quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Crítica - Creed II (2018)

TítuloCreed II (idem, EUA, 2018)
Diretor: Steven Caple Jr.
Atores principais: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Russell Hornsby, Wood Harris
Franquia regride sem Ryan Coogler

Desde o início de sua produção, as notícias para Creed II não me animaram. Primeiro, porque o diretor e roteirista do excelente Creed: Nascido para Lutar - Ryan Coogler - não voltaria para a continuação já que estava dirigindo Pantera Negra. Segundo, veio o anúncio que a história traria Ivan Drago (Dolph Lundgren) de volta, acompanhado de seu filho Viktor (Florian Munteanu). Teríamos então uma nova versão do fraco Rocky IV (1985), em meu entender o 2o pior filme da franquia do Garanhão Italiano?

A resposta, infelizmente, é sim. O roteiro de Creed II, co-escrito por Sylvester Stallone e Juel Taylor, é muito parecido com Rocky IV. Menos mal, entretanto, é que 34 anos de evolução nos cinemas trouxeram a este Creed várias melhorias em relação ao filme da década de 80.

A primeira evolução é técnica: fotografia, som, cenários e coreografia das lutas melhoraram muito. E o roteiro também é melhor, ao trazer certa discussão sobre o tema paternidade. Creed II não deixa de ser uma história de 3 pares de pai-filho.

Ainda assim, o roteiro imita de Rocky IV muita coisa ruim. Principalmente o fato dos russos serem todos inquestionavelmente malvados. Parece que Stallone não percebeu que a Guerra Fria acabou. Os atores também não ajudam: apenas as atrizes Tessa Thompson e Phylicia Rashad se salvam no meio de tanta canastrice e rostos inexpressivos.

Apesar de tudo, Creed II ainda diverte. As lutas do filme são verdadeiramente emocionantes, e temos também algumas boas sequencias, como por exemplo, a do treinamento de Creed (Michael B. Jordan) no deserto.

Teremos um Creed 3? Acho provável, mesmo com Sylvester Stallone jurando que neste Creed II seu personagem Rocky Balboa fez sua derradeira aparição. Michael B. Jordan ainda é jovem e os dois filmes de seu personagem não foram mal nas bilheterias. De qualquer forma, se formos ter um novo Creed, que seja feito com Ryan Coogler. Nota: 6,0

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Crítica - Vidro (2019)

TítuloVidro ("Glass", EUA, 2019)
Diretor: M. Night Shyamalan
Atores principais: Bruce Willis, Samuel L. Jackson, James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Sarah Paulson, Spencer Treat Clark, Charlayne Woodard
Shyamalan quase encerra sua trilogia de maneira digna

Para quem ainda não sabe, Vidro é o último capitulo da trilogia do diretor Shyamalan, composta também por Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016). Embora Vidro tenha explicações suficientes para que não seja necessário assistir os filmes anteriores, é muito recomendado que os dois primeiros títulos da série sejam vistos com antecedência para aproveitar totalmente a experiencia desta nova produção.

Na história, que se passa algumas semanas após o final de Fragmentado, Kevin (James McAvoy) continua na ativa, recolhendo vítimas e as matando, enquanto David Dunn (Bruce Willis) passa a atuar como um vigilante, e em paralelo se mantém em seu encalço. Após alguns eventos, a dupla eventualmente acaba sendo presa e colocada em um instituto psiquiátrico, o mesmo onde o Sr. Vidro (Samuel L. Jackson) já se encontra confinado. É então que a doutora Ellie (Sarah Paulson) tenta "curar" o trio convencendo-os de que eles são seres humanos comuns.

Para um filme que deveria "unir" dois filmes passados bem distintos, o roteiro de Vidro me impressionou ao conseguir juntar os dois universos anteriores de maneira detalhada e convincente. O único ponto a desejar desta junção é Casey (Anya Taylor-Joy), cujo retorno à trama não parece fazer muito sentido, além de proporcionar momentos piegas.

Comparando Vidro com Corpo Fechado e Fragmentado, o novo filme do diretor indiano lembra muito mais o primeiro, ao ser mais lento, com poucas cenas de ação, e principalmente, por trazer no roteiro muitos diálogos sobre a mitologia das histórias de super-heróis dos quadrinhos.

Como ponto forte, mais uma vez as cenas de suspense são filmadas com maestria por M. Night, que por sua vez, tem como seu grande erro em Vidro o exagero: o filme é longo demais, há diálogos e explicações demais. O ponto fraco do filme acaba sendo mais uma vez - assim como já foi em Fragmentado - o desfecho de sua história. Após uma tradicional "revelação surpreendente" que achei bacana, logo em seguida vem o exagero de mostrar outra "revelação-bomba", que considerei pretensiosa demais.

