domingo, 29 de novembro de 2020

Conheça "Se Algo Acontecer... Te Amo", o curta-metragem de 12 minutos da Netflix que está fazendo todo mundo se emocionar


Se Algo Acontecer... Te Amo, filme deste ano da Netflix (If Anything Happens I Love You no original), começou a fazer fama mundial cerca de 2 semanas atrás, quando viralizou principalmente com os usuários do TikTok e Instagram filmando suas próprias reações de choro após assistí-lo. Dias atrás ele alcançou o Top 10 de assistidos da Netflix Brasil e resolvi então fazer este post.

A produção na verdade é um curta-metragem de animação, com apenas 12 minutos de duração, em branco e preto e sem diálogos. E é, de fato, bem bonito emocionante. Não vou dizer muito mais que isto para não dar spoilers.

Escrito e dirigido pela dupla Michael Govier e Will McCormack, temos uma história universal sobre amor, tristeza, família, mas que ainda assim tem um significado especial para os estadunidenses, alvo principal da mensagem da obra. McCormack é o mais famoso da dupla, por ser um dos roteiristas de Toy Story 4.

Assistam que vale a pena! E depois comentem aqui no blog se choraram ou não. ;)

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

SEIS jogos de cartas bem melhores que UNO

Ainda que o Brasil e o mundo passem por grande expansão nos jogos de cartas e tabuleiros modernos, jogos clássicos como War, Banco Imobiliário, Perfil, Detetive e Uno continuam entre os jogos mais vendidos por aqui, mesmo estando completamente ultrapassados. Os motivos para isto são vários, dentre eles a quase inexistência dos jogos modernos em lojas físicas de brinquedos, e o grande desconhecimento do público consumidor comum.

Para apresentar a vocês novos jogos, optei em listar seis jogos para substituir o velho Uno, criado em 1971. Sendo o Uno um jogo pequeno, barato, só de cartas, que fica mais divertido jogando em muitas pessoas, e que tem uma boa dose de "sacanear os adversários", todos os jogos da minha lista obrigatoriamente têm estas características. Além delas, precisam ser jogos já lançados no Brasil e que aceitam pelo menos 5 pessoas. Vamos a eles, em ordem alfabética!


High Society (1995) - Editora no Brasil: Across the Board

OK, 1995 não é um ano tão recente... mas se comparar com o longínquo ano de 1971, é como se fosse uma criança. E isso sem contar que o jogo só chegou no Brasil ano passado, em 2019! Criação do famoso designer Reiner Knizia, High Society é por enquanto o MELHOR jogo de leilão (dentre os compostos apenas por cartas) já lançado no mercado nacional.

Regras simples, de 3 a 5 jogadores, cada partida dura de 15 a 20 minutos. Os jogadores apostam em cartas que valem pontos positivos e negativos e vence quem arrematou mais pontos totais no final. Ah, mas por quê eu iria apostar em cartas negativas? Simples, porque no final do jogo a pessoa que gastou menos dinheiro na soma das apostas é excluído da partida. ;)

Fique atento: High Society é um dos jogos que tiveram boa redução de preço nesta Black Friday de 2020.


Love Letter Second Edition (2019) - Editora no Brasil: Galápagos Jogos

Talvez você ainda não tenha ouvido falar de Love Letter, mas se trata de uma franquia que é uma verdadeira mina de ouro. Sua primeira versão é um jogo de 2 a 4 pessoas que conta com apenas 16 cartas, e foi criado em 2012 pelo designer Seiji Kanai. De lá pra cá o jogo teve várias re-implementações temáticas: Batman, Hora da Aventura, Munchkin, Lovecraft, etc... cada um deles com leves diferenças do jogo original.

Em 2019 surgiu a segunda versão, que é a que recomendo fortemente, e se encontra disponível no Brasil para venda: com componentes mais luxuosos, o jogo agora foi expandido para 21 cartas e permite jogar até 6 jogadores.

Love Letter Second Edition é um jogo feito para "sacanear" o adversário, afinal ganha a partida o jogador que é o último a ser eliminado (em cada rodada). Muito divertido, e pra todas as idades.


No Thanks! (2004) - Editora no Brasil: PaperGames

Um dos meus jogos de cartas "apenas com números" favoritos, em No Thanks cada jogador recebe 11 fichas, e aguarda a sua vez para decidir o que fazer com a carta que está vindo para ele: ou ele "passa" (e paga uma ficha por isso), ou ele pega a carta (e junto com ela, todas as fichas que foram colocadas por outros jogadores anteriormente). As cartas vão de 3 a 35, e vence a partida quem tiver pego cartas com o menor número somado (ah, e se forem cartas consecutivas, você só considera a menor delas na conta).

