros aprenderam algumas coisas... Tem dino agricultor, dino boiadeiro, e assim vai...

O protagonista é Arlo (Raymond Ochoa - vozes), um jovem e medroso saurópode que nasceu com um tamanho bem menor que o normal. Após uma trágica tempestade, Arlo se perde de sua família e tenta então voltar para casa. Na sua jornada, ele encontra a criança humana Spot (Jack Bright - vozes), a quem o adota como "cachorro de estimação".

Um dos problemas de O Bom Dinossauro é que ele não é muito engraçado. O principal motivo disto é que o protagonista é um personagem muito frágil, e não há muita graça rir de alguém assim. Notem que no excelente Procurando Nemo (2003) o protagonista (e alvo das piadas) não é o frágil Nemo, e sim, seu pai. Também pesa contra o humor a ausência de bons coadjuvantes. Com exceção de Spot e um certo trio gigante que não vou dar mais detalhes para não estragar, nenhum outro personagem encanta.

A história como um todo possui seus altos e baixos. Há ótimas cenas; outras, burocráticas. Como todo filme da Pixar, há cenas bastante emocionantes de Arlo com sua família ou com Spot. Mesmo assim, pelo fato da relação afetiva entre todos estes personagens não terem sido bem demonstradas, falta aquele algo a mais que nos leve a tirar o lenço do bolso para enxugar lágrimas.

Com uma história legal, divertida, mas sem grandes virtudes, o grande destaque de O Bom Dinossauro é mesmo seu visual, ou melhor, mais outra evolução técnica da Pixar. Árvores, rios, pedras... a paisagem em geral: a animação destas coisas está ficando tão perfeita, mas tão perfeita, que muito em breve não saberemos distinguir animação de cenas reais. Há alguns momentos do filme que temos a impressão que só os personagens são "falsos", o resto é do mundo real. Muito impressionante!

Legal, divertido - mas sem querer fazer muito humor - O Bom Dinossauro está entre os piores filmes da Pixar, só sendo melhor que Carros 2 e do mesmo nível que Universidade Monstros. Parece mesmo que o mundo com que teremos que conviver a partir de agora é uma Pixar que só faz obras primas de vez em quando. Nota: 6,0


PS: o estreante diretor Peter Sohn serviu de inspiração para a criação do menino Russell do filme Up: Altas Aventuras (2009). Curiosamente, no filme em questão seu único envolvimento foi ajudar a desenhar os storyboards. Vejam abaixo a comparação. São iguaizinhos!


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Crítica - Sr. Sherlock Holmes (2015)

TítuloSr. Sherlock Holmes ("Mr. Holmes", EUA / Reino Unido, 2015)
Diretor: Bill Condon
Atores principais: Ian McKellen, Laura Linney, Milo Parker, Hiroyuki Sanada, Hattie Morahan
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=TPOGn7DKcZo
Nota: 7,0
Ainda que seja muito mais sobre velhice e solidão do que investigação de mistérios, filme agradará bastante os fãs do famoso detetive

Sr. Sherlock Holmes estava na minha lista de "filmes mais aguardados de 2015". Esperei, esperei, e agora oficialmente posso dizer que ele não veio e não virá. Sua distribuidora, a Sony, lamentavelmente optou por lançar o filme diretamente em DVD, deixando-o de fora das telonas. O novo filme de Holmes chegou as lojas brasileiras neste mês de janeiro.

Na história, situada em 1947, vemos um Sherlock (Ian McKellen) de 93 anos, aposentado há 30 anos, vivendo sossegado no campo em companhia da governanta Mrs. Munro (Laura Linney) e o filho Roger (Milo Parker). Com muitas dificuldades de movimento, mas principalmente, com progressivos episódios de perda de memória, Holmes resolve escrever sobre seu último caso, o qual fracassou. O motivo? Watson mentiu sobre ele, colocando o detetive como vencedor novamente. Sherlock quer retificar sua biografia antes que morra. O problema? Ele mal se lembra do que aconteceu...

Como se pode ver pelo título e pelo parágrafo anterior, o enfoque de Sr. Sherlock Holmes está em comentar a solidão, os problemas da velhice. Sim, até há um enigma detetivesco a ser desvendado, e ele é interessante, embora curto. Mas o filme está bem mais interessado no ser humano que no detetive.

Não que isto seja ruim. A atuação de McKellen, com todo seu carisma, é o grande trunfo de Sr. Sherlock Holmes. Ele está muito bem. Tão bem que não deixa de ser chocante em algumas cenas vê-lo tão velho, tão decrépito. Felizmente o ator ainda está "jovem" com seus 76 anos, e o choque vem mesmo apenas de sua atuação.