Voltando as qualidades de Vidro, se na média a atuação dos personagens não empolga, acho que Samuel L. Jackson e James McAvoy estão ainda melhores em seus papéis neste filme. McAvoy consegue se transformar de maneira mais evidente e impressionante entre seus diversos alter-ego.

Vidro não é um filme ruim, pelo contrário é até bom. Entretanto seus defeitos o tornam certamente o filme mais fraco da trilogia. Tivesse sido filmado há uns 10 anos atrás e com um final mais inspirado, talvez a trilogia de Shyamalan entrasse para história como algo mais memorável. Nota: 6,0

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Retrospectiva Cinema Vírgula 2018: Os melhores, os piores, e a lista de filmes assistidos

Feliz 2019!!! E para começar o ano, mantendo a tradição do Cinema Vírgula, vamos aos melhores e piores do anterior.

O ano cinematográfico iniciou com os "filmes do Oscar" mais fracos dos últimos anos, sendo seguido do super blockbuster Vingadores: Guerra Infinita, sucesso de bilheteria e crítica. No meio do ano tivemos várias continuações de baixa qualidade, como por exemplo Han Solo: Uma História Star WarsCírculo de Fogo: A Revolta.

Os filmes de super-herói continuaram dominando os lançamentos, com a DC acertando em Aquaman, a Marvel errando com Homem-Formiga e a Vespa, e a Sony só acertando com Deadpool 2 e produzindo seus lixos de sempre, sendo o da vez, Venom. Por falar em super-heróis, tivemos com O Doutrinador o primeiro filme nacional de super-herói live-action; e outro lançamento brasuca bem bacana foi a cinebiografia de Eder Jofre: 10 Segundos para Vencer.

O final de 2018 foi bem morno nos cinemas, sem grandes lançamentos. Mas certamente encerrou no imaginário popular de maneira bem musical, com os muito elogiados pelo público Bohemian Rhapsody e Nasce uma Estrela, que certamente vão brigar por oscars neste ano.

E, para encerrar o resumo do ano, destaco o lançamento pela Netflix do "filme perdido" de Orson Welles, O Outro Lado do Vento; aquele que foi seu último longa-metragem, filmado nos anos 70 e que nunca foi finalizado principalmente por problemas legais.


E vamos as listas! Segue abaixo meus 10 melhores filmes de 2018, os 5 piores, os 5 posts de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula e finalmente, a lista de todos os filmes que assisti no ano passado (com indicações dos melhores).

Top 10: Melhores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Bottom 5: Piores filmes lançados no Brasil em 2018 (em ordem alfabética)

Top 5: Artigos de 2018 mais lidos no Cinema Vírgula
Me chamou a atenção de que este ano os posts sobre lançamentos da Netflix ganharam bem mais cliques que no ano anterior. E outro destaque, claro, é que a crítica de Viva - A Vida é Uma Festa foi disparado o artigo mais acessado, graças a propaganda feita pela minha amiga Melissa em seu ótimo blog Viviendo en el México Mágico!.


Todos os filmes que assisti em 2018 (com indicações dos melhores)

E finalmente, a lista de todos os filmes que assisti em 2018; novos ou antigos, sendo a primeira vez que os vi ou não. Novamente não cumpri minha meta de assistir pelo menos 104 filmes no ano (o que significa uma média de 2 filmes por semana), porém desta vez assisti bem mais filmes que o ano passado (92 agora contra 73 de 2017).

Abaixo seguem os filmes. Como sempre, os filmes em laranja negrito e com um (*) são aqueles a que dou uma nota de no mínimo 8,0 e portanto, recomendo fortemente.