Muito divertido, 15 a 20 minutos por partida, joga de 3 a 7 pessoas.


Pega em 6! (1994) - Editora no Brasil: PaperGames

O jogo mais antigo desta lista, criado pelo famoso designer alemão Wolfgang Kramer, Pega em 6! joga de 2 a 10 pessoas, porém ele fica melhor e mais emocionante se jogado entre 5 a 7 jogadores.

Cada jogador recebe 10 cartas (numeradas de 1 a 104) e no turno, todos jogadores jogam 1 delas simultaneamente na mesa, sendo que elas precisam ser agrupadas em até 4 linhas, em ordem crescente, como na imagem acima. Se uma carta for colocada na 6a coluna, o dono da carta é obrigado é pegar a fileira inteira pra ele. Vence a partida quem, ao final das rodadas, tiver pegado menos pontos.

Pega em 6! é bastante estratégico, muito divertido, porém desta lista é o que requer mais atenção para jogar, devido suas regras de posicionamento das cartas na mesa. O jogo chegou no Brasil pela primeira vez pela Copag, em uma edição mais simples em caixa cartão. A versão que tem hoje para se vender é a edição 25 anos, com várias mini-expansões (somando 28 novas cartas), e sinceramente, não ligo pra elas não... prefiro jogar apenas com as 104 cartas originais rs.


Piratas! 3ª Edição (2020) - Editora no Brasil: Geeks n' Orcs

Único jogo nacional da lista, também é o que tem o aspecto de "sacanear os amiguinhos" mais forte. De certa forma se parece com o Munchkin, porém de modo mais organizado e simplificado; e o melhor: se no Munchkin o jogo dura infinitamente, aqui ele dura cerca de 30 minutos e ponto final.

Piratas! joga de 2 a 6 jogadores, e o objetivo é ser o primeiro jogador a conquistar 5 tesouros. Para obtê-los? Ou pescando no monte, ou roubando dos adversários, seja através de cartas especiais ou de duelos um contra um. Para quem curte o tema, é um jogo bem divertido!

Fique atento para se for comprar, comprar a recente 3ª edição do jogo, com melhores desenhos e melhor qualidade dos componentes, que é esta versão de caixa azul da foto acima. As edições anteriores (de 2015 e 2017) são mais simplórias, e não têm incluso os playmats para colocar as cartas, que fazem bastante diferença.


Sushi Go! (2013) - Editora no Brasil: Devir


O jogo mais "fofinho" da lista, tanto pelos desenhos das cartas, mas também por vir em uma belíssima caixa de metal. Sushi Go! joga de 2 a 5 jogadores e as partidas duram apenas 15 minutos. Mas acreditem, o jogo é tão divertido que você não vai parar na primeira partida.

O objetivo dos jogadores é ser quem, depois de 3 rodadas, o maior pontuador de acordo com as cartas de comidinha japonesa obtidas. A mecânica do jogo é similar ao do premiadíssimo jogo 7 Wonders: cada jogador recebe de 7 a 10 cartas no começo, escolhe uma para si e passa as demais para o jogador da esquerda; todos fazendo isso simultaneamente. O processo se repete até todas as cartas que rodam entre os jogadores acabarem. Em geral, quanto mais cartas do mesmo tipo que você conseguir pegar, mais pontos você faz.

Como 7 Wonders é um dos meus jogos preferidos, esta sua versão "simplificada" chamada Sushi Go! só poderia mesmo também me agradar bastante.

domingo, 25 de outubro de 2020

Crítica Amazon Prime - Fita de Cinema Seguinte de Borat (2020)

Título: 
Fita de Cinema Seguinte de Borat (The Trial of the Chicago 7, EUA / Índia / Reino Unido, 2020)
Diretor: Jason Woliner
Atores principais: Sacha Baron Cohen, Maria Bakalova, Dani Popescu
Nota: 5,0

Borat volta menos inspirado, mas com uma bomba para a imagem de Rudy Giuliani

Sempre considerei o filme Borat (2006) muito superestimado. Até é um bom filme, que quebrou alguns paradigmas para filmes exibidos em cinemas, mas chegar a receber indicação do Oscar de Melhor Roteiro? Absurdo. Borat é muito bom nas cenas reais, porém bem fraco nas cenas ensaiadas, e estas ocupam quase metade do filme... deveras decepcionante.

Dezesseis anos depois o fictício repórter está de volta, agora no filme Fita de Cinema Seguinte de Borat, onde as cenas reais são ainda menos frequentes e menos chocantes. O resultado é meio óbvio: em termos de humor e denúncias culturais, Borat 2 é mais fraco que o original. Ainda assim, ele tem material para surpreender e chocar.