Contando com bom elenco coadjuvante, além de McKellen outro bom atrativo do filme é a maneira com que ele é montado. Com a história contada de maneira não-linear, com vários flashbacks, o grande mistério passa a ser descobrirmos como Sherlock falhou e se ele vai alcançar sua redenção ou não. E esta dúvida vai sendo respondida aos poucos, de maneira bem competente, prendendo a atenção do espectador.

Também é bacana ver o detetive reclamando de alguma coisas de Watson, de seu passado - mitologia sherlockiana pura! Mesmo com a memória ruim, Holmes continua com sua observação afiada. E é muito legal ver algumas cenas em que com apenas um olhar ele já descobre algo, ponto positivo para o diretor, que nos conta sobre a investigação sem precisar de palavras.

Quando um personagem bom e carismático se une com um ator bom e carismático as chances de termos um bom filme são grandes. Felizmente é o que foi concretizado aqui. Mesmo sem muita investigação policial, Sr. Sherlock Holmes é uma ótima pedida para todo fã do detetive. Nota: 7,0

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dupla-Crítica: Sicario: Terra de Ninguém (2015) e Carol (2015)


Sicario: 3 indicações ao Oscar. Carol: 6 indicações ao Oscar 2016. São 9 indicações em um post só! Vamos a eles!


Sicario: Terra de Ninguém (2015)

Diretor: Denis Villeneuve
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=d_eClLFILT8
Atores principais: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Daniel Kaluuya
Nota: 8,0

"Suspense de ação tenso do início ao fim"

Denis Villeneuve parece estar se especializando em fazer ótimos filmes de suspense. Após os excelentes O Homem Duplicado e Os Suspeitos, ambos de 2013, o diretor canadense troca os thrillers psicológicos por um thriller repleto de ação e violência. Este é Sicario, filme que conquistou 3 indicações ao Oscar.

Na história, Kate (Emily Blunt) é uma excelente policial de campo do FBI, que então recebe o convite dos misteriosos "consultores da CIA" Matt Graver (Josh Brolin) e Alejandro (Benicio Del Toro) para se juntarem a eles em uma missão anti-drogas na fronteira dos EUA com o México. A dupla se porta de maneira estranha, geralmente fora do regulamento, e Kate, completamente perdida e surpresa, vai aprendendo lentamente o que está acontecendo.

Esta estratégia de se apresentar um universo através de um "novato" (Kate), é um dos truques mais manjados que existe. Mas funciona, e especialmente em Sicario funciona muito bem pois faz total sentido na trama Kate ser colocada "no escuro" pelos agentes da CIA. Na prática, Sicario nos apresenta a triste situação da cidade mexicana de Juárez, extremamente violenta e completamente dominada pelo tráfico de drogas.

Contando com cenas de "exercício de guerra" muito parecidos com os de Guerra ao Terror (2008), a fotografia primorosa (não a toa foi indicado ao Oscar), as ótimas atuações do trio principal, e o perfeito clima de crescente de tensão construído ao longo da história são as grandes atrações de Sicario, um ótimo filme para quem gosta de filmes policiais de ação. Nota: 8,0



Carol - "Carol" (2015)

Diretor: Todd Haynes
Atores principais: Cate Blanchett, Rooney Mara, Sarah Paulson, Kyle Chandler
Nota: 6,0

"Cate Blanchett é a grande virtude de Carol"

Baseado em um romance de mesmo nome, Carol é uma história situada no fim da década de 40, onde de duas mulheres se apaixonam: Carol (Cate Blanchett) e Therese (Rooney Mara). O fato da primeira ser casada e com filha, e uma época recheada de conservadorismo e preconceito trazem, é claro, os conflitos que preenchem a história.

O grande problema de Carol é justamente que ele não tem conflitos suficientes para suas 2h de duração; pesa também contra o filme o fato do romance acontecer de maneira muito lenta. Sim, isto é justificado narrativamente devido o medo e a cautela que ambas personagens possuem; entretanto, isto contribui contra o interesse do espectador.

Das 6 indicações ao Oscar, as mais merecidas são as das atuações das atrizes: Blanchett por Melhor Atriz e Mara por Melhor Atriz Coadjuvante. Ambas estão muito bem. Porém Cate Blanchett é melhor, pois é levemente mais exigida em termos de atuação. Outra diferença entre a boa atuação das duas, é que Rooney Mara já fez interpretação similar em Terapia de Risco (2013). Já a Cate... que atriz espetacular e versátil ela é! Muito completa! Já foi uma convincente plebéia atrapalhada em Blue Jasmine (2013) e agora interpreta perfeitamente uma mulher elegante e fina em Carol.