  • 10 Segundos para Vencer (idem, Brasil, 2018)
  • Além da Ilusão ("Planetarium", Bélgica / França, 2016)
  • Aniquilação ("Annihilation", EUA, 2018)   (*)
  • Ano Um ("Year One", EUA, 2009)
  • Aquaman (idem, Austrália / EUA, 2018)
  • ARQ (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • Artista do Desastre ("The Disaster Artist", EUA, 2017)
  • Atlantis: O Reino Perdido ("Atlantis: The Lost Empire", EUA, 2001)
  • Batman vs Superman: A Origem da Justiça (Ultimate Edition) ("Batman v Superman: Dawn of Justice (Ultimate Edition)", EUA, 2016)
  • Bird Box (idem, EUA, 2018)
  • Bohemian Rhapsody ("Bohemian Rhapsody", EUA / Reino Unido, 2018)
  • O Castelo de Vidro ("The Glass Castle", EUA, 2017)
  • Chaos on the Bridge (idem, Canadá / EUA, 2014)
  • Cheech e Chong Atacam Novamente ("Cheech and Chong's Next Movie", EUA, 1980)
  • O Cidadão Ilustre ("El Ciudadano Ilustre", Argentina / Espanha, 2016)
  • Círculo de Fogo: A Revolta ("Pacific Rim: Uprising", China / EUA / Reino Unido, 2018)
  • Com Amor, Van Gogh ("Loving Vincent", EUA / Polônia / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Deadpool 2 ("Deadpool 2", EUA, 2018)
  • O Destino de uma Nação ("Darkest Hour", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Deus Não Está Morto ("God's Not Dead", EUA, 2014)
  • O Doutrinador (idem, Brasil, 2018)
  • Drácula de Bram Stoker ("Bram Stoker's Dracula", EUA, 1992)
  • Ele Está de Volta ("Er ist wieder da", Alemanha, 2015)
  • Em Pedaços ("Aus dem Nichts", Alemanha / França, 2017)
  • Estrelas Além do Tempo ("Hidden Figures", EUA, 2016)   (*)
  • Eu, Tonya ("I, Tonya", EUA, 2017)   (*)
  • O Experimento de Milgram ("Experimenter", EUA, 2015)
  • Os Farofeiros (idem, Brasil, 2018)
  • A Força de Grayskull: A História de He-Man e os Mestres do Universo ("Power of Grayskull: The Definitive History of He-Man and the Masters of the Universe", Canadá / EUA, 2017)
  • A Forma da Água ("The Shape of Water", EUA, 2017)
  • For the Love of Spock (idem, Canadá / EUA, 2016)
  • A Guerra dos Sexos ("Battle of the Sexes", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Homem das Cavernas ("Early Man", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Handia (idem, Espanha, 2017)
  • Homem-Formiga e a Vespa ("Ant-Man and the Wasp", EUA, 2018)
  • Ícaro ("Icarus", EUA, 2017)
  • Ilha dos Cachorros ("Isle of Dogs", Alemanha / EUA, 2018)   (*)
  • Os Incríveis 2 ("Incredibles 2", EUA, 2018)
  • Infiltrado na Klan ("BlacKkKlansman", EUA, 2018)
  • Os Intocáveis ("The Untouchables", EUA, 1987)
  • Jogador Nº 1 ("Ready Player One", EUA, 2018)
  • Jumanji: Bem-Vindo à Selva ("Jumanji: Welcome to the Jungle", EUA, 2017)
  • Lady Bird: É Hora de Voar ("Lady Bird", EUA, 2017)
  • Uma Longa Viagem ("The Railway Man", Australia / Reino Unido / Suíça, 2013)
  • A Louca! Louca História de Robin Hood ("Robin Hood: Men in Tights", EUA / França, 1993)
  • Um Lugar Silencioso ("A Quiet Place", EUA, 2018)   (*)
  • Making Fun: The Story of Funko (idem, EUA, 2018)
  • Manifesto (idem, Alemanha, 2015)
  • A Marca da Maldade ("Touch of Evil", EUA, 1958)
  • Maria Sharapova: The Point (idem, EUA, 2017)
  • Me Chame pelo Seu Nome ("Call Me by Your Name", Brasil / EUA / França / Itália, 2017)
  • Meninas Malvadas ("Mean Girls", EUA / Canadá, 2004)
  • Meu Ex é um Espião ("The Spy Who Dumped Me", Canadá / EUA, 2018)
  • Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe ("The Meyerowitz Stories (New and Selected)", EUA, 2017)
  • O Mínimo para Viver ("To the Bone", EUA, 2017)
  • Missão: Impossível - Efeito Fallout ("Mission: Impossible - Fallout", EUA, 2018)   (*)
  • A Morte te dá Parabéns! ("Happy Death Day", EUA, 2017)
  • Nasce uma Estrela ("A Star Is Born", EUA, 2018)
  • Nocaute ("Southpaw", EUA / Hong Kong, 2015)
  • Noite de Lobos ("Hold the Dark", EUA, 2018)
  • Em Nome da Lei ("Jing cha gu shi", China / Hong Kong, 2013)
  • Nossas Noites ("Our Souls at Night", EUA, 2017)
  • Oblivion (idem, EUA, 2013)
  • Um Olhar do Paraíso ("The Lovely Bones", EUA / Nova Zelândia / Reino Unido, 2009)
  • O Outro Lado do Vento ("The Other Side of the Wind", EUA / França / Irã, 2018)
  • Pantera Negra ("Black Panther", EUA, 2018)
  • O Paradoxo Cloverfield ("The Cloverfield Paradox", EUA, 2018)
  • Pare! Senão Mamãe Atira ("Stop! Or My Mom Will Shoot", EUA, 1992)
  • Pequena Miss Sunshine ("Little Miss Sunshine", EUA, 2006)
  • The Ballad of Buster Scruggs (idem, EUA, 2018)   (*)
  • The Post: A Guerra Secreta ("The Post", EUA / Reino Unido, 2017)
  • O Primeiro Homem ("First Man", EUA, 2018)
  • Projeto Flórida ("The Florida Project", EUA, 2017)
  • Roma (idem, EUA / México, 2018)
  • Serei Amado Quando Morrer ("They'll Love Me When I'm Dead", EUA, 2018)
  • O Shaolin do Sertão (idem, Brasil, 2016)
  • Shiki Oriori - O Sabor da Juventude ("Si shi qing chun", China / Japão, 2018)
  • Sinbad, a Lenda dos Sete Mares ("Sinbad: Legend of the Seven Seas", EUA, 2003)
  • A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society", EUA / França / Reino Unido, 2018)
  • Sombras da Vida ("A Ghost Story", EUA, 2017)   (*)
  • Spectral (idem, EUA, 2016)
  • Tá Dando Onda ("Surf's Up", EUA, 2007)
  • Te Peguei! ("Tag", EUA, 2018)
  • Tomb Raider: A Origem ("Tomb Raider", EUA / Reino Unido, 2018)
  • Três Anúncios Para um Crime ("Three Billboards Outside Ebbing, Missouri", EUA / Reino Unido, 2017)   (*)
  • Tudo Por um Furo ("Anchorman 2: The Legend Continues", EUA, 2013)
  • Tully ("Tully", EUA, 2018)
  • Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha ("Victoria & Abdul", EUA / Reino Unido, 2017)
  • Vingadores: Guerra Infinita ("Avengers: Infinity War", EUA, 2018)   (*)
  • Viva: A Vida é uma Festa ("Coco", EUA, 2017)
  • De Volta ao Jogo ("John Wick", China / EUA, 2014)
  • Your Name ("Kimi no na wa", Japão, 2016)   (*)