Se no primeiro filme o objetivo era denunciar a enorme ignorância, hipocrisia e racismo dos rednecks estadunidenses, em Fita de Cinema Seguinte de Borat o mesmo assunto continua presente. Entretanto, na verdade, desta vez o foco principal dos ataques do ator / roteirista Sacha Baron Cohen vão principalmente para o machismo e o governo de Donald Trump.

Na trama desta continuação, Borat é enviado de volta para os EUA pelo governo do Cazaquistão para presentear Trump, com o objetivo de que o líder estadunidense se aproxime do Primeiro Ministro cazaque, passando a reconhecê-lo, e então futuramente respeitá-lo como um "líder fodão" (badass no original), assim como são o russo Vladimir Putin, o norte-coreano Kim Jong-Un, e o brasileiro Jair Bolsonaro. Sim, é desta maneira que o ocidente vê o atual governo do Brasil atualmente.

Desta vez a trama mostra menos Borat e mais a sua filha Tutar (Maria Bakalova). E embora a atriz mande muito bem, ela ganha menos simpatia do público do que seu pai no primeiro filme, pois seu personagem parece bem mais artificial.

O grande escândalo trazido por Borat 2 são as cenas gravadas envolvendo Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York (de 1994 a 2001), que participou ativamente na campanha de eleição de Trump, e que atualmente faz parte do time de advogados do presidente estadunidense.

Nas imagens, Tutar aparece como uma jovem repórter de TV, que entrevista Rudy em seu gabinete. Depois de flertar um pouco com ele (o que fazia parte da "missão" de seu personagem), e no que aliás o político retribui, a filha de Borat convida Giuliani para entrar em um quarto assim que a entrevista acaba, para "ajudá-lo a remover os microfones grudados ao corpo". Ele aceita, os dois vão para o quarto (onde então só temos câmeras escondidas), e um determinado momento Giuliani deita na cama e coloca as mãos dentro da calça, no que Borat invade o quarto e interrompe tudo. Os advogados de Rudy juram que ele estava apenas "ajeitando a roupa", porém não é o que o filme insinua.

Com uma continuação de qualidade inferior, Borat pelo menos consegue entreter durante todo o filme. E principalmente, chega ao público em um momento bem apropriado, às vésperas das eleições presidenciais dos EUA, e tem de tudo para voltar a ser bastante comentado pelo mundo tudo, principalmente pela imprensa dos Estados Unidos. Nota: 5,0

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Crítica Netflix - Os 7 de Chicago (2020)


Título:
Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7, EUA / Índia / Reino Unido, 2020)
Diretor: Aaron Sorkin
Atores principais: Eddie Redmayne, Alex Sharp, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, John Carroll Lynch, Yahya Abdul-Mateen II, Mark Rylance, Joseph Gordon-Levitt, Ben Shenkman, J.C. MacKenzie, Frank Langella, Michael Keaton
Nota: 7,0

Feito para estadunidenses, um importante manifesto sobre a situação política e social atual

Estreando no Brasil nesta última sexta-feira através da Netflix, ao contrário do que se espera Os 7 de Chicago, ele não se trata de uma produção original da empresa de streaming. Comprado da Paramount Pictures, o filme estreou nos cinemas mundiais em Setembro, e agora na Netflix, em Outubro. E mesmo não sendo "realmente" um filme seu, é uma das maiores apostas deste ano da empresa de logotipo vermelho para indicações ao próximo Oscar.

O filme conta com um elenco numeroso e estrelar, e conta a história dos 8 ativistas que reuniram diversos grupos populares para protestarem em Chicago, em frente à Convenção Nacional Democrata de 1968. Os manifestantes lutavam contra a Guerra do Vietnã, e contra a falta de direitos civis em geral, como falta de liberdade de expressão, racismo e machismo. Após um brutal confronto contra a polícia local, centenas de pessoas ficaram feridas e os supostos 8 "líderes" do movimento foram levados à justiça pelo governo dos EUA. É o longo julgamento deles a história contada aqui.

Os 7 de Chicago é dirigido e roteirizado por Aaron Sorkin, que ainda apenas engatinha como diretor mas já é um roteirista mundialmente reconhecido e premiado, conhecido por trabalhos como a série de TV West Wing: Nos Bastidores do Poder, ou filmes indicados a Oscar como A Rede Social (2010), O Homem Que Mudou o Jogo (2011) e Steve Jobs (2015). Sorkin tem uma grande qualidade: escrever sobre política, negociações e estatísticas sem que sua história fique chata; pelo contrário, ela é sempre empolgante e emocionante.