Carol é um romance bonito e delicado entre duas mulheres. Com ótimas atuações. Mas poderia ser um filme mais ágil e mais curto. Nota: 6,0

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Crítica - Creed: Nascido para Lutar (2015)

TítuloCreed: Nascido para Lutar ("Creed", EUA, 2015)
DiretorRyan Coogler
Atores principaisMichael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Tony Bellew
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=661sQScpXJc
Nota: 7,5
Filme contém uma das melhores lutas da história e deve ser assistido nos cinemas

A nova moda em franquias é fazer um "semi-reboot", ou seja, contar a mesma história do filme inicial, porém usando agora novos e jovens protagonistas e ao mesmo tempo, considerando (e relembrando) os filmes anteriores. Foi o que foi feito em Star Wars 7 com muita qualidade, e em Jurassic Park 4 com pouca qualidade. Creed: Nascido para Lutar (ou Rocky 7 se preferir) fica no meio de ambos, é o dos três o que menos imita o original, Rocky: Um Lutador (1976). Isto porque ao invés de contar a história de um pobre tentando uma oportunidade na vida, desta vez o foco é em um rico que abre mão do conforto para provar seu valor.

Na história, Adonis Creed (Michael B. Jordan) quer ser lutador profissional de boxe porém ninguém o aceita pois duvidam de sua vontade... acham ser apenas um capricho do filho do ex-campeão Apolo. É então que ele pede para que Rocky (Sylvester Stallone) o treine, que aceita o desafio, e as lutas começam. Assim como os demais filmes, o filme se passa na periferia da cidade da Filadélfia.

Não há muito o que contar da trama, que apresenta menos diálogos do que os 3 melhores filmes da série (Rocky 1, 2 e 6). Mas os diálogos são bons, alguns bem emocionantes, principalmente os nostálgicos. Entretanto, o grande destaque de Creed: Nascido para Lutar são suas lutas de boxe.

A primeira luta profissional de Adonis é cinematograficamente uma das melhores já feitas na história. Feita toda ela sem cortes, em um único plano sequência* (*= na verdade seria um "plano longo", já que não há mudança de cenário e/ou temporal e/ou contextual para justificar o conceito de "sucessão de cenas" de um plano sequência), é a mais forte sensação de estar dentro do ringue que já se viu. As demais lutas também são muito boas, porém mais tradicionais, possuem seus cortes de câmera normalmente. De qualquer forma, são todas emocionantes e o som faz toda a diferença. Sim, é essencial assistir Creed: Nascido para Lutar nos cinemas. Ouvir os socos bem fortes, e principalmente, ouvir o barulho da torcida (a luta final é em um estádio de futebol) aumenta (e melhora) em muito a experiência de ver o filme.

Creed: Nascido para Lutar conta com boas atuações e teve uma indicação ao Oscar: Melhor Ator Coadjuvante para Sylvester Stallone. A atuação de Stallone é muito boa, mas não excepcional... é a atuação padrão dele de Rocky. Entretanto, a história real do ator se mistura com a do personagem, e portanto, em alguns discursos é impossível não perceber o quanto Sylvester está bastante emocionado, como por exemplo na hora que ele discursa sobre os parentes mortos (seu filho Sage Stallone morreu com 36 anos em 2012). Sly acabou de vencer o Globo de Ouro por esta atuação. Independente dele levar também o Oscar, a indicação já é uma uma homenagem muito bacana e merecida por tudo o que ele fez na carreira.

Curiosamente, Creed: Nascido para Lutar é o primeiro filme da franquia que não foi escrito por Stallone. O ator aliás nem queria fazer novo filme, pois julgava o desfecho feito para Rocky no filme anterior uma homenagem definitiva. Quem o fez mudar de ideia? O jovem e talentoso diretor Ryan Coogler, de apenas 29 anos. É ele quem assina o roteiro, e faz um belo trabalho.