E que 2019 seja um ano melhor para todos! Com mais e melhores filmes! E com mais Cinema Vírgula! Grande abraço!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Crítica - Aquaman (2018)

TítuloAquaman (idem, Austrália / EUA, 2018)
DiretorJames Wan
Atores principais: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe, Patrick Wilson, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II, Nicole Kidman, Temuera Morrison, Michael Beach
Trailerhttps://www.youtube.com/watch?v=Kv4URLPowcE
Nota: 7,0

Roteiro simples + Visual impressionante = Bom entretenimento

Pela primeira vez em sua história o outrora secundário Aquaman ganha sua adaptação cinematográfica, com Jason Momoa interpretando o personagem pela terceira vez (as outras vezes foram em Batman vs Superman e Liga da Justiça).

Mesmo se passando cronologicamente após os dois filmes que acabei de citar, Aquaman é um filme de origem. A história contada lembra levemente a saga O Trono da Atlântida, lançada em 2012 no EUA como parte da era Os Novos 52 nos quadrinhos da DC. Dentre todos os filmes de origem de super-heróis recentes, este Aquaman é provavelmente o que mais traz elementos da clássica estrutura narrativa denominada A Jornada do Herói. E por trazer tantos dos "capítulos" desta jornada ao mesmo tempo, o filme conta com longas 2h e 23min de projeção.

Desta maneira, usando uma narrativa que possui literalmente milênios de aprovação popular, a DC não arrisca e com um roteiro simples, agrada a todos os públicos. Aliás a "simplicidade" não impede que conheçamos um bocado do protagonista, o que me surpreendeu positivamente.

Se não há nada de novo em seu roteiro, Aquaman inova no visual e nos efeitos especiais. Ainda que os efeitos de computadores não sejam excelentes e perfeitos, eles são muito bonitos e conseguem ser bem eficientes no convencer o espectador de que as cenas se passam "embaixo d'água". Ainda pouco explorado nos cinemas, o universo fantástico dos oceanos acaba sendo bastante exibido no filme, o que resulta em uma explosão de cores e animais diversos.

Mesmo com o ator principal sendo no máximo mediano atuando, Aquaman compensa isso com um elenco de vários nomes famosos, como Nicole Kidman, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Amber Heard e Patrick Wilson. A presença deles simultaneamente em tela certamente agradará os cinéfilos.