E em Os 7 de Chicago, essas qualidades se mantém, felizmente. Porém os defeitos comuns de seus roteiros também estão presentes, como a falta de preocupação em explicar detalhes e contexto da história para quem não é dos EUA, e o exagero em transformar alguns fatos corriqueiros em eventos épicos.

Com forte tom político, Os 7 de Chicago deveria ser assistido "agora" por todo estadunidense. E, em segundo lugar, pelo restante do Ocidente, o que nos inclui. É impressionante como a História se repete e a humanidade não aprende com os erros. Embora o filme se passe há cerca de 50 anos atrás, ele se mostra absurdamente atual, com governos abusivos de direita, uma Justiça parcial e desonesta, abuso policial contra os negros, e etc.

Não há dúvida que Os 7 de Chicago é um filme interessante, intenso e vibrante para quem quer que seja seu público, mesmo não gostando de política. Ainda assim, o filme tem defeitos relevantes, graças a uma direção mediana. Há problemas de montagem (o começo do filme é bastante confuso), e principalmente de ritmo: por exemplo no meio do filme o personagem de Eddie Redmayne é interrogado pelo próprio advogado, à portas fechadas, sobre seu último discurso do dia dos tumultos. E o resultado são quase 5 minutos de uma trilha sonora "épica" forçando um clímax interminável e uma emoção que não existem.

Também pesa contra o filme algumas distorções da realidade. Os "vilões" (governo e justiça dos EUA) são criticados bem sutilmente, seus personagens são quase pessoas "boas e honestas". Mas nada se compara ao desfecho do filme: fiquei bastante decepcionado quando descobri que o emocionante discurso final de Os 7 de Chicago não tem absolutamente nada de igual ao discurso real. Pura ficção.

Contando com ótimas atuações e um roteiro bom apesar das falhas, Os 7 de Chicago é uma importante obra para quem quiser aprender História, civilidade e política de maneira orgânica e nada enfadonha. Nota: 7,0

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Bomba! A versão de Golden Axe que sempre quis jogar sairá de graça neste 18 de Outubro!


Um dos meus jogos e franquias de videogames favoritos de infância foi Golden Axe. Um jogo de hack and slash belíssimo onde você era uma espécie de Conan que lutava contra monstros e dinossauros? Não tinha como não se encantar.

O melhor que pude jogar de Golden Axe foi no saudoso Mega Drive. O primeiro jogo (de 1989) era muito bom, e uma versão simplificada dos fliperamas. Já em Golden Axe 2 (1991) o jogo ficou ainda melhor, porém mais curto; ainda assim, outra ótima diversão. E finalmente, também para o Mega Drive tivemos em 1993 o ruim Golden Axe 3, que mal tive interesse em jogar.

O tempo foi passando, as gerações de console iam se sucedendo... Sega Saturn, Dreamcast... mas nada de vermos uma nova versão "atualizada" deste grande clássico. É verdade que tivemos um Golden Axe "3D" e modernizado para o Playstation 2 via selo Sega Ages 2500, mas o jogo não ficou bom, e os gráficos ficaram muito feios. Ainda houve uma última tentativa de modernização, Golden Axe: Beast Rider, de 2008, para PlayStation 3Xbox 360. Esse um jogo totalmente em 3D e de mundo aberto... porém, horrível. Aliás, nem tinha muito como ser diferente, afinal, não eram jogos desenvolvidos pela SEGA.

Porém 2020 chegou, e com isso o aniversário de 60 anos da SEGA, e tudo começou a mudar.

Primeiro, veio o anúncio do novo console Astro City Mini, com 36 jogos Arcade da SEGA embutidos, e que será lançado no final deste ano, ainda que apenas no Japão. O que importa é que dentre estes jogos, temos Golden Axe e Golden Axe: Revenge of Death Adder. Este último nunca foi portado para nenhum console caseiro. Nenhum. Lançado em 1992, ele é quem deveria ser o jogo que fecharia a "trilogia" Golden Axe... mas não foi o que aconteceu.

Golden Axe: The Revenge of Death Adder

Embora eu também sempre tenha sonhado em ter o Golden Axe: The Revenge of Death Adder para poder jogar, não é dele que estou falando neste artigo!! ;)

O que estou falando é de um Golden Axe nunca lançado, desenvolvido em 2010 pela SEGA Studios Australia, cujo projeto morreu em 2013 juntamente com o estúdio, que foi encerrado.

Pois a SEGA anunciou hoje que, como parte das comemorações de seus 60 anos, ela vai disponibilizar esta pequena e inédita maravilha sob o nome de Golden Axed: A Cancelled Prototype, de maneira gratuita, e via plataforma Steam.