Portanto, Creed: Nascido para Lutar não é um simples caça-níquel e sim algo que continua honrando e muito a franquia Rocky. Sylvester Stallone pode ficar tranquilo: este spin-off não somente não estraga a história do "Garanhão Italiano" como acrescenta momentos importantes e agradáveis a ela. Filme imperdível para qualquer fã de Rocky. Nota: 7,5


PS: Tony Bellew, o ator lutador "vilão" desta história é um lutador de boxe profissional de certa importância, continua em atividade e já chegou a ser campeão mundial pela Organização Mundial de Boxe (OMB) - a quarta associação mundial de boxe mais importante do planeta.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Crítica - Steve Jobs (2015)

TítuloSteve Jobs ("Steve Jobs", EUA / Reino Unido, 2015)
Diretor: Danny Boyle
Atores principais: Michael Fassbender, Kate Winslet, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg, Katherine Waterston
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=DYCABywVKBw
Nota: 8,0
Fascinante e incompleta biografia de bastidores

Pouco mais de dois anos após a estréia de Jobs (2013), de Joshua Michael Stern e Ashton Kutcher agora é a vez do Steve Jobs de Danny Boyle e Michael Fassbender, respectivamente diretor e ator muito superiores do que o do filme anterior. Não é nada por acaso, então, que esta nova biografia sobre o visionário fundador da Apple seja muito superior ao filme de 2013.

Baseado em poucos capítulos da biografia de mesmo nome escrita por Walter Isaacson em 2011, Steve Jobs foi adaptado pelo premiado roteirista Aaron Sorkin que diz ter usado Steve Wozniak (outro famoso co-fundador da Apple) como consultor.

A história, curiosamente, trata apenas de três momentos pontuais da vida de Steve: os dias de lançamento do Macintosh (1984), do NeXT (1988) e do iMac G3 (1998). O filme conta com alguns poucos flashbacks que mostram outros momentos da vida do empresário, mas o foco são mesmo os bastidores pré apresentação pública em auditório de cada um dos três produtos. Em cada um dos três segmentos, vemos Steve Jobs (Michael Fassbender) interagindo (e discutindo) com sua competente marqueteira Joanna Hoffman (Kate Winslet), com o amigo Steve Wozniak (Seth Rogen), o CEO da Apple John Sculley (Jeff Daniels), o programador Michael Stuhlbarg (Andy Hertzfeld) e a ex-namorada e mãe de sua filha Lisa, Chrisann Brennan (Katherine Waterston).

O trio Boyle, Sorkin e Fassbender estão de parabéns ao construir um Jobs extremamente fascinante. É impressionante como o personagem domina e encanta em todos os ambientes em que aparece. Dos três, o ator é quem menos impressiona. Sim, Fassbender imita a postura, trejeitos e voz de Steve muito bem, mas não de maneira espetacular; mais ainda, o fato de ambos terem rostos tão diferentes dificulta um pouco esta personificação.

Portanto, o maior trabalho é do roteirista, que presenteia todos os personagens com ótimos diálogos, e do diretor Danny Boyle, pela maneira que optou por filmar as cenas, quase sempre em movimento. Jobs anda por salas, se exalta, e é como se a câmera fosse uma pessoa que o estivesse acompanhando em todos aqueles momentos. A sensação de "estar dentro" do cotidiano de Steve é incrivelmente perfeita.

Quase tudo é muito bom em Steve Jobs. Quase. Contra o filme, pesam alguns poucos pontos. Um deles é que ao focar em apenas 3 episódios de sua vida, no final conhecemos muito pouco de Jobs. E o fato de que cada um dos 3 segmentos sejam todos eles as horas antes de uma apresentação inaugural de um produto deixa o filme um pouco repetitivo.

Mas o grande problema do filme é seu desfecho. Ele passa o tempo todo sendo praticamente imparcial, dando voz as reclamações de Wozniak, de Sculley, etc. Mas na cena final, o filme explicitamente toma partido de seu protagonista, dando-lhe uma redenção que não combina tanto com o restante do tom da película.

Fassbender e Winslet foram ambos indicados ao Oscar 2016, o que é merecido. Mas o filme parou nestas apenas duas indicações. Boyle e Sorkin também poderiam muito bem ter recebido indicações.

Ainda que "incompleta", Steve Jobs traz uma ótima e divertida visão sobre a pessoa de Jobs, que deverá entreter facilmente qualquer um que tenha leve interesse em tecnologia. Nota: 8,0

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Os Indicados ao Oscar 2016 - e tem brasileiro!

E neste dia 14 de janeiro, foram anunciados os indicados para o Oscar 2016, cuja cerimônia acontecerá no dia 28 de fevereiro. Como sempre, a relação traz algumas surpresas, que comentarei posteriormente.

Abaixo segue a lista de todos os filmes que tiveram mais de 1 indicação. Em "negrito e aspas", se encontram os 8 indicados ao Oscar de Melhor Filme, mesmo número do ano passado, igualando o menor número desde a "nova regra de 2009", que só coloca filmes que alcancem pelo menos 5% das votações". São eles*:


* = em parênteses o número total de categorias indicadas para cada filme

Obs: Conforme as críticas dos filmes acima forem sendo escritas, atualizarei este post com os links novos.