Também contando com humor e drama equilibrados, e boas cenas de ação tanto dentro quanto fora d'água, Aquaman é um filme divertido que tem tudo para agradar tanto os fãs de quadrinhos quanto ao público geral. Com um único defeito de ser mais longo do que deveria, ele se une ao Mulher Maravilha como um dos melhores filmes recentes da DC. Nota: 7,0


PS: assisti o filme em 3D e se o mesmo não compromete nenhuma cena, sem distorcer a tela, por outro lado não acrescenta nada: mal se percebe o 3D no filme. Se conseguir encontrar um Aquaman legendado em 2D, essa é a melhor escolha.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Crítica - The Ballad of Buster Scruggs (2018)

TítuloThe Ballad of Buster Scruggs (idem, EUA, 2018)
Diretores: Ethan Coen, Joel Coen
Atores principais: Tim Blake Nelson, James Franco, Liam Neeson, Tom Waits, Zoe Kazan, Tyne Daly, Clancy Brown, Bill Heck, Sam Dillon, Stephen Root, Harry Melling, Brendan Gleeson, Saul Rubinek
Os irmãos Coen de volta em sua melhor forma

Os ótimos irmãos Ethan e Joel Coen estão de volta dirigindo e roteirizando seu melhor filme desde Bravura Indômita (2010), que curiosamente também é um faroeste. Agora, em The Ballad of Buster Scruggs temos uma antologia de 6 curtas, cada um deles uma história completamente separada das demais. Em comum, cada conto tem principalmente o tema "morte".

Não irei descrever cada uma das 6 histórias. Só vou dizer que "A Balada de Buster Scruggs", que dá título ao filme, é a primeira apresentada e também a melhor de todas. Tendo até momentos musicais, o primeiro conto é o mais bem humorado, e provavelmente o mais caro, repleto de figurantes e contando até com alguns efeitos computadorizados. Na foto acima, vemos os 6 protagonistas de cada uma das histórias. Em ordem, respectivamente, temos os atores: Tim Blake Nelson, James Franco, Liam Neeson, Tom Waits, Zoe Kazan e Tyne Daly.

Os contos em The Ballad of Buster Scruggs trazem de maneira marcante as principais características autorais dos irmãos Coen: vários atores famosos, sarcasmo, ironia, humor negro, acontecimentos inesperados. De certa forma, para quem não conhece os Coen, seus filmes lembram em vários pontos os filmes de Quentin Tarantino. Porém, enquanto este último dá bastante destaque para trilha sonora, diálogos e "imitações" de filmes antigos, os irmãos Coen preferem investir na fotografia, em algo mais silencioso e contemplativo, e também, sem focar muito no passado.

The Ballad of Buster Scruggs é produção exclusiva Netflix e chegou ao Brasil nesta última sexta-feira dia 16. Entretanto, para ter a chance de concorrer ao Oscar (que exige de todos os indicados que os mesmos tenham sido exibidos em cinemas físicos), o filme foi exibido no começo do mês em algumas salas de cinema de Los Angeles, Nova York, São Francisco e Londres.

The Ballad of Buster Scruggs é uma excelente homenagem aos filmes de faroeste, brincando com seus clichês, trazendo belas paisagens, e principalmente, expondo o lado negro do ser humano. Para quem gosta dos filmes dos Coen, este aqui é imperdível! Nota: 8,0

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Crítica - Bohemian Rhapsody (2018)

TítuloBohemian Rhapsody ("Bohemian Rhapsody", EUA / Reino Unido, 2018)
Diretor: Bryan Singer (e também o não-creditado Dexter Fletcher)
Atores principais: Rami Malek, Lucy Boynton, Gwilym Lee, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Aidan Gillen, Tom Hollander, Allen Leech, Mike Myers, Aaron McCusker
Muita música de ótima qualidade em uma biografia historicamente questionável

Se pararmos para pensar o quanto o grupo Queen foi bom, e ao mesmo tempo, o quanto eles estão esquecidos atualmente, até que demorou demais para que eles ganhassem sua biografia nos cinemas.

Em Bohemian Rapsody, a história desta banda londrina é contada desde seus momentos iniciais, no início dos anos 70, até à sua icônica apresentação no Live Aid, em 1985. Ou melhor, não é bem uma biografia da banda, pois embora o filme traga vários momentos musicalmente criativos do grupo, o enfoque da história é no líder/vocalista Freddie Mercury... mostrando sua ascensão à fama, e a posterior crise em consequência do sucesso, onde o cantor abusou de drogas e de verdadeiras orgias com vários parceiros homens.

Bohemian Rapsody usa ao máximo músicas originais do Queen na trilha sonora. Durante quase todo o filme, os belos clássicos da banda são tocados para deleite do público. Isso sem contar que parte considerável dos longos 2h14min de projeção são simplesmente a banda se apresentando em shows ou TV. De certa forma, é como se boa parte do filme fosse um clipe musical gigante.