Aparentemente, por vir de um protótipo, o jogo deve ser pequeno, com poucas fases. Mas o que existia foi finalizado e permitirá até 4 jogadores simultâneos. É uma imagem deste jogo que ganhou a capa deste artigo, lá em cima.

Golden Axed: A Cancelled Prototype será disponibilizado de graça por apenas dois dias, de 18 a 19 de Outubro. Anote essa data!!

E os presentes da SEGA na plataforma Steam não param por aí. Na verdade serão 4 jogos inéditos disponibilizados de graça. São eles:
  • Armor of Heroes: Relic Entertainment: Jogo multiplayer de guerra com visão área, para até quatro jogadores nos modos de combate versus e cooperativo. Disponível de 15 a 19 de outubro.
  • Endless Zone: uma reimplementação do clássico de navinha Fantasy Zone, trocando o colorido tema de "fantasia fofinha" por um Sci-Fi. Disponível de 16 a 19 de outubro.
  • Streets of Kamurocho: é uma versão de Streets of Rage com personagens da série Yakuza. Disponível de 17 a 19 de outubro.
  • Golden Axed: o último que será lançado, e falando dele de novo pra ninguém esquecer. Disponível de 18 a 19 de outubro.

Empolgados com os presentes da SEGA? Comentem!

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Crítica Netflix - Radioactive (2019)

TítuloRadioactive (idem, China / EUA / França / Hungria / Reino Unido, 2019)
Diretor: Marjane Satrapi
Atores principais: Rosamund Pike, Sam Riley, Sian Brooke, Simon Russell Beale, Anya Taylor-Joy
Trailer (em inglês)https://www.youtube.com/watch?v=mU0oOUTo5zo
Nota: 5,0

Marie Curie real é o melhor que Radioactive tem a oferecer

Lançado pelo Amazon Prime Video nos EUA em Julho de 2020, para minha enorme surpresa Radioactive chegou ao Brasil apenas um ano depois, e pela Netflix(!). Se trata de um romance histórico, que traz como atriz principal a talentosa Rosamund Pike (de Garota Exemplar) como a genial cientista polonesa Marie Curie.

A história mostra uma Marie Curie já adulta, em seus primeiros anos nos EUA, poucos dias antes de conhecer seu futuro marido Pierre Curie (Sam Riley). A maneira com que eles se conhecem não condiz com a realidade, e curiosamente é uma das partes menos verdadeiras do filme, que em geral inventa muitos diálogos mas é bem fiel a fatos. A partir do início do casal, a história percorre rapidamente por todo o restante da vida da cientista, até a sua morte.

Duas coisas se salvam em Radioactive e merecem elogios: primeiro, a boa atuação de sempre de Rosamund, e a apresentação das conquistas reais de Marie Curie. Os pontos principais de sua biografia estão lá: seus dois prêmios Nobel, a família dedicada à ciência, as barreiras que enfrentou por ser mulher, e seu trabalho em hospitais de campo na Primeira Guerra Mundial.

Porém os defeitos de Radioative estão em maior número e chamam mais a atenção. Em primeiro lugar, o roteiro "enche linguiça" trazendo várias cenas do "futuro que foi gerado por Marie Curie", onde vemos efeitos das aplicações de suas descobertas, as quais incluem tratamentos médicos por radioterapia, bombas nucleares e o desastre de Chernobyl. Tudo feito de modo piegas e quebrando totalmente o ritmo do filme.

Ao invés de gastar tempo com cenas que não mostram a família Curie, o roteiro deveria se preocupar em trazer mais dados sobre eles (até mesmo da filha Irene Curie, aqui com curta participação e interpretada pela também talentosa Anya Taylor-Joy). Mesmo as conquistas de Marie apresentadas mereciam um ritmo mais pausado, educativo, já que os fatos mais relevantes da vida da cientista são mostrados de maneira bem rápida, não dando ao espectador tempo suficiente para absorver o que está vendo.

Fora isto, o filme cansa um pouco com seus diálogos artificiais (claro que não temos como saber como os Curie se falavam, mas ainda assim não houve nenhum capricho aqui), e faz decisões de gosto duvidoso, como gastar tempo em cenas simulando sexo, ou ainda, fazer todas as cenas do filme sob uma iluminação escura e opressora.

Um ponto que me decepcionou é que o filme foi dirigido pela escritora e cineasta iraniana Marjane Satrapi, que é mundialmente conhecida e premiada pela obra Persépolis (inicialmente uma história em quadrinhos, e depois filme animado). Dela, portanto, esperava algo de boa qualidade... tudo bem que não foi Marjane que escreveu o roteiro de Radioative, mas ainda assim minha expectativa era de ver no mínimo uma boa história, o que não aconteceu.