Melhor Filme e Melhor Diretor
Não há dúvidas que O Regresso e Mad Max 4 serão os grandes papa-Oscar de 2016, e isto não é surpresa. Mas é surpresa a presença de Brooklyn na lista, que nem é estadunidense (mas é em inglês, por isto não entra no Oscar de filmes estrangeiros) e também uma leve surpresa as ausências de Carol e Divertida Mente.

Quanto a lista dos diretores, esta é a categoria mais surpreendente de todas, pela inclusão dos "desconhecidos" Adam McKay (A Grande Aposta) e Lenny Abrahamson (O Quarto de Jack) e pela ausência de Ridley Scott (Perdido em Marte). Scott inclusive era forte candidato a levar o prêmio, não pelo seu filme em si, mas porque nunca ganhou um Oscar e havia muitos artistas "torcendo" para que ele fosse enfim contemplado desta vez.

Outras Categorias
Ainda não foi desta vez que o Oscar prestigiou uma Ficção Científica, mas colocar Ex Machina: Instinto Artificial como indicado a Melhor Roteiro Original me agradou bastante. Com indicações para melhor roteiro em seus dois filmes anteriores, desta vez não deu para Tarantino, ausente da lista. Seu filme, Os Oito Odiados só foi indicado para Fotografia, Trilha Sonora e Atriz Coadjuvante. Acho justas as duas primeiras, já a terceira indicação... não gostei. Jennifer Jason Leigh é uma ótima atriz e manda bem no filme, mas não vi nada de extraordinário nesta sua atuação.

Por falar em atrizes, como curiosidade, considero que no filme Carol, Cate Blanchett e Rooney Mara são ambas protagonistas. Mas em termos de indicações, Cate foi para a o prêmio principal e Rooney para coadjuvante, para não concorrerem entre si. Não acho justo este tipo de manobra, mas como adoro ambas as atrizes, se elas ganharem vou fingir que a "falcatrua" não existiu rs.

Já nos atores... ver Sylvester Stallone indicado para melhor coadjuvante é uma homenagem que chega até me emocionar. Ele que só havia sido indicado como ator uma vez, por Rocky (1976) em 77, e não levou. Por falar em levar o Oscar pra casa, será que chegou a vez de Leonardo diCaprio? No momento que escrevo estas linhas, não vi o filme dele, e só vi a atuação de 1 de seus 4 concorrentes. Mesmo assim, dado o histórico da Academia em "reparar injustiças", cravo que desta vez ele leva. :)

E as duas maiores bilheterias de 2015 não foram bem nas indicações e isto também já era esperado. Star Wars: O Despertar da Força até que não decepcionou, ao ter 5 indicações, todas técnicas. Mas fiquei bastante satisfeito ao ver o apenas mediano Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros não ter indicação NENHUMA. Bem feito, que façam um trabalho menos preguiçoso no próximo filme da franquia.

Melhor Animação
Que dizer sobre um filme sem diálogos, desenhado em lápis de cor e giz de cera, e com profundas críticas sociais? Se trata do brasileiro O Menino e o Mundo, que é um filme tão bom, mas tão bom, que o ranzinza Ivan deu nota 9,0 pra ele. É uma das melhores animações que já vi na minha vida e portanto, justíssimo ter este reconhecimento que é estar indicado ao Oscar de Melhor Animação.

Vai vencer? Não vai. Até porque mesmo com diversas obras-primas sendo feitas por japoneses e europeus na animação, desde a criação do prêmio em 2001 apenas uma vez o vencedor não era estadunidense: A Viagem de Chihiro, em 2002. Será uma surpresa gigante se o vencedor do ano não for Divertida Mente.

Mas O Menino e o Mundo é ainda melhor! Se não vai levar, que a indicação sirva para que mais brasileiros decidam conhecer esta verdadeira obra de arte. Um alerta entretanto: não é um filme infantil.


E aí, o que acharam dos indicados? Alguma grande injustiça? Comentem!!