E claro que, sendo um clipe do Queen, não tem muito como deixar de agradar. Somando a isso o ritmo acelerado da história, à boa fotografia, e ainda, a ótima performance de Rami Malek como Freddie Mercury, qualquer pessoa que gostar da banda vai gostar bastante de Bohemian Rapsody.

O filme, entretanto, perde a oportunidade de ser memorável ao trazer um roteiro com poucos acontecimentos, ao focar - como dito antes - em apenas uma pessoa ao invés do grupo todo, e ao mudar vários fatos históricos.

Aliás, ser honesto com seu público definitivamente não é o forte de Bohemian Rapsody. Ao começar pelo seu trailer, que em apenas dois rápidos flashes mostram a homossexualidade de Freddie, sendo que dentro do filme é o assunto mais abordado, depois das apresentações musicais.

Dentre as várias modificações na história real do Queen, as mais gritantes ocorrem no desfecho do filme, nas cenas às vésperas do Live Aid. Ao contrário do que o filme mostra, neste momento o grupo não tinha terminado, eles não estavam "brigados" com Mercury, não fazia muito tempo que eles se apresentaram juntos (eles haviam encerrado o tour do álbum The Works apenas oito semanas antes), e principalmente, não foi neste momento que Freedie revelou a todos ter AIDS. Na vida real, o cantor só iria saber que estava com a doença dois anos depois do Live Aid.

É como se o Live Aid real não fosse o fim de uma história (e não foi), e então os roteiristas forçaram a barra para tornar o show como o "grande ato final" do grupo. Claro, em filmes tudo é permitido, mas eu considero alterar a História neste nível algo bastante decepcionante. Desta vez não estou sozinho em minha crítica: as modificações na história real do Queen foram destaque negativo na mídia mundial.

Talvez Bohemian Rapsody tivesse sido melhor se não fosse sua produção tão conturbada. Após sucessivas faltas e atrasos (e não é a primeira vez que ele faz isto), e também após inúmeras discussões com os atores e produtores, o diretor Bryan Singer foi demitido há duas semanas do término das gravações. Em seu lugar veio Dexter Fletcher, que nem é creditado como diretor do filme. Vale a pena lembrar que Singer é um dos vários recentemente acusados em Hollywood por abuso sexual.

Bohemian Rapsody brilha na música mas falha como documentário. Sugestão: vá ao cinema ouvir a música do Queen naquele "sonzão" e se quiser conhecer a verdadeira história da banda, procure através de livros e sites. Nota: 7,0

domingo, 4 de novembro de 2018

Crítica - O Doutrinador (2018)

Título: O Doutrinador (idem, Brasil, 2018)
Diretores: Gustavo Bonafé e Fábio Mendonça
Atores principaisKiko Pissolato, Tainá Medina, Samuel de Assis, Carlos Betão, Eduardo Moscovis, Natália Lage, Eduardo Chagas, Tuca Andrada, Helena Luz, Helena Ranaldi, Marília Gabriela
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=vhQJvL159Mk
Nota: 6,0

Bom filme de ação sobre o combate à Corrupção

Em um Brasil com tanta corrupção e tanta impunidade, sempre estranhei o não-surgimento de um justiceiro que saísse por aí matando políticos desonestos, seja na vida real ou na ficção. Até que em 2013, enfim, e em plena época dos "Protestos dos 20 centavos" no governo Dilma, surge no Facebook a série de quadrinhos O Doutrinador, criada por Luciano Cunha, e que agora ganha proporção nacional ao estrear seu filme, contando com um elenco de diversos atores famosos.

Na história, Miguel (Kiko Pissolato) é um agente federal de combate ao crime que, após uma tragédia pessoal, busca sua vingança matando quem, aos seus olhos, são os verdadeiros culpados: os corruptos no governo. Para ajudá-lo na missão, Miguel chantageia a hacker Nina (Tainá Medina), que o auxilia em invasões.

O Doutrinador é uma enorme e violenta catarse de um cidadão comum contra toda a corrupção política que assola o país há tanto tempo. O filme conta com boas cenas de ação - quase todas tiroteio, entretanto -  e é bastante sangrento. Haja mortes de corruptos (e seguranças) nas mãos do Doutrinador.

Um detalhe que gostei bastante foi o design de produção, ao filmar cenas sempre em locais degradados - sujos, pichados, abandonados - reflexo direto da corrupção que O Doutrinador combate.

Filme e HQ possuem duas diferenças fundamentais: nos quadrinhos o justiceiro tem sua identidade desconhecida e é um ex-soldado do exército, além da história se passar no Brasil "real"; já no filme além do protagonista ser identificado e ser um policial, todos os nomes citados (de políticos à locais) são fictícios.