Em um mundo atual em que as mulheres continuam lutando por reconhecimento e justiça, seria maravilhoso termos um ótimo filme de Marie Curie, deixá-la conhecida pelo grande público. Não foi desta vez. Ainda assim. vale a pena ver Radioactive para aprender História. Tirando algumas distorções melodramáticas, como a de que Pierre Curie foi sozinho receber o Nobel (na verdade o casal viajou para a Suécia juntos), ou de que Marie tinha pavor de hospitais (não há nenhum registro disso), o restante do filme é bem verídico, inclusive nas estranhas relações da dupla com médiuns que diziam falar com mortos usando a radioatividade. Nota: 5,0

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Crítica Netflix - Cobra Kai (Primeira Temporada)

Estamos em Abril de 2013: em um episódio da oitava temporada de How I Met Your Mother, o "peculiar" personagem Barney Stinson revela com honestidade que um dos seus maiores ídolos de infância era o Karatê Kid. Mas não, ele não falava de Daniel "San" Larusso (Ralph Macchio) que inclusive ele odiava, e sim de Johnny Lawrence (William Zabka), que em sua visão, era o "garoto do caratê" a qual o título do filme se referia. Barney acreditava que Johnny era um grande herói injustiçado, e ele não se conformava que o restante do mundo não percebia isto.

Pouco mais de cinco anos depois, em Maio de 2018, estréia no YouTube Premium o seriado Cobra Kai, uma continuação direta - mas passada nos dias atuais - do filme inicial da franquia Karatê Kid, de 1984. E não é que para a surpresa do mundo, Barney estava certo? Pois de certa maneira, Johnny Lawrence é o "mocinho" da série.

A história começa nos mostrando o Johnny atual, uma pessoa perdida, fracassada, mas ao mesmo tempo, que também possui bondade. E então passamos a ver os eventos de Karatê Kid - A Hora da Verdade sob seu ponto de vista. E isto se torna uma experiência bem interessante, já que a história é recontada de uma maneira 100% coerente com o filme original. Vejam: Johnny não era de fato "o mal"; por exemplo, no filme ele reconhece humildemente a derrota após perder pra Daniel. E em contrapartida, meio que Daniel San "roubou" mesmo a namorada de Johnny. 

Na primeira temporada de Cobra Kai o filme original é revisitado de várias formas. Não apenas através da visão de Lawrence recontando os momentos principais, como também através de flashbacks, e principalmente, através dos adolescentes da série. As experiências de Daniel e Johnny são repetidas por Miguel (Xolo Maridueña) e Robby (Tanner Buchanan). E no que a primeira vista Miguel seria Johnny e Robby seria Daniel, na verdade não é assim! Os dois garotos são uma mistura dos dois antigos caratecas.

E isso é o maior elogio para se fazer ao roteiro de Cobra Kai: não há o maniqueísmo padrão. Todos os personagens fazem coisas boas e coisas ruins. Todos erram, todos acertam. E assim é a vida real. Esta mudança é muito corajosa e bem sucedida, até porque, repito novamente, nada que é mostrado contradiz os filmes. Mesmo as ações "ruins" de Daniel e as ações "boas" de Johnny.

Os novos personagens adolescentes trazidos para a franquia não me empolgam: em geral não os acho bons atores, e entendo que todos são mal desenvolvidos (eles mudam de atitude e personalidade de maneira muito rápida, sem muita explicação). Ainda assim, reconheço que eles são muito importantes para as relevantes mensagens que Cobra Kai quer passar: todos têm seus bons dias e maus dias; ninguém é 100% bom ou 100% mau; todo bem e todo mal que você faz tem consequências, e ponto final. Mais ainda: como é fácil e perigoso manipular as pessoas; a frase "não existe maus alunos, apenas maus professores" e revisitada na prática o tempo todo na série. E é a pura realidade, com a ressalva de se você for o "aluno" da relação, e agir como um manipulado, isso vai sim ter consequências pra você.

Em termos técnicos, a série é em geral bem feita, sem problemas relevantes. A qualidade da coreografia das lutas varia muito, há boas lutas e outras bem ruinzinhas. Em termos de trilha sonora a série é bem sucedida ao alternar com qualidade a nostalgia e a atualidade. O mesmo não pode ser dito em relação ás locações e figurinos... nisto a nostalgia faz um pouco de falta e quando usada não é feito de maneira orgânica, tudo é feito de maneira muito explícita, com os personagens quase "gritando" um "lembra desse objeto aqui do primeiro filme"?

Cobra Kai foi feito para atender todo tipo de público, tanto os antigos fãs da franquia quanto os jovens que conhecerão Karatê Kid pela primeira vez. E isto é uma decisão acertada comercialmente já que a série está fazendo sucesso para todas as idades.