PS: vendo agora na internet, estou vendo alguma comoção em relação a ausências de J.J Abrams, Tarantino e do filme Beasts of No Nation. Eis meus pitacos para cada um dos 3 casos:
a) entrar na lista de 5 diretores já é muito difícil (não a toa foi a lista mais surpreendente). Mais difícil ainda se seu filme não está entre a lista de melhores filmes. E mais difícil ainda se seu filme for uma ficção/fantasia. Portanto, não vejo surpresa nenhuma aí.
b) talvez Tarantino até merecesse a indicação por Roteiro, mas não vejo injustiça ele fora desta vez. Mais ainda, independente do seu mérito aqui, eu tinha certeza que a conservadora Academia não ia ver com bons olhos os protestos do diretor contra a violência policial nos EUA...
c) Eu havia previsto na minha crítica de Beasts of No Nation que a Academia não iria indicá-los, e acertei (leia minha explicação). O filme merecia sim algumas indicações (e é infinitamente superior ao A Grande Aposta, por exemplo), mas é difícil o Oscar surpreender positivamente. Ainda assim, a Netflix não precisa ficar triste, já que dois de seus documentários foram indicados: Winter on Fire: Ukraine's Fight fo Freedom e What Happened, Miss Simone?. Não deixa de ser um importante reconhecimento para a empresa, que aliás tem desta vez tem grandes chances de levar seu primeiro Oscar pra casa.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Crítica - A Grande Aposta (2015)

TítuloA Grande Aposta ("The Big Short", EUA, 2015)
Diretor: Adam McKay
Atores principais: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling, Brad Pitt, John Magaro, Finn Wittrock
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=4UKz8fyPIEE
Nota: 6,0
Muito economês em um filme que se esforça para entreter

A Grande Aposta é um filme dirigido e co-roteirizado por Adam McKay sobre a Grande Crise Financeira de 2008, que ocorreu devido ao estouro da bolha imobiliária dos EUA. Além de explicar o acontecido, o filme conta sobre pessoas que anteciparam a crise e lucraram bastante com esta quebra do mercado. E aí que entram os personagens de Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e Brad Pitt, dentre outros. Ao contrário do que o trailer sugere, os 4 atores citados não trabalham juntos. Cada um, separadamente, trava uma luta diferente para lucrar com a crise.

A Grande Aposta tenta ser engraçado, usando um estilo de narrativa "despojado" parecido com o de O Lobo de Wall Street e abusando de piadas. Porém não é tão bem sucedido quanto sua inspiração e praticamente não faz rir; o que é curioso, já que o diretor McKay teve toda sua carreira até então dedicada a comédias como por exemplo Os Outros Caras (2010) e Tudo Por um Furo (2013).

Os motivos para que o filme não seja tão divertido são vários: se em O Lobo de Wall Street o narrador é arrogante para ser engraçado, em A Grande Aposta o narrador (Jared Vennett, o personagem de Gosling) é arrogante para se gabar (isto sem falar da diferença de carisma entre Leonardo diCaprio e Ryan...). Ainda comparando, se no primeiro todas as trapaças aparentam não ter consequência a ninguém, aqui didaticamente o roteiro martela várias vezes que estamos diante de uma fraude que deixará milhões desempregados e sem casa. Não dá parar rir disto. Para piorar, o filme também conta com um número grande de personagens e muito "economês", tornando-o difícil de ser entendido e apreciado. Pesa também contra A Grande Aposta a rapidez do seu desfecho: confesso ter entendido em 100% apenas o que aconteceu com os personagens de Bale e Gosling; os demais, só captei alguns detalhes.

Não que A Grande Aposta não tente explicar os jargões econômicos para o espectador - ele tenta fazer da maneira mais divertida possível e o faz com explanações bastante coloquiais feitas por convidados como Selena Gomez e Margot Robbie (vivendo elas mesmas) - mas é muita operação financeira acontecendo ao mesmo tempo, e também, algo muito mais próximo do mundo estadunidense do que o nosso. Neste aspecto, o filme não é tão universal, um ponto negativo.

O filme conta com boas atuações - especialmente de Bale, de quem falarei depois - um bom ritmo, e, apesar de não fazer rir, o grande número de explicações financeiras poderia tornar o filme muito mais chato do que é; neste sentido, o roteiro de A Grande Aposta faz sem dúvida um bom trabalho de "aliviar" o enfadonho.

Christian Bale pode não ser um ator carismático - aliás, acho que nunca o vi rir na vida - mas está cada vez mais se especializando em personagens exóticos. Desta vez, ao representar um personagem maníaco por rock, anti-social e com olho de vidro, o britânico mais uma vez rouba a cena.