O Doutrinador até tem um bom roteiro; neles estão presentes os dilemas morais do protagonista, assim como sua dor. Porém, talvez o maior defeito do filme é ele ser "direto" demais. Embora os dilemas de Miguel existirem, a história não dá tempo para eles serem desenvolvidos; aliás, com exceção do "corrupto líder", nenhum outro personagem possui desenvolvimento; o que vemos são tiroteios do começo ao fim, em ritmo alucinante.

Sendo um bom filme de ação, mas sem tentar em nenhum momento ser mais do que isso, talvez o maior legado deste O Doutrinador seja sua forte mensagem anti-corrupção. E que ela ajude às pessoas a relembrar que seus verdadeiros inimigos são os políticos corruptos, e não os familiares e amigos que não votam na mesma pessoa que você. Nota: 6,0


PS: assim como o próprio filme já faz propaganda em seu final, O Doutrinador ganhará seu seriado na TV, através do canal Space. A estréia do seriado está prevista para 2019 e contará com o mesmo elenco do longa-metragem.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Dupla Crítica Netflix: Noite de Lobos (2018) e Maniac (2018)


Mais duas produções originais Netflix, e pela primeira vez misturo filme e seriado num mesmo post. E eles são recentes: ambos programas estrearam no mês passado, Setembro. Me parece que a Netflix investe cada vez mais em quantidade, mas a qualidade não está acompanhando. Vejam as críticas!


Maniac (2018)
Diretor: Cary Joji Fukunaga
Atores principais: Jonah Hill, Emma Stone, Sonoya Mizuno, Justin Theroux, Sally Field, Gabriel Byrne, Rome Kanda

A história de Maniac se passa em um "futuro próximo" e o seriado conta a vida de dois "fracassados", Owen (Jonah Hill) e Annie (Emma Stone), que por motivos distintos aceitam entrar em um programa experimental que promete, através de pílulas e análises de computador, "curar" a pessoa de seus maiores problemas sociais.

Maniac começa muito bem. O "futuro próximo" da série é como se fosse um futuro imaginado pelas pessoas dos anos oitenta. Nos primeiros episódios vamos conhecendo o universo do seriado e é muito divertido ver as máquinas "futuristas" do programa, que mais pareceriam latas velhas nos dias de hoje (ainda que elas realizem tarefas que o nosso presente ainda não conseguiu alcançar).

Outra coisa muito bacana dos dois primeiros episódios é que parte deles contam um mesmo acontecimento, porém pela perspectiva de Owen (1o episódio) e depois pela perspectiva de Annie (2o episódio). Duas histórias distintas que se convergem em um ponto da trama em comum? Muito legal!

Se Maniac terminasse no segundo capítulo eu o acharia excelente... mas infelizmente não é assim. A série possui 10 episódios e do terceiro ao oitavo, cerca de 70% deles se passam nas fantasias das mentes da dupla protagonista. Ainda que o processo faça sentido no roteiro - são estes "sonhos" que desenvolvem os personagens - daria facilmente para reduzir o seriado em uns 3 episódios, que para mim são pura enrolação. E para piorar o conjunto da obra, o desfecho de Maniac é genérico e nada ousado.

Ainda assim, Maniac é um seriado agradável e divertido de se assistir, graças a boa qualidade do design de produção, e principalmente, devido ao carisma da dupla protagonista, tanto dos atores quanto de seus personagens. Nota: 6,0.


Noite de Lobos (2018)
Diretor: Jeremy Saulnier
Atores principais: Jeffrey Wright, Alexander Skarsgård, James Badge Dale, Riley Keough, Tantoo Cardinal, Julian Black Antelope

Noite de Lobos é baseado em um livro de 2014, Hold the Dark (também o nome original do filme), bem elogiado pela crítica especializada.

A história acompanha Russell Core (Jeffrey Wright), um escritor especializado em lobos, que surpreendentemente atende o chamado de uma jovem desconhecida, Medora Sloane (Riley Keough), que mora em uma pequena vila no Alaska e que teve seu filho aparentemente levado por lobos.

Pelo nome (traduzido) do filme, e pelos seu cartazes, eu imaginava ser uma história sobre lobos. E mais uma vez a Netflix me enganou negativamente: de lobos o filme não tem praticamente nada.

A história vira uma caçada policial em que é praticamente impossível entender as ações e motivações de qualquer um dos personagens. E não estou exagerando! Ironicamente, esses "absurdos" é que tornam o filme interessante, já que você imagina que no final tudo será explicado. Porém, passados dois terços da história eu já tinha perdido as esperanças de receber alguma explicação plausível. E infelizmente eu estava certo.