E digo mais uma vez que entendo e concordo com os motivos de trazer personagens adolescentes para a série. MAS, ao mesmo tempo, esta "junção" é o maior dos defeitos de Cobra Kai: para os "velhões" que viveram a adolescência nos anos 80/90, acompanhar as histórias do "núcleo teens" da série e seus clichês de colegial americano é algo bem chato; eu, por exemplo, não suporto. Por outro lado, os iniciantes que não conhecem nem viveram os filmes originais, perdem bastante das referencias da série... e elas são muitas (mesmo)!

Portanto, acho difícil alguém conseguir gostar / aproveitar 100% da série. Por outro lado, é difícil que ela não te agrade em vários aspectos. Cobra Kai têm duas temporadas disponíveis e está com a terceira anunciada para estrear em Janeiro de 2021. A série acaba de ser renovada para a 4ª temporada, mas seus produtores querem mais: chegar pelo menos até a 5ª temporada e fazer filmes derivados. Com o sucesso que o programa tem feito na Netflix, é bem possível que isto se concretize um dia.

sábado, 26 de setembro de 2020

Crítica Netflix - Enola Holmes (2020)

Título
Enola Holmes (idem, Reino Unido, 2020)
DiretorHarry Bradbeer
Atores principais: Millie Bobby Brown, Henry Cavill, Sam Claflin, Helena Bonham Carter, Louis Partridge, Burn Gorman, Adeel Akhtar, Susan Wokoma
Divertida e agradável aventura para todas as idades

A carismática atriz da Eleven de Stranger Things está de volta em outra produção Netflix, o filme Enola Holmes, onde ela interpreta a irmã mais nova de Sherlock Holmes, uma personagem que simplesmente não existe na literatura oficial do famoso detetive britânico (ela foi criada em 2006 pela escritora estadunidense Nancy Springer para uma série de 6 livros).

Na história, Enola (Millie Bobby Brown) viveu toda a infância isolada junto com a mãe Eudoria (Helena Bonham Carter), até que no dia em que completa 16 anos quando sua mãe simplesmente desaparece sem avisar, deixando para a filha apenas uma vaga pista sobre seu paradeiro. Então seus irmãos Sherlock (Henry Cavill) e Mycroft Holmes (Sam Claflin) aparecem para ajudá-la a encontrar a mãe perdida, porém como Mycroft quer colocar Enola em um internato, a garota foge de casa e parte em busca pela mãe sozinha.

Para quem espera ver algo digno das aventuras do Sherlock Holmes original, Enola Holmes te deixará bastante decepcionado. Primeiro porque a descaracterização dos personagens Mycroft e Sherlock é enorme, os dois pouco se parecem com o apresentado nos livros. E segundo porque embora o filme seja sim de "detetive", com Enola assumindo o papel de investigadora, ele é muito mais um filme de ação e aventura do que qualquer outra coisa relacionada a mistério ou tramas policiais.

Millie Bobby Brown é sem dúvida simpática, talentosa e carismática, e somente pessoas assim seriam capazes de conduzir este Enola Holmes. De maneira "fofa", o filme é narrado pela protagonista, que frequentemente quebra a quarta parede falando diretamente com o espectador.

Com um ritmo bem acelerado, o filme constantemente traz flashbacks curtos para enfatizar suas cenas de humor; outro recurso bastante usado é a inserção de rápidas colagens com diagramas e fotos "divertidas" para explicar o que está acontecendo. Bastante ação, boa fotografia e figurino, Enola Holmes é feito para não desagradar e certamente não desagrada, pelo contrário.

É um filme relevante? Não é. Mas é bem divertido e um bom passatempo. Bem humorado, agitado, pra todas as idades, e dando destaque a força e capacidade feminina. Nota: 6,0

domingo, 20 de setembro de 2020

Conheça a nova Ms. Marvel, seus ótimos quadrinhos, e porquê você vai ouvir bastante dela a partir de agora

 

Hoje em dia a maioria das pessoas conhecem a Capitã Marvel, alter ego de Carol Danvers, super-heroína da Marvel Comics interpretada pela excelente Brie Larson nos cinemas. Porém, quando ganhou sua primeira revista em quadrinhos própria, em 1977, Carol era chamada de Ms. Marvel.

Mas desde 2014 o nome Ms. Marvel se refere a outra pessoa bem diferente, e apesar de ser uma personagem muito bacana, somente agora ela passará a ser conhecida pelo grande público. Para começar, a nova Ms. Marvel é um dos principais destaques do jogo de videogames Marvel's Avengers lançado mundialmente no começo deste mês de Setembro para PlayStation 4, Xbox One e PCs. Devido a isso já está se tornando comum ver a personagem em várias mídias da cultura Nerd, e aliás, a foto dela acima é retirada do jogo.