Por ser baseado em fatos históricos, e por ser bem sucedido ao transmitir a tensão dos personagens para o público, A Grande Aposta não deixa de ser um filme interessante. Para quem não é um investidor estadunidense entretanto, o filme perde em atratividade pela falta de familiaridade. Nota: 6,0

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Crítica - Os Oito Odiados (2015)

TítuloOs Oito Odiados ("The Hateful Eight", EUA, 2015)
Diretor: Quentin Tarantino
Atores principais: Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins, Tim Roth, Michael Madsen, Bruce Dern
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=aR38_FXwvJ8
Nota: 7,0
Um Tarantino lento e inesperado

Fanático por cinema, Quentin Tarantino repete a dose de seu filme anterior, Django Livre, voltando a homenagear os faroestes Western spaghetti, e agora também, os faroestes de TV da década de 60, como Bonanza. O resultado é um filme incomum em sua filmografia, mas que se assemelha com seu primeiro trabalho, Cães de Aluguel (1992).

Na história, vemos o caçador de recompensas John "O Enforcador" Ruth (Kurt Russell) viajando com sua presa Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh) até a cidade na qual será executada. No entanto, devido a uma forte nevasca, a dupla é obrigada a se refugiar dentro de uma espécie de bar, isolado de tudo. É lá que eles ficarão "presos" por alguns dias convivendo com estranhos, dentre eles outro caçador de recompensa. Será que John Ruth e Daisy sairão ilesos deste encontro?

Embora o filme conte com 6 capítulos, como na grande maioria da vezes no cinema sua história é composta de 3 atos. No primeiro, conhecemos todos os personagens com uma abordagem contemplativa, bem ao estilo dos filmes de Sergio Leone. No segundo ato, Os Oito Odiados surpreende muito ao se tornar algo parecido com o livro O Caso dos Dez Negrinhos, de Agatha Christie, com direito até a um "detetive" improvisado. Já o terceiro ato... Sabem aquela característica famosa de Tarantino de misturar bastante sangue e violência com humor? Bem, no ato final o humor praticamente desaparece, restando apenas muito sangue.

Conhecido por fazer filmes com muitos diálogos, em Os Oito Odiados o Quentin definitivamente não economiza no quesito. Certamente é o filme do diretor com mais conversas entre personagens, e que pelo excesso, se alternam entre diálogos memoráveis e desnecessários.

Os Oito Odiados não é fácil de se assistir. Muito lento, praticamente sem ação e muita conversa, as quase 3 horas de projeção são cansativas. Ainda assim, o filme tem várias qualidades.

Como sempre, a trilha sonora é muito boa, e para seu novo filme Tarantino trouxe nada menos que Ennio Morricone para a música. Curiosamente, a ótima trilha é feita com acordes consideravelmente diferentes dos sons clássicos de faroeste que consagraram este grande italiano. O design de produção também é muito bom. Tudo lembra o faroeste, e em pequenos detalhes do cenário temos pistas da trama que está em andamento.

O roteiro é cheio de surpresas e reviravoltas, traz um ótimo clima de tensão e suspense, e vários personagens são bem desenvolvidos na trama. Ele ainda traz discussões / situações interessantes sobre racismo (não apenas contra negros, mas também contra mexicanos), guerra, e comentários sobre o nascimento dos EUA.

Finalmente, as atuações da dupla Russell e Leigh são excelentes; e junta-se a ele a fantástica atuação de Samuel L. Jackson: um grande ator, um grande personagem.

Por outro lado, há pontos que não gostei em Os Oito Odiados. Não o critico por ser lento, já que isto faz parte do gênero que o filme homenageia. Mas o critico por ser longo. A meu ver, quase todos os 6 capítulos poderiam ser menores (e entendo que um deles é quase desnecessário). Além disto, duas das atuações me incomodaram: a de Michael Madsen - que em nenhum momento parece pertencer ao mundo do faroeste - e o personagem de Tim Hoth. Se me perguntarem qual personagem ele interpretou neste filme, vou responder: o ator Christoph Waltz.

Em resumo, talvez Os Oito Odiados seja um filme mais interessante de se ver cinematograficamente falando do que em termos de diversão (e aliás, ele precisa ser visto nos cinemas; não muito pelas belas paisagens do primeiro ato, mas principalmente pelo som. Ouvir o barulho incessante do vento da nevasca faz com que o espectador se sinta realmente dentro do bar, preso pelo frio). Lento e com diálogos em excesso, o filme poderá causar estranhamento até nos fãs do diretor. Nota: 7,0

domingo, 3 de janeiro de 2016

Retrospectiva Cinema Vírgula 2015


Feliz 2016! Que tal começarmos o ano com um breve resumo do que pior e melhor aconteceu nos cinemas em 2015? Vamos a ele!