Noite de Lobos é um exemplo de adaptação de livros mal feita. Na obra escrita, as motivações dos personagens são - oras bolas! - explicadas de maneira clara. Além disto, o livro é bem melhor sucedido em transmitir o efeito da "escuridão" (o Dark do título original) nos personagens; coisa que o filme também falha.

O mais triste é ler declarações do diretor Jeremy Saulnier (que até hoje não dirigiu nada de relevante, mas já está escalado para dirigir alguns episódios da futura terceira temporada de True Detective) dizendo que a ausência destas explicações que senti tanta falta foram propositais.

Noite de Lobos acaba não sendo de todo ruim devido a sua bela fotografia (aliás Jeremy tem bem mais trabalhos como diretor de fotografia do que como diretor de filmes) e também, como já expliquei antes, por prender a atenção do espectador por boa parte da história (ainda que pelos motivos errados). É filme para passar o tempo e só. Nota 5,0.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Dupla Crítica: Sombras da Vida (2017) e Tully (2018)


Mais dois filmes pouco conhecidos em terras brasileiras, e que o Cinema Vírgula apresenta aqui, já que são bem interessantes. Um é sobre o sentido da vida... e o outro seria sobre o sentido de ser mãe?? Confiram as respostas abaixo!


Sombras da Vida (2017)
Diretor: David Lowery
Atores principais: Casey Affleck, Rooney Mara

Mesmo sendo um filme com bom reconhecimento da crítica estrangeira, Sombras da Vida não chegou aos cinemas brasileiros e só há alguns meses atrás passou a estar disponível para nós através de serviços pagos de streaming.

Geralmente eu critico bastante quando bons filmes não chegam às nossas telonas, mas desta vez eu vou diminuir o protesto porque no caso de Sombras da Vida eu até entendo as distribuidoras. Para começar, é um filme bem fora do comum: filmado praticamente com apenas dois atores (além deles dois há apenas alguns pouquíssimos e breves coadjuvantes), quase sem diálogos, cronologicamente não linear, e muito melancólico. E pra piorar é um daqueles filmes "ame ou odeie": o público se divide achando o filme genial ou uma tremenda enganação.

Na história, "C" (Casey Affleck) e "M" (Rooney Mara) são um casal que vive em crise no casamento. Um dia "C" sofre um acidente e acaba morrendo abruptamente. É então que seu fantasma, confuso, segue "M" por todo lugar enquanto ao mesmo tempo contempla o mundo ao seu redor, tentando encontrar um sentido para o que está vendo.

Gostei bastante de Sombras da Vida, apesar do "sofrimento" que é assistí-lo. Explico: há muito tempo não assistia algo tão melancólico, e que ao mesmo, desse uma mensagem tão clara sobre a fugacidade da vida.

Sombras da Vida é um filme bem diferente, interessante, e que te fará refletir sobre a vida por vários dias. Pra quem não se incomoda com filmes lentos, depressivos, nem se incomoda de levar um "tapa na cara" para te tirar da realidade, Sombras da Vida é uma ótima pedida. Nota: 8,0.


Tully (2018)
Diretor: Jason Reitman
Atores principais: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston, Asher Miles Fallica, Lia Frankland, Mark Duplass, Elaine Tan, Gameela Wright

Tully esteve nos cinemas brasileiros em Maio deste ano, apesar de que apenas em um número bem reduzido de salas. Ele é, acima de tudo, um filme sobre os desafios e dificuldades da maternidade. Na história, Marlo (Charlize Theron) já é mãe de dois filhos e está grávida do terceiro. Entretanto, ela já está no seu limite com os filhos atuais e quando a terceira criança nasce a única maneira encontrada por Marlo para dar conta de todos é contratando uma "babá noturna", no caso a Tully (Mackenzie Davis) do nome do filme.

Basicamente todos os problemas que uma mãe passa com um recém nascido são mostrados em Tully: do esforço físico às transformações do corpo, e até a depressão pós-parto. Apesar de tantas dificuldades, o filme não é todo drama, contando com alguns momentos mais leves e felizes: "culpa" da babá Tully, que transforma o mundo de Marlo trazendo alegria de volta para sua casa.

Charlize Theron e Mackenzie Davis estão muito bem em seus respectivos papéis e o filme só não ganha maior nota pois não gostei de seu desfecho: para mim soou um pouco inverossímil e clichê. Ainda assim, se o final não me agradou em termos de lógica, eu concordo em 200% com a "lição de moral" do mesmo. Para quem pensa em ter filhos Tully pode ser um grande aprendizado, para o bem e para o mal. Nota: 6,0.

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