E não para por aí: em 2019 a Disney anunciou que a Ms. Marvel teria seu seriado live action na TV, porém tudo foi adiado devido ao Covid-19. Porém nesta última semana as notícias sobre esta futura série voltaram a aparecer: Ms. Marvel acaba de contratar oficialmente seus roteiristas e diretores, deverá iniciar suas gravações ainda no final deste ano, para estrear com exclusividade na plataforma de streaming Disney+ em algum momento de 2021.

Mas quem é a nova Ms. Marvel? Trata-se de Kamala Khan, uma adolescente de família paquistanesa (embora ela já tenha nascido em solo estadunidense), que ganhou super poderes "Polimórficos" após ser exposta em uma estranha névoa rosa mutagênica. Não é tão fácil descrever os poderes da nova Ms. Marvel, o próprio nome "polimórfico" já mostra que nem seus criadores sabem direito... de qualquer forma, Kamala Khan é muito poderosa, pois consegue esticar seu corpo como elásticos, ficar de qualquer tamanho, mudar seu corpo para assumir a aparência de qualquer outra pessoa, e além de tudo isso, possui força e fator de cura super humanos.

Ms. Marvel / Kamala Khan é bem diferente do que vemos nos quadrinhos estadunidenses pois ela é muçulmana, e suas histórias são escritas pela sua co-criadora G. Willow Wilson: mulher, e igualmente  uma muçulmana nascida nos EUA. Sendo uma ótima escritora, Wilson consegue trazer para os quadrinhos com bastante realismo o preconceito que os seguidores do Islã sofrem nos EUA.

G. Willow Wilson escreve tão bem que consegue misturar de maneira crível as angústias de uma adolescente comum - suas paixões, seus deveres - com partes de ação e "porrada" comuns em qualquer super-herói, além de assuntos como religião e política para todas as idades. E, o mais legal de tudo: embora a Ms. Marvel saia "no braço" com seus vários inimigos, na maioria das vezes ela os derrota usando a inteligência, não sua força física.

Dentre os desafios que a Ms. Marvel já enfrentou, temos problemas familiares, difamação e chantagem via redes sociais, campanha eleitoral para prefeito da sua cidade (Jersey City), o medo de não ser aprovada pelos Vingadores ou pela própria Capitã Marvel (de quem é muito fã) e ainda seguir seu coração e ir contra eles algumas vezes, entender como seus poderes funcionam, etc. E, algo muito importante: em suas aventuras Ms. Marvel demostra um verdadeiro heroísmo que infelizmente não está presente na maioria das histórias de super-heróis atuais.

Após 57 edições mensais e mais algumas poucas ediçoes extras, e considerando que já havia "cumprido seu papel" com a personagem roteirizando-a por mais de 5 anos, Wilson passou o bastão para o também escritor muçulmano e estadunidense Saladin Ahmed. Com sua chegada, a revista se passou a chamar "The Magnificent Ms. Marvel".

O melhor é que TODAS as ótimas histórias da fase de G. Willow Wilson na Ms. Marvel estão disponíveis no Brasil. No total são 12 encadernados, sendo o primeiro de título "Ms. Marvel: Nada Normal" e o último de nome "Ms. Marvel: O Quociente". Publicados pela Panini Comics, os encadernados são de capa dura, papel de luxo, e mesmo assim custam menos de R$ 35 cada em sites de livrarias da Internet. Se você quer ler algo bacana sobre uma personagem feminina, ou simplesmente quer ler algo diferente e bastante contemporâneo, as revistas da Ms. Marvel são uma excelente pedida!


PS.: Miss, Ms. ou Mrs.? Qual a diferença entre estes pronomes de tratamento ingleses? Miss e Ms. (ambos são lidos como "mis") são usados a princípio para mulheres solteiras. Miss é usado para mulheres jovens, ou para mulheres não casadas abaixo dos 30 anos. Já Ms. é um pronome "neutro", usado para mulheres acima dos 30 não casadas, ou ainda, quando você simplesmente não sabe se a pessoa em questão é casada ou não, independente da idade.

Note que para a Ms. Marvel original, Carol Danvers, o pronome Ms. faz todo sentido. Porém para Kamala Khan o mais correto seria usar o "Miss". É por isto que embora Kamala seja majoritariamente escrita como Ms. Marvel, em algumas raras vezes ela também aparece como Miss Marvel.

Já o Mrs. (leia-se "misses") se refere a mulheres casadas. É um pronome bem formal, que indica respeito, também bastante usado para apresentar um casal: "Mr. e Mrs. <sobrenome da família do marido>".

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