O Cinema em 2015
Este foi o ano dos Blockbusters. Dos 11 filmes de maior arrecadação mundial em todos os tempos (sem contar a inflação), nada menos que 5 deles são de 2015. São eles: Jurassic World (3º), Velozes e Furiosos 7 (5º), Vingadores: Era de Ultron (6º), Star Wars - O Despertar da Força (7º lugar por enquanto...) e Minions (11º). Como se pode ver clicando nos títulos para ler minhas críticas, bilheteria e qualidade não são necessariamente sinônimos... De qualquer forma o melhor dentre todos estes - Star Wars 7 - ainda está nos cinemas e acredito que ele chegará com folgas na 3ª posição geral. Mas irá ele quebrar a barreira dos US$ 2 bilhões e posteriormente ultrapassar os dois primeiros: Titanic (2º) e Avatar (1º)? Aí eu não tenho tanta certeza.

2015 também foi o ano em que os cinemas dos EUA ultrapassaram pela primeira vez na história a marca de US$ 11 bilhões de arrecadação. Nota-se, entretanto, que este valor foi atingido principalmente pelos altos valores cobrados pelos cinemas 3D e iMax já que em termos de número de ingressos vendidos nos EUA, o número do ano passado foi o menor do século!

A "era dos Blockbusters" significa má notícia para o cinema brasileiro, infelizmente. Com as grandes produções dominando várias salas em um mesmo cinema ao mesmo tempo, sobra cada vez menos espaço para as produções nacionais. Felizmente o filme Que Horas Ela Volta? foi exceção e conseguiu quase 500 mil espectadores no Brasil. Após estréia tímida, o boca-a-boca positivo do público e os prêmios obtidos no exterior deram uma grande - e justa - sobrevida a esta bela obra. Mesmo assim, em termos de cinema nacional, infelizmente o público brasileiro em geral apenas prestigia as comédias de atores globais: o filme brasileiro campeão de público em 2015 foi Loucas pra Casar, com 3,7 milhões de ingressos vendidos.

E finalmente, tivemos ano passado a histórica estréia de Chatô - O Rei do Brasil, um filme que demorou 20 anos para ser concluído e cujos problemas alteraram profundamente as regras para financiamento público de filmes nacionais, tornando-as bem mais rígidas.

Os 5 melhores e os 5 piores
E a parte mais esperada da minha retrospectiva... minha lista dos 5 melhores e 5 piores filmes de 2015. Lembrando que só entram na conta filmes que foram lançados no Brasil no ano citado.

Os melhores, em ordem alfabética:
  • O Abutre: ótimo suspense com ótimas atuações, bela fotografia e tensão literalmente do começo ao fim
  • Divertida Mente: a animação mais séria da Pixar, que ainda assim, diverte muito crianças e adultos
  • Mad Max: Estrada da Fúria: sem dúvida o melhor filme do ano. Um espetáculo visual sem igual com um ritmo alucinante. É a ação sobre rodas em forma de grande obra de arte
  • Missão: Impossível - Nação Secreta: tudo o que James Bond queria ser e não conseguiu; um dos filmes de ação mais divertidos do ano
  • Timbuktu: em tempos de Estado Islâmico, um filme contemplativo que foge de clichês e que mostra como um muçulmano comum vive sob domínio de extremistas

Ainda gostaria de dar destaque aos nacionais Que Horas Ela Volta? (nossa pré-indicação ao Oscar) e Olmo e a Gaivota (belo documentário que mistura ficção e realidade, humor e drama). Dos internacionais também dou destaque para a bela ficção científica de baixo orçamento Ex-Machina: Instinto Artificial, os filmes de Oscar Birdman, Selma e Whiplash; também ao divertidíssimo Perdido em Marte, ao tenso Sicario: Terra de Ninguém do ótimo diretor de suspense Denis Villeneuve, e finalmente, o ótimo A Pele de Vênus, de Roman Polanski, que mistura fetiche masoquista, ficção e realidade.

Antes que alguém reclame, dos filmes de grandes franquias, me diverti com os filmes da Marvel, mas o melhor mesmo foi Star Wars 7, que entretanto não entra no meu Top 5 devido ao segmento muito problemático da "grande arma" presente na parte final da história.

Os piores, em ordem alfabética:

Curiosamente todos os filmes acima contam com diretores bem vistos pelo público e estúdios, o que mostra que diretores também erram, e/ou não significam sempre bons filmes. Sugiro a leitura principalmente de O Destino de Júpiter e Velozes & Furiosos 7 para vocês verem o quanto fiquei indignado com ambos.

E vocês? Qual foram seus melhores e piores filmes de 2015? Opinem!!

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